sábado, 31 de julho de 2010

Conversa da Treta


No dia em que o actor António Feio foi a enterrar, referencio aqui um post de há um ano atrás, em sua homenagem. Não deixem de ver o vídeo na íntegra, e apreciar as tretas da ecologia, pelo António Feio e José Pedro Gomes.

Obras da treta em Foz Côa

A história do que se passou em Foz Côa nos últimos 20 anos é um exemplo do melhor que se faz em Portugal. Um conjunto de rabiscos, muito mais rudimentares que os da foto ao lado, feitos provavelmente por uns homens bêbados do Paleolítico, suspendeu a construção de uma barragem. As motivações políticas foram claramente superiores às da arqueologia, mas a tomada do poder por parte dos socorristas das gravuras só trouxe problemas às gentes daquela terra, obviamente iludidas...

Primeiro prometeram-se mundos e fundos. 200000 visitantes anuais tornaram-se em apenas 16592 visitantes mais de 10 anos depois, em 2007. A população obviamente não compreende o barrete. Infra-estruturas de acesso estão quase como que há 15 anos, e é bem provável que o visitante enjoe duas vezes no processo, primeiro nas curvas antes de chegar, e depois ao ver as gravuras... No meio disto tudo, os novos autarcas entenderam que até era interessante fazer uma mini-hídrica (Catapereiro), mas planeamentos da treta obviamente nem para pagar ao banco dão... Para além da parede da mini-hídrica, os autarcas que entretanto já foram despedidos, pareciam especialistas em outros muros da treta! Mesmo a actual Ministra da Cultura revela a insensatez de outros tempos, na forma como defende a barragem do Tua...

Tudo isto nos vem à memória, no dia em que o nosso Socras declarou que "este museu é a gravura que nós deixamos às futuras gerações". Depois de se enterrarem 18 milhões de euros neste mamarracho, vou ficar de olho nas estatísticas de visitantes, que terão que pagar 5 euros para verem não sei o quê... Daqui a umas centenas de anos, tal como hoje, nada recordará o estado de embriaguez mental dos autores de ditas gravuras!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

A estupidez dos fogos

O tema dos fogos florestais é recorrente no Verão, neste blog. Há muito que os especialistas defendem que o combate aos fogos florestais não é a solução para este problema. Outros, constatam o óbvio, como Henrique Sousa, que constata a estupidez disto tudo. Aparentemente a brincadeira custa 300 milhões de euros por ano! Até alarmistas como o Henrique Pereira dos Santos tem massacrado a corrente oficial dos Media, com sucessivos posts elucidativos (1)(2)(3).

Em vez de alertarem para o verdadeiro problema, os Media andam entretidos a contar bombeiros. Enquanto a PJ investiga o óbvio, o exército manda cerca de 150 militares para o teatro de operações. Como esta política falhada não leva a lado nenhum, mandamos vir estrangeiros, nomeadamente italianos. E esperamos que o vento leste afrouxe, o que está já a acontecer...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Estado da floresta

Um leitor atento enviou-me um artigo do Expresso, de há mais de dois anos, mas que vale a pena ler na íntegra. É uma análise ao estado da nossa floresta, que se tem agravado ano após ano. Atententemos nas palavras de Paulo Fernandes, presidente da Altri:

Após os incêndios, por exemplo, muita gente não replanta. Tenho a certeza que a indústria da celulose estava disponível para replantar se houvesse condições.

O Estado tem terras em baldio e não tem capacidade de investimento. O ministro da Agricultura tem dito que vai concessionar as florestas do Estado. Isso seria fantástico, porque o Estado não tem dinheiro para investir, o que tem é o que já lá está. Se arde não planta.

As folhas da árvore, a casca, o cepo e o resto dos resíduos florestais são aproveitados para fazer biomassa. Nós não perdemos nada. Temos um ciclo integrado. Antigamente a casca ficava na floresta e alimentava fogos. Hoje temos uma filosofia que é integrar o ciclo todo da floresta.

