segunda-feira, 31 de maio de 2010

O clima muda todos os dias em Roland Garros

Num artigo da semana passada, o jornal desportivo Record relatava:

Este foi o primeiro dia em que as alterações climáticas criaram problemas nos cortes de Roland Garros. Com estas mudanças, pudemos assistir ainda aos desequilíbrios que as paragens forçadas criaram em alguns jogadores e ainda às mudanças do próprio estilo de jogo (bolas mais lentas e jogadas mais longas).

Não há dúvidas que para os jornalistas desportivos, uma simples alteração da direcção do vento deve ser um forte indicador de alterações climáticas. E então, de uns pequenos aguaceiros, já nem se fala... Vejam a descrição mais pormenorizada de um canal de meteorologia, para verificar porque tanta gente confunde o que são alterações climáticas com o tempo que faz...

domingo, 30 de maio de 2010

20 Motoristas do primeiro

Uma notícia do outro dia, no Correio da Manhã, evidencia como estratégias públicas contribuem para que o desemprego não seja maior em Portugal. De acordo com a notícia, só o primeiro-ministro contratou 12 motoristas. Fui procurar no Diário da República online a confirmação da notícia, e verdade, ela aqui está!

Mas uma pesquisa rápida no Google revela mais motoristas do primeiro-ministro. Neste exemplo há mais seis motoristas, com mais um aqui, e outro aqui. Ao todo 20 motoristas, só para o primeiro-ministro, um contraste significativo com outros exemplos, como o do novo Governo inglês, que conforme esta notícia do Público, dá o exemplo doutro modo:

Os ministros deixarão ter um motorista particular para conduzir o seu carro, salvo em "circunstâncias muito excepcionais". O secretário do Tesouro britânico, David Laws, que quando assumiu o cargo abdicou do seu Jaguar com motorista, disse mesmo esperar que os ministros vão para o trabalho "a pé ou de transporte público sempre que possível".

sábado, 29 de maio de 2010

Sobreequipamento

O Decreto-Lei n.º 51/2010 de 20 de Maio passou despercebido, excepto obviamente para os interessados. A leitura de partes da introdução explica rapidamente porque ninguém ouviu falar de mais esta negociata:

Através da instalação limitada de novos aerogeradores, designada por sobreequipamento, destinados a aumentar a potência instalada em centrais eólicas é possível incrementar a respectiva capacidade instalada, com menores impactes sobre o ambiente e o território do que a instalação de novas centrais eólicas, ao mesmo tempo que se racionaliza a utilização das infra -estruturas existentes da Rede Eléctrica de Serviço Público (RESP).

Neste contexto, o Decreto -Lei n.º 225/2007, de 31 de Maio, estabeleceu, entre outras medidas, o sobreequipamento de centrais eólicas licenciadas ou em licenciamento, até ao limite de 20 % da capacidade de injecção licenciada.

Assim, o presente decreto -lei mantém a possibilidade de sobreequipamento até ao limite de 20% da capacidade de injecção de potência na RESP previamente atribuída e, ao mesmo tempo, obriga à instalação em todos os aerogeradores de equipamentos destinados a suportar cavas de tensão e fornecimento de energia reactiva durante essas cavas para reforçar a segurança da RESP e a qualidade de serviço.

Resumindo, o défice tarifário, que já é grande, vai ficar maior! Para além disso, os promotores eólicos podem instalar muitas mais torres por aí, mesmo em zonas sensíveis, sem grandes dificuldades:

5 — Considera -se que o sobreequipamento não tem impacte negativo importante no ambiente e não é susceptível de afectar o sítio onde se pretende efectuar essa instalação de forma significativa, não estando sujeito a avaliação de impacte ambiental ou a avaliação de
incidência ambiental, nos seguintes casos:
a) Quando, em áreas não sensíveis, o sobreequipamento não implique a instalação de 20 ou mais torres e a distância de outro parque similar não passe a ser inferior a 2 km;
b) Quando, em áreas sensíveis, o sobreequipamento não implique a instalação de 10 ou mais torres e a distância de outro parque similar não passe a ser inferior a 2 km.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ajustes directos ecológicos

Há mais de um ano havíamo-nos referido ao site transparencia-pt.org como um excelente exemplo de evidenciação das maroscas que se cometem neste país. Com a exposição de casos genéricos verificada esta semana, lembramo-nos de ir consultar a Base. Eis algumas importantes descobertas (lembrem-se que tudo isto é por ajuste directa, nada de Concursos):

E ficamo-nos por aqui, por hoje. Foram cerca de 2 milhões de euros em alguns minutos de pesquisa! Sigam os links e pesquisem, para poderem perceber para onde realmente vão os nosssos impostos, e porque existe um défice tão grande...

Verdades sobre carros eléctricos

Os portugueses que já ouviram falar do carro eléctrico, andam a sonhar com um futuro risonho, com muitos descontos, e gasosa quase de borla. É isso o que os políticos mentirosos andam a prometer! À medida que se vai descobrindo a verdade, vamos ficar a saber que todos estes actores que andam a engordar à nossa custa, não vão querer obviamente fazer dieta...

