quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Esmolas digitais para o Mexia

Há pouco mais de uma semana, levantava a questão do impacto que as set-top boxes têm no consumo de energia. No estudo referenciado da BCG olhou-se apenas para um dos lados da questão... Entretanto, um leitor chateado, porque pensa que eu sou contra o progresso, questionou o porquê de uma Sociedade da Informação mais avançada, poder ter um impacto ("bárbaro" como referi) nas emissões de CO2?

Esta Sociedade de Informação entra-nos em casa de forma cada vez mais digital. Se antes tínhamos que alimentar os amplificadores das antenas de TV, agora temos que ter uma set-top box. Se quisermos aceder à Internet, então é preciso um modem. E depois há quase sempre um dispositivo wireless, ou outros dispositivos, para distribuir os sinais por vários equipamentos. A Quercus chegou a valores entre 40 e 50 Wh, mas os valores não batem com os meus. Outros valores aproximam-se mais dos meus. Medições detalhadas cá em casa apontam para 37 Wh, para a set-top box, modem e wireless...

Estes valores tornam-se rapidamente assustadores. 37*24*30 = 26640 Wh = 26.6 kWh por mês. Aos preços normais da EDP, não considerando o bi-horário, o custo actual é de 0.135 €/kWh, o que significa cerca de 3.60 euros por mês, e pouco mais de 43 euros/ano. Saber quanto isso representa no país é algo mais complexo; dados da Anacom, órgão regulador das comunicações, revelam 965000 assinantes do serviço de televisão digital no segundo trimestre de 2010. Tal significa receitas para a EDP de quase 3 milhões e meio de euros por mês, com uns estonteantes 25.7 GWh por mês... E não estou sequer a contar os restantes assinantes, com menos tecnologia...

Não tenham dúvidas, todavia, de que a situação vai piorar! Vem aí a Televisão Digital Terrestre, pelo que todos os portugueses que ainda se podem gabar de não estar a dar uma esmola maior ao Mexia, vão passar a fazê-lo... E depois há os Media Centers... Talvez alguém se lembre de começar a regular esta vergonha; talvez, vão fazê-lo em nome do CO2. Mas os leitores, façam como eu já faço há dois anos: invistam numa extensão eléctrica com interruptor, e desliguem-na sempre que não necessitem do triple-play. Vão ver que a poupança na factura, ao fim do mês, é bem visível!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Ponferrada

40000 mineiros manifestaram-se em Espanha, há menos de uma semana, na localidade de Ponferrada. Já havíamos referenciado o porquê aqui. Já todos sabemos que a Economia Verde é uma verdadeira destruidora de emprego, mas a notícia não é essa...

A notícia é a de que isto não é notícia. Como o observou Antón Uriarte no seu blog. E é verdade: uma pesquisa na Internet apenas revela a notícia do Diario de Leon. A religião Verde a isso obriga: é preciso não revelar as Verdades Inconvenientes... Mas se fôr para relatar uma Mentira Conveniente dos Ecologistas, os Media aparecem logo a correr...

A Máfia Verde

Os negócios mafiosos envolvendo as energias renováveis já foram aqui relatados no passado. As energias alternativas são um bom disfarce, por exemplo no transporte de droga, mas também uma forma de aldrabar a Sociedade, sem esquecer as fraudes associadas às negociatas do carbono.

Um leitor atento fez-nos chegar agora um artigo que resume alguns dos negócios mafiosos, envolvendo a economia verde, na Europa. Se se fala de Máfia, então devemos começar por Itália. Pelo Sul de Itália, onde apesar do pouco vento existente (ver mapa europeu de vento acima), têm proliferado inúmeros parques eólicos. Daqueles que não giram, como os do nosso primeiro ministro... Numa notícia que saiu nos Media de todo o Mundo, excepto em Portugal, relatou-se a apreensão dos bens verdes do "Senhor do Vento", Vito Nicastri, num total de 1500 milhões de euros. Tal inclui pelo menos 43 empresas de energia solar e eólica...

Esta lavagem de dinheiro, no âmbito da economia verde, estende-se porém para além das fronteiras italianas. A motivação é fácil de perceber: Um investimento numa turbina de 2MW custa cerca de 2.75 milhões de euros; com as tarifas feed-in, essas turbinas podem chegar a render meio milhão de euros por ano. Como os contratos são normalmente entre 15 e 20 anos, é só fazer as contas... Tal é todavia escandalosamente evidente em Itália, com um preço de 180€ por MWh, quase o dobro do oferecido em Portugal!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O relatório inconveniente da OCDE

Via as escolhas do Beijokense, chegamos ao relatório da OCDE sobre Portugal, que alguma tinta tem feito correr. Uma leitura superficial dá-nos uma clara ideia da choça em que vivemos. Mas foi a componente da energia que chamou a atenção do Beijokense, reproduzindo-se aqui também o parágrafo relevante (realces meus):

Portugal's large energy balance deficit is due inter alia to structural features such as above-average energy dependence and energy intensity [...] To tackle these problems, as well as to reduce CO2 emissions, the government has been actively promoting stronger reliance on renewable energy sources and higher energy efficiency. The ambitious targets for 2020 set in the recent National Energy Strategy, which include a 20% reduction in final energy consumption and a fall in energy dependence to 74%, are expected to reduce net energy imports by around 2000 million euros relative to 2010. Estimating the overall impact on the current account is nonetheless more complex: the fall in energy imports and the development of energy-related industrial clusters with export potential need to be weighed against more expensive electricity from renewable sources (at least at current oil prices) and the opportunity cost of resources channelled into renewable energy.

A OCDE destapa ligeiramente a vergonha que é este modelo das renováveis. Vamos poupar 2000 milhões até 2020, mas só este ano a brincadeira vai-nos custar a mais 700 milhões de euros. Como a brincadeira vai ser maior nos próximos anos, nem sequer é preciso ter uma Nova Oportunidade, para perceber que isto vai dar para o torto. Ou como diz o Sócrates, poupamos 100 milhões por ano, esquecendo-se de dizer que vamos pagar 700 milhões para conseguir essa poupança!!!