Temos agora um grande problema na floresta que é o nemátodo, e que o Governo devia ver como uma oportunidade. A área do nemátodo é tão grande que se devia olhar e dizer: temos aqui 300 mil hectares, vamos fazer 100 mil de eucalipto, 100 mil em pinheiro bravo e mais 100 nas folhosas de baixo crescimento. vamos ordenar este território.

Não podemos ficar de braços cruzados. O que não pode acontecer é o que acontece agora: baldios e áreas queimadas abandonadas. E se agora a área de floresta com nemátodo também não for plantada, é um descalabro.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Pitões frescas

Se há uma coisa que não gosto é de cobras! Grandes ou pequenas. Por isso, foi com satisfação que vi esta notícia da BBC. Parece que o Inverno rigoroso com que a Mãe Natureza contemplou a Flórida no início deste ano, contribuiu para travar o avanço das pitões nesse estado. É que elas tinham fugido, ou sido libertadas, naquele estado, tendo-se tornado obviamente indesejáveis, e até um perigo para a biodiversidade da zona. Nem os jacarés estão a salvo!

Mas o frio trazido pela Mãe Natureza neste Inverno terá morto centenas destas criaturas, que frequentemente ultrapassam os 3 metros de cumprimento. Investigadores colocaram transmissões de rádio e sensores de temperatura em 10 pitões. No tocante às temperaturas, as pitões, nada habituadas ao gelo que se abateu sobre a Flórida, chegaram a ser inferiores a 5ºC. Das 10 pitões com telemetria, nove foram encontradas mortas. Adicionalmente, os investigadores encontraram mais 40 pitões mortas, e 59 ainda vivas, o que sugere uma mortalidade global muito significativa...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Tim Flannery exposto

Já aqui falamos dos azares que rodeiam os pseudo-adivinhos como Tim Flannery. Eles bem queriam enfiar a cabeça num buraco, como o faz a avestruz, mas tem que ser chamados à razão!

Foi o que lhe aconteceu numa entrevista numa rádio australiana, no mês passado. Se não quiserem ouvir, podem ver a transcrição aqui. A conversa decorreu com Andrew Bolt, que havia exposto o tretas Flannery neste post, com a transcrição das suas previsões aberrantes. Duas das mais aberrantes incluem:

A qualidade destes tretas mede-se pela forma desplicente como respondem às perguntas. Veja-se como Flannery responde às afirmações que produziu relativas à subida do nível dos mares, de 25 metros:

Bolt: You warn about sea level rises up to an eight-storey building. How soon will that happen?
Flannery: Asking that question is it’s a bit like asking a stock analyst when the next stock market crash is going to happen and how big it’s going to be. No one can. We can all see the underlying weakness in the market in the months before the crash..
Bolt: Thousands of years?
Flannery: Could be thousands of years.
Bolt: Tens of thousands of years?
Flannery: Could be hundreds of years.
Bolt: Hundreds of years?
Flannery: It could be hundreds of years. The thermo- dynamics of ice sheets are very, very difficult to predict., but what we do know when we look back is the fossil record is that when the world is a degree or two warmer than it is now seal levels rise very significantly - between four and 14 metres above where they are. We can’t say how long it takes for that rise to happen because the fossil record just isn’t good enough, it isn’t accurate enough…

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Ideias loucas

Na área da resposta climática, as ideias existentes são das mais loucas que é possível imaginar. Enterrar o carbono, sulfatar a atmosfera, ou mesmo utilizar os icebergs que andam por aí à solta, são ideias estúpidas recorrentes... Por isso, foi com surpresa que vi, em casa de um amigo, a revista Super Interessante deste mês. O título é sugestivo: O porta-aviões de gelo e outros DISPARATES DA CIÊNCIA".

Aí descobri o projecto Habakkuk, da segunda guerra mundial, e que visava construir um porta-aviões de gelo, possivelmente a partir de vários icebergs! O projecto foi obviamente um fiasco, sobretudo porque a década de 1940 foi uma das mais quentes de sempre, e havia falta de matéria prima. Na verdade, como os Aliados descobriram para o final da guerra, as ilhas dos Açores eram bastante mais fiáveis...