As noticias que saíram ontem no Diário Económico são um exemplo. Vejamos apenas o início:

As empresas que queiram disponibilizar aos seus clientes postos de carregamento para carros eléctricos terão de pagar três mil euros por cada coluna central de abastecimento. Isto no caso dos postos que fazem os carregamentos mais lentos, conforme revelou a Efacec, empresa que criou estes equipamentos eléctricos.

Estão a ver como não vai ser ligar o carro na ficha eléctrica? Nã, nã! Estas tomadas vão ser especiais de corrida:

O investimento necessário para ter postos de carregamentos, contudo, não se fica por aqui. A esta coluna central terão de ser ligadas várias saídas de carregamento, semelhantes a tomadas - cada uma, adianta a Efacec, vai custar 1.500 euros.

Mas ainda se pode pensar que o custo é para o sistema de meter as moedinhas, a gestão, etc? Nã... Para os particulares também vai haver tomadas especiais:

A Siemens vai produzir sistemas de carregamento para veículos eléctricos a instalar nas habitações, no âmbito do programa de mobilidade eléctrica (MOBI.E) que está a ser desenvolvido pelo Governo, anunciou esta sexta-feira o presidente do grupo em Portugal.

Será que ainda vamos ter saudades das bombas de abastecimento?

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Francelhos da RAVE

O blog ambio têm-nos surpreendido por uma visão cada vez mais realista, do Ambiente e Sociedade em que vivemos. Num post de hoje, reflecte sobre a realidade do francelho (um pequeno falcão). No post faz-se referência a um artigo do Público de hoje, que se congratula pelo nascimento de umas quantas crias de francelho em cativeiro.

Como Henrique Pereira dos Santos aborda, o problema nem é este. O problema é que a brincadeira custa 250.000 euros!!! E quase todo esse dinheiro vem dos nossos impostos... Até a RAVE apoia, provavelmente esperando que o falcão possa ajudar, imagino eu, na caça dos ratos da linha de alta velocidade? Uma enorme estupidez, quando o próprio artigo do Público refere que "a colónia mais próxima de Évora tem 42 casais e fica numa propriedade privada, a oito quilómetros do centro da cidade".

Metano às toneladas e megadigestões

Os leitores habituais sabem que eu costumo gozar com as causas dos Aquecimentos Globais do passado. A mais habitual foi a de que as fogueiras dos Homens das Cavernas foram as responsáveis pelo Óptimo Climático do Holoceno... Mas há outras teorias, estas de cientistas estúpidos. Veja-se o caso do seguinte estudo de Felisa A. Smith, et al., referenciado ante-ontem no DN:

Há 12 500 anos, a chegada do 'Homo sapiens' ao Novo Mundo levou à extinção de grandes herbívoros, como os mastodontes ou os mamutes, diminuindo as emissões de metano.

Ou seja, os homens das cavernas não fizeram fogueiras, mas mataram os grandes herbívoros, e reduziram assim as emissões de metano? Grande combinação! Note-se o entusiasmo da jornalista Filomena Naves:

Há 13 400 anos o continente americano era um paraíso para mais de uma centena de espécies de herbívoros gigantes, que produziam metano às toneladas com as sua megadigestões.

E eu a pensar que se ía falar da Europa, Ásia ou África... Mas não! Os culpados foram os Índios Americanos:

Mas, com a chegada dos primeiros Homo sapiens ao Novo Mundo por essa altura, isso mudou. A caça intensiva que a espécie humana fez a esta megafauna contribuiu para o seu desaparecimento. E a quebra na produção de metano que isso implicou ter-se-á repercutido também numa alteração climática abrupta (de arrefecimento súbito do planeta) que então ocorreu (durou um milénio) e ficou conhecida por Younger Dryas.

Vejam lá o que os humanos podem fazer! Hoje somos biliões e não conseguimos aquecer o planeta como deve ser. Mas há uns milhares de anos, para aqueles lados eram certamente menos de um milhão (valor provável para todo o planeta na altura), e conseguiram ter um impacto maior que nós, no presente??? Francamente!

Mas como não conseguem provar a influência antropogénica no clima actual, prova-se no passado:

De acordo com os investigadores, a influência dos seres humanos no clima terá assim começado bem antes do recente capítulo da revolução industrial, com as suas emissões de gases com efeito de estufa devido à queima dos combustíveis fósseis.

Não tive ainda oportunidade de ler o artigo original, mas é certamente um óptimo exemplo da Ciência da Treta que os cientistas do nosso planeta produzem! Não devem ter visto o Manny na Idade do Gelo...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Pobres Italianos

Depois dos estudos que revelam a catástrofe que representa a Economia Verde em Espanha, Dinamarca e Alemanha, um leitor atento indicou-nos uma nova direcção. Um novo estudo, agora sobre a realidade italiana, é uma nova machadada nos defensores da Economia Verde. Da autoria de Luciano Lavecchia e Carlo Stagnaro, membros do Instituto Bruno Leoni, o estudo desanca essencialmente na componente do emprego associado repetidamente à Economia Verde.

No caso de Itália, as conclusões são ainda mais dramáticas, até porque aquele país nem é produtor de tecnologias nesta área, nem tão pouco exportador. Numa conclusão que não surpreende, dadas as características do país, a mesma quantidade de capital utilizada para criar um emprego verde, daria para criar 6.9 empregos na indústria ou 4.8 empregos na economia em geral!

