This is an English post in a Portuguese blog. Ecotretas has developed an analysis of sea level using the most recent data available, after suggestion that sea-level might not be rising as predicted.
The analysis of 53 sea level stations, distributed all over the world, suggests a decline of sea level by almost two feet, by 2100, if it continues the downward trend observed over the last three years. Even considering the average value for the last 9 years, this would lead to a rise of only one inch during the XXI century.
The analysis started by a search of data for the sea level stations referenced in Douglas (1997). The data used was obtained from the University of Hawaii, which has the most updated data available on the Internet. For the study, all stations without data in 2009 were excluded, as all that did not have relevant data from 07/01/2000.
The complete report in English is available at http://www.slideshare.net/Ecotretas/sealevel-1792065, or by email, on demand.
EcoTretas é um espaço dedicado a evidenciar os disparates que se dizem e fazem à volta da Ecologia. Especialmente dedicado aos ecologistas da treta, essa espécie que se preocupa mais com uma pata partida de um qualquer animal, do que com um fogo florestal! Aqueles que são anti-americanos, mas que gostam do Al Gore.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Consumo de electricidade do Al Gore
Uma notícia longa, mas simples, conta-nos o terror que se passa hoje em África. Enquanto todos nós ouvimos as desgraças que aí vem por causa do Aquecimento Global, morrem 2.2 milhões de Africanos de SIDA por ano, infecções pulmonares matam 1.4 milhões, e a malária 1 milhão mais.
Al Gore, IPCC, e todos os malucos que se propõe reunir no final do ano em Copenhaga, insistem que todo o mundo racione os seus consumos de energia. O que o mundo precisa de saber é que o Al Gore consome mais energia eléctrica numa semana de que 28 milhões de Ugandeses consomem num ano!
http://townhall.com/columnists/FionaKobusingye/2009/07/29/africa%E2%80%99s_real_climate_crisis?page=full&comments=true
Al Gore, IPCC, e todos os malucos que se propõe reunir no final do ano em Copenhaga, insistem que todo o mundo racione os seus consumos de energia. O que o mundo precisa de saber é que o Al Gore consome mais energia eléctrica numa semana de que 28 milhões de Ugandeses consomem num ano!
http://townhall.com/columnists/FionaKobusingye/2009/07/29/africa%E2%80%99s_real_climate_crisis?page=full&comments=true
Os abutres do asfalto
A pancada dos supostos ambientalistas não tem limite. A ideia de que possa haver pessoas que vivem e comem à custa dos acidentes com animais na estrada, é uma ideia que me repugna verdadeiramente. Conforme se pode ver pelo link abaixo, esta é uma prática emergente nos Estados Unidos. Chega a haver vegetarianos que se converteram aos prazeres da carne, mas só daqueles que são abatidos nas estradas...
Os homo sapiens abutrus não se preocupam aparentemente com a protecção dos animais. Se assim fizessem, morriam à fome. Os caçadores do asfalto aparentemente têm uma fartura assinalável, devido às cerca de 250.000 mortes de animais, por dia, nas estradas dos Estados Unidos. Por isso, a maioria deles enfiam as caçadas no frigorífico, não precisando de visitar assim tantas vezes os seus domínios de caça...
www.alternet.org/environment/141595/why_eating_roadkill_is_gaining_in_popularity/
Os homo sapiens abutrus não se preocupam aparentemente com a protecção dos animais. Se assim fizessem, morriam à fome. Os caçadores do asfalto aparentemente têm uma fartura assinalável, devido às cerca de 250.000 mortes de animais, por dia, nas estradas dos Estados Unidos. Por isso, a maioria deles enfiam as caçadas no frigorífico, não precisando de visitar assim tantas vezes os seus domínios de caça...
www.alternet.org/environment/141595/why_eating_roadkill_is_gaining_in_popularity/
terça-feira, 28 de julho de 2009
Sócrates continua a enganar, agora bloggers
Já enganou jornalistas, os portugueses, e muitos mais. Mas agora enganou bloggers, durante o fiasco que foi o Blogconf. Foi preciso esperar pelas imagens em diferido, para conseguir comprovar que os assessores do primeiro ministro ainda não lhe contaram a verdade.
O primeiro-ministro continua a enganar os mais imprudentes. Mas, felizmente, a Internet não engana. O José Sócrates afirma: "mas Portugal é hoje conhecido no mundo por ter a maior central fotovoltaica do mundo". Mas uma simples consulta ao site de referência na matéria confirma que a Amareleja nunca foi a maior no mundo, nem mesmo na altura da sua inauguração. É a terceira.
Não admira que a blogger que fez a pergunta não saiba. Aliás, num blog em que os temas do Ambiente são tão maltratados, a única acção a tomar é informá-la também...
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Mar pode descer meio metro até 2100
A análise de 53 marégrafos, distribuídos um pouco por todo o mundo, permite perspectivar uma descida de cerca de meio metro do nível do mar até 2100, se se mantiver a tendência de descida observada nos últimos três anos.
A análise começou por encontrar dados das estações de Douglas (1997). Os dados utilizados foram obtidos a partir de Universidade do Hawaii, que possui os dados mais actualizados que foi possível obter na Internet. Para a realização do estudo foram excluídas todas as estações sem dados em 2009, bem como todas aquelas que não tivessem dados relevantes desde 2000/07/01.
Como não foi possível recolher sequer metade das estações do estudo de Douglas, com dados relevantes, o estudo foi alargado para agrupar o máximo de estações GLOSS a nível mundial. Com excepção de algumas regiões do Mundo, sem dados no site da Universidade do Hawaii, encontrou-se uma distribuição que cobre praticamente todos os continentes/oceanos. Essa distribuição de estações está clara na imagem acima, onde as estações utilizadas neste estudo estão marcadas com uma cruz.
A tabela seguinte revela a tendência de crescimento do nível dos mares, se se mantiverem as tendências de 2000, 2003 e 2006, ao presente. Os valores são em centímetros, e referem-se ao valor da tendência extendida a 100 anos. Os valores a vermelho denotam subidas, enquanto a verde significam uma descida do nível dos mares. A tabela está ordenada pelas estações onde se espera que se obtenha maior descida no nível dos mares, de acordo com a tendência observada entre 2000 e 2009.