Muito mais interessante é a vertente dos custos da energia e os custos de oportunidade mencionados. Tenho a certeza que a revelação destes dados cairá como uma bomba! Mas, para já, ainda estão nos segredos dos deuses...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Será Monbiot um ateísta ecológico?

George Monbiot é um activista inglês, que escreve regularmente no Guardian. É profundamente admirado pelos outros seguidores da Religião Verde. O problema é que, ultimamente, Monbiot parece estar a querer pensar por si próprio, sem papaguear os pensamentos extremistas. Um dos seus últimos artigos evidencia que uma das melhores esperanças para a próxima cimeira de Cancún é a de que os participantes não adormeçam durante as reuniões...

Monbiot assumiu há muito que o vegetarianismo era a solução. Ele até experimentou durante 18 meses, mas desistiu depois de problemas de saúde e na iminência da loucura... Agora, perante os argumentos de Simon Fairlie, Monbiot admite que estava errado no seu posicionamento a favor do vegetarianismo.

Tudo porque no seu último livro, "Meat: A Benign Extravagance", Simon Fairlie desmonta muitos argumentos associados à pecuária... Um deles é a redução da importância do porco, curiosamente também banido por outras religiões, que não a verde. Outro argumento desmistificado é a de que são necessários 100 mil litros para produzir um quilo de bife: afinal, o valor parece ser três ordens de magnitude inferior! Também estima que a contribuição da pecuária para as emissões mundias é de cerca de 10%, contra os 18% estimados pelas Nações Unidas, valor com o qual já havíamos gozado aqui. Afinal, se o valor de Fairlie estiver correcto, nós humanos respiramos quase tanto CO2, quanto o total associado à pecuária.

A esta velocidade, Monbiot vai engolir muitos mais sapos... Mas pelo menos assume-os, o que é de louvar! Será que se vai tornar num ateísta ecológico, enquanto outros insistem na ladainha?

domingo, 26 de setembro de 2010

Para que servem os milhões da EDP?

Já aqui nos referimos à incursão de Manuel Pinho nas Américas. Ante-ontem, uma notícia concertada, em vários órgãos de comunicação social, revela como Manuel Pinho foi convidado para dar aulas nas Universidade de Columbia. Uma sumidade, que não sabe sequer como alguém tinha posto o seu telemóvel pessoal no silêncio e não encontrava forma de sair desta opção para pôr um toque bem audível no aparelho. Talvez tenha que pedir ajuda aos alunos...

O que muitos portugueses, e jornalistas, não sabem é que quem pagou para Pinho ir para a Columbia foi a EDP! Como ainda não se sabe exactamente se a prenda da EDP é de 3 milhões, ou mais, vale a pena ver como estão a ser investidos os dinheiros dos consumidores da EDP e contribuintes portugueses. Neste vídeo, (atenção, são mais de 500MB) vemos como a prenda deve ter sido tão boa, que até o responsável da Universidade exagera nos três primeiros minutos. Na palestra, fica evidente que o que Nobuo Tanaka defende é um preço da energia mais elevado: mais impostos, taxas e taxinhas. Pois claro, para depois ter dinheiro para pagar aos seus amiguinhos das eólicas e solar, e poderem viver à grande e à francesa (nova-iorquina, no caso do Pinho).

Este, concerteza só volta a Portugal, para organizar a Ryder Cup, na sua herdade da Comporta. Como dizia o Insurgente, "faltou escrever que a Herdade da Comporta é um projecto PIN do BES, que vem do tempo do Ministro Manuel Pinho que, por sua vez, preside à comissão de candidatura à Ryder Cup 2018". Até lá, tem tempo de ir vendendo a ideia...

Actualização: O Insurgente tem mais um exemplo do apoio da EDP: o "bad English" do nosso primeiro ministro...
Actualização II: No 31 da Sarrafada, o "bad English" é ainda mais evidente!
Actualização III: O Correio da Manhã confirmou finalmente os 3 milhões...

sábado, 25 de setembro de 2010

Windfall


Foi exibido no Festival Internacional de Filmes de Toronto o documentário "Windfall", de Laura Israel. Não creio que vá chegar longe, dadas as verdades inconvenientes que mostra. A história parece ter um final feliz: o povo de Meredith, Delaware, levantou-se contra a tirania das empresas eólicas, e assim salvou a sua terra... O filme fala igualmente da estratégia utilizada pelos promotores eólicos, de dividir para reinar, e que resultou num péssimo destino numa região próxima, Tug Hill. Não percam o trailer, pelo menos enquanto não é possível ver o documentário!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Multa na Quercus

Via Blasfemias, soubemos da notícia da multa da Quercus por infracções ambientais. Segundo a notícia do JN, a GNR levantou três contra-ordenações contra a Quercus, por falta de separação de resíduos, mau uso dos mesmos e abertura de um poço sem licença.

Tais pecados ocorreram na propriedade da Quercus, Monte Barata, localizado no concelho de Castelo Branco. A fiscalização ocorreu em Junho passado por uma Equipa de Protecção da Natureza e do Ambiente em Zonas específicas (EPNAZE). É verdade que os pecados registados não são capitais, mas Susana Fonseca e companhia, têm que ser confrontados com os problemas que as suas próprias pregações levantam!

O problema adicional de Susana Fonseca é que ela não se deve lembrar onde estava a 13 de Fevereiro de 2009. Será que ela já não se lembra do Minuto Verde desse dia, em que garantia que a separação de resíduos é obrigatória em obras? Ou será que pediu à autarquia local o apoio que tanto apregoa? Mais um caso escandaloso do "olha para o que eu digo, não para o que eu faço"...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Os exemplos eólicos do nosso Primeiro Ministro


Por esta altura, José Sócrates deverá estar a falar sobre as maravilhas das energias renováveis em Portugal. Como o exemplo da T.Urban, uma turbina eólica desenvolvida pelo INETI, e que teve como primeiro cliente o Palácio de São Bento.

Entretanto, uma visita à página do Governo, relativa ao Primeiro Ministro, revela verdades muito inconvenientes. Segundo os dados mais detalhados da sua produção energética, desde a sua instalação, já foram produzidos pela T.Urban 201.43 kWh (na verdade eles confundem kW com kWh), o que desde a sua instalação em Novembro de 2007 significa que tem estado a produzir à média de 8 Wh. Ou seja, nem sequer dá para alimentar continuamente uma lâmpada eléctrica economizadora!