Pobres italianos, também!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Mais pobres 8 milhões no primeiro trimestre

Há quase um mês havia calculado quanto haviam custado as eólicas, aos Portugueses, durante o primeiro trimestre de 2010: cerca de 216 milhões de euros!!! Na altura não calculei o custo do fotovoltaico, porque sabia ser um valor claramente inferior. Tal deve-se essencialmente à potência instalada, e logo a energia produzida, ser muito inferior à da energia eólica.

Mas as contas não são difíceis de fazer. Foram produzidos no primeiro trimestre cerca de 26.5 GWh a partir de sistemas fotovoltaicos. Ao preço médio de 2009, uns incríveis 327.4 €/MWh, a factura foi de uns impressionantes 8672367.64 €. A mesma energia, comprada no OMEL, teria custado apenas 669649.82 €, mais de 10 vezes mais barato!!!

Se o negócio eólico foi mau, o solar é muito pior. Produziu-se mais 108 vezes de energia eólica que de energia solar, mas o sobrecusto da eólica foi de apenas 27 vezes. A isto há que acrescer que a maioria da produção solar se verifica na central da Amareleja, o que significa que estes subsídios vão maioritariamente para o bolso dos Espanhois...

domingo, 23 de maio de 2010

Morte dos termómetros

Já nos referimos aqui ao facto das temperaturas não serem de confiança. São multiplos os problemas associados, sendo que JoNova arranjou uma forma interessante de confirmar como tem desaparecido a grande maioria das estações meteorológicas, que contam para efeitos do GHCN. O artigo completo está aqui, sendo que uma animação ainda mais completa, desde 1701 até hoje, está disponível aqui.

Actualização: Perante um dúvida de um leitor, deve notar-se que a maioria das estações meteorológicas ainda existe, mas que não são contabilizadas nos valores médios globais pelo referido GHCN.

sábado, 22 de maio de 2010

Neve fresquinha nos Alpes

Enquanto aqui em Portugal continuamos com muito calorzinho, a época de esqui continua na Europa central e de norte. Quando há alguns anos muitos auguravam o fim dos desportos de Inverno, poucos pensavam que em meados do mês de Maio continuassem vários estações abertas, um pouco por toda a Europa central e do norte. Nalgumas estações está mesmo a cair neve fresca, com temperaturas entre os -5 e -10ºC!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Buraco de todo o tamanho

Já aqui me tinha referido à bronca que começava a estalar em Espanha, sobre a insustentabilidade das energias alternativas de nuestros hermanos. A bronca foi crescendo um bocado por todo o lado, e agora chegou aos Estados Unidos. Eles descobriram que o exemplo do seu Presidente Obama é afinal um buraco de todo o tamanho! Os espanhóis já não conseguem negar as evidências, como se atesta por esta notícia de página inteira no La Gaceta de hoje. Para quando o acordar, no nosso país?

Venha o ansiado Aquecimento

Um leitor atento apontou-me para a activação do Plano de Contingência para as Ondas de Calor de 2010 no passado dia 15 de Maio, mesmo a tempo de ter propaganda garantida com estes dias de maior calor. Recomenda-se a leitura do documento mais pormenorizado, da autoria da DGS, que realmente incorpora algumas sugestões válidas. Recomenda-se igualmente a visita ao microsite "Especial Verão".

O que é incompreensível é que a DGS continue tão obcecada com o Aquecimento Global, quando se sabe que morrem mais pessoas vítimas do frio, do que do calor. Já me referi a vários cenários destes anteriormente. Autores do IPCC alinham pelo mesmo diapasão. A mesma DGS admite-o de forma clara, dizendo que o frio mata mais que o calor, mas não faz nada!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Vaquinhas tecnológicas

Um estudo do fabricante de computadores HP diz que 10 vacas são o suficiente para alimentar de energia um servidor Internet. Este estudo da treta, que mais não faz do que ruminar e regurgitar estudos passados, explica como uma hipotética quinta de 10000 vacas poderia ser suficiente para alimentar de energia um data-center de 1MW.

Mas este processo deglutivo dos engenheiros da HP foi mais rebuscado, como se espera do processo digestivo de uma verdadeira vaca. Um dos mais surpreendentes é que o calor dos computadores poderia servir para aquecer as vaquinhas! É óbvio que para isso os computadores teriam que estar bem pertinho das vaquinhas, para o processo de transferência de calor se fazer com eficiência. Mas não podemos ficar por aqui, porque 1 MW não é nada num data-center de jeito. Tomemos um exemplo dum data-center da Microsoft, já que dos do Google esta informação parece ser um segredo de estado, não fosse estar lá o Al Gore. Para alimentar os 198 MW do datacenter de Chicago, seriam necessárias 1980000 vaquinhas! Estão a ver o pasto que era necessário para essas vaquinhas todas???

terça-feira, 18 de maio de 2010

Descobrem-se as verdades, zangam-se as comadres

O provérbio está escrito ao contrário, mas é assim que se aplica, em cada vez mais cenários dos movimentos ambientalistas. No caso dos reaccionários membros do Climate Camp, entre outras barbaridades, há uma clara rejeição a voar de avião. Por isso, foi com grande perplexidade que essa comunidade descobriu que dois dos seus membros tinham ido pregar as suas ideias para a Bolívia, com uma viagem aérea de ida e volta de 19000 quilómetros. É claro que os beneficiados andam a justificar-se, e parece pelas suas declarações que gostaram da experiência. Espero que não lhe tomem o gosto...