Da análise dos dados, pelo valor médio, expresso na última linha, se conclui que a manter-se a evolução observada nos últimos nove anos (2000/07/01 - 2009/06/30), o nível médio dos mares subirá uns míseros 3cm durante o século XXI. Mas se olharmos para a tendência dos últimos seis anos, a descida dos mares seria de 22cm este século, o suficiente para compensar a subida observada no século passado. Mas, a manter-se a tendência dos últimos três anos, haveria uma descida superior a meio metro até ao ano 2100!
Porque são os dados oficiais do IPCC, e outros, tão diferentes? Simplesmente, porque não levam em linha de conta com os dados actualizados. De acordo com a página do Wikipedia sobre a subida dos mares, os dados mais recentes utilizados em estudos internacionais dizem respeito a dados de 2003! Os dados utilizados no recente estudo estão actualizados até Maio deste ano (com a notável excepção de Marselha, que é referenciada em Douglas), e muitas registam dados já depois de 30 de Junho (embora não contabilizados).
A análise geográfica dos dados revela que a costa do Pacífico da América do Norte, Centro e Sul, é a que maior descida regista. Em sentido contrário, a evolução observada no Oceano Índico é claramente de subida. De uma forma geral, a preocupação dos alarmistas, de que haverá grandes prejuízos com a subida dos mares, não se verifica, sendo até os Estados Unidos, terra do Gore, particularmente beneficiado...
Note-se finalmente como os maiores outliers estão dos lados das subidas! Na tendência dos últimos nove anos, as três maiores variações em termos absolutos são de subidas. E na tendência dos últimos três anos, três das quatro maiores variações são de subida. Quando assim é, e quando a média mesmo assim é a referida, a exclusão dos outliers daria uma tendência para uma descida dos mares ainda mais acentuada!
NOTA: A cor azul foi substituída pela cor verde, para uma melhor legibilidade.
A análise começou por encontrar dados das estações de Douglas (1997). Os dados utilizados foram obtidos a partir de Universidade do Hawaii, que possui os dados mais actualizados que foi possível obter na Internet. Para a realização do estudo foram excluídas todas as estações sem dados em 2009, bem como todas aquelas que não tivessem dados relevantes desde 2000/07/01.
Como não foi possível recolher sequer metade das estações do estudo de Douglas, com dados relevantes, o estudo foi alargado para agrupar o máximo de estações GLOSS a nível mundial. Com excepção de algumas regiões do Mundo, sem dados no site da Universidade do Hawaii, encontrou-se uma distribuição que cobre praticamente todos os continentes/oceanos. Essa distribuição de estações está clara na imagem acima, onde as estações utilizadas neste estudo estão marcadas com uma cruz.
A tabela seguinte revela a tendência de crescimento do nível dos mares, se se mantiverem as tendências de 2000, 2003 e 2006, ao presente. Os valores são em centímetros, e referem-se ao valor da tendência extendida a 100 anos. Os valores a vermelho denotam subidas, enquanto a verde significam uma descida do nível dos mares. A tabela está ordenada pelas estações onde se espera que se obtenha maior descida no nível dos mares, de acordo com a tendência observada entre 2000 e 2009.
Da análise dos dados, pelo valor médio, expresso na última linha, se conclui que a manter-se a evolução observada nos últimos nove anos (2000/07/01 - 2009/06/30), o nível médio dos mares subirá uns míseros 3cm durante o século XXI. Mas se olharmos para a tendência dos últimos seis anos, a descida dos mares seria de 22cm este século, o suficiente para compensar a subida observada no século passado. Mas, a manter-se a tendência dos últimos três anos, haveria uma descida superior a meio metro até ao ano 2100!
Porque são os dados oficiais do IPCC, e outros, tão diferentes? Simplesmente, porque não levam em linha de conta com os dados actualizados. De acordo com a página do Wikipedia sobre a subida dos mares, os dados mais recentes utilizados em estudos internacionais dizem respeito a dados de 2003! Os dados utilizados no recente estudo estão actualizados até Maio deste ano (com a notável excepção de Marselha, que é referenciada em Douglas), e muitas registam dados já depois de 30 de Junho (embora não contabilizados).
A análise geográfica dos dados revela que a costa do Pacífico da América do Norte, Centro e Sul, é a que maior descida regista. Em sentido contrário, a evolução observada no Oceano Índico é claramente de subida. De uma forma geral, a preocupação dos alarmistas, de que haverá grandes prejuízos com a subida dos mares, não se verifica, sendo até os Estados Unidos, terra do Gore, particularmente beneficiado...
Note-se finalmente como os maiores outliers estão dos lados das subidas! Na tendência dos últimos nove anos, as três maiores variações em termos absolutos são de subidas. E na tendência dos últimos três anos, três das quatro maiores variações são de subida. Quando assim é, e quando a média mesmo assim é a referida, a exclusão dos outliers daria uma tendência para uma descida dos mares ainda mais acentuada!
