terça-feira, 30 de novembro de 2010

A verdadeira poupança em combustíveis fósseis

Depois da contra-informação à Zorrinho, calculamos as poupanças em carvão. Depois, metemos mãos à obra, para calcular a poupança em gás natural, utilizado nas centrais de ciclo combinado. A tarefa foi bem mais demorada, porque os dados são difíceis de obter.

O problema principal foi obter os custos do gás. A ERSE utiliza essencialmente os valores de Zeebrugge, dados pela Reuters. O problema é que esses dados não são públicos. A ERSE tem alguns gráficos disponíveis, nomeadamente neste relatório (pag. 22 do PDF), bem como valores recentes, nesta página. Esses valores, para além disso, tinham ainda o problema de se saber qual a quantidade de gás natural consumido, que podia ser obtido do site da DGEG, tal como fiz com o consumo de carvão.

Optei, todavia, por utilizar os dados da Comissão Europeia, cujo relatório mais recente do Observatório do Gás, está disponível neste link. Na página 9 do PDF encontramos o custo do gás, expresso convenientemente em €/MWh. O problema, mais uma vez, foi obter os dados concretos, pelo que tive de os calcular a olhómetro. Para os dados do segundo trimestre de 2010, tive que calculá-los a partir da página da ERSE já referenciada, tomando como referência os valores de Janeiro de 2008. Dos cálculos que fiz, é possível um erro de 5%.

Depois, foi só pegar nos valores de produção de energia eléctrica, a partir do gás natural, disponíveis no site da REN, neste caso unicamente a partir de 2007. O resultado é o gráfico acima, onde podemos comprovar que a poupança em gás natural, no primeiro semestre de 2010, quando comparado com igual período de 2009, é de cerca de três milhões de euros! A poupança é maior em relação a 2008, mas comparativamente com 2007, o que se observa é um custo bastante maior...

Resumindo, e tal como previa, as poupanças derivadas das energias renováveis, no consumo de gás, foram muito pequenas no primeiro semestre. Se somarmos à poupança de carvão, pouparam-se 80 milhões no primeiro semestre. Faltam ainda as poupanças de fuelóleo, que deverão ser ainda inferiores às do gás natural. Portanto, os 800 milhões de Zorrinho são uma absoluta miragem, e desta vez, é mesmo o Sócrates que deverá ter os valores correctos. Os tais 100 milhões de euros, referenciados na Universidade de Columbia...

Actualização: Segundo esta notícia do Público, José Sócrates diz que, afinal, os 100 milhões de poupança de combustíveis fósseis, aconteceram no primeiro semestre. Ainda acima do valor correcto. E, mais uma vez, as verdades dizem-se fora do país, neste caso na Líbia. Aposto que o Zorrinho não estava lá para o ouvir! E como a poupança no segundo semestre deve ser muito pequena, vamos mesmo ficar perto de uma poupança de 100 milhões. Como o custo das renováveis vai ser superior a 800 milhões de euros, o sobrecusto vai ficar muito próximo dos 700 milhões de euros, como previsto pela ERSE, e repetidamente referenciado aqui no Ecotretas.

Actualização II: Um leitor atento alertou-me para o pormenor de que José Sócrates tenha referido que a poupança dos 100 milhões de euros foi mensal, durante o primeiro semestre. A minha alma está completamente parva! É um erro de uma ordem de magniutude... Coisa pouca, para quem não faz ideia do que anda a pregar!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Alterações Climáticas: os Desafios e as Respostas

Amanhã realiza-se na Sala do Senado da Assembleia da República, a Conferência Internacional - Alterações Climáticas: os Desafios e as Respostas. Da leitura do programa percebe-se que é internacional, porque vem cá três estrangeiros. Como o objectivo é engrupir os deputados, vão lá estar os piores alarmistas nacionais, como o Filipe Duarte Santos. Podem participar porque é livre, mas não percam o vosso tempo!

domingo, 28 de novembro de 2010

Mau tempo a tempo de Cancún

O Inverno ainda está a três semanas de distância, mas como amanhã vai começar a cimeira de Cancún, a Mãe Natureza teve que antecipar a chegada do frio... A ponto de deixar o Al Gore deprimido! Um pouco por todo o Planeta, as alterações climáticas do Inverno estão a chegar mais cedo, e mais frescas.

Em Portugal, Bragança atingiu uma mínima de -6ºC. Nos próximos dias prevê-se a queda de neve, tal como aqui ao lado em Espanha. Em França, existe um alerta laranja por quase todo o país. No Reino Unido, foram batidos vários recordes históricos de temperaturas mínimas de Novembro, depois do Met-Office ter previsto exactamente o contrário, como é seu costume!

Mas o frio não é um exclusivo da Europa. Na China, a neve chegou 40 dias antes do habitual, tendo sido a mais forte em 30 anos... Nalgumas províncias do Canadá, as temperaturas estão 10ºC abaixo da média sazonal. No Alaska, o mau tempo foi designado de icepocalypse.

Cheira-me que ainda vamos ter saudades do Aquecimento Global!

sábado, 27 de novembro de 2010

Manuela Ferreira Leite junte-se ao nosso clube

Via Espectador Interessado, tomei nota da coluna de Manuela Ferreira Leite no Expresso deste fim-de-semana, com destaque de primeira página, no Caderno de Economia. É a personalidade mais importante a juntar-se ao clube daqueles que equacionam a validade dos investimentos nas energias renováveis. Curiosamente, os leitores mais habituais sabem que as perguntas colocadas pela Manuela já tiveram resposta aqui no blog. Era mais um email que enviava, se o soubesse...

Depois da petição da DECO, o elefante anda à solta dentro da loja de porcelanas! Nada vai ser como dantes... Aproveitem para comprar o jornal, ou desde já prever o artigo:

A recente questão levantada pela Deco sobre as componentes reais que integram a fatura de eletricidade teve o mérito de chamar a atenção para que apenas uma parcela do que pagamos corresponde ao efetivo consumo de energia que podemos controlar.
Tudo o resto, bastante significativo, é constituído por diversas taxas e rendas fixadas maioritariamente pelo poder político e só uma ínfima parte da responsabilidade da entidade reguladora.
Uma dessas parcelas, resulta de apoio do Estado ao sector das energias renováveis e cogeração, o que, por uma questão de transparência, exige resposta a várias perguntas.
Quantas dessas empresas produtoras de eletricidade vivem à custa dos subsídios estatais à produção de energia?
Quantas e quais empresas obtêm lucros com a venda da eletricidade que produzem à EDP, o que significa que investem sem qualquer risco?
Quanto é que estamos a pagar através de impostos encapotados na nossa fatura de eletricidade?
Durante quanto tempo vai durar este encargo e qual a sua evolução previsível?
Estaremos a criar outra espécie de SCUT?
Estas questões sempre deviam ter sido claras, mas são especialmente pertinentes numa altura em que os cidadãos mal conseguem planear o seu dia a dia, com os dados que
conhecem, quanto mais com o que os apanha de surpresa.
Transparência e respeito pelos portugueses exige-se!