Os pardais do Barão de S. João

No fim de semana foi inaugurado o Parque Eólico do Barão de S. João. Como de costume, a intoxicação foi extensa. No artigo do Público linkado atrás, a quantidade de asneiras é impressionante, destacando as três seguintes:
  • "Os estudos apontam para um cenário de produção de 153 gigawatts por hora": Obviamente, o jornalista não percebe muito de medidas!
  • "Para uma cidade que em 2008 tinha pouco mais de 28 mil habitantes, (...), o parque ontem inaugurado é quase uma promessa de uma população inteiramente abastecida com energia renovável.": Como será nos dias sem vento?
  • "contando a partir de agora com aquele que é o maior parque eólico do país, segundo descreveu o ministro da Economia, Vieira da Silva, durante a inauguração.": Com 25 aero-geradores, fica longe de todos os que já reclamaram no passado o mesmo título.

Mas há coisas ainda piores! Parece que há tecnologias como GPS e radars envolvidas, para proteger as aves migratórias. Parece que elas estão preparadas para travar "as gigantescas pás sempre que se aproxima uma águia, cegonha, abutre ou um simples pardal". Talvez lá para o Verão passe por lá e largue um pombo, para ver se funciona mesmo... Para "Miguel Repas, da empresa STRIX, responsável pelo desenvolvimento desta nova tecnologia para parques eólicos, calcula que os aerogeradores deverão parar cerca de 150 horas por ano".

Também a história deste parque é sinistra. Henrique Pereira dos Santos conta-a de uma forma desconcertante, e de quem lidou directamente com os vários interessados. Parte da história relatada pelo HPS está devidamente relatada nas páginas 53 e seguintes, desta edição do Diário da República.

Dá para perceber como o caldo está todo entornado! Ainda mais interessante é perceber que são espanhóis os interessados, que o cluster eólico nacional nada beneficia dele, que as tarifas continuam a não ser referenciadas, e que quem sai mais prejudicado são os consumidores/contribuintes, em vez dos pardais.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A população de signatários da carta aberta publicada na Science

Já nos referimos aqui várias vezes ao blog "Falar do Tempo". Tem-se revelado por uma actualização constante dos temas envolvendo o Clima, em termos nacionais e internacionais. Num trabalho de investigação notável, o blogger investigou a vergonha dos signatários da carta aberta publicada na Science. A história ficou sobretudo conhecida pela barraca originada pela falsificação das imagens utilizadas no artigo.

Na análise efectuada, Falar do Tempo categoriza os signatários em função de vários parâmetros. Na imagem ao lado constatamos que a maior parte deles não têm credenciais no âmbito do domínio climático. Nós também os temos por cá, bastando lembrar-nos do filósofo Viriato Soromenho Marques, ou da socióloga Susana Fonseca, actual presidente da Quercus. Muitos têm a lata de dizer que os cépticos não têm qualificações, mas não olham para o seu umbigo! E este é apenas um dos muitos aspectos interessantes da análise. Vejam o resto das conclusões detalhadas em http://tinyurl.com/NASsigs.

domingo, 16 de maio de 2010

Inconveniência eólica II

Os leitores mais atentos já terão observado como o pessoal do Ambio anda atarantado com as últimas descobertas do Ecotretas, sobre a inconveniência eólica. Eles querem morder, mas só ladram. E é por causa dos eixo dos XXs, pelas diferenças de 15%, pela suposta esperteza saloia e má-fé, misturando os habituais ataques ad-hominem pelo meio (psiquiatras, fantasmas, maluquinha de arroios, etc.). Até podiam pegar por coisas mais concretas, mas não foram pelo caminho da ciência.

Vem isto a propósito de um contributo enviado por um leitor interessado. Ele apontou-me para o documento "Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico". Se os assíduos provocadores do Ambio não gostaram da minha linguagem, o que acharão eles do seguinte (in pag 23/24 do documento, com realces da minha responsabilidade):

A produção eólica varia igualmente ao longo do dia, tendendo a ser maior durante a noite do que durante o dia. Na figura 1.2.5 apresenta-se a produção horária média observada em 2005, 2006 e 2007 nas segundas semanas dos meses de Janeiro e Junho.

Como se pode verificar, nota-se que a produção eólica tende a ser maior durante a noite, quando os consumos são menores, tendendo a reduzir-se durante o dia, quando os consumos são maiores.

Esta excentricidade da produção diária, ligada à variabilidade de dia para dia coloca evidentes problemas à gestão da rede de transporte, uma vez que implica a existência de equipamentos geradores de reserva capazes de, rapidamente, poderem entrar ou sair de serviço de forma a complementarem a produção eólica. Tal rapidez dificilmente poderá ser igualada pelos equipamentos térmicos actualmente utilizados, os quais têm tempos de arranque e paragem longos e reduzida flexibilidade de variação da produção.

sábado, 15 de maio de 2010

Clima económico

No blog de Antón Uriarte observei um interessante mapa do clima económico da Europa. Como podem ver na imagem ao lado, retirada da edição online do Finantial Times, e como oportunamente Antón refere, o país que mais carvão queima na Europa (a Polónia) é o que mais está a crescer. Recorde-se que aí o carvão representa mais de 90% do total de energia produzida. E aqueles países, como Espanha, que investiram forte no solar e nas eólicas, são daqueles que pior estão.