Recomendo-vos a leitura da revista, porque tem muitos mais fiascos interessantes! E que nos deixam a pensar como os supostos cientistas de hoje estão na Lua, e não neste planeta...

domingo, 25 de julho de 2010

Lavagem de painéis solares

Na sequência do post Obama solar, tenho recebido algumas mensagens criticando as contas efectuadas, sobretudo pelo facto de não se contabilizar a energia gratuita que o Sol gera. A ideia de que a energia solar é gratuita é um mito. Neste post destacarei o problema da lavagem dos painéis, já depois de ter aqui registado o problema da limpeza de neve nos mesmos.

Um dos melhores sítios para começar é neste link, em que ambientalistas puro e duros lhe explicam como lavar painéis solares. Na verdade, não é uma tarefa muito diferente da de lavar vidros, pelo que alguns dos empregos fixos dessas instalações devem aceitar profissionais da limpeza... Para terem uma noção de como isto é importante, nada como ver o que o Google tem a dizer da sua própria instalação fotovoltaica... Da primeira vez que lavaram os painéis solares, alguns deles passaram a registar o dobro da produção de energia! Agora, passaram a fazê-lo mais frequentemente, o que quer dizer que o emprego verde aumentou para aqueles lados...

sábado, 24 de julho de 2010

Malditos sacos

Os sacos plásticos que utilizamos para transportar as compras dos hipermercados, são um dos maiores pecados que podemos cometer, segundo a maioria das organizações ambientalistas. Já aqui nos referimos a eles, pois estes pecados são uma inspiração para os políticos, sempre desejosos de aplicar mais uma taxa como forma de penintência aos "pecadores".

Para aqueles que pensam que os sacos de pano são a salvação, a leitura dos resultados do estudo de Gerba et al. deverá dar que pensar. A análise dos sacos re-utilizáveis revelou entre outros, vestígios de Escherichia Coli, uma bactéria preocupante em termos de saúde pública, que pode matar de diferentes formas, e encontrada em metade dos sacos re-utilizáveis analisados. A presença de salmonella foi também detectada nos sacos analisados pelo estudo, a um total de 84 consumidores do estado do Arizona, nos Estados Unidos.

O estudo alerta para o problema de saúde pública que estes sacos representam. Um inquérito determinou que 97% dos consumidores nunca lavaram sequer esses sacos, desconhecendo completamente que o devem fazer pelo menos uma vez por semana. Algo tão simples como os enfiar na máquina de lavar, mais um pecado insuportável para os ambientalistas, dado o consumo de água e detergentes...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O grande Obama

Já aqui nos referimos muitas vezes ao grande Obama. Em particular, o presidente americano tem o dom de enfurecer os ambientalistas, que o esperavam como um salvador! O Andrew Revkin escreve no New York Times aquilo que já havíamos referenciado (realces da minha responsabilidade):

Clearly there are many forces impeding congressional action on climate besides a lack of presidential assertiveness, but here are some things that Obama has not done:

- He has not given a substantial speech focused on the responsibility of the world’s greatest emitter of greenhouse gases to face up to the long-term risks posed by the rising human influence on the climate system and pursue the opportunities that lie in a sustained “energy quest.” There is a path toward action that can avoid the paralysis around the cap-and-trade concept that has become the best friend of stasists seeking status-quo energy policy. Perhaps after the November elections, the path toward a new framing on the climate issue is possible. We’ll see.

- He has not invited a variegated stream of researchers and analysts of climate science and policy to the White House. Whatever you think of the climate policies of President George W. Bush, at least he did this in his first year, forcing his cabinet — not lower functionaries — to sit through something like a dozen sessions of what amounted to “Climate 101.”
(...)
- Obama has also failed to challenge fossilized foes of meaningful action on energy and climate change, from Senator James Inhofe to the many conservative columnists — along with some liberals — who’ve distorted the American discourse on climate into an either-or debate over beliefs little different than that on abortion or gun rights.