Poupança no carvão

A posta de ontem de manhã, relativa à contra-informação do Zorrinho, foi abordada em vários locais da Internet, com destaque para o Blasfémias. Estes políticos e a cambada de oportunistas que os rodeiam, avançam com números, mas justificações para eles, nem vê-las. Procurei um bom bocado ontem à noite, nos sites da EDP, ERSE, REN, DGEG, etc., mas nada de nada. Por isso tive que meter mãos à obra!

Lembremos que a poupança este ano está essencialmente à forte pluviosidade do primeiro trimestre, contas que alguns parecem não querer perceber. Não devemos esquecer igualmente que o sobrecusto das eólicas e solar na primeira metade de 2010 foi de 367 milhões de euros.

Neste primeiro post, iremos abordar quanto se poupou no carvão, um dos combustíveis fósseis substituídos pelas energias alternativas. Num post subsequente, irei abordar o gás natural. Segundo os dados da REN, a maior quebra de produção neste ano de 2010 verificou-se ao nível das centrais a carvão, pelo que será a parcela maior da poupança preconizada pelo Zorrinho.

O cálculo começa pelo site da DGEG (Direcção-Geral de Energia e Geologia). Dada a natureza estranha desse site, é preciso explicar como se chegam aos dados. Carrega-se em "Estatísticas e Preços" do lado direito do site, depois em "Carvão", e finalmente em "Estatísticas Rápidas". Nos ficheiros PDF desse site recolhem-se os dados do "Consumo Mensal de Carvão na Produção de Energia Eléctrica" do capítulo "H. Quadros Complementares".

Depois de sabermos quantas toneladas se consomem por mês, busca-se o valor do "NWE Steam Coal Marker", valor de referência em termos internacionais para o preço do carvão. Utilizamos o gráfico de 5 anos, utilizando o primeiro valor de cada mês. Como o valor da Bloomberg é em dólares, utiliza-se uma tabela de conversão para Euros. Utilizei os dados da Reserva Federal, disponíveis aqui.

Multiplica-se o consumo mensal pelo preço do início do mês, convertido em euros, e agregam-se os dados por semestre. O resultado é o gráfico acima. Se quisermos ser mauzinhos, a poupança deste primeiro semestre, em relação ao primeiro semestre de 2009, é de 77 milhões de euros, o que significaria uma poupança anual, nesta vertente de 154 milhões de euros. Mesmo que quisessemos ser bonzinhos, se comparassemos com o primeiro semestre de 2008, então a poupança semestral seria de 111 milhões de euros...

Curiosamente, este valor está muito próximo do valor projectado para os custos da energia que seria necessário comprar, ou produzir, caso não existissem eólicas. Por isso, é que tanta ênfase damos aqui no blog ao conceito de sobrecusto!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A lâmpada inteligente

José António Saraiva tem no Sol um artigo de opinião muito pertinente, sobre os vários tipos de lâmpadas, e as poupanças associadas. Não deixem de ler na íntegra, pois aborda algumas das questões que tenho aqui referenciado sobre as lâmpadas economizadoras. Entretanto, destaco um extracto do texto, porque todos gostam muito de falar da Inteligência Artificial, seja nos computadores ou nas redes, mas que quase sempre se revela uma estupidez pegada:

Trabalhei uns tempos num edifício em que as luzes e o ar condicionado eram comandados por computador. Supostamente, obter-se-ia com isso uma racionalização máxima da energia consumida. Pois bem, o que se passava era o seguinte: se eu saía do gabinete às quatro da tarde, as luzes e o ar condicionado ficavam abertos até às nove da noite. Não havia maneira de os apagar. Inversamente, se eu ficava a trabalhar até mais tarde, impreterivelmente às nove da noite apagavam-se as luzes e desligava-se o ar condicionado - e, para os repor a funcionar, era o cabo dos trabalhos.

Esse edifício pretensamente esperto revelou-se, assim, o mais estúpido em que trabalhei. As luzes e os aparelhos de ar condicionado estavam horas e horas ligados sem necessidade, com as salas e os gabinetes vazios. E pregava-nos partidas, deixando-nos às escuras nas situações mais inconvenientes.

Contra-informação à Zorrinho

Carlos Zorrinho foi o encarregado de "malhar" ontem na petição da DECO. Como a DECO avançou com um custo das renováveis de 800 milhões, o secretário de Estado da Energia avançou com uma poupança equivalente, em energia fóssil.

Estes políticos de meia tigela enganam facilmente os jornalistas. Mas como ainda há memória na Internet, vejamos o que se dizia no passado. Comecemos pelo mês passado, e vejamos o que dizia o Sócrates:

"O nosso défice comercial depende da questão energética", lembrou, assinalando que em 2010 as energias renováveis permitiram poupar 700 milhões de euros de importações de petróleo.

Em Abril passado, Zorrinho tinha uma noção que a poupança era de 500 milhões:

O secretário de Estado da Energia sublinhou hoje que "todos os anos importamos menos 500 milhões de euros em combustíveis fósseis pelo facto de produzirmos energias renováveis", disse Carlos Zorrinho numa conferência em Lisboa organizada pelo Económico.

Mas parece que a maior verdade terá sido dita nos Estados Unidos. Em Setembro, o Primeiro Ministro dizia na célebre conferência do "Bad English" que a poupança era de 100 milhões:

O primeiro-ministro considerou ontem que a reforma estrutural com melhores resultados na economia incidiu na área das energias renováveis, dizendo que permitiu a Portugal poupar 100 milhões de euros anuais em importações de petróleo.

Em quanto é que ficamos, afinal?

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Petição da DECO

A DECO descobriu que os consumidores portugueses andam a pagar muito pela electricidade. Aliás, muito em taxas e taxinhas. Os leitores habituais do blog sabem que esta é uma luta muito antiga, e por isso, mais vale tarde do que nunca... Talvez, a DECO tenha passado por aqui há pouco tempo, e lido um dos muitos posts sobre o assunto...

A DECO lançou uma petição online, com o lema "Electricidade sem extras". Ela está em força nos Media, mesmo naqueles mais alarmistas.

Convido os leitores do blog a assinarem a petição, mas não contem, para já, com uma redução do preço da factura da electricidade ao final do mês... É que os interesses já sairam a terreiro para dizerem que tal não é possível! E o secretário de Estado da Energia, Carlos Zorrinho, afirma que é "difícil reduzir os custos “extra” na factura da electricidade". Chiça! Alguém sabe o email do senhor para lhe enviarmos a sugestão de passar também aqui pelo blog, ou por outros que também abordam este tema???

