Estou consciente que os nossos vizinhos espanhóis têm um problema muito mais duro de roer, na vertente da energia, do que nós cá em Portugal. A herança de Zapatero é um abismo que ainda não se avista, mas que não tardará a ensombrar-nos! Um leitor atento chamou-nos a atenção para a razia que grassa aqui ao lado, nas tarifas das renováveis, e das eólicas em particular.
A proposta do Ministério de Indústria é radical: em vez de receberem subsídios durante 20 anos, baixa para 12 anos. O preço por KW/h baixa para 5.50 cêntimos, baixando igualmente as horas de funcionamento dos parques de 2100 horas para 1500 horas. O corte nos subsídios é estimado em 40%! A banca assim deixa de financiar, dado que baixam as elevadíssimas taxas internas de rentabilidade...
A Asociación Empresarial Eólica, uma espécie de APREN de nuestros hermanos, está à nora! Dispara em todas as direcções... Que não se vão cumprir os objectivos anteriores, que previam 27.860 MW para 2015. Que se instalarão apenas 500 dos 4200 MW previstos entre 2013 e 2015. Que se perdem 12.680 milhões de euros em investimento. Que perderão 40% da chucha!
Por lá, o Governo de Zapatero ainda presta um último serviço, com estas bandarilhas. O Rajoy dará a estocada final. Por cá, ainda esta semana o secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, dizia no Parlamento que "os CMEC são contratos que estão blindados". Nas renováveis nem se atreve a tocar... Ele terá muito a apreender com os socialistas espanhóis, mas mais ainda com o novo governo que se apresta para aprumar os nossos vizinhos do lado!