País | Estação | GLOSS | 2000-2009 | 2003-2009 | 2006-2009 |
---|---|---|---|---|---|
Chile | Easter | 137 | -129 | -460 | -319 |
Chile | Antofagasta | 174 | -127 | -309 | -139 |
Chile | Puerto Montt | 178 | -110 | -139 | -30 |
Kiribati | Christmas | 146 | -92 | -199 | -400 |
USA | Prudhoe Bay | 151 | -90 | -247 | -30 |
Japan | Chichijima | 103 | -88 | -141 | -479 |
Hong Kong | Quarry Bay | 77 | -71 | -4 | 268 |
USA | Wake Island | 105 | -56 | -52 | -295 |
Kiribati | Tarawa | 113 | -54 | -144 | -310 |
USA | Unalaska | 102 | -49 | -143 | -181 |
South Africa | Port Elizabeth | 76 | -49 | -99 | 16 |
France | Brest | 242 | -49 | 33 | -99 |
Australia | Cocos Island | 46 | -23 | 26 | 244 |
Australia | Sydney | 57 | -23 | 46 | 212 |
Ecuador | Galapagos | 169 | -21 | -90 | -269 |
Thailand | Ko Taphao Noi | 42 | -21 | 93 | 297 |
Japan | Wakkanai | 324 | -19 | -126 | -193 |
USA | Midway Islands | 106 | -17 | 27 | -5 |
France | Marseille | 205 | -13 | -19 | 150 |
Japan | Mera | 86 | -10 | -39 | -35 |
United Kingdom | Newlyn | 241 | -9 | 33 | -161 |
USA | San Francisco | 158 | -3 | -127 | -139 |
Puerto Rico | San Juan | 206 | 0 | -2 | -237 |
Japan | Naha | 81 | 2 | -87 | -371 |
Tuvalu | Funafuti | 121 | 3 | 6 | -15 |
New Zealand | Wellington | 101 | 6 | 28 | 114 |
USA | Sitka | 154 | 7 | -91 | -327 |
Spain | La Coruna | 243 | 7 | 149 | -80 |
France | Kerguelen | 23 | 12 | -122 | -171 |
Micronesia | Kapingamarangi | 117 | 14 | -17 | 98 |
Brazil | Ilha Fiscal | 195 | 14 | 57 | -19 |
USA | Atlantic City | 220 | 16 | -21 | -129 |
USA | Pensacola | 288 | 18 | -88 | 99 |
Spain | Las Palmas | 251 | 18 | -13 | 4 |
USA | Galveston | 217 | 19 | -40 | -4 |
Australia | Thevenard | 308 | 19 | 154 | 560 |
USA | La Jolla | 159 | 20 | -91 | -340 |
Canada | St-Johns | 223 | 21 | 11 | -213 |
USA | Key West | 216 | 22 | 9 | -154 |
USA | Honolulu | 108 | 26 | -144 | -357 |
USA | San Diego | 30 | -80 | -214 | |
Sweden | Gothenburg | 233 | 31 | 3 | -505 |
United Kingdom | Port Stanley | 305 | 38 | 30 | 136 |
Germany | Cuxhaven | 284 | 48 | -2 | -686 |
Belau | Malakal | 120 | 51 | 318 | 616 |
Cape Verde | Palmeira | 329 | 54 | 31 | 16 |
Australia | Darwin | 62 | 62 | 265 | 778 |
Mexico | Cabo San Lucas | 161 | 68 | -35 | -117 |
Portugal | Ponta Delgada | 245 | 78 | 77 | 129 |
Mauritius | Port Louis | 18 | 128 | 152 | 318 |
Tanzania | Zanzibar | 297 | 132 | 115 | 178 |
Cook Islands | Rarotonga | 139 | 140 | 170 | -59 |
Seychelles | Point la Rue | 273 | 161 | 168 | -105 |
Average | 3 | -22 | -56 |
NOTA: A cor azul foi substituída pela cor verde, para uma melhor legibilidade.
sábado, 25 de julho de 2009
Impacto da intermitência
Várias entidades inglesas, incluindo a REN lá do sítio, patrocinaram um estudo para avaliar o impacto da energia eólica em 2030, quando se pensa esteja massificada em terras de Sua Majestade.
As conclusões são brilhantes: será necessária uma subida massiça dos preços, bem como uma acção governativa para impedir os apagões... Tudo por causa da intermitência. O relatório ilustra o dilema clássico dos ingleses: Em noites frias, normalmente sem vento, o consumo de energia é elevado; quando a temperatura sobe, o consumo decresce, mas o vento levanta-se...
Vale a pena ler o sumário, para perceber o que aí vem!
www.ilexenergy.com/pages/documents/reports/renewables/Intermittency%20Public%20Report%202_0.pdf
As conclusões são brilhantes: será necessária uma subida massiça dos preços, bem como uma acção governativa para impedir os apagões... Tudo por causa da intermitência. O relatório ilustra o dilema clássico dos ingleses: Em noites frias, normalmente sem vento, o consumo de energia é elevado; quando a temperatura sobe, o consumo decresce, mas o vento levanta-se...
Vale a pena ler o sumário, para perceber o que aí vem!
www.ilexenergy.com/pages/documents/reports/renewables/Intermittency%20Public%20Report%202_0.pdf
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Churrasco verde
As notícias da treta são o prato forte da silly-season... João Luís Monteiro, da Liga de Protecção da Natureza (LPN), conseguiu convencer o DN a fazer um artigo sobre como fazer um churrasco verde. É uma autêntica pérola!
Donde vem o carvão? Se é das árvores, é porque foram abatidas. Por isso, em vez de carvão, sugere utilizar gás propano! Porque envia menos dióxido de carbono para a atmosfera? Mas, então, as árvores não reciclam o CO2 da atmosfera, enquanto o propano é introduzido, sendo um combustível fóssil? Louvável, esta atitude de um ecologista a preferir um combustível fóssil...
Mas melhor para ele seria um forno solar! Dá para ser um churrasco demorado, porque para José "um churrasco não foi feito para gente com pressa". Ele já deve ter experimentado o cozido das Furnas...
Se usamos acendalhas, podem provocar cancro. O melhor é usar umas pinhas e caruma. José sugere também umas acendalhas ecológicas, feitas de madeira prensada e embebidas em ceras parafinadas. Mas será que o José sabe donde vem a parafina?
Mas o mais importante num churrasco, está no planeamento. José sugere que se faça uma lista dos participantes, para não se comprar nenhum ingrediente a mais. E não se esqueça de pedir aos participantes para dizer o que vão trazer: já agora, faça o papel de forreta, porque assim eles trazem tudo e a sua pegada ecológica é assim menor? O maior temor dele é que haja o risco de ter cinco saladas de massa que ninguém vai comer... Santa paciência! Continuando, não churrasque carne, porque assim o Pachauri não vem. Grelhe tofu, com maçarocas de milho ou bananas?
Finalmente, para o José, pão duro e unhas de fome: "Escolha um sítio central para todos os convidados e que seja acessível a pé ou de bicicleta ou de transportes públicos, para poupar nas emissões." Ou seja, o mais longe de sua casa: consome gasolina, mas poupa no resto...
http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1311836&seccao=Biosfera
Donde vem o carvão? Se é das árvores, é porque foram abatidas. Por isso, em vez de carvão, sugere utilizar gás propano! Porque envia menos dióxido de carbono para a atmosfera? Mas, então, as árvores não reciclam o CO2 da atmosfera, enquanto o propano é introduzido, sendo um combustível fóssil? Louvável, esta atitude de um ecologista a preferir um combustível fóssil...