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Fraldas reutilizáveis

Via Cabalas, chegamos à notícia de que a Quercus e o Ministério do Ambiente andam a impingir fraldas reutilizáveis às mães que deram à luz esta semana. É o chamado projecto Fraldinhas, sendo que segundo a Quercus, a "utilização de fraldas reutilizáveis evita a produção de 1 tonelada de resíduos por bebé"

O que nós sabemos destes ecologistas da treta é que eles gostariam de se livrar dos bebés... E reduzir o número de seres humanos. Como não querem admitir isto à primeira, vão atacando o problema devagarinho. Inflacionam-se uns números e diz-se que os bebés são os culpados pelas lixeiras que temos. Passa-se a mensagem aos Media, que propagam as "3,5 toneladas de resíduos de fraldas que as famílias colocam por hora no lixo" ou "a tonelada de fraldas descartáveis que um bebé produz, durante dois anos e meio".

A notícia do Público vai mais longe e cita João Figueiredo, da Valorsul (entidade que trata dos resíduos sólidos urbanos de 19 municípios, que serve um milhão e meio de habitantes). O João diz que "recebem cem mil toneladas de fraldas usadas por dia"... O João deve ser mais um dos que não sabem fazer contas: 100000 toneladas são 100 milhões de quilos. Se todos esses milhão e meio de habitantes usarem fraldas, cada um gasta 66.6 Kg de fraldas por dia? Ora, eu não uso, e aposto que o leitor da região de Lisboa, também não. Estão a ver quantos quilos de fraldas gasta cada bebé por dia???

E embora seja um problema bem real o das lixeiras, já estou habituado a que a Quercus apenas aborde uma pequena parte do problema. E quando eles começam a justificar com poupanças monetárias, fico logo com a certeza que há cabala!

Realmente, não é difícil topá-la! Na página do Wikipedia sobre fraldas, há um link para o estudo mais completo sobre o assunto, que compara fraldas descartáveis e reutilizáveis. A primeira conclusão é surpreendente!

Na página 35 do PDF, nas conclusões, observa-se que as fraldas descartáveis têm um impacto equivalente a 550Kg de dióxido de carbono, ao longo dos dois anos e meio, de utilização média de fraldas por um bebé. Para as fraldas reutilizáveis, o impacto médio é de aproximadamente 570Kg de dióxido de carbono. Mas este último valor depende ainda da forma como se lavam e secam as fraldas reutilizáveis. Se as fraldas forem lavadas a 90ºC, em vez dos 60ºC, há um acréscimo de 31% a esse valor, e se todas as fraldas forem secas na máquina de secar, então pode somar mais 43%!

E agora Quercus, em que ficamos? Não se lavam as fraldas e propagam-se os micróbios? Contrata-se uma pessoa a tempo inteiro para lavar e secar as fraldas, um trabalho a tempo inteiro, como faziam as nossas avós? Conta-se ou não os custos ambientais decorrentes, por exemplo, do cultivo do algodão, provavelmente a cultura que mais pesticidas, fertilizantes e mais água consome no mundo inteiro? Bem, há sempre a poupança monetária, mas mesmo assim, admito que as contas estejam igualmente engatadas! Qualquer um que já foi mãe/pai, e sobretudo os que já são avós, não têm qualquer dúvida sobre a opção correcta para os nossos bebés!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Penn & Teller

Um leitor atento apontou-me para um vídeo de Penn & Teller, referenciados no blog de Luboš Motl. Depois de os ver, não posso senão recomendá-los aos leitores. A exposição das tretas é absolutamente brilhante, e não vale a pena escrever mais... São 30 minutos imperdíveis!



segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Dar banho ao cão

Um leitor atento enviou-nos um apontador absolutamente estonteante. Tem passado na RTP2 um programa absolutamente abjecto sobre o ambiente, que dá pelo nome "Desafio Verde". Atentem na sua descrição:

DESAFIO VERDE é um programa inovador e educativo que demonstra como é possível ser amigo do ambiente sem ser extremista.

Da lista de emissões do programa, resulta que a edição deste passado fim-de-semana, que se encontra abaixo, parece ser a de um "best-of". O problema como certamente constatarão está na forma de passar a mensagem. Eu, pessoalmente, concretizo algumas, e muitas mais, das dicas divulgadas. Mas, a forma como são passadas, é de fazer queixa imediatamente. Vejamos algumas, com indicação do período do filme em que aparecem:
  • 1:20 Confrontam-se os "eco-criminosos"
  • 3:35 família vai esgotar com toda a água do planeta?
  • 3:50 família é CULPADA por dizer que as lâmpadas incandescentes são mais baratas?
  • 4:05 combate-se o eco-crime, despejando o lixo na rua...
  • 6:20 marcha militar a favor do Ambiente
  • 11:40 são todos culpados!
  • 12:05 Luis Filipe Borges coagido a aceitar o Desafio Verde! Claro que teve que aceitar...
  • 25:30 Reduzir a velocidade nas auto-estradas para 100Km/h
  • 34:40 Toca a beber a água do poço, que a Claudia não sabe a diferença entre a água da torneira e a água do poço...
  • 36:25 Mais marcha militar, para esquecer a garrafa...

Se fosse só isto, a gente ria-se da estupidez da Claudia e companhia. O problema é quando entramos por outros domínios... Aos 16:40, Paulo Fernandes, o co-apresentador, não se faz rogado e entra por uma casa de banho ao som dos tiros, a apontar para um miúdo, o Salvador, que dá banho a uma cadela... A sentença é rápida: Salvador é um eco-criminoso, e é "abatido" pela pistola de plástico do Paulo! Aos 31:05, a família Pinto, nomeadamente a Lucinda, é prontamente catalogada como terrorista! Na família Perdigão, aos 31:55 as crianças não são eco-criminosas, jamais, mas o Pai sim! Mas há sempre a possibilidade de passarem de terroristas a militantes da causa Ambiental, como podem ver pela mensagem da Claudia aos 42:10.

Este desafio verde é baseado no formato Wa$ted. Ainda não vi, mas deve ser a mesma porcaria. A mesma mensagem terrorista é passada no blog do programa, ou na página do Facebook, onde podemos avaliar se somos eco-criminosos, mas primeiro dizendo que gostamos do desafio verde? Arre! Vou queixar-me a algum lado!

domingo, 21 de novembro de 2010

Morrer de frio


As previsões antecipam um Inverno particularmente frio para a maior parte da Europa. Segundo esta notícia de um jornal inglês, mais de cinco milhões de lares do Reino Unido lutarão para se manter quentes este Inverno. Pior, a quantidade de pessoas que morrerão de frio deve subir acentuadamente este ano, para o valor mais elevado de sempre, segundo a organização National Energy Action.

Estes dados vão de acordo ao que já abordamos aqui no passado. A situação este ano é ainda pior, por via das medidas de crise introduzidas no Reino Unido. Eles têm mesmo a noção de pobreza de combustível, que é definida como existindo quando um lar gasta mais de 10% do seu rendimento no aquecimento do lar. E isso acontece também por causa do tipo de construção e isolamento, bem como da subida dos combustíveis.

