segunda-feira, 28 de maio de 2012

Viver do sol

notícias nas quais se tropeça e que parecem verdadeiramente impensáveis! O jornal suiço Tages-Anzeiger reportou que uma mulher morreu à fome, na sequência de uma dieta espiritual, que proibia a comida e bebida, e que passava por viver apenas à custa da luz solar!

A mulher, na casa dos cinquentas, da cidade de Wolfhalden, da parte leste da Suiça, decidiu esta terapia radical em 2010 depois de ver um documentário austríaco, sobre um guru indiano que invocava ter vivido assim durante 70 anos! O documentário intitulava-se "In the Beginning, There Was Light", e podem ver o trailer abaixo. Este não é o primeiro caso, com mais ocorrências na Alemanha, Reino Unido e Austrália... Ora aqui está um bom exemplo para os crentes na Religião Verde, um jejum ainda mais avançado que o veganismo, e com verdadeira poupança de emissões!

sábado, 26 de maio de 2012

Eólicas e fogos florestais

O seguinte texto ocorre frequentemente no nosso Diário da República:

Os graves prejuízos para o ambiente e para a economia nacional decorrentes do elevado número de incêndios que têm deflagrado em terrenos com povoamentos florestais e o facto de, em muitos casos, tais ocorrências se encontrarem ligadas à posterior ocupação dessas áreas para fins urbanísticos e de construção justificou que, por meio do Decreto-Lei n.o 327/90, de 22 de Outubro, alterado pela Lei n.o 54/91, de 8 de Agosto, e pelos Decretos-Leis n.os 34/99, de 5 de Fevereiro, e 55/2007, de 12 de Março, se viesse a estabelecer, pelo prazo de 10 anos a contar da data do incêndio, a proibição de, nesses terrenos, ser realizada uma série de acções, nomeadamente obras de construção de quaisquer edificações e, ainda, no caso de terrenos não abrangidos por planos municipais de ordenamento do território, a proibição de realizar operações de loteamento, obras de urbanização e obras de reconstrução ou de ampliação de edificações existentes.

Acontece que, muitos desses exemplos ocorrem para justificar a instalação de parques Eólicos. Já tinha ouvido referências à existência de fogos tendo em vista criar as condições para a existência de Parques Eólicos. Porque eram necessários para criar superfícies mais planas, tendentes a maximizar o fluxo do vento. Mas permanecia céptico em relação a essa argumentação. Mas, a quantidade de diplomas que consegui descobrir em alguns minutos de pesquisas fez-me mudar de ideias:

Assim, fica facilitada a instalação das ventoinhas! Noutros países, como na Alemanha, como as florestas não ardem, há que deitá-las abaixo... Aqui em Portugal, a tarefa é mais facilitada...

quinta-feira, 24 de maio de 2012

A reforma do Ecotretas

Depois de cerca de quatro anos e meio, e mais de 1500 posts depois, está na hora do Ecotretas se reformar. Com um novo projecto aliciante e irrecusável em mãos, passarei a não ter nenhum tempo para prosseguir com este Serviço Público. Foi muito tempo que dediquei à exposição das muitas Verdades Inconvenientes, sem nunca ter recebido qualquer recompensa financeira por isso. Mas fica o enorme reconhecimento que recebi de muitos leitores.

Compreendo a desilusão que isto possa constituir para muitos desses leitores. Sei que são muitos, quer pelas estatísticas, quer pelos muitos emails que recebo diariamente. Hoje o cenário é muito melhor que há uns anos atrás, quando comecei, e a prova são os múltiplos blogs que abordam este tema, e que podem ver na lista à esquerda. Para quem quiser seguir isto em termos internacionais, referência incontrolável é o WUWT, do Anthony Watts.

Felizmente, as notícias dos últimos tempos ajudam. A Mãe Natureza, depois de um dos seus muitos interregnos, parece estar de volta com tempos mais fresquinhos. E que parecem poder intensificar-se nos próximos tempos. Depois de esturricarem dinheiro nas renováveis, os países esbanjadores como o nosso já não têm mais que estoirar. Até já a Comissão Europeia percebeu que têm que acabar rapidamente com a subsidiação das energias renováveis! E onde não há dinheiro, não há vícios!

Mas a maior mudança observa-se nas pessoas. O cepticismo e repúdio desta ciência fraudulenta já estão firmemente cimentados. O Zé Povinho já não come e cala o que a Religião Verde nos tenta impingir. Há todavia muito por fazer. Da minha parte, infelizmente, muitos projectos ficam pendurados. Apenas dois posts que já estavam preparados serão publicados nos próximos dias. Mas outros projectos novos germinarão! Entretanto, não se esqueçam que a Religião Verde continuará a querer endoutrinar-nos, seja com o Aquecimento Global, Alterações Climáticas, ou o que quer que seja que eles vão inventar a seguir. Permaneçam atentos, porque os melancias continuarão a estrabuchar na sua tentativa de imporem uma Nova Ordem Mundial...

terça-feira, 22 de maio de 2012

A poupança da vergonha

Na sequência do artigo Envergonhar as empresas de energia, vários leitores afirmaram terem metido mãos à obra, no sentido de utilizarem a técnica da Troika (que está de volta a Portugal) de envergonhar as empresas de energia.

De todos os leitores, o que afirmou ter efectuado a maior poupança, deu-me feedback um pouco mais de um mês depois de ter efectuado o pedido. E ele não se ficou por casa; fez os seguintes downgrades de potência:
  • Casa: 6,9 Kva para 3,45 Kva
  • Escritório: 6,9 Kva para 3,45 Kva
  • Local de trabalho 1: 20,7 para 10,35 Kva
  • Local de trabalho 2: 20,7 para 13,8 Kva

O leitor fez ainda as contas da poupança, que partilhamos com os leitores:
  • Potencia anterior mensal: 78.42€ + IVA
  • Potencia actual mensal: 45,11€ + IVA
  • Poupança mensal: 33,31€ + IVA

Ou seja, com uma alteração que praticamente não lhe custou nada (um bocado de tempo, mas pode ser efectuada via Net, e a EDP normalmente aparece nos dias seguintes), o leitor passará a deixar de enriquecer a EDP em cerca de 400 euros/ano! Adicionalmente, deixará de pagar anualmente ao Estado cerca de 13 euros, correspondente ao IVA de casa, dado que o IVA do escritório e locais de trabalho pode ser deduzido. E conseguiu fazê-lo sem que o disjuntor disparasse...

A atitude deste e dos outros leitores (e que também deverá equacionar) tem ainda o benefício acrescido de deixar de fazer sentido o investimento em mais potência instalada. Tal é bastante importante, porque como já vimos neste e naquele artigo, já temos potência a mais, e isto pode ser assim um incentivo para que se deixe de investir em mais potência instalada, nomeadamente eólica, como sugerimos nos comentários do PNAER/PNAEE.

domingo, 20 de maio de 2012

Wadi As-Sirhan é verde

A semana passada, Antón Uriarte publicou um artigo interessante sobre como o deserto pode tornar-se num local muito interessante. De acordo com esta página da NASA, na Arábia Saudita há um deserto onde se cultiva cereais, fruta e vegetais. A imagem ao lado, em cores falsas, documenta a evolução do deserto de Wadi As-Sirhan, vista de satélite em 1987, 1991, 2000 e 2012. Cada um dos círculos verdes da imagem é um sistema de rega pivot, com um quilómetro de diâmetro.

A água necessária à vida no deserto é obtida de furos, que reutilizam água que aí existe desde a última Idade do Gelo, em função de condições geológicas especiais. Os furos chegam a ter um quilómetro de profundidade, e embora ninguém saiba quanta água aí existe, estima-se que seja suficiente para 50 anos. A precipitação média atinge entre 100 a 200 milímetros por ano, mas com vegetação, esta água da chuva será certamente melhor retida, e a própria transpiração das plantas alimentará o próprio ciclo da água. Um excelente exemplo em como o Homem consegue melhorar o Meio Ambiente!

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Uma palestra de Ricardo Augusto Felício

Muita gente anda surpreendida com a descoberta de Ricardo Augusto Felício. Tal foi especialmente verdade para dois alarmistas nacionais, que tiveram a gentileza de me enviar emails a questionar a qualidade científica do Ricardo. Eles não estão habituados a que as ideias contrárias à sua religião sejam abordadas em televisão, quanto mais em programas de grande divulgação.