Os alarmistas mais radicais falam do falhanço da presidência de Obama. A revista Rolling Stone já efectuou as condolências à legislação climática, declarando que descanse em paz! Muitos mais artigos são de leitura obrigatória, para perceber como eles estão aflitos! Mas, será que, será que o Obama é um céptico?

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Mais física de lâmpadas


Um leitor atento apontou-me para o facto de que a página do Youtube que regista o vídeo do post da Fraude nas lâmpadas economizadoras, ter logo na primeira alternativa, um link para outro vídeo semelhante. Na verdade, neste vídeo que se destaca acima, outro fabricante de lâmpadas entendeu utilizar uma roda giratória, como nos contadores mais habituais. Mas a roda que gira mais, é aquela que corresponde a uma lâmpada avariada, o que evidentemente levanta a pergunta do que é que move aquela roda???

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Frio e mortes na América do Sul

Enquanto andam por aí a propagandear o facto deste ano supostamente ser o mais quente de sempre, a Mãe Natureza vai estocando factos um pouco por todo o lado. Na América do Sul, a estocada foi muito forte, conforme refere o blog Ciência Alternativa, cujo link está acessível também do lado. Em locais como Mato Grosso do Sul registaram-se temperaturas em torno do 0ºC esta semana, locais onde nunca fez tanto frio. Vários milhares de cabeças de gado já teriam morrido em razão da onda de frio. Segundo outras notícias, 175 pessoas já morreram. A notícia está a ser acompanhada também no Watts Up With That. Também por cá a notícia está a começar a chegar. Para continuar a lembrar aos alarmistas que morrem muitas mais pessoas de frio do que de calor...

terça-feira, 20 de julho de 2010

Hipócrito Stephen Schneider morreu

Stephen Schneider morreu ontem de ataque cardíaco num avião. Não iria abordar aqui a sua morte, porque ele efectivamente não deixa saudades, conforme os leitores habituais do blog têm constatado com os posts com ele relecionados. Não fosse o depoimento de Phelim McAleer, director do documentário "Not Evil Just Wrong". Na sua dedicatória, McAleer, não deixa de esclarecer as características hipócritas do troca-tintas Schneider, que morreu no meio de transporte supostamente mais prejudicial do ambiente. Mas esta foi apenas um das suas muitas hipocrisias...

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Onde não dá um cemitério, dá um Freeport

A notícia de hoje do Público é eloquente sobre como se gere o Ambiente em Portugal. Na sequência da construção da ponte Vasco da Gama, o estuário do Tejo foi alvo de medidas de protecção ambiental acrescidas, sobretudo em função das reservas das autoridades comunitárias. Dois ou três anos antes da vergonha da aprovação do Freeport, veio-se agora a saber, o Instituto de Conservação da Natureza (ICN) negou à Câmara Municipal de Alcochete (CMA) a intenção de instalar um cemitério no mesmo local.

A justificação para tal decisão foi a da "pressão humana" que tal equipamento iria gerar numa zona ambientalmente sensível. Tal é o depoimento de Vítor Carvalheira, responsável pelo sector de gestão urbanística da Câmara de Alcochete, que acrescentou que para o ICN tal cemitério "contrariava o espírito" da Zona de Protecção Especial (ZPE) do Estuário do Tejo e "provocaria o aumento da densidade humana". O resto é história, com 75 mil metros quadrados de outlet, e promessas de meio milhão de pessoas, logo no primeiro ano de actividade, a não serem concerteza tão "densos"... E também não interessou que "o Freeport estava a cem metros da zona mais sensível da ZPE, lamas e sapais", segundo garante o antigo director da Reserva Natural do Estuário do Tejo (RNET), António Antunes Dias. Ou muito me engano, ou para a semana, com o término do segredo de justiça do caso Freeport, mais coisas se vão ficar a saber!

O susto da acidificação dos oceanos

O leitor António Gaito manda-nos mais um caso de endoutrinamento das nossas escolas. As referências a catequese ambiental já foram aqui referenciadas algumas vezes no passado, mas esta atinge uma nova dimensão! Depois das desgraças e profecias falhadas do passado, é preciso continuar a alimentar o Mundo das próximas desgraças. E uma delas é a acidificação dos oceanos...

