domingo, 3 de janeiro de 2010

Que seca de chuva!

Há um mês atrás, o Instituto de Meteorologia criou o Observatório de Secas. Segundo a respectiva página:

Este Observatório fará a monitorização da evolução das situações de seca meteorológica, dando indicação mensal sobre o grau de severidade e produzindo uma antevisão da evolução com cenários baseados em probabilidades de ocorrência de precipitação no médio prazo.

Um mês depois, o relatório é ainda o de Novembro. Mas para o comum dos mortais, quem anda à chuva, molha-se. Quem lê os jornais, pode ler no Público que a Albufeira da barragem de Alqueva nunca esteve tão cheia, no Jornal de Notícias que as Barragens estão perto da capacidade máxima, ou então no Correio da Manhã que o Ribatejo está debaixo de água... E na Internet, pelo SNIRH, podemos confirmar que apenas três das doze bacias hidrográficas estavam no final do mês passado ligeiramente abaixo dos valores médios.

Ficamos a aguardar ansiosamente a informação mensal prometida pelo Instituto de Meteorologia!

sábado, 2 de janeiro de 2010

Glaciares a derreter com II Guerra Mundial

Depois de artigos recentes terem revelado que a diminuição recente dos glaciares não é um caso único em termos históricos, saiu mais um paper peer-reviewed a afirmar que o recuo dos glaciares nos Alpes foi mais acelerada nos anos 40. Os realces do abstract, são da minha responsabilidade:

A 94-year time series of annual glacier melt at four high elevation sites in the European Alps is used to investigate the effect of global dimming and brightening of solar radiation on glacier mass balance. Snow and ice melt was stronger in the 1940s than in recent years, in spite of significantly higher air temperatures in the present decade. An inner Alpine radiation record shows that in the 1940s global shortwave radiation over the summer months was 8% above the long-term average and significantly higher than today, favoring rapid glacier mass loss. Dimming of solar radiation from the 1950s until the 1980s is in line with reduced melt rates and advancing glaciers.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Ano novo, ideias velhas

Neste novo ano de 2010, um leitor chama-me a atenção para as ideias velhas. Não é que o Mário Soares, mais conhecido como montador de tartarugas, do que especialista em clima, pôs cá fora esta semana, um artigo de opinião no Diário de Notícias, típico daqueles que já passaram o seu tempo? Leiam o parágrafo seguinte, extraído do artigo, para terem uma ideia do que aí vem, com os realces da minha responsabilidade:

Prevê-se agora que, a continuar assim, o aquecimento mundial até ao final do século subirá 3 graus ou mais. Iremos ter uma subida regular das águas do mar, não de centímetros mas de metros. O que fará desaparecer algumas ilhas e recuar as zonas costeiras de certos países marítimos, como o nosso. Os excessos climáticos, chuvas torrenciais, ventos ciclópicos, tsunamis, furacões, tremores de terra e, por outro lado, secas, calor excessivo, desertificação, decréscimo das florestas, sensível diminuição da biodiversidade, vão tornar-se frequentes. Não é uma perspectiva agradável para ninguém, sobretudo para as jovens gerações.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Menos gelo no Árctico no Holoceno

O que os alarmistas mais temem são os artigos peer-reviewed que colocam em causa a excepcionalidade dos números presentes. Para eles saiu mais um, "Holocene fluctuations in Arctic sea-ice cover: dinocyst-based reconstructions for the eastern Chukchi Sea", de McKay et al., no "Canadian Journal of Earth Sciences".

A leitura do abstract, não deixa qualquer dúvida. Dados do mar de Chukchi, no Alaska, demonstram um decréscimo na área de gelo marítimo, e um aumento de temperaturas de Verão nos últimos 9000 anos. Essas temperaturas mais elevadas e de menor gelo marítimo ocorrem em ciclos milenares, tendo variado claramente durante o Holoceno.

A pergunta que fica no ar, é como sobreviveram os ursos polares à falta de gelo há milhares de anos? Porque a causa deste aquecimento no passado, já sabem os leitores do blog, deve-se às fogueiras dos homens das cavernas...

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Cartunistas a malhar no Aquecimento Global


Já aqui tinha referido como os cartunistas se estão deliciando com este Inverno. Agora, alguém lembrou-se de juntar um conjunto de cartoons a malhar no Aquecimento Global, e afins! Não percam em www.climatechangefraud.com/humor/5967-2009s-hysterical-cartoons-about-climate-hysteria!

Psicanálise ambiental

Deparei-me com dois posts maravilhosos, um de um psicanalista e outro de uma psiquiatra, que aqui não posso deixar de recomendar. No primeiro, Rogério Silva, do blog Freud Explica, transcreve uma carta satírica, mas baseada em factos reais, do Zé agricultor, para o Luiz da Cidade. Não deixem de ler na íntegra, da qual destaco esta transcrição deliciosa, que me fez lembrar logo algo:

Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.
Fui no escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no Ibama da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vir fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo aí eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foram os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.


Vanessa Marsden, do blog Psiquiatria e Toxicodependência, dá-nos uma visão espantosa da época histérica em que vivemos. Não percam o post La Hystérie Époque, dele destacando o seguinte parágrafo:

Recentemente, porém tenho andado a pensar em outro assunto que virou debate histérico, de fé mesmo. É o chamado "Aquecimento Global". Desde os tempos da Eco 92 o assunto cresceu e tomou uma dimensão assustadora. Para os eco-xiitas, virou uma doutrina, quase uma idéia delírio, que não se reduz à argumentação lógica. Não quero dizer que nós não temos efeitos sobre o meio ambiente, mas sim que este assunto fugiu do normal. Tentar discutir com um eco\green outras hipóteses e teorias é gastar saliva à toa. Mesmo com o climategate, a divulgação de emails nos quais conceituados pesquisadores climáticos conversam sobre como manipular dados da melhor forma para provar que o aquecimento global existe, não se consegue penetração. É histeria pura. Ou se acredita ou não.... E para mim, quando se chega nesse ponto, deixou-se de ser ciência.

Contar à maneira do IPCC

Os alarmistas, à falta de melhor argumento, costumam referenciar os milhares de cientistas que contribuem para o consenso do IPCC. O número mais citado é o dos 4000 cientistas, mas outros valores costumam ser inventados.

O documento aqui referenciado desmonta todavia, de forma categórica, os números do IPCC. Se forem removidos os nomes duplicados (porque referenciados em vários grupos), o número desce para 2900. Se quisermos apenas referenciar os que explicitamente suportam a argumentação, então são apenas cerca de 60. E no meio desses nomes aparecem muitos que não são cientistas, como advogados, activistas, responsáveis por sites, e até assistentes administrativos...

Se quiserem aprender a fazer contas à moda do IPCC, leiam este curto documento.