Uma das supostas consequências mais dramáticas de Aquecimento Global é o avanço para os polos de todo o tipo de desgraças. Depois de derreter o gelo, de se libertar o metano das tundras, as árvores avançarão e ocuparão esse espaço. Tanto assim é que o IPCC, no seu relatório do Clima de 2007, no Grupo de Trabalho II, na vertente dos impactos, dá como garantido que a linha de avanço das florestas será significativa. No Grupo de Trabalho I, as conclusões são as mesmas.
O problema é que um estudo divulgado no Verão passado na revista Ecology Letters, não alinha por estas previsões catastrofistas. Para Harsch et al., que analisaram árvores em 166 locais, em 77 dos locais (47%) não houve avanço nem recuo da linha de floresta. Curiosa foi a associação do avanço das árvores com as temperaturas de Inverno, e não de Verão, como se supunha. O avanço é apenas claro quando há aumento das temperaturas de Inverno, e não quando há aumento de temperaturas exclusivamente no Verão.
Este estudo dá que pensar, sobretudo quando se tem assistido a um regresso dos Invernos muito frios a latitudes elevadas. Dá também para equacionar todos os trabalhos associados ao crescimento das árvores, dado que o estudo das temperaturas históricas está essencialmente baseado no crescimento dos anéis das árvores a latitudes elevadas.