Mas melhor para ele seria um forno solar! Dá para ser um churrasco demorado, porque para José "um churrasco não foi feito para gente com pressa". Ele já deve ter experimentado o cozido das Furnas...
Se usamos acendalhas, podem provocar cancro. O melhor é usar umas pinhas e caruma. José sugere também umas acendalhas ecológicas, feitas de madeira prensada e embebidas em ceras parafinadas. Mas será que o José sabe donde vem a parafina?
Mas o mais importante num churrasco, está no planeamento. José sugere que se faça uma lista dos participantes, para não se comprar nenhum ingrediente a mais. E não se esqueça de pedir aos participantes para dizer o que vão trazer: já agora, faça o papel de forreta, porque assim eles trazem tudo e a sua pegada ecológica é assim menor? O maior temor dele é que haja o risco de ter cinco saladas de massa que ninguém vai comer... Santa paciência! Continuando, não churrasque carne, porque assim o Pachauri não vem. Grelhe tofu, com maçarocas de milho ou bananas?
Finalmente, para o José, pão duro e unhas de fome: "Escolha um sítio central para todos os convidados e que seja acessível a pé ou de bicicleta ou de transportes públicos, para poupar nas emissões." Ou seja, o mais longe de sua casa: consome gasolina, mas poupa no resto...
http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1311836&seccao=Biosfera
terça-feira, 21 de julho de 2009
Nunes Correia de carrinho
Um leitor atento enviou-me um link para um artigo que passou despercebido. No Diário de Notícias de Sábado, vem referido que o concurso que garantiu o posto de professor catedrático de Nunes Correia, actual ministro do Ambiente, está ferido de vários vícios formais e processuais. Está tudo num acórdão do Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS), aprovado no final do mês passado.
No concurso de 1997 havia três candidatos. Para além de Nunes Correia, concorreram Miguel Azevedo Coutinho, e João Hipólito. Estes dois últimos foram excluídos, deixando o caminho livre para o actual Ministro. Reclamaram e fizeram bem. O problema é que a Justiça é lenta. Em 2005, em primeira instância, os juízes salientaram que o acto de exclusão dos candidatos preteridos são infundados, "não bastando para tal o uso de juízos de valor, meramente conclusivos".
Em última consequência, o concurso deverá ser repetido, sendo possível que Nunes Correia perca a cátedra que ocupa há 12 anos. O ministro promete recorrer da decisão...
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1311224
No concurso de 1997 havia três candidatos. Para além de Nunes Correia, concorreram Miguel Azevedo Coutinho, e João Hipólito. Estes dois últimos foram excluídos, deixando o caminho livre para o actual Ministro. Reclamaram e fizeram bem. O problema é que a Justiça é lenta. Em 2005, em primeira instância, os juízes salientaram que o acto de exclusão dos candidatos preteridos são infundados, "não bastando para tal o uso de juízos de valor, meramente conclusivos".
Em última consequência, o concurso deverá ser repetido, sendo possível que Nunes Correia perca a cátedra que ocupa há 12 anos. O ministro promete recorrer da decisão...
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1311224
Papel Higiénico taxado
Ainda não é em Portugal. Mas só podem estar descansados um bocado. A novidade de taxar tudo o que possa ir pelo cano abaixo, apareceu nos Estados Unidos. Já sabemos que o dinheiro não chega para tudo; por isso, os Americanos, com a história do Ambiente à frente, prometem taxar tudo e mais alguma coisa... Vai ser apresentada já amanhã!
Earl Blumenauer, que suporta a "Water Protection and Reinvestment Act", está a pensar recolher 10 biliões de dólares com esta medida. Primeiro, taxa todos os lucros de empresas superiores a 4 milhões em 0.15%. Todos os recipientes de bebidas, excluindo álcool (porque será?), pagam 4% por cada recipiente. Sabonetes, detergentes, papel higiénico, e até óleos de cozinha são taxados a 3% sobre o valor total do produto. Até as farmaceuticas passam a pagar 0.5%!
O tretas do Earl Blumenauer acha que estas taxas são necessárias para reparar os sistemas de água, e acha que as taxas são modestas e justas... O que ele não deve saber, ou então quer esconder, é que esses custos supostamente já são pagos. Agora vão ser pagos duas vezes. E daqui a algum tempo, três vezes. E depois, ou antes, estoira de vez, e não são os canos! Pelo menos, evita que se entre em deflação...
http://planetgore.nationalreview.com/post/?q=YTY4NTQyMjJjN2NjZTgxMDhkOTkwN2YyNTIxNzEzNDU=
http://online.wsj.com/article/SB124761944347442547.html
Earl Blumenauer, que suporta a "Water Protection and Reinvestment Act", está a pensar recolher 10 biliões de dólares com esta medida. Primeiro, taxa todos os lucros de empresas superiores a 4 milhões em 0.15%. Todos os recipientes de bebidas, excluindo álcool (porque será?), pagam 4% por cada recipiente. Sabonetes, detergentes, papel higiénico, e até óleos de cozinha são taxados a 3% sobre o valor total do produto. Até as farmaceuticas passam a pagar 0.5%!
O tretas do Earl Blumenauer acha que estas taxas são necessárias para reparar os sistemas de água, e acha que as taxas são modestas e justas... O que ele não deve saber, ou então quer esconder, é que esses custos supostamente já são pagos. Agora vão ser pagos duas vezes. E daqui a algum tempo, três vezes. E depois, ou antes, estoira de vez, e não são os canos! Pelo menos, evita que se entre em deflação...
http://planetgore.nationalreview.com/post/?q=YTY4NTQyMjJjN2NjZTgxMDhkOTkwN2YyNTIxNzEzNDU=
http://online.wsj.com/article/SB124761944347442547.html
sábado, 18 de julho de 2009
O seguro das Alterações Climáticas
A AIG é a maior empresa seguradora dos Estados Unidos. Ficou como um bom exemplo de má gestão na crise que ainda vivemos. Antes de ter colapsado, lançou um programa ambicioso destinado a lidar com tudo o que fosse relacionado com as alterações climáticas. Desde a inventariação das emissões de gases de efeito de estufa, até políticas de seguros para fornecedores de energias renováveis, a AIG foi coroada como líder no tema das Alterações Climáticas.