Com as contas que anteriormente fiz, se não tivessemos as eólicas, não precisavamos de estar a apertar o cinto! Extrapolando as contas do primeiro trimestre, a poupança seria este ano de cerca de 800 milhões de euros... Raios p%#$&m a economia verde!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Inconveniência eólica

Há aquelas pessoas que não enxergam! Henrique Pereira dos Santos (HPS) é uma dessas pessoas. Na lista de correio electrónica ambio, de acesso restrito, HPS enviou hoje um email, em resposta a outro e-mail de Raquel Leitão, que incluía o seguinte extracto (destaquei resposta do HPS):

“Há mais vento à noite”

Tenho ouvido este argumento vezes sem conta, mas nunca vi a sua demonstração
(não estou a dizer que não exista, estou simplesmente a dizer que gostava de
ver, para ter a noção do que isto significa na realidade).

Lá porque é restrita, não quer dizer que o Ecotretas não veja! Obviamente, HPS continua a não querer fazer contas/gráficos muito fáceis. Por isso, peguei nos dados publicamente disponíveis, e que serviram de base para a contabilização do custo da energia eólica no primeiro trimestre, e produzi o gráfico ao lado, em menos de 5 minutos. Ele mostra como no primeiro trimestre existiu sobretudo produção de energia eólica durante a madrugada, o que serviu sobretudo para exportá-la a custo zero, ou valores próximos. Quando ela era realmente necessária, o vento inconvenientemente eclipsou-se!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Padroeiro dos meteorologistas

Henrique Pereira dos Santos, há pouco mais de uma semana atrás, no blog Ambio, proferia este comentário:

Seconseguires provar este teu parágrafo passas a ser o padroeiro dos meteorologistas de certeza:
"No início de Janeiro, era evidente que a barragem ia encher. Devia ter-se iniciado o turbinar, e não activar o bombar. Isso teria permitido evitar as descargas que se fizeram entre 12 e 17 de Janeiro. Passado esses dias, devia ter-se continuado a turbinar, para depois encaixar as águas, que começaram a ser descarregadas outra vez a 17 de Fevereiro."

Eu não tenho interesse nenhum em ser o padroeiro dos meteorologistas, mas pelo menos vou passar a sê-lo para o HPS. Uma pesquisa rápida revela que, mesmo antes de Janeiro, havia alertas de elevada precipitação, um pouco por todo o lado nos media. Isto deveria ser suficiente para já saber, em Dezembro, que vinha aí chuva, e em quantidade! Mas o HPS pode argumentar que isto não era suficiente para constituir uma previsão, e começar desde logo a turbinar.

O que o HPS precisa é de previsões a sério. Como a imagem ao lado, obtida a partir do site da NOAA, facilmente mostra, as previsões de médio prazo eram claramente de muita chuva para o início de 2010. A imagem é apenas de um dos cenários previstos, com todos os restantes a convergirem nesse domínio.

Mas os verdadeiros artistas da meteorologia são, muitas vezes, os amadores. Como se pode ver neste forum sobre meteorologia, já há muito que era previsível que viria aí chuva, em quantidade. HPS pode não os conhecer, mas os verdadeiros padroeiros disseram (realces da minha responsabilidade), nas respectivas datas:

irpsit 10-11-09
Um Novembro relativamente quente/seco seguido dum Inverno bem chuvoso, e com temperaturas abaixo da média.
Para a Europa um Inverno frio e com muita neve.
São estas as previsoes do Joe Bastardi no www.accuweather.com

Aurélio: 23-11-09
mais uma excelente actualização dos modelos que apontam para uma anomalia de pressão e precipitação para o sul da Europa e em especial para a PI em especial o tão carenciado centro e sul de Portugal !!
O actor da proeza foi o IBIMET que indica uma forte anomalia de precipitação e pressão para a PI e em particular o tão carenciado centro e sul de Portugal !!
Neste momento já existe goleada do tipo Benfica - V. SEtubal a favor da chuva !!
"Morreria de desgosto" se as coisas se invertessem
Os cenários são tão bonitinhos como nunca tinha visto esta década ainda

algarvio1980: 23-11-09
Realmente, os modelos estão tão bons tão bons. tão bons se não se concretizar só pode ser o suicídio Aurélio. Que venha os 400 mm em Dezembro ou Janeiro como nos velhos tempos. Se for mentira vão sentir a ira dos algarvios não vai haver modelo que vá resistir à nossa ira.

É ainda mais engraçado ler, no thread referenciado, que as previsões das organizações alarmistas (leia-se Met Office, etc.) saem quase sempre furadas. Recordemos que no caso específico do Met Office, as previsões são mesmo ao contrário, às quais já nos referimos anteriormente, aqui, ali, e acolá!

terça-feira, 11 de maio de 2010

As verdades da ciência climática

Hubert Lamb foi o fundador da CRU (Climatic Research Unit), em 1971, da Universidade de East Anglia, a Universidade no centro do Climate Gate. Lamb foi considerado como o "Homem do Gelo", pela sua defesa da teoria do Arrefecimento Global, na década de 1970. Como se pode ver no artigo de jornal ao lado, as suas previsões iniciais, como a dos grandes cientistas climáticos, eram um autêntico desastre!

