Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço poderia ser um lema para a última cimeira pelo Ambiente em Copenhaga. Mais de 42 mil toneladas de dióxido de carbono foram enviadas para a atmosfera durante os onze dias em que decorreu o encontro. Comparando, emitiu-se tanto como 2300 americanos ou 600 mil etíopes num ano. Pior: 40 500 toneladas vieram apenas das viagens de avião até à capital dinamarquesa. Essa foi a primeira polémica a estalar em relação ao COP15. O aeroporto de Copenhaga esperava 140 jactos privados, incluindo o Falcon do primeiro-ministro José Sócrates. Aqueles que não conseguiam aterrar foram desviados para aeroportos regionais ou então para a vizinha Suécia. Isto implicou o uso de mais transportes, particulares ou não, desde esses locais até à capital. |
Além de ter falhado um acordo pelas alterações climáticas, o COP15 também foi palco de alguns excessos, ou não tivéssemos a presença dos mais importantes líderes mundiais. Por exemplo, foram alugadas 1200 limusinas para transportar os representantes de cada país, desde os hotéis para o Bella Center, onde se realizou a cimeira, e dentro da capital dinamarquesa. Apenas uma ínfima parte delas era híbrida, relatou o jornal britânico The Telegraph, na altura. |
"Ao entrar no Bella Center, é oferecido um livro de 302 páginas que explica como se pode tornar vegetariano. Comer carne, principalmente gado, é responsável por 50 por cento dos gases de efeito de estufa", conta William La Jeunesse, da cadeia de televisão Fox News. O problema é que, em média, uma árvore produz 71 145 folhas de papel. Dividindo pelas páginas deste livro, teremos uma árvore abatida a cada 236 volumes. Outro problema com o papel surgiu com o programa que era entregue na cimeira, duas vezes por dia. Ali davam-se informações sobre quem discursaria, quando e onde. Numa terça-feira tinha 58 páginas e na quarta-feira tinha 48. Fazendo as contas, foram gastas 1,56 milhões de folhas só nesses dois dias. A ambientalista Ana Rita Antunes confirma: "Não havia papel reciclado." |