No mês passado, a AIG afundou todo o seu programa de Alterações Climáticas. Todo. Não deixa de ser patético. Uma das companhias responsáveis por esta recessão global, pretendia ser um dos elos de segurança dos investimentos (muito pouco) sustentáveis que andam por aí...
www.treehugger.com/files/2009/07/aig-climate-change.php?dcitc=th_rss
No mês passado, a AIG afundou todo o seu programa de Alterações Climáticas. Todo. Não deixa de ser patético. Uma das companhias responsáveis por esta recessão global, pretendia ser um dos elos de segurança dos investimentos (muito pouco) sustentáveis que andam por aí...
www.treehugger.com/files/2009/07/aig-climate-change.php?dcitc=th_rss
quinta-feira, 16 de julho de 2009
O problema das linhas de alta tensão
Ninguém gosta de linhas de Alta Tensão. As pessoas porque, e com razão, desconfiam dos enormes campos electro-magnéticos. Os políticos não gostam delas, porque as pessoas não gostam delas. E também porque custam muito dinheiro... Os ecologistas, esses nem se fala!
Mas numa sociedade que depende da energia, cada vez mais, elas têm que ser feitas. Quando não são feitas, acontece entre outras coisas, o que está a acontecer ao T. Boone Pickens nos Estados Unidos. Encomendou 667 ventoinhas, mas agora não tem onde as colocar. Quer dizer, até as pode colocar onde quer, mas a energia é que não sai de lá...
Olhando para a rede energética americana, especialmente a de muita alta tensão (visível no segundo link), até se percebe porquê... No centro do país estão concentrados os melhores locais para produzir energia eólica, mas esse é igualmente o local onde não existe qualquer rede de muita alta tensão.... Porque será que Pickens et al. não pensam nisso primeiro???
www.triplepundit.com/pages/t-boone-pickens-to-sell-667-wind-turbine.php
www.americanprogress.org/issues/2009/02/wired_for_progress.html
Mas numa sociedade que depende da energia, cada vez mais, elas têm que ser feitas. Quando não são feitas, acontece entre outras coisas, o que está a acontecer ao T. Boone Pickens nos Estados Unidos. Encomendou 667 ventoinhas, mas agora não tem onde as colocar. Quer dizer, até as pode colocar onde quer, mas a energia é que não sai de lá...
Olhando para a rede energética americana, especialmente a de muita alta tensão (visível no segundo link), até se percebe porquê... No centro do país estão concentrados os melhores locais para produzir energia eólica, mas esse é igualmente o local onde não existe qualquer rede de muita alta tensão.... Porque será que Pickens et al. não pensam nisso primeiro???
www.triplepundit.com/pages/t-boone-pickens-to-sell-667-wind-turbine.php
www.americanprogress.org/issues/2009/02/wired_for_progress.html
terça-feira, 14 de julho de 2009
Corram-nos à pedrada
Em Portugal, a justiça raramente funciona, mas quando funciona... Fernando Ruas, presidente da Câmara de Viseu e presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), foi condenado a pagar 100 dias de multa, a 20 euros por dia (logo, 2000 euros).
A história que leva à condenação ocorreu na Assembleia Municipal de 26 de Junho de 2006, onde o presidente da Junta de Freguesia de Silgueiros fez queixas dos vigilantes da natureza. Fernando Ruas lá afirmou: "Arranjem lá um grupo e corram-nos à pedrada. A sério, nós queremos gente que nos ajude e não que obstaculize o desenvolvimento. Estou a medir muito bem o que estou a dizer".
http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1391575
A história que leva à condenação ocorreu na Assembleia Municipal de 26 de Junho de 2006, onde o presidente da Junta de Freguesia de Silgueiros fez queixas dos vigilantes da natureza. Fernando Ruas lá afirmou: "Arranjem lá um grupo e corram-nos à pedrada. A sério, nós queremos gente que nos ajude e não que obstaculize o desenvolvimento. Estou a medir muito bem o que estou a dizer".
http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1391575
sábado, 11 de julho de 2009
Subida e descidas dos mares
À medida que vou investigando o estado actual da subida dos mares, as surpresas vão aparecendo. Agora faço um ponto de situação sobre a evolução observada em algumas estações, especialmente do Atlântico e algumas do Pacífico, do lado do continente americano. As duas tabelas seguintes revelam a tendência de crescimento do nível dos mares, se se mantiverem as tendências de 2000, 2003 e 2006, ao presente. Os valores são em centímetros, e referem-se ao valor da tendência extendida a 100 anos. Os valores a vermelho denotam subidas, enquanto a azul significam uma descida do nível dos mares.
A primeira tabela incorpora estações referenciados em Douglas (1997). Infelizmente, das 23 estações, ainda só consegui encontrar dados de relevância para os últimos nove anos para onze das estações. Curiosamente, das duas estações portuguesas, não há dados relevantes.
Na segunda tabela, juntei estações com dados relevantes da rede GLOSS. Esta tabela será aumentada com mais estações a nível mundial no futuro próximo.
Os dados dão lugar a interpretações muito interessantes. Realço o facto de que, em apenas três estações, a tendência dos últimos nove anos permite perspectivar uma subida superior a meio metro em 100 anos! Registe-se igualmente o acelerar da tendência de descida com os últimos anos...
A primeira tabela incorpora estações referenciados em Douglas (1997). Infelizmente, das 23 estações, ainda só consegui encontrar dados de relevância para os últimos nove anos para onze das estações. Curiosamente, das duas estações portuguesas, não há dados relevantes.
País | Estação | GLOSS | 2000-2009 | 2003-2009 | 2006-2009 |
---|---|---|---|---|---|
Panamá | Balboa | 168 | 84 | -197 | 147 |
França | Brest | 242 | -49 | 33 | -99 |
Estados Unidos | Honolulu | 108 | 26 | -144 | -357 |
Estados Unidos | Key West | 216 | 23 | 11 | -154 |
Estados Unidos | La Jolla | 159 | 23 | -86 | -350 |
França | Marseille | 205 | -13 | -19 | 150 |
Reino Unido | Newlyn | 241 | -9 | 33 | -161 |
Estados Unidos | Pensacola | 288 | 14 | -103 | 59 |
Estados Unidos | San Diego | - | 32 | -79 | -216 |
Estados Unidos | San Francisco | 158 | -1 | -127 | -143 |
Nova Zelândia | Wellington | 101 | 6 | 28 | 114 |
Na segunda tabela, juntei estações com dados relevantes da rede GLOSS. Esta tabela será aumentada com mais estações a nível mundial no futuro próximo.
