A entrevista do Ministro do Ambiente ao Público de hoje é verdadeiramente surpreendente! Tão surpreendente, que eu admito que ainda não tenha sido demitido, porque o nosso primeiro está demasiado longe.
A parte mais sensacional é relativa à questão do aeroporto. Diz que ainda "É muito cedo para o Ministério do Ambiente se pronunciar em definitivo e de forma categórica, como lhe cabe fazer. Nós temos a última palavra, porque a lei assim o determina.". O Sócrates não deverá estar muito surpreendido, até porque a sua carreia política ganhou dimensão da mesma forma... Quem não se lembra da co-incineração?
A coerência aparece noutra parte da entrevista: "Na hora da verdade, cada ministério tem de falar por si. O PNAC é um programa do Governo, não do meu ministério.". Só diz isto quem sabe que tem que fugir com o rabo à seringa. Mas não há problema: "Se Portugal não conseguir reduzir as emissões tanto quanto o desejável, vai conseguir [fazê-lo] noutras partes do mundo.". Detectam-se aqui ambições imperialistas?
As barragens são outra pérola: "Quem vai fazer essas barragens não é o Estado. Vão ser investidores privados.". E prossegue dizendo que "Criar reservas de armazenamento de água é a primeira resposta a isso." e que "As barragens são uma resposta à alteração climática.". Acham que os privados vão alinhar numa de fazer barragens só para armazenar água???
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