Saiu mais uma barbaridade sobre mamutes. Num recente estudo publicado na "Quaternary Science Reviews", com o título "Last glacial vegetation of northern Eurasia", Allen et al., argumentam que foram as alterações climáticas que levaram à extinção dos mamutes. Tudo, claro, baseado em modelos computacionais complexos...
A mensagem subliminar é clara: se aqueles simpáticos herbívoros morreram porque o planeta ficou mais quente, então por exemplo, os ursos polares não terão qualquer hipótese... Nós, por cá, temos jornalistas ávidos destas notícias. Filomena Naves, do Diário de Notícias, lançou imediatamente cá para fora a notícia: "Aquecimento da Terra ditou fim dos mamutes". Mas será que esta jornalista já não se lembra da última notícia com que nos brindou sobre mamutes? Pois é, foi há menos de três meses, e na altura o título foi "Extinção de herbívoros causou arrefecimento" a que nos referimos aqui.
Mas há mais estudos da treta sobre mamutes nas últimas semanas. Doughty et al., em "Biophysical feedbacks between the Pleistocene megafauna extinction and climate: The first human-induced global warming?" argumentam que os mamutes deixaram de comer bétulas, conclusão calculada a partir de um proxy de pólen. Em função disso, as bétulas prosperaram, o albedo aumentou, o calor aumentou e os mamutes morreram...
Resumindo, umas fogueiras dos homens das cavernas devem ter aquecido o Planeta; em função disso, os mamutes começaram a morrer (provavelmente no espeto), deixaram de comer bétulas e depois disso deixou de haver gases na atmosfera, e depois veio o arrefecimento? Não há pachorra para estes cientistas e jornalistas...