É por isso que não foi surpreendente ver outra página desta organização, onde se refere que a maior mortalidade de Inverno reside em Portugal e Espanha! E se alguém tem dúvidas sobre as vantagens do Aquecimento Global, vejam o gráfico acima, retirado de uma tese de Mestrado, onde se verifica claramente que se morre muito mais nos meses de Inverno, em Portugal!

sábado, 20 de novembro de 2010

Óbidos Solar em risco

A notícia surgiu esta semana nos Media, e relata a possibilidade de o projecto Óbidos Solar estar em risco. E ainda bem! Como já relatamos aqui no passado, é dos tipos de investimentos sem qualquer lógica!

Segundo os detalhes da notícia, os habitantes investem 1000 euros, mas cedem a posição contratual a uma empresa parceira. Os primeiros ficam com uma poupança de até 75% da factura energética, mas tal como nos saldos, cheira-me que o "até" é uma aldrabice. Quem financiava a coisa até agora era a empresa parceira, que investia entre 24.000 e 30.000 euros! Se existem 500 pessoas interessadas em aderir, é porque a negociata interessa... E quem paga no final são os restantes, eu e o leitor, também! A coisa fica claríssima quando se lê a transcrição da Acta da Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Óbidos, de 24 de Fevereiro passado (pag. 4):

O vereador Humberto Marques disse que se o Município de Óbidos tivesse seguido a estratégia sugerida pelo vereador José Machado, estava a dar às famílias, em média, apenas 400 euros anuais. Todavia o que o Município fez foi que, com o mesmo custo, num período de 15 anos, desse 30000 euros.

O problema é que agora o financiamento terá que vir da Banca! Imaginem lá porque é que o Governo decidiu assim? Embora as notícias não o refiram, na base do problema parecem estar as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 118-A/2010. Que permite mais produção, mas que dá uma golpada importante no preço por MWh. Uma no cravo, outra na ferradura!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Estratégia para Cancún

Hoje deparei-me com um texto simples, mas muito elucidativo, do que se vai passar em Cancún, em menos de um mês. Em apenas alguns parágrafos se resume o que se está a passar nos bastidores, entre Copenhaga e Cancún. Desta vez, os políticos vão-se manter afastados, porque eles não gostam de estar associados a derrotas; este é um desfecho mais que certo, sobretudo com a crise financeira e o ditado dos esclarecidos eleitores americanos. E os políticos, esses trocas-tintas, já perceberam que agora só conseguirão votos dos lados dos cépticos...

Os países em desenvolvimento obviamente não estão disponíveis para continuarem na Idade Média. E já perceberam que não receberão senão o dinheiro habitual de Americanos e Europeus! Ou até cada vez menos... Porque também nós já pensamos mais na comida que havemos de pôr no prato no final do dia, e se tiver que ser bife de urso polar, que seja!

O dinheiro dos especuladores, esse obviamente já saiu para outros lados, como o fez Al Gore, da Chicago Climate Exchange, com os mais inteligentes a espetarem concerteza curtos! Enterrados estão os fiéis investidores, como muitos daqueles que entraram na EDPR, e agora estão completamente entalados... Mesmo os mais inteligentes ambientalistas estão em xeque: ao promoverem as eólicas e solar, vêem regressar o nuclear, a razão da nascença de muitas das mais importantes organizações ecologistas!

E quem percebe melhor isto que os Chineses? Vários trechos do Sun Tzu se aplicam facilmente. Em Copenhaga, numa pressão imensa, concordaram com nada. Não assinaram nada, nem sequer a declaração final. Apenas notaram que uma declaração tinha sido efectuada. E assim continuarão, porque têm naturais aspirações ao progresso!

Nota: Dêem uma vista de olhos a mais cartoons engraçados no site do Josh.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Molion e Corte-Real em Bragança

Um leitor habitual enviou-me um apontador interessantíssimo para uma Conferência Debate subordinada ao tema "Alterações Climáticas: três olhares". A Conferência ocorre no próximo dia 19 de Novembro de 2010, pelas 21h30, e terá lugar no Auditório Paulo Quintela, em Bragança. Terá a participação de dois reputados cientistas já aqui referenciados no Ecotretas. O Prof. Luís Carlos Molion da Universidade Federal de Alagoas, do Brasil, é um dos oradores. Também presente estará o Prof. João Corte-Real, da Universidade de Évora. Ambos dão garantias duma análise objectiva muito interessante! Quem puder, não deixe de participar! A entrada é livre.

A conferência culmina uma semana de actividades intensas no IPB, no II Workshop sobre "Clima e Recursos Naturais 2010", cujo programa está aqui. Não deixem de aproveitar também, a transmissão ao vivo, dos dias que restam.

Lista não-inglesa de sites cépticos

Durante estes últimos tempos, fui coleccionando links para sites cépticos do Aquecimento Global Antropogénico. Para uma lista de sites em inglês, a lista do site de Anthony Watts, Watts Up With That?, é a referência. Para sites noutras línguas, criei a página "SKEPTICAL VIEWS IN NON-ENGLISH COUNTRIES", com link permanente na parte superior direita do blog.

A lista actual, que reproduzo abaixo, inclui sites em 10 línguas, com quase 80 sites. A lista pode ser ordenada, carregando-se no cabeçalho da tabela. Observem também os links para tradução em cinco línguas, incluindo o português, através do Google Translate.

Actualização: Por razões de formatação da página principal, retirei a tabela. Ela está disponível no link acima.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Desemprego Verde

O Primeiro Ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, prometeu a semana passada, em Seul, criar um milhão de empregos verdes nos próximos dez anos. O problema é que o vizinho ao lado, bem como nós, está a deitar fora os poucos empregos verdes que entretanto foram efectivamente criados. Segundo esta outra notícia de La Vanguardia, a verdade é que se perderam em Espanha 35 mil empregos nos sectores eólicos e fotovoltaico!

Na verdade, com uma subsidiação insustentável, todo o castelo de cartas se desmorona. Javier García Breva, antigo responsável de energia do PSOE, diz que Zapatero tem um discurso duplo: no estrangeiro é tudo rosas, enquanto em Espanha o cenário é negro... Não acham isto tão deja-vu? Segundo ainda o artigo de La Vanguardia, a culpa é do Regulador, do Ministério da Indústria, do Governo... Pelos vistos, nenhum deles sabe fazer contas! Agora há que cortar! Os projectos novos foram metidos na gaveta, e nos projectos existentes, já não se vai cumprir o contratado...

Segundo a Asociación de la Industria Fotovoltaica, desde 2008 perderam-se 30000 empregos (dos quais 90% eram temporários), enquanto que, segundo a Deloitte, em apenas 2009, se perderam 5000 postos de trabalho no sector eólico. Segundo Sergio de Otto, um analista do sector eléctrico, os fundos internacionais de investimento já não poem os pés em Espanha, tal o desprestígio gerado!