Já aqui havíamos referenciado que as eolicazinhas são um completo desperdício de dinheiro, na ausência das tarifas feed-in. Mas como este valor (201.43) permanece inalterado há vários dias, cheira-me que a ventoinha não deve girar, mas não pela falta de vento. Provavelmente, avariou, e ninguém sequer reparou. Os paineis solares, ao lado, continuam a bombar, muito lentamente, pelo que o problema não parece ser do site.

Em qualquer um dos casos, será certamente um case-study para o novo MBA do Pinho... Vejam o vídeo acima, e notem como ela nem sequer se move!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O crescimento do desastre Português

O blog A ciência não é neutra já tinha dado a notícia em Junho: o grande especialista internacional em renováveis, Manuel Pinho, tinha concebido um MBA no ISCTE e na Universidade de Columbia.

As trapalhadas ainda só há pouco começaram. Mas terão um grande impulso amanhã, com a intervenção do amigo José Sócrates na ...Universidade de Columbia! Pinho, que já lá arranjou um tacho, verá certamente o especialista de energia a expandir a notícia plantada no New York Times. A lição será intitulada "Energy Policy and the Portuguese New Growth Agenda", mas não abordará certamente as nossas verdades mais inconvenientes! Pode ser todavia que esta experiência lhe dê ânimo a acabar o seu mestrado, justamente no ISCTE, nem que seja numa nova oportunidade...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Carros eléctricos a fuel

A hipocrisia das teorias verdes tem destas coisas: quando se descobrem, tornam-se verdadeiramente negras. E esta é muito simples de contar. O Governo regional dos Açores decidiu promover a mobilidade eléctrica no arquipélago. Melhor, a massificação!

O problema é que a energia eléctrica nos Açores é essencialmente produzida a partir do fuel... Segundo os dados mais recentes da EDA, durante os sete primeiros meses deste ano, 64.2% da energia eléctrica foi produzida a partir de fuel, e 8.1% a partir de gasóleo!!! Perante este cenário, compreende-se talvez porque nunca mais se ouviu falar do grupo de trabalho nomeado para o efeito, o qual devia ter proposto um quadro legislativo e regulamentar de suporte à implementação do Programa para a Mobilidade Eléctrica nos Açores. Talvez se tenham apercebido a tempo da estupidez da proposta...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mais buracos e a Agenda Digital

A notícia de hoje é o anúncio, pelo Governo, da Agenda Digital. Resumindo, vamos ter fibra óptica, mais serviços, mais conteúdos, explicações virtuais de Matemática (que tanto precisamos, como veremos já a seguir), e mais ... do mesmo. Para além de um crescimento de 1.8% do PIB, da criação de 15 a 20000 empregos, o Governo promete a redução de 1.4 milhões de toneladas de CO2?

Analisando a declaração, verifica-se que as conclusões são de um estudo designado "The Economic and Social Impact of Next Generation High Speed Broadband", da BCG. A análise do estudo revela algumas verdades inconvenientes, como o facto de sermos o país da Europa com menos produtividade (pag. 11). As propostas são discutíveis, como a da videovigilância (pag. 46), considerada durante o dia de hoje como uma paranóia, que visa "transformar isto num imenso campo de concentração". Ou o que pensar do regresso da tele-escola (pag. 48)?

Mas, nos cálculos do CO2, as barbaridades são ainda maiores. Os valores financeiros tomam o custo de um litro de combustível por 1 euro (pag. 101), mas não sei se eles terão ido abastecer a Espanha? Propõe-se cortar 8 mil milhões de quilómetros de viagens profissionais (pag. 101), mas depois dizem que Portugal vai receber muitos mais congressos (pag. 110). Pelo meio, não se encontram referências às retro-escavadoras: como pensarão eles abrir os buracos neste país, sem galerias técnicas (excepto na Expo), para enfiar toda essa fibra óptica? E quem alimentará de energia todas as set-top boxes que vão surgir??? Será que alguém ainda sabe fazer contas? Se não, o Programa também tem solução para isso, com umas explicações de Matemática, agora designadas por Tutor Virtual de Matemática (pag. 6)!

Adenda: Os estimados leitores não se fazem rogados, e enviaram-me um exemplo de como baixar a pegada ecológica e dispensar o Tutor.

domingo, 19 de setembro de 2010

Porquê votar nos Verdes?



É uma amostra à "boca das urnas" na Austrália. Por cá deve ser mais ou menos parecido...

sábado, 18 de setembro de 2010

Chuva na seca


Depois de termos observado aqui no passado o ridículo da sua constituição, o Observatório de Secas, do Instituto de Meteorologia, voltou a dar notícias, na passada quarta-feira, ao final da tarde. Para dizer que em 31 de Agosto, se verificava em Portugal uma seca meteorológica fraca, especialmente nalgumas regiões do litoral norte e centro, como a imagem acima documenta!

Para grande azar do Instituto de Meteorologia, nalguns locais habitualmente mais secos do costume, como o Alentejo e Algarve, estava-se mesmo num cenário de chuva fraca! E no Norte, onde chove frequentemente, estava-se em seca moderada... Felizmente, a Mãe Natureza percebe mais disto do que o nosso IM, e por isso tratou de corrigir rapidamente a situação. E já começou a descarregar, talvez com exagero... no penico do céu! Para acabar com as tretas do Observatório...

Mas esperem! Está explicado porque há secas... É que nem o Instituto de Meteorologia deu pela chuva, como se pode ver pelo gráfico acima, retirado hoje de tarde do próprio site do IM.