Para perceber as qualidades do Ricardo é preciso mais que a quase meia hora em que esteve no programa do Jô. É preciso assistir à enumeração clara das falsidades que a Religião Verde nos tenta impingir. No vídeo abaixo, que tem uma duração de mais de duas horas, Ricardo enumera de forma clara essas falsidades. Para todos os leitores de língua portuguesa, não é preciso procurar documentários internacionais, que já os há em grande quantidade e qualidade, para descobrir os podres da Religião Verde. É só preciso assitir a esta palestra, da qual o Ecotretas gosta particularmente, pois é directamente referenciado no slide sobre os recursos disponíveis na Internet. Para quem quiser aprofundar ainda mais o assunto, nada como aceder ao canal do Youtube do FakeClimate, onde podem ver muitos mais vídeos!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Medo do Monstro!

O Governo divulgou hoje uns cortezinhos nos custos do sistema eléctrico. Segundo as notícias, o corte permitirá poupar cerca de 1800 milhões de euros até 2020. Segundo esta outra notícia, a distribuição de cortes, entre 2012 e 2020, será a seguinte:
  • Cogeração: 700 M€
  • Garantia de Potência: 335 M€
  • Mini-hídricas: 300 M€
  • CMEC e CAE: 280 a 300 M€
  • Eólicas: 100 a 200 M€

Agora, confronte-se isto com o que a ERSE definiu como Custos de política energética, ambiental ou de interesse económico geral e de sustentabilidade de mercados incluídos nas tarifas para 2012 (pag. 29 e 33), apenas para 2012:
  • Sobrecusto da PRE: 1295 M€
    • Sobrecusto das eólicas: 538 M€
    • Sobrecusto da cogeração "fóssil": 428 M€
    • Sobrecusto da cogeração FER: 107 M€
    • Sobrecusto da PRE fotovoltaica: 59 M€
    • Sobrecusto da PRE hídrica: 56 M€
  • CMEC: 296 M€
  • Sobrecusto CAE: 134 M€
  • Garantia de Potência: 60 M€

Por aqui facilmente se percebe que isto são apenas cortezinhos! No maior sobrecusto de todos, a eólica, praticamente não se belisca: o corte até 2020 é menos de metade do sobrecusto que vamos ter que pagar apenas este ano! No total, o que eles pensam poupar até 2020 nem dá para pagar 80% das rendas, só deste ano!

Mas, enfim, mais cedo ou mais tarde, lá virá um corte maior! Como o corte que os investidores estão a fazer na EDPR, que hoje tocou finalmente nos 3 euros, na sua descida para Zero. E que Anthony Watts referenciou há pouco no WUWT, sobre o crash do Renewable Energy Industrial Index, da qual a EDPR faz parte.

Actualização: A EDP já veio dizer que estas grandes medidas beliscam apenas 2.5% dos seus lucros!!!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Accident with bus and a wind tower on truck, causes 17 deaths

A severe accident happened two months ago in Brazil, involving a truck with a wind tower part, and a bus. It caused 15 deaths on the spot, with at least two more dying afterwards, and 16 injuries. The accident was apparently caused by a mis-interpretation of the bus driver, where all the dead were traveling, as depicted in the image on the left. Basically, the truck with the 40 ton wind tower piece was preceded by a signaling car. In the other direction, a coal truck, viewing the signaling car, signaled right to get to the side of the road, so the big convoy could pass. The driver of the bus, that was following the slow coal truck, interpreted the right indicator sign as a signal for overtaking the coal truck, a signal that is quite common. The accident followed.

The accident happened in an area with no mobile signal. The first images on the spot are in the first video below (ATTENTION: This is a raw video with SHOCKING images and will probably be removed from Youtube). The second video below is from Reuters. The wind tower was being reportedly transported from Santos to Fortaleza, a 3000 Km trip. I wonder why this transportation is not being done by boat, since the two regions are near the sea. While all reports blame the bus driver for the accident, this is certainly the accident involving wind energy with the biggest death toll until today. May They Rest in Peace.



terça-feira, 15 de maio de 2012

O planeta da WWF

A WWF lançou o seu Relatório do Planeta Vivo 2012, onde alerta para o crescimento da população e suas consequências. Segundo eles, o crescimento da população aumenta a procura de recursos colocando enormes pressões sobre a biodiversidade da Terra e ameaçando a segurança, saúde e bem-estar do nosso futuro.

Para não variar, a ênfase é posta na pegada ecológica. Os 10 países com maior pegada ecológica são:
  • Qatar
  • Kuwait
  • Emirados Árabes Unidos
  • Dinamarca
  • Estados Unidos da América
  • Bélgica
  • Austrália
  • Canadá
  • Holanda
  • Irlanda

Resumindo, países onde se vive bem. Portugal fica-se pela 39ª posição, em cerca de 150 países. O que estes tretas não nos querem dizer é quais são os países onde, segundo eles, se vive com uma pegada ecológica pequena. É preciso ir ao documento completo para topar esta Verdade Inconveniente. É para estes países (pag. 45 do PDF) que estes tretas deviam ir viver:
  • Nepal
  • Congo
  • Paquistão
  • Ruanda
  • Bangladesh
  • Eritreia
  • Haiti
  • Afeganistão
  • Timor Leste
  • Território Palestiniano

Estes tretas têm todavia a capacidade de mandar bitaites extraordinários. Como a de que "o declínio da biodiversidade, desde 1970 tem sido mais rápido nos países de baixo rendimento, o que demonstra como as nações mais pobres e vulneráveis estão a subsidiar os estilos de vida dos países mais ricos". Ou seja, não se compreende se eles querem que o Mundo desenvolvido deixe de o ser, para ter uma pegada ecológica menor, ou se querem impedir que os países subdesenvolvidos se mantenham assim, para permanecerem com uma pegada ecológica baixa...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Cortando nas rendas

Foram publicadas hoje as Portarias 139/2012 e 140/2012, que dão uma machadada na garantia de potência e na cogeração.

A portaria 139/2012 limita-se a revogar a Portaria 765/2010, que definia o mecanismo de garantia de potência. Como havia referido neste artigo, a interpretação dos ambientalistas não era efectivamente correcta. Todavia, a esta revogação suceder-se-á uma apresentação de novas condições e modos de funcionamento dos serviços de garantia de potência em regime ordinário, bem como a subsidiação a esta actividade. São dadas algumas indicações nesta Portaria, mas não são muito claras. Recorde-se que o mecanismo de garantia de potência se manterá, porque é efectivamente o mecanismo que nos garante que Portugal não ficará sem energia eléctrica, quando deixe de haver vento...

A portaria 140/2012 estabelece a revisão das tarifas de cogeração. Aparentemente as remunerações fixadas parecem ser inferiores às praticadas actualmente, e que segundo o documento mais recente da ERSE, fixa o valor médio da cogeração renovável, nos três primeiros meses de 2012, em 100.20 €/MWh, enquanto a outra cogeração teve um valor médio, no mesmo período, de 132.50 €/MWh. A Portaria define, por exemplo, para potências inferiores a 10MW, preços de 89.12 €/MWh para fuel-oil, 89.89 €/MWh para outros combustíveis fósseis, e 81.17 €/MWh para cogeração renovável, neste caso com potências inferiores a 2MW. Para potências mais elevadas, os valores diminuem. Todavia, uma leitura da portaria evidencia que há vários ajustamentos à tarifa de referência, como é o caso do aumento de 10%, para as tarifas nas horas cheias e de ponta, no caso de ter havido uma opção de modulação tarifária, em função dos períodos horários.

Enfim, parece ter começado o embate com o Monstro. Mas, numa primeira análise, parece apenas poeira para os olhos dos Portugueses... Ainda falta cortar muito, e os leitores do Ecotretas sabem onde não se está a cortar!