E enquanto em 2008 se criaram 2800 MW de potência fotovoltaica em Espanha, em 2009 foram uns impressionantes 5 MW! Por isso, quem mais se queixa, não são os desempregados! São os abutres do sector, sempre à procura de um bom subsídio. E isso fica claramente patente nas restantes opiniões do artigo...

domingo, 14 de novembro de 2010

Família modelo dos ecologistas

A família de Paula Sousa e Pedro Marques vai, certamente, passar a ser a família modelo dos ecologistas. Na página 18 do Expresso de ontem, Joana Bastos dá-nos a conhecer a família de Vila Franca de Xira:

A partir do próximo mês, quando Paula perder o subsídio de desemprego, vão prescindir da electricidade. "A água e o gás são mais importantes para fazer a comida", dizem.

Todo o artigo é muito emocianante. A verdade é que há muitas famílias como a de Sousa & Marques, que andam a passar dificuldades para suportar os prémios do Mexia, as subidas de energia por causa das renováveis, e a pagar taxas e taxinhas, como as que suportam a RTP. E a causar a emissão de gases de efeito de estufa... Esta família vai, portanto, aumentar a sua eficiência energética ao máximo, e os ecologistas admirarão esta decisão. No futuro, para estes, todos deveríamos ser como esta família!

Este é um cenário que só agora chegou ao Expresso. Neste artigo do Público de início de 2009 temos mais exemplos de pessoas que cortaram também nas suas emissões. Mas, parece que a fé das pessoas é outra... Mas tal como nos telemóveis, provavelmente vem ai o pre-pagamento da electricidade, tal como já existe noutros países (eg. Reino Unido). Assim, pensará o Mexia, continuará a haver justificação para a sua economia Verde...

sábado, 13 de novembro de 2010

Fraude Solar

Um estudo dos investigadores Andrew Macintosh e Debra Wilkinson, da ANU, uma Universidade Australiana, lançaram um estudo absolutamente demolidor para a política de subsidiação da energia solar na Australia. Resumidamente, 1.1 mil milhões de dólares australianos (cotação actual próxima do dólar americano) foram estoirados na subsidiação de painéis solares, não tendo feito praticamente nada pela redução nas emissões de CO2. Interessante é o facto do esquema ter beneficiado essencialmente os ricos!

Mas há muitas mais conclusões inconvenientes. Macintosh, que é Director Associado do Centro de Política e Direito Climático da ANU, não vê qualquer vantagem nestes subsídios em áreas onde o acesso a energia da rede é fácil. O programa de subsídios começou em 2000, com oferta de um desconto de $8000. Em Junho passado, o Governo terminou o programa em 24 horas, dado que o programa era claramente insustentável em termos financeiros. Dos apoios concedidos, 66% foram para a classe média alta. Nem sequer a indústria solar australiana beneficiou dos apoios, com a grande maioria dos painéis a serem importados da China.

Em termos práticos, os painéis reduziram as emissões em 0.015%, com cada tonelada de carbono poupada a ter um custo de $301, duas ordens de grandeza acima do seu custo. E tudo isto permite apenas a geração de 0.1% da electricidade total da Austrália... Em Portugal, o esbanjamento continua, porque a classe média-alta é cada vez mais pequena, e tem outras prioridades!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Ecobolas

Um leitor habitual apontou-me para um post no De Rerum Natura, com mais uma exposição de uma treta dos ambientalistas. A Quercus, no seu degradante "Minuto Verde", fez mais um apelo à banha da cobra. Desta vez, Sara Campos, no vídeo abaixo, fala sobre as ecobolas, que supostamente substituem os detergentes na lavagem da roupa. As ecobolas são um produto comercial, como podem ver neste site, pelo que o que a Quercus está a fazer é publicidade encapotada, paga ainda por cima pelos contribuintes portugueses!

Entretanto, atentemos na explicação científica de David Marçal:

No site das bolas verdes há todo um chorrilho de disparates, como que "cerâmicas Alcalinas mantêm o pH próximo de 10". Portanto, de alguma maneira reduzem a concentração de iões hidrónio (H3o+) muito abaixo do nível de auto-dissociação da água, e fazem-no nada menos do que 1000 vezes (lavagens). Basta pensar no volume da água de 1000 lavagens (por mais ecológico que seja o programa) e na quantidade de base que teria que se adicionar para que o pH subisse para 10 (e o pH é uma escala logarítmica, ou seja cada alteração de uma unidade implica uma mudança de um factor de 10 na concentração) para perceber que essas ecobolas devem ser armas de destruição maciça.


Mas uma pesquisa rápida na Internet revela mais verdades por detrás das ecobolas. Neste site estão resumidas as verdades inconvenientes sobre as ecobolas. Aí descobrimos que este é, aliás, um esquema muito antigo, com pelo menos 13 anos. Daí até chegar à página do Wikipedia, foram uns segundos... Depois, também rapidamente se comprova que a estupidez está patenteada! Outras explicações científicas são rapidamente encontradas...

Se eu consigo descobrir tudo isto em 4 minutos, porque diabo nos anda a Quercus a aldrabar???

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O totalitarismo Climático

O totalitarismo (dos quais o comunismo e o fascismo são os melhores exemplos), há muito tempo que chegou aos domínios climáticos. Os leitores habituais do blog sabem que eu tenho exposto repetidamente os abusos que, a este nível, se cometem. O totalitarismo climático está associado ao autoritarismo imposto por uma comunidade científica muito conhecida, mas que são apenas peões movimentados pelos ideólogos da Nova Ordem Mundial. A ideologia associada, como em qualquer regime totalitário, está a ser massivamente divulgada pela comunicação social controlada. E estão presentes as outras características do totalitarismo, incluindo o culto de personalidade, o controle sobre a economia, a regulação e restrição da expressão, a vigilância em massa, etc.

Esta introdução é importante para compreendermos o que se está a passar neste momento. Passaram esta semana 72 anos sobre a Kristallnacht: em 8 e 9 de Novembro de 1938, as casas de Judeus alemães foram saqueadas, as lojas e vilas onde eles moravam, destruídas. 1668 sinagogas foram igualmente saqueadas, tendo sido incendiadas 267. Morreram 91 Judeus, enquanto cerca de 30000 homens Judeus foram levados para campos de concentração. O resto, como todos devem saber, é História...

O que se segue é um deja-vu histórico. As SS verdes alemãs, na impossibilidade de conterem o cepticismo climático que grassa na Alemanha, reverteram para as técnicas antigas. Parlamentares dos Verdes estão a tentar encostar o Governo à parede, procurando cunhar os cépticos, tal como efectuaram com os Judeus, marcados como se de gado se tratasse. Uma tradução em inglês está disponível no site NoTricksZone, de P. Gosselin.

Quando se pergunta se há "vozes dentro do Governo Alemão que questionem o Aquecimento Global Antropogénico", ou se atinge a credibilidade de cientistas como Fred Singer, o que se pretende é o silenciamento. Uma boa resposta, antes da do Governo alemão, foi dada por Luboš Motl. A tudo isto não é alheio a realização de uma conferência internacional de Energia e do Clima organizada pela EIKE (Europäisches Institut für Klima
und Energie), também referenciada na persecução. A conferência é uma autêntica lança em África, e será realizada em Berlim, em simultâneo com a cimeira de Cancún.