Talvez Lamb tenha tido consciência dos disparates. E depois de um Verão quentinho no Reino Unido, ele achou que estava na hora de mudar o rumo 180º. Conforme pode ser visto num livro sobre a história da Universidade, não há dúvidas que ele era um troca-tintas:

Professor Lamb came to Norwich as "the ice man", attracting much attention for his prophecy of world cooling and a future ice age within 10,000 years. Within a few years in Norwich, in which the heat wave of 1975-76 had intervened, he had switched to warning of global warming with dire predictions of forest and crop belts being shifted, melting ice caps and drowned cities.

Mas, o que pode fazer um cientista mudar tão rapidamente de opiniões? Os dados, o tempo, etc.? Não, a explicação é muito mais simples, e retirada também do livro acima referenciado:

A holocaust within a century was an even more exciting prospect than an ice age in ten millennia and it all helped to shape contemporary attitudes to global warming.

Como percebemos recentemente com o ClimateGate, os seus discípulos apreenderam a dominar esta pseudo-ciência com o seu mestre!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Contas aos subsídios

Um leitor atento enviou-me um link para uma notícia do Publico de hoje, que é mais um avanço no jornalismo de investigação no domínio da subsidiação da energia. A notícia, com o título sugestivo "Contas da luz pagam mais subsídios do que gasto de energia" tem por base dados da ERSE, que eu não consegui encontrar com o detalhe referenciado na notícia. A fonte mais provável é o documento da ERSE, "TARIFAS E PREÇOS PARA A ENERGIA ELÉCTRICA E OUTROS SERVIÇOS EM 2010". Enquanto não esmiuçamos mais estes dados, ficam algumas referências extraídas da notícia do Público:

Por cada euro pago na factura eléctrica de cada um dos cinco milhões de consumidores domésticos, 31 cêntimos destinam-se a pagar a energia consumida e o seu fornecimento, 27 cêntimos vão para o uso de redes e gestão do sistema e 42 cêntimos servem para custear um bolo crescente de subsídios a várias entidades.

A Produção em Regime Especial (PRE) constitui o principal grupo subsidiado (6,51 cêntimos) e o mais polémico. Lá dentro, encontram-se a energia eólica, sendo esta que detém o maior peso com 3,3 cêntimos, embora o bolo da PRE inclua também energias fósseis.

Os 31 cêntimos que restam destinam-se a pagar as rendas da EDP aos municípios, os sobrecustos com a convergência tarifária das regiões autónomas da Madeira e Açores e outras acções tão diversas como a gestão das faixas de combustível e os próprios terrenos das centrais eléctricas.

sábado, 8 de maio de 2010

Os Ecotretas

Há muito tempo que este post vem sendo pensado. Até agora, o Ecotretas foi feito no singular. Para ele muito têm contribuído alguns leitores, com sugestões notáveis. Mas também as propostas vão-se aglomerando... A troca de ideias com os blogs referenciados ao lado, em cada vez maior número, também tem sido muito profícua, e penso que todos os Internautas beneficiam desta exposição, cada vez maior, das tretas ecológicas!

Porque os cerca de 10000 leitores mensais querem certamente mais, considero a hipótese de passar do singular para o plural! São muitas as ideias que grassam. E é assim, porque são muitas as tretas a que se assiste... Os desafios são constantes, desde as provocações de entronização, até aos contributos dados já a nível internacional. Mas são demais para uma única pessoa, onde as obrigações pessoais e profissionais não podem deixar de ter toda a prioridade.

Nesse sentido, lanço este post, para obter dos leitores o seu feed-back. Se acha que tem algo a contribuir na exposição das tretas ecológicas, envie-me um e-mail (endereço no canto superior esquerdo). Conte-me como gostaria que o Ecotretas evoluísse? Desde aspectos há muito solicitados, como o caso dos comentários, mas para os quais não tenho tempo de moderação, até à elaboração de artigos de qualidade científica, na senda de alguns estudos inovadores anteriormente efectuados, muito pode ser aperfeiçoado.

Conte-me também como poderia contribuir! Para desmascarar estas tretas é preciso ter alguns conhecimentos; afinal, para expôr tretas como a demonstração do lado, é preciso ter alguns conhecimentos científicos. Mas não precisam de ser matemáticos, até porque no Ecotretas valorizo muito a História, por exemplo!

Todas as contribuições serão anónimas. Em função delas, elaborarei outro post, sobre para onde poderá seguir o Ecotretas.

Obrigado a todos!

As Alterações Climáticas secretas

Descobri na net um documento já do ano passado, mas que nos dá que pensar. A CIA, essa mesma, elaborou um documento em 1974 sobre as alterações climáticas. O sumário inicial não deixa dúvidas sobre o resto do documento:

The western world’s leading climatologists have confirmed recent reports of a detrimental global climate change. The stability of most nations is based on a dependable source of food, but this stability will not be possible under this new climate era. A forecast by the University of Wisconsin projects that the Earth's climate is returning to that of the neo-boreal era (1600-1850) - an era of drought, famine, and political unrest in the western world.

