Na sequência do post de ontem sobre o impacto das eólicas, Henrique Pereira dos Santos, no blog ambio, deu-me uma ideia interessante: quanto custaria deixar de ter as eólicas todas? Ora aqui está uma pergunta interessante, com uma resposta não muito difícil. Todos os dados são relativos ao primeiro trimestre de 2010, e têm como base os dados obtidos a partir da REN e do OMEL.
Primeiro, ao abolir a produção de eólicas, deixava-se de ter que pagar aos produtores eólicos. Segundo o valor médio do ano de 2009, 93.74 €/MWh, e tendo em conta a geração de 2872.2476 GWh, foram pagos aos produtores eólicos um pouco mais de 269 milhões de euros!
Segundo, a energia adicional necessária ao consumo teria que ser adquirida. Para os efeitos do presente cálculo, vou utilizar os preços do OMEL. O valor a adquirir por hora seguiu o seguinte algoritmo: se a produção eólica foi inferior à energia exportada, então não seria necessário importar energia adicional; nos restantes casos, teria que ser comprada o diferencial entre o total de energia eólica produzida e a o total de energia exportada, ao preço praticado no OMEL. Fazendo as contas, seria necessário efectuar compras de energia num valor ligeiramente superior a 52 milhões de euros.
Resumindo, se não existissem eólicas, o país teria poupado no primeiro trimestre de 2010 a módica quantia de 216667527.70 €. É claro que a brutalidade deste número tentará ser diminuída, não pela verdade dos números, mas pelos factos colaterais. Pela via das percas da economia verde, uma miragem em Portugal, especialmente depois desta semana a EDPR ter encomendado um conjunto recorde de turbinas, não ao consórcio nacional, mas à Vestas. Outros factores até seriam benéficos, como seja a optimização dos sistemas de turbinagem/bombagem, que seriam melhor geríveis na ausência das eólicas...