Se também é um dos que não quer o regresso do totalitarismo, mantenha-se atento. E vá passando a mensagem... Mas tenha medo, muito medo do que aí possa vir!!!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

World Energy Outlook 2010

The IEA (International Energy Agency) launched yesterday the "World Energy Outlook 2010". Two major conclusions are making some hype in the Media: that "Copenhagen failure could cost US$1 trillion" and that "Oil Subsidies have reached $312 Billion in 2009". This last title is incorrect, as you'll see, but that's the Media we have. Others rejoice because "fossil fuel subsidies are five times greater than renewables"...

Why are fossil fuel subsidies so high? Lets start by seeing the relevant graph below, extracted from www.worldenergyoutlook.org/docs/weo2010/key_graphs.pdf Of the $312 Billion, approximately half of it is justified by subsidies in the Top 4 countries: Iran, Saudi Arabia, Russia and India. You'll probably notice that the first three are in the Top 4 oil producing nations: http://en.wikipedia.org/wiki/Petroleum


And when you read the Factsheet, you find the detailed composition of 312 Billion:

In 2009, oil products and natural gas were the most heavily subsidised fuels, attracting subsidies totalling $126 billion and $85 billion, respectively. Subsidies to electricity consumption were also significant, reaching $95 billion in 2009. At only $6 billion, coal subsidies were comparatively small.

So, only 40% of the subsidies are related to oil products, and not the whole, as some of the Media are hyping. To see in more detail where these subsidies are being used, we have to find somewhere else. The German Technical Cooperation (GTZ) has a worldwide compilation of international fuel prices (November 2008). You just have to look for the red countries below to find out that data from GTZ matches that of IEA:


Please click the images for a detailed view. When one reads the news above, most of us would imagine that it is the Western world that is subsidizing fossil fuels. But when you look better, it's exactly the other way around. An even better view for gasoline and diesel prices is given below (from the GTZ document referred above):


Now, you have to click these images, to get the details. Figure out where your country is. Mine is near the bottom, which is not good! Than try to locate those subsidy-dependent countries, mentioned above. Why should Venezuela's dictator, Hugo Chavez, cry out for more money, when in Venezuela one liter of gasoline costs only 2 US cents (8 US cents per gallon)? And why should President Mahmoud Ahmadinejad of Iran ask for money, when one liter of diesel only costs 3 US cents (11 US cents per gallon)? IEA has got a clue of what is going on, at least in Iran:

The country with the highest subsidies in 2008 was Iran at $101 billion, or around a third of the country’s annual central budget. Chronic under-pricing of domestic energy in Iran has resulted in enormous subsidies and a major burden on the economy that is forcing reliance on imports of refined products. Iran’s leadership came to agreement in 2010 on a sweeping plan for energy subsidy reform; however, steep economic, political and social hurdles will need to be overcome if Iran is to realize lasting reform.

And for Venezuela, it's just too easy to find it too. Chavez can't even deal with a multi-decade problem in his own country, but the fault is capitalism. While international journalists get surprised, it's a fuel tourism paradise for Colombian smugglers. There are other places in the world where this type of tourism is well known, and we Portuguese get to practice it a lot, in Spain. You can also find this problem discussed in the peer-review literature (PDF seems to be here).

It seems that I could go on, and on, with this document. The coal perspective is just too good to be true. The G20 meeting is just around the corner, and this document was clearly timed for it. And Cancun is only a few weeks away. Then, why should the western World be paying for a non-problem, when Iran is dedicating 20% of it's GDP to subsiding fuel costs? They alone wasted $100 Billion in 2008 in the process. And just guess where all that money comes from? So, why don't all these Greenies move to the Top 10 countries, in the first graph above, and get back some $200 Billion, for saving the planet?

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Ruído das eólicas


A energia eólica tem inúmeros problemas associados. Temo-nos aqui referido a isso repetidamente. Neste post dedicaremos alguma atenção aos problemas de saúde que derivam da exposição às turbinas eólicas. Eles são melhor compreendidos sobre os humanos, mas as implicações sobre os animais já existem, como até já aqui abordamos anteriormente.

No impacto das turbinas eólicas, assume particular importância o ruído. Quem já esteve próximo de uma turbina eólica, até acha piada. Mas repetidamente é outra coisa! A Drª Nina Pierpont, uma pediatra americana, e curiosamente uma ecologista militante, tem efectuado um levantamento dos efeitos nocivos que afectam as pessoas que vivem próximas dos aerogeradores. Os sons produzidos podem afectar a disposição das pessoas, incluindo problemas como insónias, dores de cabeça, zumbidos, vertigens e náuseas. As pessoas analisadas não registavam estes sintomas antes da operacionalidade dos aerogeradores, e afirmavam que tais sintomas desapareciam depois de vários dias longe desses locais. Pode-se pensar que as pessoas queixosas não gostam das eólicas, mas a verdade é que muitas haviam apoiado a sua instalação. Os estudos, que merecem a concordância de pares, estão até já traduzidos em livro, Wind Turbine Syndrome.

Felizmente, em Portugal, este problema do ruído tem menos expressão que noutros locais. No entanto, alguns começam-se a destacar, com este exemplo de Silves. E outros mexem-se, como é o caso da população da Igreja Nova (pag. 12/13), relativo ao parque eólico do Faião, do concelho de Mafra.

Mas quando temos propostas de colocar ventoinhas em ambientes urbanos, devemos todos ficar preocupados! Quando assim acontece, não há como reclamar... Segundo está página da CCDR-LVT, podemos reclamar na Entidade licenciadora da actividade (Direcção Geral de Geologia e Energia, Direcção Regional de Economia), na Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território, e na CCDR, ao abrigo do Regulamento Geral do Ruído – artigo 13º.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O novo mantra ecologista

Um leitor enviou-me uma notificação para mais um excelente artigo de Fernando Gabriel no Diário Económico. Já tínhamos manifestado a nossa admiração por ele no passado. Não deixem de ler o artigo na totalidade, dos quais destaco os extractos abaixo (com realces da minha responsabilidade):

Foi apenas há um ano, mas as imagens das tribos ecologistas ansiando pelo acordo de Copenhaga que (ele e só ele) salvaria o mundo (deles e só deles) parecem agora polaróides de um mundo extinto.

nos EUA, um estudo do German Marshall Fund sugere que apenas 6% consideram as alterações climáticas uma prioridade política; no Reino Unido um inquérito da BBC efectuado em Fevereiro revelou que apenas 26% acreditam na tese antropogénica, contra 41% três meses antes.

eis que rebenta a berraria das ameaças à "biodiversidade", mesmo a tempo da conferência de Nagoya, um interlúdio entre Copenhaga e a próxima cimeira de Cancún. Quem pretender levar a sério a sugestão de um "apocalipse da biodiversidade" necessitará de duas informações elementares: qual o número total das espécies existentes e qual o ritmo de extinção? A Wikipédia propõe as seguintes respostas: desconhece-se o total de espécies existentes, mas sabe-se que estão a desaparecer a um ritmo "sem precedentes".

