O Capuchinho Vermelho ia à floresta visitar a avozinha para lhe oferecer delícias de Natal. Mal saiu da sua casa, ali na Rua do Século, perdeu-se. Não sabia de quem eram os terrenos, que estavam cheios de lixo, e ficou logo toda retalhada por silvas e garrafas de óleo. Para piorar as coisas, um camionista que passava por perto lançou uma beata a arder pela janela e tudo à sua volta pegou fogo. Capuchinho Vermelho ficou aflita mas não desistiu. Com o dinheiro do fundo florestal permanente, que descobriu embrulhado na cesta (prenda de Natal do Ministério dos Pequenos e Médios Latifúndios), alugou um Canadair a Espanha (com os contactos privilegiados da Administração Interna) e lá foi cantarolando e lançando jactos de água sobre pinheiros, eucaliptos e pensionistas voluntários. Quando por fim chegou a casa da avozinha, estava tudo silencioso. Tinha entrado em terrenos privados e ninguém lá punha os pés há pelos menos três gerações. Bateu à porta com energia e anunciou: "Avozinha, sou eu, o Capuchinho Vermelho." "Entra filha", ouviu-se no quarto. Capuchinho estranhou: não era voz trémula da avó. Seria um lobo? Não, que os lobos estão em vias de extinção. Um lince? Também não: morreram todos doentes na fronteira. Quando tudo estava a encaminhar-se para o pior não aparece um, mas milhares de caçadores com licenças de caça acabadinhas de renovar e uma excursão de ambientalistas em BTT. Tanto aparato no meio da floresta salvou o Capuchinho, que conseguiu escapulir-se sem ninguém dar por nada. Como já é hábito: ninguém dá por este Capuchinho. |
EcoTretas é um espaço dedicado a evidenciar os disparates que se dizem e fazem à volta da Ecologia. Especialmente dedicado aos ecologistas da treta, essa espécie que se preocupa mais com uma pata partida de um qualquer animal, do que com um fogo florestal! Aqueles que são anti-americanos, mas que gostam do Al Gore.
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
As agruras do Capuchinho Vermelho da Rua do Século
O jornal i adaptou alguns contos populares para "prendar" os ministros do nosso desgoverno. No meio da ficção contam-se algumas verdades... No caso da ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, saiu-lhe o capuchinho (realces da minha responsabilidade):