Actualização: O post foi alterado para incluir gráfico do IM.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Eólicas queimam electricidade

Um leitor enviou-me um link muito interessante para uma página, onde se descreve como os aero-geradores eólicos consomem energia eléctrica. Sim, é isso mesmo: em vez de produzirem energia eléctrica, também gastam! É claro que isto também acontece noutras formas de produção de energia eléctrica, mas é delicioso pensar que para além de todos os barretes aqui expostos, há agora mais um!
  • Controlo Yaw: Um aero-gerador tem que estar orientado por forma a tirar o máximo partido do vento. Para isto ser conseguido, motores eléctricos posicionam a cabina e as pás no sentido correcto. Para isso é preciso bastante energia, essencialmente devido ao peso da estrutura a ser movida. Há que somar ainda alguns movimentos para desenlace dos cabos de energia.
  • Controlo de potência: Há várias formas de o fazer, mas o controlo do pitch do rotor (que possibilita a rotação da pá em torno do seu eixo longitudinal) exige obviamente um consumo de energia.
  • Em ambientes frios, como são o topo das serras, e em climas mais frios que o nosso, é necessário aquecer as pás, e a cabina. Chegam a requerer 10% a 20% da potência nominal dos aero-geradores, como em circunstâncias de formação de gelo.

Há lá mais exemplos até hilariantes, como o caso de fazerem girar as pás durante as visitas guiadas! Ou então pô-las a girar para não entortarem...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Dom Quixote de la India

Tal como cá, bancos estrangeiros procuram fazer de tudo para passar uma imagem verde. Na Holanda, o Rabobank comprou, em 2008, 175000 toneladas de offsets de carbono, no sentido de tornar o banco neutro em termos de carbono. Foi mesmo considerado um dos três melhores bancos na área da sustentabilidade.

Mas há uns meses, Bouwe Taverne, responsável pelo desenvolvimento da sustentabilidade dentro do banco, recebeu uma notícia que não queria ouvir: o esquema de compensação era uma fraude miserável!

Do outro lado do planeta, Yashwant Malche, tal como seu pai e antepassados, os Adivasi, têm amanhado as suas terras isoladas da civilização. Mas em 2007, uns estrangeiros apareceram a oferecer $4000 pelas suas terras, para construir um parque eólico. Malche declinou a oferta, mas os estrangeiros garantiram que o parque eólico seria construído à mesma... E o parque de Dhule, com 550 aero-geradores, promovido pela Suzlon, foi mesmo avante. Pelo meio vieram os confrontos, com vários feridos e múltiplas detenções.

Numa questão de dias, antes de erguerem as torres, 25000 árvores foram cortadas. Enquanto as mulheres da zona são perseguidas por arrancarem alguns galhos às árvores, à Suzlon deram ainda autorização para cortarem 11000 mais árvores!

Homens como Malche já não conseguem subsistir da terra, e agora têm que imigrar para outras zonas da Índia durante parte do ano. Bouwe Taverne, e o Rabobank, em vez de promoverem a sustentabilidade, estão a promover a miserabilidade destas pessoas. Estão tristes com o resultado, mas não é isso que dá de comer a estas pessoas. E já agora, onde estão os ecologistas??? Valham-nos pessoas como Doug Struck, o jornalista que investigou a fraude, e que recebeu um justo prémio por isso.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

The past comes alive

I had referenced before that we live interesting times, and that some of the melting that is going on might even be good for science, as collecting samples from where ice is gone, will certainly reveal our past history in more detail... One week later, an interesting news article from Reuters is one more proof that there have been more interesting times in recent history...

Lars Piloe, a Danish scientist heading a team of "snow patch archaeologists", is recovering artifacts in mid-Norway, 1850 meters above sea level. He has found "specialized hunting sticks, bows and arrows and even a 3,400-year-old leather shoe" in the Jotunheimen mountains, The Home of the Giants, inspired by the name Jötunheimr in Norse mythology. The findings are very significant, with 600 artifacts recovered in the Juvfonna ice-field alone.

Rune Strand Oedegaard, a glacier and permafrost expert from Norway's Gjoevik University College states that "some ice fields are at their minimum for at least 3000 years,". Interestingly, though, is that these artifacts seem to be from the Iron Age, more or less 1500 years ago, or even from Viking times, only 1000 years ago. This leads to the conclusion that these artifacts are from the Medieval Warm Period, and not from Holocene climatic optimum, as Oedegaard states.

What remains clear from these examples is that past climate was clearly warmer, with less ice, both in glaciers and in the Arctic, not long ago. One more clear indication of the hockey stick fraud (they hided the decline before 1400, remember?), and that the warming we are experiencing today is not abnormal, even in recent times...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O barrete das mini-hídricas vem aí!

Foi com enorme surpresa que li hoje uma notícia do Diário Económico, sobre um plano do Governo sobre novas barragens, que permitirá encaixar 500 milhões de euros. Ainda pensei que pudesse ser relativa à história do mexilhão, mas não! A notícia era relativa a mini-hídricas.

Mas como podiam as mini-hídricas justificar um valor de 500 milhões de euros? Quem no seu bom juízo poderia desembolsar esse dinheiro? Mas depois compreendi: o Estado propõe pagar a esses produtores de energia eléctrica 95€ por MWh. Mais do que paga neste momento aos produtores de energia eólica, facto que tenho exposto repetidamente neste blog... E propõe-se pagar esta tarifa durante 25 anos, num total de 45 anos de contrato?

Não há dúvidas de que a especialidade deste Governo é hipotecar completamente o futuro deste país. Pretende meter ao bolso 500 milhões de euros agora, à custa desta e da próxima geração, obrigando os contribuintes e consumidores a arcarem com este negócio ruinoso durante 25 anos!!! E ainda arruma os pequenos produtores, que não têm possibilidades de avançar com esse dinheiro inicial, para beneficiar os amiguinhos do costume? No processo, afunda a economia... E depois vai aparecer nas notícias como um grande feito! Acho que vou vomitar...

Actualização: Os termos do barrete estão definidos na Resolução do Conselho de Ministros n.º 72/2010.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

As maravilhas da Ria Formosa

No Sábado foram anunciados os vencedores das sete maravilhas naturais de Portugal. Ainda vi um bocado do programa, mas quando pareceu claro que a realização e o costureiro pareciam mais interessados em mostrar as maravilhas naturais da Catarina Furtado, vi logo que o resto não teria conteúdo melhor...

É claro que depois não pude evitar saber quem eram os vencedores. E quando soube que locais como o Vale do Douro e Sintra não estavam na lista, tive a certeza que o processo foi controlado pelos caciqueiros regionalistas do costume... E pior fiquei quando vi a secção de comentários da notícia do Público.