Este é apenas um exemplo da perversão da Wikipédia por activistas, utilizando a edição "aberta" para convertê-la num poderoso instrumento de propaganda global. Recentemente os mediadores da enciclopédia impediram William Connolley de aceder aos conteúdos: Connolley, um missionário do milenarismo ecologista, usava os privilégios de administrador para eliminar os contributos contrários à ortodoxia ideológica que pretendia passar por ciência.

Este autoritarismo ecologista é, no essencial, semelhante ao autoritarismo fascista: se no fascismo a autoridade prescritiva da conduta política advém do carisma do líder, no ecologismo ela resulta da fé messiânica na revelação da salvação ambiental.

Daí a irrelevância política das "alterações climáticas" ou da "biodiversidade": são apenas pretextos para a concentração de poder em organizações inimputáveis e para a legitimação de um vasto programa extorsionário posto em marcha por uma coligação de ideólogos, académicos e burocratas. Aliás, sem menosprezar o batráquio multicolor que ilustrou diversas "notícias" recentes sobre as ameaças à biodiversidade, a espécie que esta coligação ameaça de extinção é o homem livre ocidental, para quem a governação era a arte da contingência e não a imposição de um plano político que nega a autonomia moral e reduz todos à condição de bichos.

Morte na negociação de carbono nos EUA

Anthony Watts referencia hoje, uma notícia que não foi notícia! Nos Estados Unidos, a bolsa de carbono de Chicago, CCX (Chicago Climate Exchange), anunciou a 21 de Outubro que cessaria a negociação de carbono este ano, depois de as cotações terem atingido os valores mínimos possíveis, acima de zero. A previsão era clara, como o referimos aqui no passado.

A notícia é que esta notícia não foi notícia. Ou seja, os Media fizeram um blackout à morte anunciada. Nasceu há dez anos atrás, e na altura as perspectivas eram grandiosas, primeiro com 500 biliões de dólares, que chegaram a ser inflacionadas para 10 triliões de dólares. Muitos fizeram parte desta história triste, incluindo o actual presidente dos EUA, Barack Obama. Al Gore também não faltou, mas parece que teve o bom senso de sair quando o funeral ainda não havia sido anunciado. Enquanto isso, já deve estar a apostar na bolsa ao lado, que lançou este mês futuros de pluviosidade!!! Pode ser que algúem se lembre de regar os pluviometros, para ganhar um dinheirinho fácil...

domingo, 7 de novembro de 2010

A história da Carochinha

Via 31 da Sarrafada, tomamos conhecimento de mais uma notícia plantada pelo Manuel Pinho, desta vez na CNN. À primeira vista, todos os portugueses e carochinhas ficam contentes, e os sarrafeiros satisfeitos.

As mentiras são as do costume. Destacam-se, por exemplo, empresas que pouco mais facturam que os subsídios que recebem, e que, como de costume, fabricam lá fora. É preciso ler o artigo na totalidade, para perceber, felizmente, que os jornalistas não acreditam apenas na história da Carochinha, aliás do Pinho. E por isso referem a nossa dependência no crédito, para a subsidiação. E dos ambientalistas a queixarem-se de tudo. E dos grupos multi-nacionais a tomarem conta do negócio. Obviamente, da subida de preços da electricidade, que aqui tanto temos referido. E somos catalogados como os pobres da Europa, que emigram da sua terra, Verde. Porque será? É a história da carochinha!

sábado, 6 de novembro de 2010

Fate of the World

"Fate of the World" is a computer game being launched by Red Redemption. It is a strategy and simulation game, putting the future of the planet in the hands of the player. Playing the game, you get to decide the next 200 years of Earth's history, experiencing how to work out your own New World Order.



But worse than the game, are the intentions behind. Gobion Rowlands, Chairman and co-founder of Red Redemption, the creators of the game, in an interview to Edge, gives us some interesting previews of what might be going on in the game:

If you go to the US and the first thing you do is to implement a one-child policy and try banning meat, then they might just tell you to get out. Your agents can be killed, lost, blackmailed and kidnapped - so your agency gets taken away. I've just tried to ban meat here and the carnivores have rebelled. They're not happy.

But when you've thought it couldn't get worse, it does:

Under what circumstances, we wonder, would the US populace agree to processing dead people into ration wafers?

Everything is there. Regarding the New World Order, you just get it out of Rowlands words, in another interview:

So the year is 2020 and the world has done nothing significant to tackle the multitude of problems facing 21st century society, and then the first impacts strike and the nations create a new global organisation – the World Environment Organisation – and they put you in charge.

And what can you do with all this power? Producer Klaude Thomas gives you an idea:

Another example would be the simple expedient of removing a large proportion of the planet’s population from circulation. Let’s say with an engineered super-virus. The first thing to say about this is the obvious, that killing every last person in Africa would have less impact on climate change than getting Westerners to use 10% less energy. But let’s say you spread the virus around evenly, so everyone loses say half their family (the half who always get them crap stuff for Christmas). The trouble is, people don’t just conveniently fall over and die. Their friends and loved ones have to go and try and keep them alive, or always want to bury them decently instead of just tossing them in a skip; and then they spend time moaning and weeping and what have you. And that guy in IT who was fixing your laptop? He’s gone, and so, by the way, is the engineer who was keeping the power station running. So the rest of your society stops working so well, and that potentially puts your civilisation into a downward spiral as critical infrastructure falls apart.

Get it? I wondered who had sponsored this stuff? Didn't have to dig much. The biggest investor in the project is the managing director of Deutsche Bank's asset management arm - he's in charge of all their clean tech and renewable investments globally. It has even made it into Nature, where you get a good idea that there simply is no solution for the game:

It is the year 2110, and the level of methane in the atmosphere has reached a critical threshold. You have a decision to make: accept the risk of global catastrophe and continue extracting the gas to meet the energy needs of an increasing population; implement a one-child-per-household rule to reduce future energy demand; or fund a decade-long research programme to deliver technological solutions.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ministra do Ambiente de regresso à terrinha

A nossa Ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, parece querer fazer tudo o que um Ministro não deve fazer! Aumenta os consumos de combustíveis, toma café bem longe, etc.

Mas hoje temos mais um exemplo. A ministra participou hoje (presumoconfirmado), a meio da tarde, na abertura solene das aulas da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH). O presidente da ESTGOH, Jorge Almeida adiantava que este evento seria “um momento de encontro de toda a comunidade da ESTGOH e de recepção a um vasto conjunto de novos alunos”.