País | Estação | GLOSS | 2000-2009 | 2003-2009 | 2006-2009 |
---|---|---|---|---|---|
Australia | Cocos Island | 046 | -25 | 23 | 246 |
África do Sul | Port Elizabeth | 076 | -49 | -99 | 16 |
Estados Unidos | Dutch Harbor | 102 | -49 | -143 | -181 |
Chile | Easter | 137 | -129 | -460 | -319 |
Chile | Puerto Montt | 178 | -117 | -157 | -95 |
Estados Unidos | Galveston | 217 | 14 | -54 | -58 |
Canadá | St Johns | 223 | 29 | 28 | -148 |
Espanha | La Coruna | 243 | 7 | 149 | -80 |
Portugal | Ponta Delgada | 245 | 77 | 75 | 129 |
Espanha | Las Palmas | 251 | 18 | -14 | 3 |
Reino Unido | Port Stanley | 305 | 30 | 12 | 68 |
Cape Verde | Palmeira | 305 | 55 | 32 | 23 |
Os dados dão lugar a interpretações muito interessantes. Realço o facto de que, em apenas três estações, a tendência dos últimos nove anos permite perspectivar uma subida superior a meio metro em 100 anos! Registe-se igualmente o acelerar da tendência de descida com os últimos anos...
Frio nas antípodas
Enquanto o Verão anda tímido por estas bandas, nas antípodas faz um frio anormal. Normalmente não ligamos muito ao que se passa nas antípodas, mas se o Aquecimento é Global, ele não deve acontecer apenas pelos nossos lados.
Na Nova Zelândia, Maio registou temperaturas extremamente baixas, entre 2.0 a 2.5 °C abaixo da média, nas zonas mais a sul. A média nacional foi 1.6°C abaixo da média mensal de Maio. Tudo isto com muita precipitação à mistura. Segundo Georgina Griffiths, do NIWA, este mês de Maio foi o mais frio de que há registo.
Acresce ainda a falta de sol que afectou muitas zonas, deixando a população deprimida. Felizmente, Junho já lhes trouxe mais sol, mas o frio está para ficar. Mas como eles gostam de esquiar, o problema está resolvido, com muitas estações a abrirem muito antes do habitual...
www.niwa.co.nz/our-science/climate/publications/all/cs/monthly/mclimsum-09-06
www.niwa.co.nz/our-science/climate/publications/all/cs/monthly/mclimsum-09-05
www.times-age.co.nz/local/news/may-the-coldest-on-record-niwa-figures-show/3901165/
www.skiinfo.com/News-104-en.jhtml?a=139506
Na Nova Zelândia, Maio registou temperaturas extremamente baixas, entre 2.0 a 2.5 °C abaixo da média, nas zonas mais a sul. A média nacional foi 1.6°C abaixo da média mensal de Maio. Tudo isto com muita precipitação à mistura. Segundo Georgina Griffiths, do NIWA, este mês de Maio foi o mais frio de que há registo.
Acresce ainda a falta de sol que afectou muitas zonas, deixando a população deprimida. Felizmente, Junho já lhes trouxe mais sol, mas o frio está para ficar. Mas como eles gostam de esquiar, o problema está resolvido, com muitas estações a abrirem muito antes do habitual...
www.niwa.co.nz/our-science/climate/publications/all/cs/monthly/mclimsum-09-06
www.niwa.co.nz/our-science/climate/publications/all/cs/monthly/mclimsum-09-05
www.times-age.co.nz/local/news/may-the-coldest-on-record-niwa-figures-show/3901165/
www.skiinfo.com/News-104-en.jhtml?a=139506
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Mais mar a baixar
Depois da análise de ontem ao nível do mar, observado em três marégrafos próximos do país (Continente), recebi três mensagens de desagrado. Nelas há um denominador comum: como é possível o mar estar a descer, se toda a gente afirma o contrário?
Tal seria efectivamente possível: assim como as temperaturas sobem nuns locais, descem noutras. Poderia por isso acontecer que nós Portugueses estevessemos com sorte, com as desgraças do Gore e companhia a não nos afectarem. Por isso, fui mais longe, ampliando a área abrangida pela análise, com mais três estações. Continuam localizadas no Atlântico europeu e africano, e reforçam a análise de ontem.
Em Palmeira, em Cabo Verde, a tendência nos dois primeiros períodos de três anos foi decrescente, mas subiu nos últimos três anos. Note-se uma falta importante de dois blocos de dados. A análise global dos últimos nove anos é mesmo assim positiva, com uma subida correspondente a pouco mais de 54 cm por século.
Em Newlyn, no Reino Unido, nos dois últimos períodos de três anos, a tendência foi claramente descendente. À velocidade a que desceu nos últimos três anos, o nível dos mares desceria 1.60 metros em 100 anos! Se considerarmos os últimos nove anos, mesmo assim a tendência é decrescente, de cerca de 9 cm por século.
O caso mais interessante é o de Brest em França. Nos últimos três períodos de três anos, a tendência foi sempre decrescente. Considerando os últimos nove anos, a tendência é descrescente, com uma descida correspondente a quase meio metro durante um século.
Adicionalmente, o caso de Brest é paradigmático, dado que é uma estação com dados desde 1846. E que acompanhou durante as últimas décadas a tendência de subida observada. Porque estará o nível do mar a descer aí? Será porque toda a gente afirma o contrário???
Mar não sobe à volta de Portugal...
Uma análise dos dados disponíveis sobre o nível dos mares revela que a situação que se verifica à volta de Portugal é tudo menos alarmista. Há muito que sigo este temática, e avolumam-se os sintomas que alguma coisa não vai bem neste domínio. A nível nacional, porque os dados existentes são inexistentes ou maus. Ou então existem, mas não chegam às Bases de Dados Internacionais.
Em frente. Na falta de dados do último semestre, relativos a dados de satélite, no site da Universidade de Colorado, fui procurar os dados dos marégrafos próximos de nós. A primeira surpresa é a falta surpreendente de Cascais que é dada como inactiva, ou com dados ultrapasssados. Nos dados recolhidos da Base de Dados GLOSS, das quatro estações em Portugal, apenas a de Ponta Delgada se aproveita minimamente, embora com grandes falhas.