Há vencedores surpreendentes, mas a Ria Formosa é certamente um deles! Ainda há uns dias, o Bloco de Esquerda entregou no Parlamento umas perguntas sobre o estado dessa maravilha. Parece que ela é lugar de depósito de "todo o tipo de lixo, desde eletrodomésticos a materiais de sucata, poluição agravada por descargas provenientes de suiniculturas". Em vez de turistas...

Como é costume, não são nem os políticos, nem os ecologistas, que nos dão conta desta situação. São os pescadores, o povo livre, que em blogs nos dão conta, como a imagem acima documenta, das maravilhas naturais da Ria Formosa. De como ela é intervencionada de forma arbitrária, por pessoas que não fazem a menor ideia do que andam a fazer? A leitura de foruns da região deixa-nos a todos mais perplexos, mas mais certos do país em que vivemos...

Actualização: Um dia depois, são os patos... O que será amanhã?

domingo, 12 de setembro de 2010

Calor Urbano na América do Sul


O blog Sol e Mudanças Climáticas, que referencio ao lado, elaborou um post sobre as ilhas de calor urbano na América do Sul, e que tinha saído originalmente no blog do Metsul. O artigo completo merece ser lido, sendo evidente como as ilhas de calor urbano provocam uma notória subida nas temperaturas das grandes cidades, enquanto noutros locais se verificam mesmo descidas. No primeiro gráfico acima, relativo a Buenos Aires, a tendência de subida tem sido imparável. Logo mais a sul, a estação de Mar del Plata, entre outras, não exibe a tendência de subida da capital da Argentina. O Metsul percorre muitos outros exemplos que dão que pensar, pelo que não percam o post completo.

Nota: O título do post foi corrigido, dado a referência do Metsul ser ao continente da América do Sul.

sábado, 11 de setembro de 2010

As verdades subliminares da energia eólica

A IEA Wind, uma ramificação da Agência Internacional de Energia, publicou o seu relatório anual. Naturalmente, celebra o triunfo da tecnologia eólica, sobre diversos prismas. Mas as verdades que são possíveis recolher no relatório serão quase subliminares para a maioria dos seus leitores...

Nas muitas tabelas e gráficos, procurei primeiro pelos valores dos apoios e tarifas feed-in. Não encontrei! Estão dispersos pelo texto, como o valor de 93.74 €/MWh para Portugal (pag. 133), mas a comparação directa com outros países não existe! Que conveniente... Dá contudo para perceber que pagamos bastante mais que os Espanhóis, que registaram um valor médio de 78.183 €/MWh em 2009 (pag. 140).

14 dos 20 membros da IEA, incluindo Portugal, utilizam tarifas feed-in (pag. 9). Segundo este esquema, que os leitores habituais do blog conhecem bem, as companhias de distribuição de electricidade são obrigadas a comprar toda a energia eólica produzida, a valores muito mais elevados que os normais. Os países que não utilizavam em 2009 este esquema eram, entre outros, o Japão (excepção a pequeno produtores), Reino Unido (em 2010), Finlândia (terá em 2010?), Coreia (terá em 2012), Mexico e Noruega. Cruzemos os dados da página 6, relativa à percentagem do consumo de energia proveniente do vento (ordenados por ordem decrescente), com os dados da página 9, realçando a sublinhado aqueles que tinham tarifas feed-in:

19.30% Denmark
15.00% Portugal
14.40% Spain
10.50% Ireland
6.50% Germany
4.40% Greece
4.00% Netherlands
3.00% Austria
2.10% Italy
1.90% United States
1.80% Canada
1.80% Sweden
1.70% United Kingdom
1.60% Australia
0.80% Norway
0.40% Japan
0.30% Finland
0.20% Korea
0.20% Mexico
0.04% Switzerland


A mensagem subliminar assim é perfeitamente visível. A energia eólica só existe onde é escandalosamente subsidiada! Depois de mais de 98000 torres eólicas em funcionamento (apenas nos países da IEA), esta é ainda uma indústria fortemente subsidio-dependente! E com montes de problemas, como são o exemplo das turbinas que não atingem o seu período expectável de vida e que tem que ser substituídas ou reparadas a custos elevados (pag. 11), ou o exemplo impressionante do Japão (pag. 111)

Finalmente, uma referência a Portugal. Parece sair-se bem das estatísticas, mas estamos a pagar para isso, como repetidamente aqui vimos referindo. Somos todos tão aldrabados: As pessoas que contribuíram para o documento, deviam estar tão em êxtase perante os seus pares internacionais, que colocaram Viana do Castelo em Espanha (pag. 134):

In 2007, the technological complex of the German company Enercon GmbH, a member of the wind energy consortium Eólicas de Portugal, SA., began construction in the north of Spain (Viana do Castelo).

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Fim do Mundo no final de 2016

Quando eu pensava que não era possível ser mais estúpido que o Príncipe Carlos, que ainda no início desta semana referenciava, com as suas previsões da treta, um leitor chamou-me a atenção para o site www.onehundredmonths.org. Para Andrew Simms, da NEF (New Economics Foundation), em Agosto de 2008 tínhamos 100 meses para evitar uma qualquer desgraça para o Planeta. E já passaram 25 meses, como o tretas celebrou no início deste mês, na sua coluna mensal do alarmista Guardian.

É assim que se celebra a ciência climática. Visitem a página dos 100 meses acima, e foquem com atenção o contador. Deixem-se hipnotizar pelo contador decrescente, que acelera a fim dos Mundos. E tenham MEDO, MUITO MEDO, pois o fim está cada vez mais próximo. Para estes, mais próximo ainda que o do Príncipe Carlos...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Economia verde destrói empregos

Aqui ao lado, em Espanha, vive-se um autêntico pesadelo com a economia verde. Para além de estarem enterrados num gigantesco défice tarifário, da economia verde estar em queda livre, sabe-se agora que isto está a dar cabo da economia real. Tudo porque 66 mineiros estão encerrados em duas minas de carvão da comunidade autónoma de Castela e Leão.

Porquê? Porque não são pagos há 2 meses... E porque é que isto acontece? Porque o governo espanhol está mais preocupado com o Aquecimento Global do que com a economia espanhola. Desde Março de 2009, as empresas de energia eléctrica não compram mais carvão. O Governo, numa atitude de chutar para a frente, começou a comprar esse carvão pela empresa pública Hunosa, e a amontoá-lo, no que designou por "armazenamento temporal estratégico"! E já vai em nove milhões de toneladas...