Actualização: O verde fóssil Nuno Ribeiro da Silva levou na ripa, e queixa-se de cortes na cogeração de 15%. A COGEN vai mais longe, e na edição impressa do Jornal de Negócios revela que o corte é de cerca de 30%...

sábado, 12 de maio de 2012

PNAER/PNAEE: Contributo aberto

Há três semanas alertava os leitores para a disponibilização online da nova proposta do PNAER e PNAEE, que se designa de “Linhas de orientação para a revisão dos Planos Nacionais de Ação para as Energias Renováveis e para a Eficiência Energética”. Entretanto, o documento deixou de estar disponível no site da DGEG, e até hoje não voltou a aparecer! Entretanto, enviei o documento para múltiplos leitores que mo pediram (quem quiser pode continuar a pedir por email). No site da DGEG, a própria notícia que referenciava a consulta pública desapareceu, sem qualquer indicação do ocorrido, e o desaparecimento já chegou aos Media.

Como o prazo da consulta pública é até 18 de Maio, não tendo sido cancelado, e como prometido, deixo abaixo os meus comentários, que submeterei à DGEG na próxima semana. Encorajo os leitores a enviarem também os seus comentários para o endereço de email disponibilizado pela DGEG, consultapublica2012@dgge.pt. Para isso, podem pescar ideias abaixo, mas a intenção não é fazerem copy&paste... Mas, na lógica que a Troika sugere, há que envergonhar o status quo actual, pelo que o vosso comentário contribuirá para um planeamento mais regrado para os próximos anos.



Exmos. Senhores,

No âmbito do processo de revisão dos PNAER e PNAEE, em consulta pública até 18 de Maio, junto os meus contributos.

O documento tem algumas boas medidas, com as quais necessariamente se concorda. Mesmo alterações ao PNAER/PNAEE anterior vão no bom sentido, como sejam a eliminação de medidas como a E8M4 (Escola Microprodutora), RS6M1 (Microprodução), ou a recente decisão de suspensão todos os novos licenciamentos da PRE. Assim sendo, os comentários subsequentes são respeitantes a dúvidas acerca das propostas efectuadas, ou então de propostas com as quais não podemos concordar. Nestas últimas, avançamos com propostas alternativas.

  1. Pressupostos macroeconómicos pouco ajustados à realidade
    Não deixa de ser preocupante que os pressupostos assumidos pareçam estar pouco ajustados à nossa realidade. Em termos de evolução macroeconómica, dificilmente o País conseguirá crescer ao ritmo anunciado depois de 2013, sabendo-se à partida das enormes dívidas contraídas em termos das PPPs, e mais especificamente na área da energia, no enorme défice tarifário e tarifas feed-in contratualizadas até ao final da década.

  2. Pressuposto pouco provável de evolução do preço de petróleo
    Em termos da evolução do preço de petróleo, as previsões de estabilidade são ainda menos fundamentadas! Por um lado, os conceitos de peak-oil defendem valores bastantes superiores do preço de barril, enquanto a utilização de novas fontes (eg. shale-oil) proporcionarão porventura preços inferiores. Assumir preços de barril de petróleo de 112 USD em 2020 é, no mínimo, arriscado.

  3. Evolução de preços deveria estar em Euros, e não em dólares
    Mas mais preocupante é assumir valores em dólares americanos, sendo que um documento desta importância deveria ter expresso os valores em EUROS, a moeda do nosso País!

  4. Previsões de evolução de gás natural não equacionam cenários recentes
    Igualmente preocupante são as previsões para a evolução do preço do gás natural, onde manifestamente não se equaciona o impacto da extracção de gás de xisto, que já fez baixar o preço do gás nos Estados Unidos para valores próximos dos mínimos das últimas duas décadas!

  5. Não se equacionam prováveis reservas de gás natural
    A propósito do gás natural, é preocupante que a DGEG não tenha equacionado as potenciais reservas de gás natural que parecem existir em Portugal! Por um lado, não levam em linha de conta a recente licença atribuída para prospecção de gás natural no Algarve, nem as potenciais reservas de gás de xisto, que relatórios internacionais apontam existir em Portugal. Porque não é feita nenhuma referência a este aspecto no PNAER/PNAEE?

  6. Improvável e pouco realismo dos preços das licenças de CO2
    A evolução dos preços das licenças de CO2 é igualmente pouco realista. Primeiro, porque o abandono dos grandes países do Protocolo de Quioto forçou em baixa o seu preço. Mesmo o preço no Mercado Europeu tem estado em queda livre! Depois, porque o abandono do nuclear por algumas potências mundiais vai-se traduzir em maiores emissões de CO2, e esses países vão ser os primeiros a não querer que esse mercado funcione, com nomeadamente a Alemanha à cabeça em termos europeus. Some-se o facto provado de que o Mercado de Emissões tem existido apenas para subsidiar alguns sectores (eg. cimenteiro), promovendo mesmo a retirada de competitividade às indústrias europeias, bem como um sem número de fraudes. Tudo isto faz com que o Mercado Europeu de Licenças de CO2 vá ter o mesmo destino do equivalente mercado americano: encerramento!

  7. Evolução irrealista da capacidade do sistema electroprodutor
    Os pressupostos relativos à evolução da capacidade do sistema electroprodutor são ainda mais criticáveis. Por um lado, já temos potência a mais. Isso é válido quer em termos de suportar os valores de ponta, onde a potência já suporta mais do dobro do requerido, quer em termos de suportar o consumo anual, onde a capacidade instalada é mais de três vezes superior à necessária. Por isso, a recente suspensão de mais licenciamentos é de louvar, apesar da capacidade do sistema electroprodutor continuar a aumentar no domínio da microprodução, que urge igualmente suspender o mais rapidamente possível. Por outro lado, a serem cumpridas as acções do PNAEE, na verdade é suposto que as suas consequências sejam a da diminuição do consumo de energia, e não do seu aumento! Por isso, é incompreensível que se aumente em mais 20% a potência total do sistema electroprodutor até 2020. Em particular, caso esse aumento venha efectivamente a existir, é muito importante que essa energia seja vendida em mercado aberto, sem qualquer subsidiação pública ou dos consumidores, nomeadamente através de tarifas feed-in.

  8. Retirada perigosa da PRO Térmica
    Em termos de PRO Térmica, a retirada das centrais de carvão afigura-se problemática. Em anos em que os recursos hídricos e eólicos sejam diminutos, como o foram simultaneamente este ano, é indesejável não existir capacidade térmica. Apostar unicamente em gás natural é colocar todos os ovos no mesmo cesto, o que é manifestamente arriscado. Tal decisão deveria ficar condicionada, nomeadamente, à prova e capacidade de utilização de reservas de gás natural em Portugal.

  9. Evolução indesejada da cogeração não-FER
    A estimativa de evolução da PRE estabelece um aumento reduzido mas prolongado, da cogeração não-FER. Num cenário de excesso de potência, tal não é desejável. Sendo certo que é conhecido que muita da produção em cogeração não cumpre os requisitos legais, o natural seria verificar-se uma diminuição nesta vertente. O facto de muita da cogeração não-FER ser ainda baseada em fuel-oil, devia levar a medidas de retirada de subsidiação, em vez do seu incremento. É incompreensível que se tenha feito um esforço de retirada do uso de fuel-oil, no Continente, para produção de electricidade, e se continue a subsidiar principescamente a sua utilização nos domínios da cogeração.

  10. Crescimento das eólicas é indesejável
    A estimativa de crescimento das eólicas no PRE é indesejável. O país já tem um excesso de eólicas, que desfiguram negativamente a paisagem de Portugal. Num cenário de excesso de capacidade instalada, e de uma maior eficiência energética, acrescentar ainda mais eólicas não tem justificação económica. Acresce o facto de que novos locais para instalação de eólicas serão necessariamente menos competitivos, em função da actual ocupação dos locais com maior potencial de vento. Qualquer cenário de sobreequipamento deverá significar a saída desses parques do PRE, directamente para o mercado livre. A eventual implementação de eólicas off-shore não deverá igualmente ser alocada no âmbito do PRE, devendo concorrer directamente em termos de mercado.

  11. Crescimento do solar fotovoltaico e termo-eléctrico é indesejável
    A estimativa de crescimento do solar fotovoltaico e solar termo-eléctrico no PRE é indesejável. Os custos são absolutamente astronómicos, e não deverá ser permitido que esses custos transitem para os consumidores/contribuintes. Ainda que seja cortada em mais de metade o crescidmento da capacidade neste domínio, é desejável que qualquer nova capacidade adicional nestes domínios não seja enquadrada no PRE, podendo eventualmente ser comercializada em mercado. Tal fomentará o desenvolvimento da tecnologia, ao contrário da massificação da subsidiação actual.