É claro que a previsão foi errada. Mas a análise que o documento faz, até em termos históricos, é que é a parte mais interessante. Ficamos a saber que o Aquecimento Global até nos traz paz e sossego, porque a alimentação dos povos está assegurada:

Climate has not been a prime consideration of Intelligence analysis because, until recently, it has not caused any significant perturbations to the status of major nations. This is so because during 50 of the last '60 years the Earth has, on the average, enjoyed the best agricultural climate since the eleventh century. An early twentieth century world food surplus hindered U.S. efforts to maintain and equalize farm production and incomes. Climate and its affect on world food production was considered to be only a minor factor not worth consideration in the complicated equation of country assessment. Food production, to meet the growing demands of a geometrically expanding world population, was always considered to be a question of matching technology and science to the problem.

E eles até reconhecem uma das receitas para o sucesso de nós, Portugueses, há mais de 500 anos atrás. Deve ser o primeiro documento de Americanos onde vejo esta verdade, tão pouco conhecida, exposta:

The governments and people of northern Europe once struggled to survive in an environment of persistent crop failure and declining population. On the other hand, Spain, Portugal, and Italy enjoyed a golden age. Their climate assured them of a reliable base for food production. The German states, Russia, the other Slavic nations, and to a certain extent even England and France, lived in the twilight of permanent winter.

O documento é extraordinário. Recomendo a sua leitura integral, para aqueles que pensam que o Aquecimento Global é mau. Eu, depois de ler as desgraças advindas do Arrefecimento Global, quero é calorzinho!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Minha casinha

O Al tem uma casinha nova. Custou 8875000 dólares, coisa pouca, para quem especula, à custa de todos nós, nas alterações climáticas. Esta é apenas a sua quarta casinha luxuosa, desta vez na zona de Montecito, perto de Santa Barbara, na Califórnia. A casa tem vista para o mar (mesmo quando ele vier a subir), tem uma piscina jeitosa, spa, e com pasme-se seis lareiras! Com esta nova casa, nem quero imaginar quanto cresceu a pegada ecológica, mas alguém liga a isso?

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Copenhaga como realmente foi


Já tinha visto a versão em alemão, mas com subtitles é muito melhor! O mais elucidado parece ser Barack Obama, aos 6:30 do vídeo, quando já preparava as suas férias no quentinho Hawai:

"We're not staying until tomorrow. I'm just letting you know. Because all of us obviously have extraordinarily important other business to attend to."

Neve em Maio

Não se deve misturar clima com meteorologia, mas com a vontade com que os alarmistas saltaram cá para fora, com os últimos dias de calor, a Mãe Natureza resolveu, mais uma vez, responder! No norte e este de Espanha, depois de um interregnozinho, a neve regressou! A cota de neve chegou a baixar aos 700 metros, causando naturais complicações.

Contrapondo-se à Natureza, a AEMET lá teve que arranjar uma explicação, assegurando até que isto é habitual, pelo próprio porta-voz da agência, Ángel Rivera:

«La nieve en mayo no es un fenómeno extraño, aunque ahora nos parezca que no ha nevado nunca»

Mas pensando bem, talvez lá também se aplique o provérbio: "Em Maio, as cerejas come-as a velha ao borralho."

terça-feira, 4 de maio de 2010

A mudança está próxima










Rajendra Pachauri esteve recentemente em Portugal, como havia aqui referido há pouco menos de duas semanas. Para quem seguiu o evento, não há como realçar a introdução inicial de Teresa Gouveia, administradora da Fundação Calouste Gulbenkian, que segundo este excelente post de Manuel Brás, "fez uma introdução prudente e cuidadosa, próxima do realismo". O resto da conferência foi, na verdade, maçador...

Tal como previra, os jornalistas portugueses foram apenas ao beija-mão, com uma notável excepção. No suspeito Público, Ricardo Garcia, fez uma entrevista que considero adequada, com o tipo de perguntas que eu faria:
  • Há três anos o IPCC ganhou um Prémio Nobel. Agora, temos o climategate, erros nos relatórios do IPCC, acusações contra si. O que está a acontecer?
  • Voltando ao erro sobre os glaciares. Foi um erro maior...
  • Mas isto fez manchetes...
  • Como podemos ter a certeza de que não há outros erros como este nos relatórios do IPCC?
  • Alguma vez considerou renunciar à presidência do IPCC?
  • O que tem a dizer sobre as acusações de conflito de interesses de que tem sido alvo?
  • Uma das acusações é a de que está a usar o seu prestígio como presidente do IPCC para conseguir apoios para o seu instituto [TERI] e para as organizações para as quais trabalha como consultor. Não há aí um conflito de interesses?
  • Tem dito que o cepticismo crescente em relação às alterações climáticas é um mero lampejo que irá passar. Por que acredita nisso?
  • Os inquéritos mostram que a mensagem dos cépticos, antes mais restrita a alguns pontos do mundo, está a espalhar-se, especialmente na Europa, tradicionalmente mais consciente do problema das alterações climáticas. Isso preocupa-o?
  • Os cépticos são ouvidos dentro do IPCC?
  • O que pergunto é se os seus argumentos são avaliados integralmente para saber se são verdadeiros ou não?
  • Há hoje uma exigência muito maior pela responsabilização da ciência das alterações climáticas. Isto não torna mais difícil o trabalho para o próximo relatório do IPCC?
  • E o que haverá de novo?
  • Por exemplo?
  • O processo do IPCC é muito longo, o lapso de tempo entre o último e o penúltimo relatórios foi de sete anos. Há alguma maneira de o encurtar?
  • Para a política, não é necessário uma espécie de avaliação intermédia?
  • Uma das missões do IPCC era a de esclarecer o que é que seria uma contribuição humana "perigosa" para o clima. Mas ainda não chegou a esta conclusão. Chegará algum dia?
  • Então faz algum sentido dizer que um aumento de dois graus na temperatura média global é razoável?
  • Está frustrado em relação à cimeira climática de Copenhaga?
  • Mas costuma dizer que não há tempo a perder...
  • Mas Copenhaga representou um atraso...
  • Nos Estados Unidos, um forte lobby está a bloquear uma lei climática no Senado. Isto é a sociedade a não fazer o seu papel? Isto pode mudar?
  • Se tivesse de apontar três medidas para os cidadãos na luta contra as alterações climáticas, quais seriam?
  • Já sugeriu uma vez que nos hotéis deveria haver contadores de electricidade nos quartos...
  • E quanto a ser vegetariano, como é o seu caso?
  • Dado que viaja muito, como lida com a sua pegada carbónica?
  • Podia ter feito uma videoconferência...
  • Mas faz alguma coisa para compensar as suas emissões de CO2?
  • Compra créditos de emissões para compensar as suas viagens aéreas?