Em Março tentou acabar com o esquema, mas retomou-o por 15 dias em Agosto. Entretanto, já estoirou no "monte de carvão" 160 milhões de euros, e procedeu a um adiantamento de 315 milhões para o que ainda falta de 2010! O sector do carvão sustenta 10000 famílias naquela região, que temem naturalmente pelo seu futuro... E da próxima vez que virem estatísticas da economia verde, não se esqueçam que estes empecilhos são varridos para baixo do tapete...

Contas à Quercus

A Quercus fez ontem um balanço do consumo de electricidade até Agosto. Não sei qual o esforço envolvido em traduzir a página da REN sobre o mês de Agosto, mas vou começar a cronometrar quanto tempo vai demorar a resposta.

A primeira ideia é a de que há "muitas renováveis". Pois houve e isso foi à custa de muita energia hidraúlica produzida! Segundo os dados da REN, produziram-se 6562 GWh de barragens em fio de água, 4873 GWh de Albufeiras e 1000 GWh de hidraúlica no PRE (essencialmente mini-hídricas). Um total de 12435 GWh de energia renovável, que representa mais de dois terços (67.50%) do total de energia renovável gerada no país (juntar 5867 GWh de eólica e 121 GWh de solar). Se a Quercus se congratula com isto, porque está então contra as barragens?

Uma ideia seguinte é a do grande aumento do consumo. Que aumentou 5.5% em relação ao ano anterior. Um "aumento de forma avassaladora" e "crescimento insustentável"! A Quercus tem a lata até de destacar o mês de Março, onde o aumento em relação ao mês homólgo foi de 12.3%. Porque terá sido? Será que foi porque esse mês, bem como o de Fevereiro, tiveram valores de temperatura bem abaixo da média, conforme se pode ver pelos dados do Instituto de Meteorologia? É caso para se dizer: volta Aquecimento Global, que estás perdoado!

A Quercus mete-se ainda pela congratulação da exportação de energia, sem fazer as contas. Nem a quanto está a custar esta brincadeira das eólicas e solar.

Resumindo, um comunicado estéril, que se pode rebater ponto por ponto. E de forma muito rápida: este post, com todos os detalhes foi feito em 12 minutos...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Climate Progress censorship

Following my post regarding the Arctic in the Holocene, I did a tour today among the alarmists websites, seeking for Arctic nonsense. Sure, Joe Romm, at Climate Progress had it as the first post. Well, I did a comment there, and I even replied to some others comments, as can be seen in the left image below.

In the meanwhile, I returned there to see if someone else needed some more scientific facts. And surprise! My comments and the others referring to mine had gone, been censored, as can be seen by the right image below! It really made the difference having several tabs opened in the browser, to detect this. And as can be seen, I might wonder what might motivate these comment deletes? In the meantime, 8 visitors from Climate Progress did follow the links in the comments, so a few got more informed on the historic facts...

Nothing really new, and a real sample of how the consensus is not breached!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Arctic in the Holocene

In early August, an ice island calved from Greenland’s Petermann Glacier. Later in the month, an ice chunk broke off Ellesmere Island, away from the Ward Hunt Ice Shelf. An interesting phrase from the CBC article caught my attention:

At 40 metres thick, the Ward Hunt Ice Shelf is estimated to be 3,000 to 5,000 years old, jutting off the island like an extension of the land.

The key detail was the age of the ice shelf. Being 3000 to 5000 years old correlates very well with the existence of the Holocene climatic optimum. This data is confirmed from several sources, including references several decades old:

Radiocarbon dates and glaciological features of the Ward Hunt area along northernmost Ellesmere Island suggest the following chronology, which is consistent with world-wide climatic oscillations: 1) 10,000-4100 B.P.: deglaciation, and development of several marine levels, particularly one now 40 m. above sea level, at 7500+-300 B.P.; 2) 4100-2400 years B.P.: climatic deterioration, glacial readvance and formation of ice shelves; 3) 2400-1400 years B.P.: general climatic amelioration; development of dust ablation horizon on Ward Hunt Ice Shelf, glacial retreat; 4) 1400 B.P. - present : climatic deterioration, with renewed thickening of Ward Hunt Ice Shelf, and beginnings of growth of ice rises; the last-mentioned experienced maximum growth in the interval between 350-170 years ago; slight glacial readvance.

Steve McIntyre brought up some interesting questions several years ago, and has raised the issue several other times. Other indirect evidence of less ice in the Holocene, and one of my favorites, is given by the discovery of a narwhal tusk, on the northwest coast of Ellesmere Island, that was radiocarbon dated at 6,830 ± 50 B.P. From the abstract of "An early Holocene narwhal tusk from the Canadian high Arctic" we can read:

The specimen represents an early Holocene range extension of 400–700 km over the present. Because the narwhal requires abundant open water to survive, the Holocene tusk is an important independent item of proxy data on palaeoclimatic change. Contemporary migration routes are directly related to seasonal sea ice in the inter-island channels of the central Canadian Arctic archipelago. The presence of a narwhal on the northwest Ellesmere Island coast at 6,830 ± 50 B. P. suggests that sea ice and ice-shelf conditions were more favourable at that time. A comprehensive chronological framework for late Quaternary and Holocene geomorphic/climatic events from northern Ellesmere Island records a warm early Holocene characterized by abundant driftwood entry into the high Arctic.

The same issues can naturally be also found for the Nares Strait, where the Petermann glacier drains. A paper by John England, referenced in the CBC article above, doesn't leave any doubts about what was going on several millenia ago:

Re-entry of the sea throughout Nares Strait is shown by a series of paleogeographic maps based on geomorphic evidence and radiocarbon dates on shells associated with marine limit. Deglaciation at the north end of the strait occurred by 10.1 ka BP and, at the
south end, by 9.0 ka BP. Nares Strait may still have been blocked by ice north of Kane Basin at 8 ka BP, however by 7.5 ka BP it provided an unobstructed seaway from the Arctic Ocean to Baffin Bay.