  12. Introdução da energia das ondas é indesejável
    A estimativa de crescimento da energia das ondas é igualmente indesejável. Depois do falhanço repetido desta tecnologia em Portugal, e noutros países, não faz sentido a utilização de uma tecnologia enquanto não estiver madura. Qualquer nova capacidade adicional nestes domínios não deverá ser enquadrada no PRE, podendo eventualmente ser comercializada em mercado.

  13. Perigo na promoção da cogeração
    Em relação à cogeração, mesmo que FER, e mesmo que como medida de backup, deve se ter especial cuidado na promoção desta tecnolgia, dado que é um dos factores que mais condiciona negativamente, neste momento, a evolução dos preços da electricidade. O documento refere, e bem, que tais medidas exigiriam algum grau de investimento público, pelo que não é certamente uma solução, de momento.

  14. Conflito na evolução do consumo de electricidade
    As previsões do consumo de Eletricidade, apontam para um crescimento de cerca de 7,4% entre 2010 e 2020. Com objectivos tão ambiciosos a nível do PNAEE, não é esta meta de crescimento anual demasiado elevada, especialmente a esperada entre 2015 e 2020?

  15. Estratégia perigosa de biocombustíveis
    A estratégia de aposta em biocombustíveis tem-se revelada um fracasso assinalável. A sua produção não é ambientavelmente e economicamente sustentável. A nível mundial, tem revelado igualmente um forte impacto na produção de alimentos, contribuindo para a criação de mais problemas, do que aqueles que efectivamente resolve. Em Portugal, a estratégia deveria passar primeiro por nos tornarmos auto-suficientes em termos alimentares, e só depois pensarmos em ocupar a agricultura a produzir ineficientemente este tipo de combustível.

  16. Eliminar microprodução
    Os subsídios efectuados no âmbito da microprodução são a forma mais anti-social de geração de energia eléctrica em Portugal. A microgeração é apenas para uma classe alta, com capacidade para suportar os custos de instalação, ou então empresas que se estão a aproveitar das tarifas feed-in escandalosas existentes. Os licenciamentos de microprodução subsidiada deveriam ser imediatamente suspensos.

  17. Promoção dos veículos eléctricos é anti-social
    A medida T1, relativa à promoção da aquisição de veículos eléctricos não é desejável. Os carros eléctricos são uma tecnologia ineficiente, cara, sem incorporação nacional, e destinados a uma classe média-alta, que não deveria ser subvencionada pelos restantes contribuintes. O reduzido potencial da medida, de apenas 2 ktep, significa que o retorno da medida, pura e simplesmente, não existirá. Igualmente anti-social seria autorizar a circulação de veículos eléctricos em faixas de rodagem reservadas a transportes públicos (BUS) ou faixas específicas, dado que mais uma vez estes carros só podem ser adquiridos por uma classe média-alta. O mesmo se aplica para a isenção do ISV e IUC, mais uma medida extremamente anti-social!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Mau karma

A história dos carros eléctricos é uma novela das piores! Já a referimos aqui diversas vezes, na etiqueta dos automóveis. Todos os dias surgem novidades, mas a de hoje vai-me levar a falar do Fisker Karma. O carro é bem jeitozinho, como podem ver na imagem ao lado, mas custando nos Estados Unidos, mais de 100 000 dólares, é um brinquedo para ricos, como todos os carros eléctricos!

Como noutros casos, o motivo do post é mais um incêndio. Desta vez, aconteceu no Texas. Segundo o investigador principal dos bombeiros, o incêndio iniciou-se no Karma, espalhando-se depois ao resto da casa. Não se sabe o que motivou o incêndio, mas segundo o proprietário, tinha acabado de chegar, e em menos de três minutos, o incêndio começou, depois do dono ter sentido um cheiro a borracha queimada. O carro foi comprado no mês passado. O investigador refere as semelhanças com incêndios de carrinhos de golfe, também eles quase sempre eléctricos. Só em Houston parecem acontecer cerca de 50 incêndios nestes carrinhos eléctricos em miniatura, por ano!

Mas o segredo é a alma deste fogo. O investigador refere que cerca de 15 engenheiros estão a estudar a "cena do crime", sendo que as cenas de homicídio em que trabalhou no passado tinham menos secretismo... Pudera! A história por trás do Karma é absolutamente deplorável! É óbvio que a Fisker já se desresponsabilizou, mas o que se sabe é verdadeiramente nauseabundo!

Segundo este artigo, a Fisker recebeu mais de 500 milhões de dólares dos contribuintes americanos para produzir um veículo para ricos. A empresa tem um dos maiores suportes num fundo ligado ao Al Gore. As ligações ao Obama estão também por todo o lado. Apesar destes apoios, o carro é produzido na Finlândia. Algumas das poucas pessoas que empregava nos Estados Unidos foram despedidas. A empresa que fabrica as baterias, A123 Systems, também está na mó de baixa. E quando foi sujeito a testes, pela revista Consumer Reports, que comprou um, avariou! Tinha menos de 300 quilómetros, e foi a primeira vez que a revista, que compra cerca de 80 carros por ano, registou um carro a avariar antes mesmo de o começar a testar a sério! Muito mau karma:

quarta-feira, 9 de maio de 2012

I&D no Ecotretas

O Ecotretas é um espaço que procura evidenciar o disparate contínuo e alarmismo reinante no âmbito da Ecologia. A estratégia das batalhas climáticas tem sido a adequada até agora, na luta contra o que é talvez o maior lobi estabelecido, nacional e internacionalmente. Neste aspecto o Ecotretas está muito bem acompanhado, como o revelam os múltiplos blogs em Português com verdades ecológicas inconvenientes, que referencio à esquerda.

Mas há que dar um passo em frente! Muitos têm sido os leitores que me têm enviado múltipla informação, com cada vez mais leitores a procurarem evidenciar um valor acrescentado na informação que transmitem. Muitos procuram colaborar, mas desconhecem como podem contribuir mais, certamente por um problema de comunicação do Ecotretas.

Esta página, que ficará também fixa do lado esquerdo, servirá assim para divulgar os interesses de investigação em que o Ecotretas anda empenhado. São temas incómodos, que são escondidos, porque os alarmistas sabem que revelam uma Verdade Inconveniente. Por cada tema, enuncio os objectivos que se pretendem com tal investigação, bem como o apoio que peço aos leitores. No caso de poder contribuir, envie-me essas sugestões para ecotretas@gmail.com com indicação se quer ser referenciado pelo seu trabalho. Se sim, diga-me em que termos.

Esta página manter-se-á em permanente actualização, reflectindo as tarefas terminadas, bem como as novas ideias que irão certamente surgindo. Se tem ideias ou linhas de investigação, faça-mas chegar também! Vá passando pela página regularmente, para averiguar das novidades.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Facturas de Betão

A TVI, que tem dado um contributo muito importante para expor o que vai mal no domínio de ambiente (ver eg. o "Estado do Crime" e a "Máfia Lusitana"), superou-se ontem com o Repórter TVI, e a reportagem "Facturas de Betão". A reportagem aborda as contas do PNBEPH, mas não é por isso que se destaca das restantes reportagens que já vi na televisão portuguesa.

Carlos Enes, o repórter de serviço, fez o que um bom jornalista deve fazer: colocou as perguntas difíceis! E foi ver os entrevistados jogar na retranca! Particularmente impressionante foi a forma como Carlos Enes conseguiu encostar Nuno Ribeiro da Silva às cordas, sendo que António Sá da Costa foi mesmo vencido por KO.

Os leitores do Ecotretas sabem que eu sou a favor das barragens. Agora que temos excesso de eólicas, precisamos delas. Apesar dos problemas que têm, são uma melhor opção do que aventuras como o nuclear, e ainda servem para outros fins. O que há agora a fazer é envergonhar estes parasitas, e obrigar especialmente o sector da energia eólica a ser eficiente e a concorrer directamente no mercado. Eles estão a sentir a pressão e prova disso é a publicidade da APREN que anda no ar; afinal, eles agora sentem que a mama está a acabar, e esta reportagem de Carlos Enes muito contribui para isso!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Mais Rendas

A Ministra mais socialista do Governo, a Assunção Cristas, é mais um dos governantes que não consegue dar cabo das rendas. Por causa das queixas de uma secazinha, lá arranjou mais uma série de rendas, como a da electricidade verde, que referi aqui.

