Um leitor fez-me chegar há umas semanas uma interessante notícia sobre o que fazer às torres eólicas em fim de vida? O artigo refere a existência, em Portugal, de mais de 53 mil toneladas de sucata eólica, dentro de alguns anos! Nada que se preveja muito diferente das eólicas assombradas noutros países. Ainda mais grave é o facto de não existirem ressalvas contratuais a obrigarem os promotores a se livrarem dessa sucata de uma forma ambientalmente correcta. É apenas efectuada uma alusão à necessidade de serem desmantelados, o que nas palavras de Luís Mira Amaral, «só mostra a ligeireza e o facilitismo com que foram feitos os contratos».
Mas como o artigo era de 2009, o problema deve já estar a colocar-se! Efectivamente, há dias, outro leitor, fez-me chegar a confirmação desse facto. Este artigo explica como se fez um desmantelamento de um parque eólico em Portugal, o parque eólico de Vila do Bispo. O parque eólico ainda nem sequer 14 anos tinha, não tendo atingido o limite de 15 anos que se considera a vida útil mínima de um parque eólico. Ou pelo menos o período a que habitualmente se tem direito às tarifas feed-in. Se se juntar a esse facto o incremento de potência de 20%, que visam certamente tirar partido do sobrequipamento, começa logo a cheirar a marosca... Entretanto, a brincadeira parece ter custado uns 13 milhões de euros, a pagar pelos mesmos do costume. E agora que se reforça o facto de que as eólicas provocam Aquecimento Local, talvez a sucatização esteja mais próxima...