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Ursos polares com alta tecnologia

Muitos ecologistas temem que o urso polar possa desaparecer por causa do suposto Aquecimento Global. Ele é o "coitadinho" dos alarmistas, mas ele de coitadinho tem muito pouco. Deixo aos leitores exemplos recentes das capacidades destes animais notáveis. Na imagem ao lado, podem ver o urso cioso da sua privacidade, que perante uns turistas da natureza, intrometidos no território doutrém, resolveu levar para os ursinhos umas fotos digitais, a máquina digital, e o respectivo tripod.

No segundo exemplo, vários relatos de pesssoas no terreno confirmam que, ou se mantêm estáveis os números destes animaizinhos perigosos, ou que os mesmos estão mesmo a aumentar. Estes valores são obtidos no terreno, e não dos números expelidos por um qualquer simulador de computador. Os relatos incluem igualmente observações de mães ursos com 3 ursinhos, em vez do tradicional um ou dois, devido essencialmente à grande quantidade de focas, que tem possibilitado uma boa alimentação aos ursos polares.

De desconfiar são os argumentos apresentados pelos caçadores, os quais têm contribuído muito mais para a morte dos ursos polares, que o Aquecimento Global. E que têm andado activos este ano, como é o caso de David Kuptana, que abateu um urso híbrido de segunda geração, filho de ursa polar também híbrida, e de um urso pardo. Preparem-se para ouvir isto nas notícias, porque a culpa será do Aquecimento Global, e não da teoria evolutiva de Darwin.

Isto do urso polar, é pois, uma coisa para machos, conforme pode ser visto nesta notícia recente, relativa ao primeiro ministro russo, Vladimir Putin, a colocar mais tecnologia nos ursos polares russos. Mas neste exemplo, como em tantos outros, a associação ao "coitadinho" do urso polar é apenas para a fotografia. Os interesses são obviamente outros...

domingo, 2 de maio de 2010

Jogar na antecipação

Vale a pena ler o mais recente post de Henrique Pereira dos Santos (HPS), no blog ambio. Tudo a propósito das contas que efectuei relativamente aos dois terços do Alqueva que foram pelo Guadiana abaixo.

No post, HPS (ou alguém por ele) fez finalmente uns gráficos catitos, misturou os vários conceitos relativos à barragem do Alqueva, no sentido de confundir o leitor do seu blog, e o levar a acreditar que as contas que eu fiz estavam mal feitas. Curiosamente, não rebate um dos únicos números que eu apresentei.

Mas, com esta gente, não há nada como jogar na antecipação. Fui o que fiz, no link referenciado, e que resume o post do HPS:

Mas o HPS pode argumentar que nem toda a energia potencial seria aproveitada, porque não há tantos dias num trimestre. Resumindo, o valor real mais concreto é de um desperdício de produção de cerca de 200 GWh (entre o máximo teórico para o trimestre e o efectivamente produzido no primeiro trimestre), a que se deve somar os tais 34 GWh desperdiçados na bombagem. Ora isso dá para quase dois dias de consumo de energia eléctrica em Portugal

Afinal o roubo eólico é ainda maior

A crítica principal que tem sido feita aos posts sobre quanto custam as eólicas e o impacto do desperdício na exportação de energia, é a de que os custos da energia eólica estão a baixar.

O valor que está em causa é o do valor médio do ano de 2009, 93.74 €/MWh. Este valor, conforme podem ver no link apresentado, é de Fevereiro de 2010, e é portanto extremamente recente. Procurar valores mais actuais nem sequer se revelou difícil, e na página da ERSE sobre a Informação Mensal sobre a Produção em Regime Especial podemos ver no relatório mais recente, relativo a Março de 2010, queo valor actual é de 97.20 €/MWh, um aumento de 3.69% relativamente aos valores do ano anterior, que temos aqui utilizado!

NOTA: Um leitor atento chama-me a atenção para o facto dos valores serem ajustados no final do ano, em função da produção global do ano. A este tema voltarei com novo post.