Agora que a chuva normalizou, a Cristas acha que os apoios têm que se manter. Ou seja, está criada mais uma renda, que nós vamos pagar nos nossos impostos. E não se admirem, se continuar a chover mais um bocado, lá terá ela que interceder com o padroeiro, para parar a chuva, e entretanto dar mais uns apoios porque chove demais?

Por isso, quem tem razão é Paulo Gaião, que escreveu hoje no Expresso que Assunção Cristas é a nova cara laroca do Bloco de Esquerda. Para continuar a dragar os recursos públicos, tal como evidenciamos anteriormente para a outra cara laroca do BE, a Ana Drago.

domingo, 6 de maio de 2012

Três em um da nossa desgraça

Há uma semana elaborei um post que evidenciava como o incremento em termos de potência foi muito superior ao consumo de electricidade, em hora de ponta, ao longo dos últimos anos. Na altura referi que esperava pelos dados da DGEG para fazer um gráfico equivalente sobre o consumo anual. Todavia, alertado por um leitor de que poderia esperar sentado, resolvi avançar com a extrapolação dos valores para o consumo do ano passado.

Os dados da DGEG, que são mais fáceis de consultar no Pordata, diferem dos dados da REN em vários aspectos. Os dados da DGEG são supostamente mais completos, porque incluem os valores de consumo das Regiões Autónomas, subtraindo também o consumo próprio das centrais. A correlação entre os dois valores das duas entidades, nos últimos anos, tem todavia sido muito elevada, pelo que é possível estimar com grande fiabilidade o valor para 2011 da série da DGEG, utilizando o valor da REN de 2011.

O resultado desta análise é a imagem seguinte. A verde está o consumo de energia em Portugal, expresso em TWh. Note-se como a subida é praticamente linear entre 2000 e 2007, mantendo-se estável a partir daí. Note-se igualmente a grande quebra no ano passado. A vermelho temos a relação entre a capacidade total de geração de energia (utilizamos a fórmula Potência*24*365), e o consumo observado. Nesta última vertente observa-se uma subida a partir de 2002, que entretanto dispara no últimos anos:



Estes dados permitem uma confirmação empírica daquilo que já dissemos aqui no blog. É efectivamente verdade que para produzir energia em Portugal já ultrapassamos em capacidade mais de três vezes as necessidades de consumo anual! E olhando para onde cresceu essa capacidade nas últimas décadas, mais uma vez a energia eólica é a grande culpada. E como a energia eólica não é fiável, precisamos das barragens para a armazenar, e das térmicas para produzir quando não existe vento. É, efectivamente, o três em um da nossa desgraça!

sábado, 5 de maio de 2012

Paul Ehrlich está de volta!

Um dos maiores tretas de sempre da Ecologia está de volta. Paul Ehrlich escreveu em 1968 o livro "Population Bomb", e desde então os seus disparates não têm parado! Mas este tretas ficou sobretudo mais conhecido por ter perdido uma das mais humilhantes apostas económicas de todos os tempos com Julian Simon.

Ehrlich está de volta com declarações dignas do Tribunal Penal Internacional. Numa entrevista ao Guardian, Ehrlich defende uma redução maciça dos seres humanos! Dos actuais 7 biliões de pessoas, segundo Ehrlich, 5 biliões estão a mais! Mas ele vai mais longe: tem que haver uma forma rápida de diminuir a população à face da Terra!

A leitura da entrevista é de deixar quase todas as pessoas a vomitar, embora algumas pessoas, como Hitler, pudessem ficar a salivar... Ele perspectiva uma praga mundial, ou umas guerras nucleares, para começar! Umas fomes generalizadas, ou algum vírus estranho que mutasse de animais para humanos, poderia também ajudar! Haverá paciência para pessoas loucas como Ehrlich?

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Climate Realism in Brazilian television

Jô Soares is a Brazilian comedian and talk show host. In his talk show, Programa do Jô, on Rede Globo, the fourth-largest public TV commercial network in the world, last Wednesday he interviewed Ricardo Augusto Felício. Ricardo Felício has a PhD in Geography, by the University of São Paulo, Brazil, based on study of dynamic climatology in Antarctica, between 2001 and 2006.

Ricardo stated that the AGW is not a theory, but an hypothesis. He stated that climate change is a 3000 year-old story, when ancient Greece was already debating the issue. These were later followed by the Romans, who were associating climate change then with aqueduct construction, and has continued until today. The alarmed Jô pushed the main alarmist issues, but Ricardo Felício was quick refuting and explaining all of them.

Ricardo explained, in an easy language, the differences between local and global climate. He explained that ice melts, but then freezes again. And he knows about what he is talking about, as he has been to Antarctica in the timeframe where ice has been gaining area. Please remember that Brazil is in the southern hemisphere, so they talked more about Antarctica.

Sea level was another topic. He talked about the IPCC projections, and compared those to the El Niño variations, which has bigger variations in a small period, while the IPCC projections are for a whole century.

They both joked with all the alarmism surrounding the end of the World. The greenhouse effect was another joke, with Ricardo explaining concepts like temperature, pressure and volume, and explaining why people are so wrong when relating Venus's warming with CO2.

The ozone hole was another interesting issue, with Ricardo explaining the history since Dobson. He talked about the CFC patents expiring, the HCFC replacement, and the new measures being taken to replace it. Sustainability is certainly not an option when all these refrigeration equipments will be replaced, again.

Ricardo answered two questions from the audience, and also exposed a joke involving catastrophic warming from deep sea oil exploration, as is currently being done in Brazil.

Ricardo also joked with the Amazon being the Earth's lung. Ricardo explained that it's the climate that drives the Amazon rain-forest, and not the other way around. One of the best moments of the interview was when Ricardo explained that "the rain-forest is there because it rains; it doesn't rain because there's a forest there". Ricardo explained the importance of the oceans in the climate. After all, they are 3/4 of the Earth's surface.

This interview is having a great impact in Brazil, and in the Portuguese speaking world, the seventh most spoken language in the World. Ricardo Felício was a bright challenge for Jô's humor, whose program is seen by almost 5 million viewers daily. This will have an even bigger impact, in a country that is preparing for the Rio summit later this year, but where realism is alive and kicking.

The interview will be aired again this Sunday on GNT, May 6th, 9 PM.

Ricardo Augusto Felício no Jô

Via Espectador Interessado, demo-nos conta de uma entrevista de Jô Soares a Ricardo Augusto Felício, professor doutorado da Universidade de São Paulo. O Ricardo, para além de cientista na área da climatologia, tem muito mais humor que os nossos. Precisamos de mais cientistas como este! Não percam por nada deste Mundo:

quinta-feira, 3 de maio de 2012

A sucata eólica

Um leitor fez-me chegar há umas semanas uma interessante notícia sobre o que fazer às torres eólicas em fim de vida? O artigo refere a existência, em Portugal, de mais de 53 mil toneladas de sucata eólica, dentro de alguns anos! Nada que se preveja muito diferente das eólicas assombradas noutros países. Ainda mais grave é o facto de não existirem ressalvas contratuais a obrigarem os promotores a se livrarem dessa sucata de uma forma ambientalmente correcta. É apenas efectuada uma alusão à necessidade de serem desmantelados, o que nas palavras de Luís Mira Amaral, «só mostra a ligeireza e o facilitismo com que foram feitos os contratos».

Mas como o artigo era de 2009, o problema deve já estar a colocar-se! Efectivamente, há dias, outro leitor, fez-me chegar a confirmação desse facto. Este artigo explica como se fez um desmantelamento de um parque eólico em Portugal, o parque eólico de Vila do Bispo. O parque eólico ainda nem sequer 14 anos tinha, não tendo atingido o limite de 15 anos que se considera a vida útil mínima de um parque eólico. Ou pelo menos o período a que habitualmente se tem direito às tarifas feed-in. Se se juntar a esse facto o incremento de potência de 20%, que visam certamente tirar partido do sobrequipamento, começa logo a cheirar a marosca... Entretanto, a brincadeira parece ter custado uns 13 milhões de euros, a pagar pelos mesmos do costume. E agora que se reforça o facto de que as eólicas provocam Aquecimento Local, talvez a sucatização esteja mais próxima...