A prova escrita de Física e Química A, do 10.º e 11.º Anos de Escolaridade, da segunda fase deste ano de 2010, começa de forma assustadora (realces da minha responsabilidade):

A vida dos organismos marinhos com concha enfrenta uma nova ameaça: o aumento do nível de dióxido de carbono (CO2) atmosférico.
Os oceanos absorvem naturalmente parte do CO2 emitido para a atmosfera, dissolvendo-o nas suas águas. Uma vez em solução, o CO2 reage, tornando a água do mar, actualmente a um pH de cerca de 8,1, menos alcalina. Como se continua a emitir enormes quantidades daquele gás, o impacto começa a notar-se – os cientistas mediram já um aumento de acidez de cerca de 30% na água do mar e prevêem um aumento de 100 a 150% até 2100.
O aumento de acidez é acompanhado por uma diminuição da concentração de iões carbonato em solução. Assim, muitos organismos marinhos, que dependem do carbonato da água do mar para construírem as suas conchas e outras componentes duras, perderão a capacidade de construir ou de manter essas estruturas vitais.

Christopher Monckton já tinha aliás avisado. Na sua resposta a John Abraham, na pergunta 283, a sua eloquência é a do costume:

Is it not correct that, yet again, you have grossly misstated the point I was actually making? Was I not saying that yesterday they called the climate scare “global warming”; then, when warming stopped, they called it “climate change”; then, when the climate changed no more than usual, they called it “energy security”; then they would probably try to call it “ocean acidification”; and eventually they would have to call the climate scare what it is: absolute rubbish?

Comecemos pelos factos: a água dos oceanos não é ácida, e com um pH actual de 8.1, como refere o exame, nem daqui a muitas centenas de anos seria ácido! Entre 1751 e 1994 acredita-se que a diminuição do pH foi de 8.179 para 8.104! Deve notar-se ainda que a escala de pH é logarítmica! A água destilada, sem CO2, tem um pH de 7 enquanto a chuva normal, não poluída, tem um pH de 5.6!!!

Como pergunta o António, "O que é que vos assusta mais? A água ficar menos alcalina, aproximar-se da neutralização ou ficar mais ácida? É a mesma coisa, mas, a palavra ácido assusta mais! Afinal, é assim que se faz uma evangelização: ou acreditas ou vais para o Inferno!

sábado, 17 de julho de 2010

Fraude nas lâmpadas economizadoras


Há uns tempos, um leitor atento tinha-me chamado a atenção para o problema. Tenho andado a reparar mais nos corredores das lâmpadas dos hipermercados. Aproveitem para reparar também nuns mostradores que mostram o consumo das lâmpadas normais, vs. lâmpadas economizadoras. Verificarão que estas terão uns valores de consumo inferiores às normais...

Mas nem tudo o que parece é! No vídeo acima, uma lâmpada avariada continua a consumir electricidade, o que é uma aberração física! Mas nesses mostradores dos hipermercados, experimentem desatarrachar a lampada normal (ou a económica...), e verifiquem que o contador continua! Melhor, troquem as lâmpadas de posição, e verifiquem que as lâmpadas economizadoras afinal são piores que as normais...

Isto é uma monumental fraude, que vou comunicar às entidades competentes. Aos leitores que detectarem locais onde a marosca está a enganar os consumidores, agradecia indicação desses locais. E se alguém tiver os conhecimentos técnicos para fazer um filme melhor e colocá-lo no Youtube, não deixem de me fazer chegar o URL! Façam também queixas, mas não já... Deixem algum tempo para todos nós fazermos, nos hipermercados e não só, uma re-apredizagem dos conceitos da Física...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Para que serve uma Ministra?