Other papers, like "Late Pleistocene-Holocene Marine Geology of Nares Strait Region", from Mudie et al., don't leave much doubts about what was the past climate of the region:

Palaeoceanographic reconstructions from dinocyst assemblages show that from ~6.5 to 3.3 ka BP, there were large oscillations in summer sea surface temperature (SST) from 3 °C cooler than now to 6 °C warmer, and that variations in SIC ranged from two months more to four months less of heavy ice compared to now.

While it is sad that ice sheets are melting, it's nothing new for Nature. In historical terms, ice sheets have gone, and gotten back. One might just wonder what was causing climate change then? Or understand that this melting may even be good for science, as collecting samples from where ice is gown, will certainly reveal our past history in more detail...

O comboio real

O Príncipe Carlos é um dos maiores tretas da Religião do Aquecimento Global. Já aqui nos referimos às suas previsões, e segundo a minha interpretação das suas contas, faltam 82 meses antes da destruição ser irreversível, em Julho de 2017. Vimos depois como o bocejo é até uma reacção animada aos seus discursos...

Carlos tornou-se tão eco-chato, que até agora os ecologistas puro e duros o criticam! Não é que o Carlos sacou do seu comboio real para ir pregar como se devia andar a pé ou de bicicleta??? Ele conseguiu arranjar oito carruagens, para levar 14 pessoas, por um périplo pelo Reino Unido.

Os ecologistas até já fizeram as contas: Carlos tem uma pegada ecológica cem vezes superior ao de outras pessoas do Reino Unido! Porque não irá ele de bicicleta? Sérá que sabe andar nelas...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Engarrafamentos na China

Um leitor interessado enviou-me uma notícia interessantíssima, uma mais relativa aos aspectos surpreendentes que acontecem na China, mas que muitas vezes nos escapam a nós ocidentais. A notícia é relativa a um gigantesco engarrafamento que tem acontecido na China nas últimas semanas, que ultrapassa os 100 Km, na auto-estrada entre Pequim e a Mongólia. As culpas dividem-se entre as obras e os camiões de carvão, e tudo começou a 14 de Agosto, com dias a registarem avanços de menos de um quilómetro, e alguns condutores a dizerem que levaram 5 dias a ultrapassar a confusão.

Perante estas grandes confusões, muitos dos ecologistas a que estamos habituados, teriam grandes "oportunidades de negócio" para aquelas paragens... Mas onde estão eles? Alguém os ouve a respeito destes casos??? Ou será que vão a caminho? Pode ser que estejam no meio do engarrafamento, caladinhos!

domingo, 5 de setembro de 2010

Os buracos da Arrábida

O Expresso divulgou ontem um conjunto de fotos notáveis sobre os buracos que inundam a Arrábida. Os mesmos são resultantes das pedreiras comuns na zona. Infelizmente, elas são necessárias, mas o seu impacto deveria ser sempre minimizado. Em termos paisagísticos, elas são apenas muitas vezes visíveis a partir do ar, mas isso muitas vezes é o que interessa menos. Como se pode ver pela sequência de fotos, o levantamento de poeiras é um problema sério. E outros problemas ainda mais sérios certamente se levantarão. Em vez de andarem entretidos com o dióxido de carbono, os ecologistas deveriam procurar imagens fortes como estas. Porque uma imagem vale por mil palavras...

sábado, 4 de setembro de 2010

A corrida mais louca do Mundo

Louis Palmer organizou a Zero Race, uma corrida louca à volta do Mundo. Quatro "carros" eléctricos movidos a energia solar procurarão dar a volta ao Mundo, passando inclusivamente por Portugal, conforme se pode ver no mapa do percurso, disponível ao lado.

Numa corrida que já vai a 20%, os abandonos já começaram. Há uns dias houve umas explosões, enquanto a chuva vai fazendo também estragos... E as peripécias que eles próprios relatam são tantas que nem dá para acreditar! Mas os jornalistas pelo caminho vão engolindo as aldrabices do costume. Veremos como é quando chegarem cá, se chegarem...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Diesel melhor que veículos eléctricos?

Os carros eléctricos são vendidos como extremamente "verdes" para o ambiente, beneficiando mesmo de subsídios muito generosos. Já aqui nos referimos todavia a aspectos polémicos, que agrupamos genericamente na tag sobre automóveis.

Saiu agora um estudo de investigadores suiços, do EMPA, publicado na Environmental Science & Technology, que equaciona os efeitos ambientais dos carros eléctricos e das suas baterias, em comparação com automóveis movidos por combustíveis fósseis. Uma das suas conclusões é a de que a origem da energia eléctrica utilizada para carregar as baterias é determinante no impacto total. Nas suas contas, para um cenário de 150000 Km, com um mix de energia atómica, carvão e hidroeléctrica, como é comum na Suiça, o impacto do consumo é três vezes superior ao do custo ambiental imputável ao fabrico das baterias. Estas representam 15% do impacto ambiental ao longo da vida útil do automóvel, sendo que a extracção do lítio é responsável por 2.3%. Alguns dos outros passos no fabrico das baterias está evidenciado na imagem acima.

O problema do estudo está todavia no valor de consumo que é considerado para efeitos de comparação com os automóveis movidos por combustíveis fósseis. Segundo o estudo, os automóveis com consumo inferior a 3.9 litros/100Km serão mais verdes que os veículos eléctricos:

A break even analysis shows that an ICEV would need to consume less than 3.9 L/100km to cause lower CED than a BEV or less than 2.6 L/100km to cause a lower EI99 H/A score. Consumptions in this range are achieved by some small and very efficient diesel ICEVs, for example, from Ford and Volkswagen.

Automóveis destes já se vendem em Portugal. Como o Volkswagen Golf Bluemotion, ou o Ford Fiesta Econetic, passe a publicidade...

Nota: O título foi corrigido, substituindo-se a designação híbridos por veículos eléctricos.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Neve em Agosto

Enquanto nós por cá beneficiamos ainda de um calor bastante razoável (e que eu espero se vá mantendo), por outras paragens, parece que vamos directos para o Inverno. Segundo as estimativas da NOAA, vai haver frio a valer.