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Os filhos dos papás da EDP

O Rui Rodrigues apontou-me na direcção de um vídeo eloquente, que evidencia como os filhos dos papás da EDP são os mais felizes do Mundo! Não percam a sátira no vídeo abaixo, que já me tinha ocorrido, tal a desfaçatez do anúncio original...

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Podia mudar-lhe a opinião

O canal de televisão australiano ABC emitiu há uns dias um documentário interessante, "I Can Change Your Mind About..Climate", com a presença do céptico Nick Minchin e da alarmista Anna Rose. O programa é bem esgalhado, tendo entrevistado um conjunto de pessoas de ambos os lados do debate. Como de costume, é sempre um momento alto quando se tropeça em Marc Morano. Vejam como ele deixou a inexperiente Anna completamente sem palavras:



Nós já sabemos que estes tretas não fazem a menor ideia da ciência! Ela disse que não argumentava com Morano, porque ele não era um cientista climático; ela, todavia, é formada em Direito e Artes!? Eu até gosto especialmente de activistas como Anna, que fazem figuras de parvas, e cuja expressão idiota perante Morano me fez lembrar a da activista da Greenpeace com Christopher Monckton.

Particularmente interessante foi também a presença de Jonova. Ela e o marido têm uma forma extraordinária de evidenciar quão podre está esta ciência, e prometem divulgar a lição não editada da malhação que deram na Anna. Enquanto não chega o vídeo, a transcrição efectuada pela ABC dá-nos uma ideia de que Anna terá aprendido mais ciência em casa do David e Jo, do que em todo o tempo anterior!

Recomenda-se o visionamento do episódio na sua totalidade, no link do site da ABC, ou abaixo, cortesia do Fiel Inimigo. Os cientistas desta ciência fraudulenta ficaram ofendidos, mas o público teve outra opinião! Se quiserem, podem preencher o inquérito que a ABC fez, para perceberem qual é o vosso perfil neste debate, e perceber que mais de metade do público acha que isto das Alterações Climáticas é uma grande treta!

sábado, 28 de abril de 2012

Potência vs. ponta

A imagem ao lado dá-nos uma ideia clara de como o sistema eléctrico português descambou nos últimos anos. A verde está o total de potência instalada em Portugal (escala à esquerda), e que cresce de cerca de 10 GW em 2000 para quase 19 GW em 2011. A azul está a potência máxima solicitada à rede (escala à esquerda), e que corresponde ao pico de consumo, e que cresceu de uma forma muito inferior, de cerca de 7000 MW em 2000 para um máximo de cerca de 9400 MW em 2010. A vermelho está o rácio entre as duas variáveis (escala à direita), e que cresce, nestas circunstâncias, também a um ritmo muito elevado. Todos os dados foram obtidos a partir da REN e ERSE.

O que significa este crescimento deste rácio? Uma coisa muito simples: temos capacidade instalada em demasia. No ano passado, pela primeira vez, tivemos mais do dobro da capacidade instalada do máximo do consumo atingido em Portugal! Ou seja, para termos uma certa quantidade de electricidade, temos o dobro do que seria necessário para produzir essa tal quantidade! Utilizando a analogia do Luz Ligada, poderíamos imaginar que cada um de nós teria sempre o dobro de lugares, ou de transportes, para nos deslocarmos de um lado para o outro!

Porque acontece isto? A maior razão está relacionada com o baixo factor de capacidade da energia eólica em Portugal, e que tem determinado a subida da potência instalada. Os leitores dirão que o mesmo acontece com a energia hidroeléctrica, mas ao contrário das eólicas, a energia produzida pelas barragens pode, e é, mobilizável justamente nos períodos de maior consumo. E o que é que isto significa? É uma evidência que estamos a pagar um duplo investimento para termos a certeza que temos electricidade nos picos de maior consumo! E estou só a falar de consumo de ponta, porque para o consumo médio, a situação ainda é mais vergonhosa. A ela voltarei quando tiver os dados de consumo de 2011, que ainda não foram publicados pela DGEG.

Noutros países, em vez de se fazer uma gestão esbanjadora, faz-se uma gestão apertada. O exemplo Norueguês é um clássico, como pode ser visto neste documento. Este estudo alemão analisou a realidade da Alemanha. Na verdade, a maioria dos estudos restantes que observamos são antigos, pois esta é uma realidade muito inconveniente...

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Cortar nos luxos e excesso de voluntarismo

As audições na Comissão de Economia e Obras Públicas terminaram há minutos, com muitas novidades! Estiveram presentes o ex-Secretário de Estado da Energia, e o actual Secretário de Estado da Energia, Artur Trindade. Fico com um mixed feeling sobre as suas declarações, sendo que Henrique Gomes continua com a sua guerrilha com António Mexia. As suas declarações, bem como a divulgação dos estudos confirma que Gomes estava obcecado com Mexia, e não com resolver verdadeiramente o problema. Enfim, hoje até reconheceu que "deveríamos ter feito os investimentos nas eólicas com mais cuidado", mas o resto foi um ataque cerrado a quem é responsável por apenas parte do buraco.

Artur Trindade avançou com algumas ideias claras, que tenho defendido aqui no blog. Relativamente ao PNBEPH, referiu que "existe e é para cumprir, agora não me venham pedir mais subsidios, o plano é para cumprir mas não para onerar mais a factura", o que significa que a minha interpretação da garantia de potência é correcta, e desmistifica totalmente as contas da GEOTA e companhia.

Na vertente da cogeração, Artur Trindade referiu que "temos que atalhar o problema dos falsos produtores de co-geração e que cuja actividade se centra na remuneração fixa". Referiu que "a redução é muito significativa, em torno de 100 milhões por ano, em ano cruzeiro, mas isso nao chega". Pois não, e pelos casos que temos levantado no blog, muitos cortes haverá aqui a fazer!

Na vertente das energias renováveis, Artur Trindade também não poupou nas palavras, embora tenha sido cauteloso. Segundo o Secretário de Estado, o Governo não tem "nada contra as energias renováveis. Mas deve haver moderação nos custos e na forma de remuneração, porque o país não tem capacidade de pagar luxos e excesso de voluntarismo" e que as "remunerações são muito acima da média". Falta saber se vão tomar medidas, ou se isto é apenas para parlamentares ouvirem...

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Os melhores sacos do lixo

A Quercus voltou à carga com a história dos sacos de plástico. Sempre que aparecem notícias destas, lembro-me logo da história do Verde Otário. E fico a pensar quando a nossa Cristas, das taxas vergonhosas, desenterrará a proposta anterior da taxa dos sacos de plástico.

Nem de propósito, há uns dias o leitor Rui Monteiro, de Montemor-o-Velho, havia-me enviado a sua perspectiva acerca dos sacos de plástico. Ele e eu, usamos-os para meter o lixo. Um exemplo notável de reciclagem, que certamente é seguido pela grande maioria dos leitores e Portugueses! Mas o Rui foi mais longe e fez as contas, muito importante nestes tempos de crise!

E as contas são muito simples: um saco do Lidl custa 4 cêntimos. E são bem melhores que os do Continente, que são os que eu uso para o lixo. Apesar de serem piores, é verdade que os meus saem de borla, pelo que não me queixo. Mas o Rui foi ver quanto custam os sacos do lixo no Lidl, e 30 sacos de lixo de 25 litros, sensivelmente da mesma dimensão dos sacos da caixa, custam 1.29 €! No Continente, metade, 15 sacos de 30 litros, denominados "Ecobag Fecho Fácil", da Vileda, nome apropriado para ecologista triste comprar, custam neste momento 3.59€, ou seja quase 24 cêntimos por saco!

Conclusão, nada como continuar a pagar os da caixa, embora como o Rui refira e bem, que agora tem que pagar aquilo que dantes lhe davam! Quando a Cristas se lembrar de os taxar, podemos ter a situação inversa, que é comprar os do lixo, e abri-los logo ali, para levar as compras para casa!