Mesmo considerando que ela nasceu lá, precisamos de Ministros para outras coisas! Porque se é para este tipo de coisas, poderiam rapidamente acabar com o aumento do orçamento deste Ministério!!!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Pela calada dos gabinetes

A notícia vi-a primeiro na Agência Angola Press. Depois no nosso alarmista Público. Numa época de crise, em que todos somos obrigados a apertar o cinto, a Ministra Dulce Pássaro e a Ministra do Ambiente de Angola, Fátima Jardim, assinaram um memorando de entendimento no âmbito da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre alterações climáticas. Este memorando vem na sequência das decisões de Copenhaga, e visa supostamente a redução de emissões de gases... São três milhões de euros para os Angolanos, por ano!

Este tipo de subsídios a países que estão a lucrar desmesuradamente do preço do petróleo, é simplesmente inaceitável para os contribuintes portugueses! Estamos a pagar os nossos impostos, para a coberto de um não problema, subsidiarmos um país, que provavelmente aproveitará para reforçar as suas participações financeiras em importantes empresas da Economia Nacional. Por isso, interessa que rapidamente Dulce Pássaro explique porque anda a estoirar assim o dinheiro dos contribuintes! Será para coisas deste género que se sobe o Orçamento do Ministério do Ambiente???

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Igor Khmelinskii

Igor Khmelinskii esteve ontem no programa Bairro Alto da RTP2. O vídeo do programa está disponível abaixo. Igor é um céptico do Aquecimento Global Antropogénico, e é responsável pelo blog Clima: Virtual vs Real, que referencio ao lado. Confesso que não conhecia Igor Khmelinskii, mas a chegada de mais um céptico é sempre bem-vinda... Aliás, Igor nasceu na antiga União Soviética, e por isso compreende bem a luta que agora se desenvolve. Não admira que muitos concidadãos seus sejam igualmente cépticos!

Nada será como dantes!

As eleições de ontem nos Estados Unidos dão-nos a garantia de que nada será como dantes, naquela que ainda é a maior potência mundial. As políticas socialistas de Obama estão a levar a grande potência à falência, e os Americanos há muito que o toparam... A Câmara dos Representantes foi tomada, literalmente, pelos Republicanos, o que garantirá certamente que as propostas loucas, no domínio climático, não passarão!E mesmo que os alarmistas cantem vitória, na derrota da Prop. 23 da California, a verdade é que cerca de 40% dos votantes (decorridos 60% da contagem), ou seja mais de 2 milhões de pessoas, não se deixaram enganar, como dantes. Estas pessoas todas passaram a ser pessoas informadas, que é um seguro valiosíssimo! Estas pessoas não se deixaram enganar perante a publicidade enganosa, nos quais os oportunistas ambientais tiveram que investir alguns dos subsídios que vêm recebendo dos contribuintes...

Actualização: Foram mais de 2.8 milhões aqueles que votaram SIM à Prop. 23.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

É o petróleo, senhores!

Alguns dos mais estúpidos apoiantes de Lula, como Daniel Oliveira, neste artigo do Expresso, saem-se com justificações comunas sobre o segredo de sucesso do Brasil:

O governo de esquerda de Luís Inácio Lula foi provavelmente o melhor da história do Brasil. E se, por esse mundo, com a receita da destruição do papel redistributivo do Estado, tudo falhou, o seu oposto deu certo no Brasil. Com todos os erros, o Brasil é hoje uma história de sucesso.

O que estes medíocres e tendenciosos analistas não querem perceber é que o sucesso do Lula, é o sucesso da extracção de petróleo no Brasil. Essa extracção tem vindo a aumentar significativamente ao longo da sua história. Segundo dados da Wikipedia, o Brasil era em 2008 o 14º produtor mundial. Mas estes dados são de 2008, porque em 2009 a produção de petróleo subiu 6.3%. E as perspectivas são de que se multipliquem por 3x até 2035!

É por isto, e por muitas outras, que não iremos a lado nenhum com estes Danieis, Sócrates e Obamas. Para começar, estes não têm petróleo, como Lula e, agora, Dilma, têm!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Desperdício na bombagem

A eficiência da bombagem de água em barragens, com vista ao aproveitamento da energia disponível em determinado momento, mas não utilizável, é um tema pouco discutido. Apesar da quantidade de projectos em desenvolvimento. A quantidade de energia utilizada para bombear a água para montante é superior àquela que depois é produzida, ao ser turbinada. O artigo relevante do Wikipedia afirma uma eficiência entre os 70% a 85%. Em Portugal, Pinto de Sá coloca a eficiência nos 75%, com perda de 1/4 da energia utilizada.

A avaliação destes valores de eficiência sempre me fascinou. Até porque a quantidade de literatura sobre o assunto parece ser muito pequena. Da pouca informação que tenho vindo a recolher, a maioria é apenas sobre modelos e análises teóricas. Não admira, pois são múltiplas as variáveis envolvidas, tal como na segunda pergunta de Frei João sem Cuidados. Para além das perdas associadas às turbinas, há as relativas à evaporação, embora compensadas, nos casos portugueses, com a água que vai entrando na barragem de montante.

Neste post, vou abordar a eficiência da bombagem nas barragens do Alqueva e Aguieira. Em vez de pensar nas fórmulas complexas que poderiam derivar esses valores de eficiência, utilizei os valores fornecidos pela REN. Os valores disponibilizados permitem esse cálculo de forma simples, porque disponibiliza a quantidade de energia produzida, e também a que é utilizada na bombagem. Adicionalmente, está referenciada a quantidade de energia potencial disponível na barragem.

Por forma a facilitar os cálculos, utilizei os valores do terceiro trimestre. Entre Julho e Setembro, o caudal afluente nas barragens do Alqueva e Aguieira foi reduzido, em média de 5.05 m3/s e 0.73 m3/s, respectivamente. Para a barragem do Alqueva, este valor parece ser superior ao das perdas de evaporação.

Na tabela seguinte podemos observar os valores obtidos para as albufeiras do Alqueva e da Aguieira. Todos os valores foram obtidos a partir da página da REN. Os valores da Produção e Bombagem são o somatório dos valores diários do terceiro trimestre, enquanto o valor de Armazenamento é a diferença entre o valor a 1 de Julho e a 30 de Setembro. O valor da eficiência é dado por (Produção+Armazenamento)/Bombagem, expresso em percentagem.

BarragemProdução Bombagem ArmazenamentoEficiência
Alqueva  100.467 GWh  52.714 GWh-67.8 GWh61.97%
Aguieira50.838 GWh40.371 GWh-25.1 GWh63.75%

Note-se que os valores de produção superam os valores de bombagem, embora à custa de uma significativa perda de capacidade armazenada. A eficiência do Alqueva é inferior, certamente associado aos seus usos múltiplos. Em qualquer um dos casos, a eficiência é muito inferior à proclamada, quer em termos nacionais, quer internacionais.

Nota de 2011-10-02 22:30: O Prof. Pinto de Sá alerta para algumas questões associadas a estes valores. Há vários aspectos a investigar melhor, especialmente para os dias que refere, nomeadamente a nível de evaporação. A discussão continua no blog do Prof., até estarem melhor esclarecidas estas variações.