Por isso, fui buscar mais duas estações de Espanha, que permitiam uma triangulação da costa Portuguesa. Os dados diários foram tratados numa folha de cálculo, calculando-se para os três períodos de três anos anteriores, qual a tendência (regressão linear) de evolução do nível dos mares. Os resultados são muito engraçados!
Em La Coruna, o mais próximo da costa portuguesa, a tendência foi de descida em dois dos períodos de três anos. Considerando os nove anos, a tendência é de subida, à taxa de 0.7mm por ano, o que dá uma subida por século de 7cm, menos de metade da subida de 18cm observada em todo o século XX.
Ponta Delgada revelou uma tendência de crescimento em todos os três períodos de três anos. Note-se todavia a falta significativa de valores. A subida observada ao longo dos nove anos pressupõe uma subida maior do nível dos mares, e a manter-se esta tendência, a subida seria de cerca de 77cm em 100 anos.
Finalmente, em Las Palmas, que tem a série mais completa de dados, não há dúvidas: o mar está a descer à volta das Canárias! Até à vista desarmada se confirma que os valores vão descendo ao longo dos últimos anos. Se se considerarem os últimos seis anos, e se se mantivesse essa tendência, este século significaria uma redução de cerca de 14cm no nível do mar!
terça-feira, 7 de julho de 2009
Legado de Pinho
Agora que o Pinho se foi, vão-se sabendo mais algumas verdades. Como a de termos a gasolina mais cara da União Europeia antes de impostos. Tal foi verdade para o primeiro semestre, em que descontando os impostos, o nosso país é mesmo o que pratica o preço da gasolina mais caro entre os 27 estados-membros.
É claro que o presidente da Galp Energia, Ferreira de Oliveira veio logo tranquilizar-nos, garantindo que os preços médios dos combustíveis em Portugal foram inferiores aos praticados em Espanha durante o primeiro semestre deste ano. Convenientemente, acrescentou agora na RTP que são esperadas novas quedas acentuadas nos preços dos combustíveis, em breve.
Que (in)conveniente!
www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=376424
É claro que o presidente da Galp Energia, Ferreira de Oliveira veio logo tranquilizar-nos, garantindo que os preços médios dos combustíveis em Portugal foram inferiores aos praticados em Espanha durante o primeiro semestre deste ano. Convenientemente, acrescentou agora na RTP que são esperadas novas quedas acentuadas nos preços dos combustíveis, em breve.
Que (in)conveniente!
www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=376424
Pesada herança
Anda meio mundo anestesiado com as notícias que andam por aí, quais zombies sem pensar, que nem se dão conta como estão a ser enganados. Vários leitores insurgiram-se contra o post de 2 de Julho, relativo à demissão do Manuel Pinho, papagaiando a propaganda do Governo, de que o Ministro Manuel Pinho até foi um grande ministro, nomeadamente na área da energia.
Por isso, vale a pena ler alguns mais elucidados. Como o artigo de opinião de Paulo Soares de Pinho, no Diário Económico de hoje, das quais retiro algumas pérolas:
"A promessa inicial era a de criar mais concorrência. Atribuídas as oito novas licenças para grupos de ciclo-combinado (...) Hoje constatamos que dos oito grupos anunciados apenas dois, os da EDP, foram efectivamente construídos. Ou seja, em vez de mais concorrência temos reforço da posição do operador incumbente."
"Consequentemente, foram sendo gerados gigantescos 'deficits tarifários' cujo montante será pago, com juros, por todos os consumidores nos anos mais próximos."
"Fala-se de sucesso nas renováveis. Quem teve de lidar com planos de negócio nessa área sabe bem que a rendibilidade desses projectos em Portugal é muito apelativa graças às elevadas tarifas oferecidas aos produtores e que os consumidores têm de pagar."
"Não é por acaso que temos o despautério fotovoltaico de Moura: que outro país pagaria tarifas tão elevadas a uma central?"
"Mas para os consumidores a pesada herança que este deixa para as próximas décadas é a de baixa concorrência, assim como um sobrecusto exagerado associado a tarifas elevadas nas renováveis, más apostas tecnológicas e ‘déficits' do passado, distorções que serão repercutidas nas tarifas futuras a pagar por todos nós."
http://economico.sapo.pt/noticias/pesada-heranca_14626.html
Por isso, vale a pena ler alguns mais elucidados. Como o artigo de opinião de Paulo Soares de Pinho, no Diário Económico de hoje, das quais retiro algumas pérolas:
"A promessa inicial era a de criar mais concorrência. Atribuídas as oito novas licenças para grupos de ciclo-combinado (...) Hoje constatamos que dos oito grupos anunciados apenas dois, os da EDP, foram efectivamente construídos. Ou seja, em vez de mais concorrência temos reforço da posição do operador incumbente."
"Consequentemente, foram sendo gerados gigantescos 'deficits tarifários' cujo montante será pago, com juros, por todos os consumidores nos anos mais próximos."
"Fala-se de sucesso nas renováveis. Quem teve de lidar com planos de negócio nessa área sabe bem que a rendibilidade desses projectos em Portugal é muito apelativa graças às elevadas tarifas oferecidas aos produtores e que os consumidores têm de pagar."
"Não é por acaso que temos o despautério fotovoltaico de Moura: que outro país pagaria tarifas tão elevadas a uma central?"
"Mas para os consumidores a pesada herança que este deixa para as próximas décadas é a de baixa concorrência, assim como um sobrecusto exagerado associado a tarifas elevadas nas renováveis, más apostas tecnológicas e ‘déficits' do passado, distorções que serão repercutidas nas tarifas futuras a pagar por todos nós."
http://economico.sapo.pt/noticias/pesada-heranca_14626.html
segunda-feira, 6 de julho de 2009
O mistério dos carneiros encolhidos
Os disparates que se dizem à volta do Aquecimento Global não têm fim... E volta e meia aparecem por aí, reciclados! Devem ser os mestrados, doutoramentos e pós-docs. Tudo re-embrulhado, com terror reforçado, para poder sair nas notícias. E assim justificar mais apoios, subsídios e financiamento.
