segunda-feira, 30 de junho de 2008

Sabor a esturro

A barragem do Sabor continua a cheirar a esturro. Uma obra indispensável para o País, que se arrasta há anos, teve hoje mais uma cerimónia de lançamento.

A Plataforma Sabor Livre aproveitou a ocasião para tornar pública a providência cautelar que interpôs em tribunal a pedir a suspensão das obras da barragem. O argumento? "Esta providência justifica-se pelo facto desta obra ser ilegal, uma vez que a Declaração de Impacte Ambiental (DIA) que a autoriza caducou a 15 de Junho."

Estes ambientalistas da treta já sabem que perderam todos os argumentos... Por isso, melhor estivessem calados!!!

http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1334063
www.quercus.pt/scid/webquercus/defaultArticleViewOne.asp?categoryID=415&articleID=2472

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Plantas sobem a montanha

Um artigo saído hoje no DN, baseado num artigo da revista Science, chama a atenção para o facto de que o calor leva as plantas a procurar o seu clima montanha acima. O artigo dá mesmo a sensação que as plantas tem pernas, e fogem montanha acima... Pelo menos 171 espécies, subiram em média 29 metros, entre 1986 e 2005, para escaparem ao aumento das temperaturas! A conclusão brilhante é do investigador francês Jonathan Lenoir, que investigou cinco regiões montanhosas europeias, com altitudes superiores a 2600 metros, nomeadamente nos Alpes, Pirenéus, Jura e Córsega.

Esta treta deste artigo faz-me lembrar outro de há duas semanas atrás, mas envolvendo répteis e anfíbios em Madagascar. Curiosamente, subiram mais em menos tempo, mas claro, são animais! O artigo até é giro, e dá para rir com tanta asneira. Como, por exemplo, o facto de que os investigadores da Universidade de Antananarivo ignorarem que, na sua cidade, as temperaturas tem baixado de forma sistemática nos últimos 100 anos, conforme pode ser observado no último link!

http://dn.sapo.pt/2008/06/27/ciencia/plantas_evitam_calor_montanha.html
www.livescience.com/animals/080612-mountain-species.html
http://data.giss.nasa.gov/cgi-bin/gistemp/gistemp_station.py?id=125670830002&data_set=1&num_neighbors=1

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Separar o lixo dá direito a multa!

Um leitor atento mandou-me um link relativamente a uma peça do "Nós por Cá", da SIC, que ilustra de forma eloquente como o Estado favorece aqueles que preservam o ambiente. Fátima Costa é, aparentemente, uma cidadã exemplar que cumpre meticulosamente a separação dos lixos.

Afinal, esta cidadã, é um mau exemplo. Foi notificada como uma arguida num processo de contra-ordenação por abandono de resíduos. Juntamente vinha uma prova do crime, um envelope com a morada dela. O problema é que o envelope foi encontrado perto da lixeira de Covelas, em Santo Tirso, a 15Km da morada da senhora. Ela própria descobriu que, nas imediações da lixeira, havia montanhas e montanhas de papel abandonado.

A CCRN exige entre 498 e 3740 euros. A Srª Fátima Costa agora destrói as moradas, mas eu acho que isso não é solução... Porque é que não se multa e entidade que faz o transporte do lixo? Afinal, ela já paga uma taxa do lixo!

Já agora, acrescentaria: tenham cuidado, muito cuidado. Se alguém deposita uma carta falsa com a vossa morada, à frente de um fiscal de uma qualquer Cãmara Municipal, habilitam-se a uma multa apropriada...

http://sic.aeiou.pt/online/scripts/2007/videopopup2008.aspx?videoId={F2B654DD-C298-4BD0-A8DB-494EBD4ACED9}

terça-feira, 17 de junho de 2008

A culpa é do balde!

A forma como as temperaturas são recolhidas, para daí se derivar o aquecimento global, é uma história sem fim. Esta é uma variante, que ilustra as inúmeras tretas sobre o assunto.