Todos imaginamos uma Ministra com muito que fazer, decisões importantes para tomar, etc... Mas não, a nossa ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, têm outras coisas para fazer! Como ir tomar um cafezinho a Campo Maior... Tudo isto porque a Delta resolveu produzir cinco milhões de saquetas de acúcar destinados a sensibilizar os portugueses para o Ambiente. E neste aspecto nada a apontar, bem como o facto de Nabeiro aparentemente não ter pedinchado nada para esta iniciativa. Quanto à Ministra, esperava-se que tivesse mais que fazer, do que aumentar muito a sua pegada de carbono do dia, com o tal cafezinho... Mas ela não para! De hoje a uma semana estará a inaugurar um parque de estacionamento...??? Algum jornalista lhe ousará perguntar pela sua pegada de carbono?

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Obama solar

O grande Obama anunciou há uns dias um apoio de quase 2 biliões de dólares na área de energia. Este apoio todo vai apenas para duas empresas, incluindo a espanhola Abengoa. O apoio visa construir centrais de aproveitamento de energia solar, para abastecer de energia eléctrica umas quantas milhares de casas. Com isso criam-se cerca de 5000 empregos, mas apenas 1600 são permanentes, o que quer dizer que cada emprego tem um subsídio de bem mais de 1 milhão de dólares!!!

É claro que os espanhóis da Abengoa estão todos contentes! Para construir uma central de uns 250MW, vão receber apoios de cerca de um bilião de euros! Para quem não sabe, a potência instalada de 250MW é o equivalente a cerca de 5 Amarelejas, mas inferior às potências instaladas da maior barragem portuguesa, da maior central de gás combinado ou das centrais de carvão de Sines. A central da Abengoa criará 85 postos de trabalho permanentes, o que significa um subsídio de mais de 13 milhões de euros por trabalhador!!!

Várias análises na Internet têm dificuldade em compreender a crueza destes números. Até eu tenho! Com esse dinheiro todo, eu criava pelo menos 100 vezes mais emprego! Facilmente...

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Amareleja aquece mais jornalistas


Nesta estupidez dos 50ºC da Amareleja, que já afectou vários Media nacionais, um leitor enviou-me um link para mais outro afectado: o Expresso. A jornalista Paula Cosme Pinto foi saber como é que é a vida na Amareleja, e começou o artigo com um estonteante (realces da minha responsabilidade):

Na Amareleja os termómetros chegaram esta semana aos 50º graus. Habituados às altas temperaturas, os habitantes da terra garantem não ter medo do calor: "O inverno custa mais", garantem.

Mas a parte mais divertida é ver o vídeo, a partir dos 03:45. Os Amarelejenses é que sabem (realces da minha responsabilidade):

Jornalista: Numa semana onde os 50ºC registados na Amareleja fizeram notícia, as gentes da terra poem em causa a veracidade das temperaturas.
Amarelejense1: Eu tenho 60 anos e toda a vida me lembro destas temperaturas. Como está a correr este ano, não é nada fora do normal. Isso é só propaganda das pessoas. Ahh 50... Mas onde é que..? Quem é que pode dizer que houve 50 na Amareleja?
Amarelejense2: 50? Nããã... Não sei se isso foi 50... Não sei se era verdade...

terça-feira, 13 de julho de 2010

Amazongate

Vários leitores têm-me enviado, nos últimos dias, apontadores sobre o Amazongate. Esta é uma novela que tenho vindo a acompanhar há meses, com avanços e recuos na argumentação dos vários participantes na polémica. Tudo começou quando Richard North e Christopher Booker chamaram à atenção para o seguinte parágrafo do quarto relatório do IPCC:

Up to 40% of the Amazonian forests could react drastically to even a slight reduction in precipitation; this means that the tropical vegetation, hydrology and climate system in South America could change very rapidly to another steady state, not necessarily producing gradual changes between the current and the future situation (Rowell and Moore, 2000).

James Delingpole resumiu a gigantesca trapalhada de forma concisa:

The IPCC made a false claim in its most recent assessment report, passing off the propaganda of environmental activists as peer-reviewed science. Instead of admitting the truth and retracting its false claim, the IPCC and its sympathisers went into entirely characteristic cover-up mode. Activist scientists like Daniel Nepstad obfuscated; other activist scientists like Dr Simon Lewis of Leeds University exploited the ignorance and pro-Warmist bias of the Press Complaints Commission to bully an entirely unnecessary retraction of a true story on the subject by the Sunday Times; activist journalists like George Monbiot then boasted that they had been vindicated – a claim that was excitedly repeated throughout the ecotard blogosphere and among ecotard cheerleaders like the BBC. All of this energy in defence of a great, stinking lie.