Na verdade, a neve já recomeçou a cair em Agosto. Tal aconteceu por exemplo na Escócia. Nos Alpes, a coisa é ainda mais escandalosa, com algumas estações de esqui a pensarem abrir já no próximo fim de semana... Em algumas estâncias caiu mais de meio metro de neve! Como a imagem acima (de hoje) documenta, algumas estão mesmo já prontinhas...

Noutros locais, outros sofrem das agruras do tempo. Como é o caso dos activistas da Greenpeace que tomaram de assalto a plataforma Stena Don. Como se pode ler nos diários da própria organização, não há dúvidas sobre as razões que os levaram a abandonar o protesto:

Well, that was dramatic. Yesterday afternoon, the seas started churning and our huge banner on the oil rig was twisting and flapping as a gale blew up.
(...)
The weather forecast on the screen on the bridge looked ominous – lots of grim symbols over the coast west of Greenland – while a quick duck outside had my eyes watering with the cold.
(...)
But now a freezing gale has stopped us. Anybody who saw the images of our camp under the rig will appreciate how harsh the conditions were last night for the guys.
(...)
Last night was freezing and now the sea below us is churning and the wind is roaring.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O mártire James Lee

É a notícia das últimas horas. James J. Lee tomou reféns no edifício da Discovery Communications, responsável nomeadamente pelo Discovery Channel. Este mártire, um discípulo do Al Gore, tem um manifesto na Web, que é absolutamente repugnante ler! E donde veio a iluminação dele?

Lee said at the time that he experienced an "awakening" when he watched former Vice President Al Gore’s environmental documentary "An Inconvenient Truth."

Sigam as actualizações no blog do Anthony Watts...

Actualização: Não devemos deixar de meditar como este caso pode ser a materialização do endoutrinamento do profeta Gore:

Bjorn Lomborg

Anda por aí uma notícia, propagada aparentemente pela LUSA, de que Bjorn Lomborg advoga a criação de um fundo de 100 biliões de dólares por ano, para salvar o planeta do Aquecimento Global. Estas notícias tentam sobretudo transmitir a ideia de que Lomborg é um céptico convertido aos alarmistas...

Mas Bjorn Lomborg não é um céptico sequer. Ele é um cientista político, bem falante, como já nos referimos aqui. É um vegetariano, esquerdista e homossexual assumido, sendo que antes de ser conhecido nunca tinha publicado um artigo científico sequer nas áreas do Ambiente, e até era apoiante da Greenpeace, com o objectivo de salvar o Mundo. E acredita piamente no Aquecimento Global, conforme afirmou no seu livro "Cool It" de 2007: "Global warming is happening. It's a serious and important problem..."

Um dia, Lomborg viu na Wired um artigo sobre Julian Simon, a quem já aqui nos referimos no blog. Lomborg, que também era professor de Estatística na altura, nem queria acreditar na história. E deu uma tarefa aos seus alunos: eles analisariam o trabalho do economista de direita, Julian Simon, e "provariam" que ele havia manipulado e distorcido os dados estatísticos, por forma a provar que o Mundo não estava efectivamente a ficar melhor da perspectiva ambiental, conforme Simon advogava.

Para grande surpresa de Lomborg, os seus alunos provaram o contrário: que Simon havia tratado correctamente os dados! Os alunos provaram ainda que quem havia manipulado os dados eram essencialmente as ONGs, que Lomborg tanto admirava! Daí até escrever o livro "The Skeptical Environmentalist" foi um passo. O livro desencadeou a fúria dos ecologistas, e ele foi agredido, investigado e julgado, mas sobretudo vítima de inúmeros ataques ad-hominem nos Media e na Internet.

Até Pachauri detesta o homem. Numa entrevista de 20 de Abril de 2004, ao jornal dinamarquês Jyllands-Posten, Pachauri comparou Lomborg a Adolf Hitler:

What is the difference between Lomborg’s view of humanity and Hitler’s? You cannot treat people like cattle. You must respect the diversity of cultures on earth. Lomborg thinks of people like numbers.

No dia seguinte, as reacções aos termos de Pachauri foram de condenação, embora Lomborg levasse na mesma tabela. Do episódio pouco reza a história... Pachauri negou depois a responsabilidade por tais afirmações, mas o repórter Lars From, do jornal dinamarquês confirmou as afirmações.

Resumindo, Bjorn Lomborg é uma voz muito inconveniente. Mas numa altura em que o IPCC está debaixo de fogo, esta notícia serve para divergir as atenções. Na verdade, nem sequer os ecologistas querem acreditar, mas que dá jeito, dá!

Actualização: Surpreendentemente, depois de o comparar a Hitler, Pachauri agora até o incentiva: "This book provides not only a reservoir of information on the reality of human-induced climate change, but raises vital questions and examines viable options on what can be done"

A borboleta e a energia eólica

Não sou daqueles que concordam muito com o efeito borboleta, segundo o qual o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo. Mas admitindo que é verdade, então penso que o impacto de todas essas ventoinhas a rodar no topo dos montes deveria ter um impacto muito maior! O impacto da energia eólica no clima já tinha aliás motivado um post anterior.

Entretanto saiu mais um estudo na "Atmospheric Chemistry and Physics" que evidencia a questão. Em "Weather response to a large wind turbine array", Barrie et al., simularam o impacto de um gigantesco parque eólico, tendente a ocupar 23% da área dos Estados Unidos. Esta é claramente uma área sobre-dimensionada, com o estudo a deixar claramente subentendido que essa área não será atingida rapidamente.

O estudo revela, nessas circunstâncias, um impacto significativo ao nível das anomalias atmosféricas, especialmente do Atlântico Norte, como facilmente se observa nas conclusões do estudo:

The study presented here depicts a strong downstream impact caused by a large surface roughness perturbation in a GCM. We have assumed that the active control of turbine orientation could produce a time-dependent change in surface roughness. Atmospheric anomalies initially develop at the wind farm site due to a slowing of the obstructed wind. The anomalies propagate downstream as a variety of baroclinic and barotropic modes, and grow quickly when they reach the North Atlantic.

Sabendo-se das grandes dimensões dos parques eólicos de Portugal e Espanha, poder-se-á facilmente perguntar como isto nos afecta? Como ninguém parece ter querido abordar esta questão, o Ecotretas vai procurar descobrir...