Primeiro, comecemos pela Nature. A mesma Nature dos últimos dias. Publicou recentemente um artigo em que se explica porque é que as temperaturas cresceram durante a segunda guerra mundial, e sofreram uma forte descida no seu final. Para os autores do artigo está resolvido o mistério desse aquecimento global. E explicam que os americanos foram incumbidos de medir as temperaturas durante a segunda guerra mundial, porque os ingleses tinham mais que fazer. Os americanos mediam a temperatura na sala das máquinas. Os ingleses, que retomaram o procedimento no final da guerra, lançavam um balde ao mar, içavam o dito, e mediam a temperatura de seguida. Obviamente, o processo dos americanos sofria de aquecimento localizado...

A tristeza que se tira deste artigo é muito grande. O assunto não é assim tão misterioso. Foi abordado no blog do Steve McIntyre há um ano. E tem pelo menos dez anos nas revistas da especialidade. Como é que é aceite pela Nature como novidade é um grande mistério!

Mas o pior é mesmo a evolução das temperaturas. Quem pode acreditar no que os cientistas são capazes de fazer para que as medições batam certo com a teoria? E vice-versa? Obviamente, já não se sabe o que é a realidade e o que é a ficção!

www.nature.com/nature/journal/v453/n7195/abs/nature06982.html
http://environment.newscientist.com/article/dn14006-buckets-to-blame-for-wartime-temperature-blip.html?DCMP=ILC-hmts&nsref=news7_head_dn14006
www.climateaudit.org/?p=1276
www.oceanclimate.de/English/Pacific_SST_1997.pdf
www.oceanclimate.de/English/Atlantic_SST_1998.pdf

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Para onde vai o mar?

Os satélites de altimetria que medem o nível do mar têm revelado dados muito interessantes nos últimos tempos. Enquanto o Jason-2 está prestes a ser lançado, o ainda Jason-1 tem revelado, desde finais de 2006, uma tendência bastante clara de descida do nível do mar. No último ano, quase todos os cálculos estão abaixo da tendência de subida de 3.2 +- 0.4mm por ano, enquanto a média de 60 dias vem descendo há quase dois anos.

Conjugando com os outros dados disponíveis, não há dúvida que muita gente vai ter que engolir em seco!

http://sealevel.colorado.edu/

domingo, 15 de junho de 2008

A hard rain's a-gonna fall

Bob Dylan emprestou a sua música "A hard rain's a-gonna fall" à Expo Zaragoza 2008. A Expo espanhola versa o tema da água e pretende ser a maior festa da água na Terra. Compreende-se. Espanha viveu nessa região a maior seca dos últimos 60 anos.

A Mãe Natureza não se fez rogada. Também participou, antecipando-se ao certame. E parece ter cantarolado a música do Dylan, com umas fortes chuvadas e inundações, que quase iam estragando a festa...

www.elmundo.es/especiales/2008/06/ciencia/expo_zaragoza/espectaculos/espectaculos02.html
www.elmundo.es/elmundo/2008/06/02/espana/1212386488.html
www.expozaragoza2008.es

sexta-feira, 13 de junho de 2008

As folhas das árvores

Uma publicação próxima na Nature promete poder ser uma reviravolta significativa na forma como o passado climático da Terra tem sido entendido. O novo estudo verifica que a temperatura interna das folhas das árvores permanece constante em redor de 21.4ºC. Independentemente da latitude.

Durante décadas, os cientistas que têm estudado o impacto do aquecimento global, têm medido os rácios dos isótopos de oxigénio nos anéis das árvores, para determinar a temperatura do ar e a humidade relativa.

Tudo isto poderá estar em causa. Ainda há dias publicava um artigo onde se demonstrava como os artigos da Nature não são assim tão fiáveis... Mas se este o fôr, pode estar aqui a explicação para a linearidade do cabo do "hockey-stick"!

www.sciencenews.org/view/generic/id/33137/title/Goldilocks_tree_leaves