Agora, expliquem pf. o que ganha o Ambiente? Quais são os melhores sacos para enfiar o lixo? É que os do Continente e Vileda tẽm a inscrição de que são degradáveis, mas como os sacos do Lidl não dizem nada, e os que se pagam são mais rijos, aposto que demoram mais tempo a degradar-se que os meus do Continente, que são bastante frágeis. Afinal, tenho quase a certeza, os sacos de borla são os melhores para o Ambiente!

terça-feira, 24 de abril de 2012

A mina de ouro do mercado de carbono

Antón Uriarte disponibilizou ontem um link para um artigo muito interessante do El Pais. O artigo refere como o mercado das emissões de carbono é um negócio de ouro para a Indústria, e uma ruína para o Estado.

Em Espanha, as cimenteiras e as várias indústrias ligadas à construção foram das que mais beneficiaram. Em quatro anos, venderam direitos de emissão avaliados em 1279 milhões de euros. Enquanto isso, o Estado espanhol comprou no estrangeiro 770 milhões de direitos, e necessitará de uns 500 milhões adicionais. As empresas perceberam que era mais rentável deixar de produzir e ganharem dinheiro com isso. Na realidade, em Espanha, com a queda da construção, a queda da produção até deu jeito!

Mas mais interessante que observar o disparate em Espanha, é começar a escavar no disparate Português. Como é habitual, a informação sobre estes esquemas não abunda. A Judiciária anda no terreno à caça do esquema do carrossel, um esquema que já leva vários anos noutros países. Entretanto, andamos entretidos a comprar direitos noutros países...

Um bom sítio para começar a recolher informação é no sistema de registo europeu, onde podemos encontrar informação por país. Nesta folha de cálculo temos a lista das empresas portuguesas que mamam deste esquema. As que têm maiores direitos são as eléctricas e as cimenteiras. A consulta da listagem revela um conjunto de 212 empresas, que descobriram esta verdadeira mina de ouro...

Os estúpidos dos responsáveis pelo esquema europeu, porque não têm outro nome, ainda se vangloriam de que este esquema contribuiu para a quebra de emissões. Pudera! Então se é mais barato mamar do que produzir, de que estavam à espera? Agora que, com este esquema, a indústria europeia, e especialmente a portuguesa, está desaparecida, e habituada à chucha, não se quiexem da crise!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Lóbis da Fátima Campos Ferreira

Alertado por um leitor, dei uma vista de olhos à entrevista no DN de hoje, a Fátima Campos Ferreira. A apresentadora do Prós e Contras, que recentemente referenciamos, a propósito da Peixeirada no "Insustentável Custo da Energia", levantou a questão dos lóbis que dominam maquiavelicamente a nossa Sociedade. De quem se foi ela lembrar quando lhe pediram para concretizar?

A atual conjuntura social e económica de Portugal trouxe novos temas e problemas para discutir. Ainda há temas tabus?
Há temas onde há muitos lóbis. Sou, atualmente, um grande observatório da nossa sociedade...
Quais as áreas a que se refere?
Há lóbis em todos os sectores. Acontece, por exemplo, na área ambiental e até na preservação do ambiente.

domingo, 22 de abril de 2012

Restrições na microprodução

Já abordamos várias vezes no blog o problema da microprodução, a forma mais anti-social de geração de energia em Portugal. Com imensos esquemas envolvidos, agora damo-nos conta que a banda continua alegremente a tocar neste domínio, mesmo quando o País já se está a afundar! Mas outras notícias dão-nos conta que a festa estará a acabar...

O Decreto-Lei nº 25/2012, de 6 de Fevereiro infelizmente não suspendeu a atribuição de licenças de microprodução. Elas continuam a ser emitidas a grande velocidade, conforme se pode ver pela listagem do final do mês de Março. A velocidade de instalação destes sangue-sugas é tão grande que, nalguns locais já foi ultrapassado o limite de 25 % da potência do respectivo posto de transformação, conforme os números 6 e 7 do artigo 4º do Decreto-Lei nº 363/2007. A lista de locais onde tal já aconteceu está disponível neste link do site Renováveis na hora.

Olhando para a listagem, há vários aspectos que saltam à vista. Em primeiro lugar, o facto da maior parte das restrições se aplicar a locais do interior. Tal pode significar a existência de postos de transformação mais pequenos. Numa amostragem rápida no Google Maps, o que observei foi essencialmente um conjunto de localidades com habitações dispersas e muitas moradias. Mas isto não deve explicar tudo, pelo que não me admirava muito que esta praga resultasse de dinamismo local... Talvez algum dos leitores conheça a realidade de algum destes locais, e me queira explicá-lo!

sábado, 21 de abril de 2012

A vergonha do PNAER e PNAEE

Na sequência da estratégia de envergonhar os lobbies que se posicionam para continuar a mamar e chuchar no bolso do contribuinte e consumidor, e que teve uma reacção assinalável de muitos leitores, há agora uma outra via muito interessante de todos contribuirmos para tentarmos por alguma ordem nisto.

Está em discussão pública a nova proposta do PNAEE e PNAER, que se designa de “Linhas de orientação para a revisão dos Planos Nacionais de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE) e para as Energias Renováveis (PNAER)”. O documento, que descarreguei ontem do site da DGEG, e ainda está disponível neste link, é dado no site da DGGE como estando indisponível, por motivos de ordem técnica. Agarrem uma cópia, porque ou muito me engano, ou vai ter uma segunda versão melhorada.

Eu já dei uma vista de olhos de 5 minutos e encontram-se algumas, poucas, ideias esperançosas. Mas continua cheio de disparates! E as próprias reacções saídas na Imprensa dão-nos conta de como os lobbies estão incomodados. Ou porque o Governo trava eólicas e corta energia solar em mais de 60%, ou porque o apoio à microprodução tem os dias contados. Sente-se o pânico no ar, o qual já contagiou os burocratas de Bruxelas, que esperam manter a nossa caminhada na direcção da Idade Média...

O PNAER e PNAEE estão em consulta pública até 18 de Maio, mas até essa informação foi retirada do site da DGEG. Algo de muito extraordinário em termos de pressões se deve estar a passar, mas o ideal é documentar a situação actual, porque no futuro tudo isto desaparecerá:


Entretanto, o Plano das Festas será o seguinte: Nas próximas duas semanas analisarei o documento, e recolherei as opiniões dos leitores. Uma semana antes de terminar o prazo dos comentários/observações, farei um resumo dos pontos que serão importantes considerar neste documento, que condicionará de forma muito significativa a estratégia energética dos próximos anos. Então, convidarei os leitores a envergonhar o status quo actual, submetendo comentários/observações de que eles estarão pouco à espera...

Actualização: O link do documento já não funciona. Quem quiser, é só pedir por email (canto superior esquerdo)...
Actualização II: Podem ler os comentários ao PNAER/PNAEE aqui.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Portela + 1 = Alverca

Anda por aí a grassar, novamente, a polémica do aeroporto de Lisboa. Já havíamos abordado a polémica há dois anos, mas está na altura de voltar ao tema. Como é evidente, os lobbies procuram fazer vingar as suas teses, esperando mamar do erário público.

Em primeiro lugar, como referi no artigo de há dois anos, a Portela ainda tem muito para dar. É só fazer as duas obras minúsculas referenciadas então. Com a Easyjet a estrear hoje a sua base em Lisboa, e com a Ryanair a querer trazer milhões de passageiros, o que é perfeitamente possível, dado que para o Porto transportaram mais de 2 milhões de passageiros em 2011, há que todavia fazer uma outra aproximação.

Como não podemos ficar à espera, nem temos dinheiro para a megalomania de um novo aeroporto, há que adaptar um, e depressa. As alternativas que se colocam em cima da mesa são Alverca, Sintra e Montijo. Para todos aqueles que defendem que Beja e Monte Real são uma alternativa, só posso dizer que estarão bêbados de qualquer coisa, provavelmente regionalismo. Basta ver a aberração mais recente de Beja , para perceber a estupidez e alucinação em que vivem os mentores desse aeroporto...