Um leitor atento mandou-me um link para uma notícia que tem andado por aí nos últimos dias. É sobre as ovelhas e os carneiros da ilha de Hirta, na Escócia. Os carneiros estão encolhendo graças ao Aquecimento Global... E não é pela falta de comida, porque o problema é que há comida a mais! E como há comida a mais, aparentemente a selecção natural não funciona, e assim sobrevivem os mais aptos (ou mais gordos?) e os mais magros... O líder da pesquisa, o tretas do Tim Coulson, afirma que os animais estão agora 5% menores que em 1985!!!
Mas, e se os carneiros estivessem mais gordos, não seria também um problema do Aquecimento Global?
www.timesonline.co.uk/tol/news/uk/science/article1522223.ece
www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?edt=31&id=34667
Um leitor atento mandou-me um link para uma notícia que tem andado por aí nos últimos dias. É sobre as ovelhas e os carneiros da ilha de Hirta, na Escócia. Os carneiros estão encolhendo graças ao Aquecimento Global... E não é pela falta de comida, porque o problema é que há comida a mais! E como há comida a mais, aparentemente a selecção natural não funciona, e assim sobrevivem os mais aptos (ou mais gordos?) e os mais magros... O líder da pesquisa, o tretas do Tim Coulson, afirma que os animais estão agora 5% menores que em 1985!!!
Mas, e se os carneiros estivessem mais gordos, não seria também um problema do Aquecimento Global?
www.timesonline.co.uk/tol/news/uk/science/article1522223.ece
www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?edt=31&id=34667
domingo, 5 de julho de 2009
Viver na Idade Média
Em Portugal ainda há pessoas a viver como na Idade Média, ou quase. Em Boticas, na localidade de Casas da Serra, os dois últimos habitantes, os irmãos Manuel e José Ferreira, viram propagar-se pela serra um parque eólico com dezenas de aerogeradores mas só no próximo Outono é que vão ter luz eléctrica na localidade, onde nunca chegou a energia eléctrica! Nem frigorífico, nem rádio, nem televisão... Entretanto, os irmãos guardam carne salgada e, da terra que cultivam, retiram os restantes alimentos. O resto do tempo é passado entre trabalhos que arranjam em outras aldeias, a olhar a paisagem ou a dormir. À noite recorrem à iluminação dos candeeiros a petróleo.
No Século XXI é possível disseminar dezenas de aero-geradores, mas fazer chegar algo tão essencial a casa das pessoas não é justificável economicamente? Por esta e certamente outras razões, as pessoas foram indo embora... Como o caso do casal Domingos e Alzira Ferreira, que deixaram Casas da Serra há dois anos para irem viver para Quintas, aldeia perto da vila de Boticas. A Alzira é clara: "Saímos de lá porque não havia luz. Puseram lá as ventoinhas mas não puseram luz. Aqui até já temos frigorífico".
Agora, a cerca de três meses das eleições, o presidente da Câmara de Boticas, Fernando Campos, promete a energia eléctrica no próximo Inverno. A coincidência é espantosa: "Em fins de Setembro ou meados de Outubro o problema estará solucionado". Será que não é apenas mais uma promessa???
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/524525
No Século XXI é possível disseminar dezenas de aero-geradores, mas fazer chegar algo tão essencial a casa das pessoas não é justificável economicamente? Por esta e certamente outras razões, as pessoas foram indo embora... Como o caso do casal Domingos e Alzira Ferreira, que deixaram Casas da Serra há dois anos para irem viver para Quintas, aldeia perto da vila de Boticas. A Alzira é clara: "Saímos de lá porque não havia luz. Puseram lá as ventoinhas mas não puseram luz. Aqui até já temos frigorífico".
Agora, a cerca de três meses das eleições, o presidente da Câmara de Boticas, Fernando Campos, promete a energia eléctrica no próximo Inverno. A coincidência é espantosa: "Em fins de Setembro ou meados de Outubro o problema estará solucionado". Será que não é apenas mais uma promessa???
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/524525
sábado, 4 de julho de 2009
Viajar de pé
O que não lembra aos ecologistas, lembra aos chineses! A emissora CFTV noticiou que a companhia aérea chinesa Spring Airlines considera a possibilidade de fabricar aviões que permitam que os passageiros viajem de pé. Com isto, conseguem enfiar mais 40% de pessoas nos aviões, o que equivale a dizer que a pegada de carbono se reduz mais coisa, menos coisa, nessa proporção. Mas a pegada dos viajantes não se deve ficar por aí...
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=396962
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=396962
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Pega de frente
Não há dúvidas que as minas são sempre sinónimo de confusões. E as minas de Aljustrel são ainda mais. Porque "Os Verdes" e os seus amigos, não gostam de minas, mas gostam das suas minas no Alentejo. E o Pinho, em vésperas de eleições, parece que foi lá passar um cheque da EDP ao clube de futebol local, enquanto cidadão e não como ministro. Dito pelo Bernardino Soares, que foi enfrentado pelo ministro, com uma pega de frente, com um belo par de cornos...
Por isso, e por ser um dos Ministros da treta deste governo, aqui também pegado de frente, só pode ir de carrinho...
Actualização 19:34: Foi mesmo de carrinho!
www.portalalentejano.com/?p=1251
www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=32872&Itemid=581
Por isso, e por ser um dos Ministros da treta deste governo, aqui também pegado de frente, só pode ir de carrinho...
Actualização 19:34: Foi mesmo de carrinho!
www.portalalentejano.com/?p=1251
www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=32872&Itemid=581
quarta-feira, 1 de julho de 2009
O Indiano é que sabe!
O ministro do Ambiente da Índia, Jairam Ramesh, anunciou que rejeitará qualquer tratado que vise reduzir as emissões de gases de efeito de estufa na Índia. Para ele, quem deve arcar com isso são os países industrializados. Para um país onde cerca de 800 milhões de pessoas vivem com menos de dois euros por dia, não há negociação neste domínio!
O ministro está igualmente a envolver o Brasil, China e África do Sul no processo. Os indianos são responsáveis por apenas 4.6% das emissões globais, enquanto os Estados Unidos são responsáveis por 20.9%. Grande Ministro! O Al e o Obama que paguem...
www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601091&sid=aWs0Pts2Kxes