Das três alternativas, defendo claramente a de Alverca. É aquela que tem todas as características adequadas para resolver o problema. Monta-se um barracão (inspiração: barracão do Terminal 2 do aeroporto de Malpensa em Milão) e umas passadeiras rolantes até ao comboio, a 150 metros! Recordemos que a Linha do Norte tem justamente do Oriente até Alverca quatro vias de circulação, pelo que não há quaisquer limitações na introdução de um shuttle rápido até ao Oriente (vel. máxima de 200 Km/h de Alverca até Moscavide, praticamente a totalidade do trajecto), ao contrário do que dizem alguns mal-informados. Tudo num tempo inferior a 10 minutos! Junta-se o equipamento técnico, e está feito! Tal simplicidade é impossível de imaginar para Sintra ou Montijo. E não alimenta os lobbies, como seria o caso da Lusoponte e Ascendi! E não tem o historial de casos do Montijo 1 2 3.

Ademais, tal como nas outras duas opções, não é preciso serviço de fronteiras, limitando-se os voos ao espaço Schengen. Serviço de bagagens é básico, dado os voos serem ponto a ponto, e a grande maioria dos passageiros transportar a sua própria bagagem. É ainda possível fazer a saída dos aviões pelos seus próprios meios, sem push-back, e colocar os passageiros nos aviões pelos seus próprios pés, tudo para gaúdio de todos!

É claro que depois há as supostas incompatibilidades com o aeroporto da Portela... Na verdade, as incompatibilidades, são muito maiores no caso do aeroporto do Montijo. No enfiamento da 08/26, temos o Cristo Rei, e o enfiamento da 03/21 da Portela. Acresce não estar orientada em função dos ventos dominantes, um problema que também afecta, em menor grau, a pista 14/32 de Sintra. A 01/19 do Montijo é melhor, mas mais curta que a de Alverca, sem grande capacidade de crescimento, e interfere na 17/35 da Portela.

Como pode então funcionar Alverca? Há tantas hipóteses. Exige apenas planeamento! E não nos esqueçamos que vai ser um aeroporto secundário, pelo que a quantidade de movimentos não vai ser naturalmente muito elevada!

Quando o vento é o dominante, de norte, o problema não se coloca nas descolagens. Como Alverca irá servir praticamente apenas a Europa (excepções: low-costs para as ilhas), os aviões descolam daí normalmente, enquanto a descolagem da Portela se faz igualmente de forma normal, privilegiando porventura os voos que levantem e voltem à esquerda (especialmente ilhas e continente americano). Adicionalmente, a pista 35 da Portela pode perfeitamente ser utilizada em simultâneo. O problema coloca-se nas aterragens. Note-se que o enfiamento das duas pistas, dada a pequena diferença de ângulos, é evidente. O problema é agravado pelo facto de Alverca estar a uma cota 100 metros inferior à da Portela. Todavia, os aviões que serão destinados a Alverca não são propriamente A340s/747s, tendo muita maior capacidade de manobra, e menores restrições. Existindo limitações, não são substanciais.

Quando o vento é de sul, a Portela utiliza as pistas 21 e 17. Aqui o problema é essencialmente simétrico, mas não totalmente, derivado das limitações associadas a uma aterragem abortada em Alverca. Esta possibilidade, que tem sempre que ser considerada, reduz marginalmente a capacidade de operação da Portela. Nas descolagens, há igualmente limitações, mas mais uma vez as características técnicas dos aviões a operar em Alverca, associado ao facto de transitarem na sua grande maioria para a Europa, praticamente não cria problemas.

Enfim, as justificações para "enterrar" Alverca servem apenas para esconder o facto de que com muitos poucos milhões de euros se resolve o problema. Sem benefício dos lobbies. É por causa destes lobbies que os técnicos encontram problemas, em vez de soluções! Então se compreenderá que Alverca constitui claramente o melhor complemento para o Aeroporto da Portela, e uma solução que agradará certamente à Ryanair & companhia.

Actualização I: Um leitor enviou-me um link interessante para fotos de aviões em Alverca, a maioria suponho que do Museu do Ar.
Actualização II: Outro leitor alertou-me para o facto de que, já hoje, os comboios directos entre Alverca e Lisboa demoram apenas 10 minutos. A consulta da página da CP revela que há hoje, 2012-04-20, 15 ligações directas de 10 minutos, num total de 87 ligações diárias entre Alverca e Lisboa. No sentido contrário há 90!!!
Actualização III: Um terceiro leitor enviou-me referências para dois vídeos do Youtube. O primeiro é de um Airbus a aterrar em Alverca, e o outro é de um pequeno jacto a levantar da Portela e a aterrar em Alverca. Dá para perceber perfeitamente o voltar inicial para a direita, e depois para a esquerda, bem como a exequibilidade de voos simultâneos, desde que nas condições referenciadas no post.

Actualização IV: Um leitor atento alertou-me para a troca nas referências às pistas 17 e 35, entretanto corrigida. Tinha-me baseado na elaboração deste post no mapa deste documento, que também está errado...
Actualização V: Um leitor evidenciou que o Aeroporto de Alverca ficará quase tão perto do centro de Lisboa, quanto o da Portela, se considerarmos a deslocação por Metro. Na verdade, a linha do aeroporto da Portela levará cerca de 5 minutos a chegar ao Oriente, apenas um pouco menos que um shuttle rápido de Alverca. A continuação da linha de Metro entre o Aeroporto e o Campo Grande está apenas prevista. Este é ademais uma evidência que Alverca será claramente a melhor posicionada, quando se considerar o tempo necessário para interligar os dois aeroportos, e que em cenários óptimos, poderá permitir a um passageiro colocar-se no outro aeroporto em 20 minutos!
Actualização VI: Ao contrário do que se possa pensar, a Portela está longe do esgotamento. Vejam a disponibilidade de slots disponíveis neste site, e comparem com outros aeroportos... Carreguem em "Runway Availability", depois em "Week", escolham o aeroporto "LIS", e introduzam uma data. Escolham, por exemplo, uma das piores semanas, "23JUL". O resultado é a primeira imagem abaixo. A segunda imagem abaixo, à direita, mostra o que é um aeroporto verdadeiramente congestionado, o de Heathrow, em Londres (clique para ver melhor):

Actualização VII: Um leitor enviou-me mais uma desvantagem de Alverca: é que o pessoal do aeromodelismo gosta de se divertir para aqueles lados, e não vão querer perder direitos adquiridos... E não é que uma pesquisa pelo Youtube revela inúmeros exemplos, como revela o primeiro vídeo abaixo? Já agora, no segundo vídeo abaixo, podemos ver um desses modelos a filmar a área envolvente... Não admira que não queiram libertar o espaço!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Preços electricidade OMIE em 2011

Os preços de electricidade praticados no âmbito do MIBEL, e que estão acessíveis no site do OMIE, dão-nos uma perspectiva clara dos preços praticados em termos de um mercado que se pretende aberto. Tenho sido desafiado por vários leitores, e mesmo críticos, e porque mais ninguém parece querer investigar, a divulgar publicamente estes dados. Por isso, cá segue o início de mais um exercício de serviço público gratuito.

No primeiro gráfico abaixo podemos observar a distribuição do custo da electricidade no mercado, para cada um dos períodos horários do ano de 2011. São um total de 8760 pontos, que se concentram essencialmente em torno dos 40 a 60 €/MWh. Para uma contextualização da importância destes dados, foi inserida na imagem uma linha nos 93.50 €/MWh, o valor médio pago às eólicas em 2011. Tal significa uma coisa muito simples: a mais competitiva das energias alternativas, foi apenas competitiva em termos de mercado numa hora do ano! Tal feito histórico, ocorreu entre as 20 e 21 horas de 12 de Janeiro de 2011.

No segundo gráfico abaixo podemos observar todos os pontos ordenados por ordem crescente de preço. Também aqui se verifica que durante a grande maioria dos períodos horários do ano se verificaram preços entre os 40 e 60 €/MWh, com 95% dos períodos horários a registarem um valor inferior a 65.81 €/MWh. Comparando com um gráfico de 2010, o primeiro neste post emblemático, verifica-se muito menos electricidade de borla, em função da maior produção hídrica dos primeiros meses de 2010, e também menos períodos horários com valores superiores aos dos valores médios pagos aos produtores eólicos. Nota-se também uma subida dos valores médios significativa, e que a ERSE contabilizou como preço de referência do mercado regulado em 38.74 €/MWh para 2010, e de 51.84 €/MWH em 2011. Ainda assim, 2011 acabou por ser o terceiro ano com electricidade mais barata desde 2002!