Como se pode ver, as teias urdidas por organizações ambientalistas, como é o caso nomeadamente da WWF neste exemplo, são propagadas por outros cientistas, acabando por ser aceites como religião pelo IPCC! Durante o fim de semana, Christopher Booker fez um relato mais significativo, enquanto Richard North dá uma visão complementar no seu blog. Em qualquer um dos casos, dá para perceber que o que está nos relatórios do IPCC não pode ser, definitivamente, levado a sério...

Actualização: Reacção de alguém da WWF quando confrontado com a notícia: "essentially tried to tell me that this is all too complex for my pretty little head"

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Estudos parasitas a engordar

Depois de termos evidenciado a parasitagem científica portuguesa no domínio das Alterações Climáticas, primeiro em contos, e depois já em euros, prosseguimos agora com mais um episódio desta saga. Se os leitores repararem, os projectos parasitas mais recentes conseguem sacar cerca do dobro dos anteriores, já sendo difícil fazer alguma coisa por menos de 150000 euros! Os nomes dos parasitas não são muito diferentes, e se verem os detalhes de cada um dos projectos, verão que os sub-parasitas são cada vez mais!

Resumindo, já vamos em 4.4 milhões de euros, de estudos climáticos da treta!

ReferênciaInvestigador ResponsávelProjectoExtorsão
POCI/CLI/58348/2004Filipe Duarte SantosClima Costeiro Presente e Futuro de Portugal e seus impactos nas comunidades biológicas (PORTCOAST)90000
PTDC/CTE-GEX/65789/2006Maria da Conceição Pombo de FreitasEvolução paleoambiental da planície litoral a sul da Nazaré desde o Tardiglaciar (PaleoNaz)160000
PTDC/CLI/67910/2006Maria Julia Fonseca SeixasMALVEO - Vulnerabilidade ao vector da malaria a partir de dados de observação da Terra: Mapas de densidade do mosquito Anopheles atroparvus em cenários de alterações climáticas para o Sul de Portugal108612
PTDC/CLI/68488/2006Tomasz BoskiEVOLUÇÃO DO VALE ESTUARINO DURANTE A SUBIDA EUSTÁTICA DO NÍVEL DO MAR - AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS ATRAVÉS DA CONFRONTAÇÃO DE DADOS PALEOAMBIENTAIS COM DOIS TIPOS DE MODELOS – EVEDUS153997
PTDC/CLI/70020/2006Gonçalo Brito Guapo Teles VieiraPermafrost e Variações Climáticas na Antárctida Marítima (PERMANTAR)180000
PTDC/ENR/70767/2006Paulo Manuel Cadete FerrãoEstratégias para emissões nulas na utilização de combustíveis fósseis em Portugal192905
PTDC/AAC-AMB/098163/2008Miguel AraujoRange Shift - Redução de incertezas nos modelos de distribuição de espécies face às alterações climáticas187226
PTDC/CS-SOC/100376/2008Maria Luísa de Carvalho de Albuquerque SchmidtMudanças Climáticas, Costeiras e Sociais - erosões glocais, concepções de risco e soluções sustentáveis em Portugal168000
PTDC/CTE-GIX/101466/2008Susana CostasReconstituição da posição da linha de costa Portuguesa nos últimos 6000 anos - Análise da estrutura e estratigrafia de barreiras arenosas (SCARPS)195000
PTDC/AAC-CLI/103110/2008Carla Patrícia Cândido de Sousa SantosRios Portugueses Atlânticos e Mediterrânicos sob o efeito das alterações climáticas: demografia actual e histórica e filogeografia comparada de peixes como instrumento para a conservação de espécies criticamente ameaçadas136392
PTDC/AGR-AAM/104562/2008José Paulo Mourão de Melo e AbreuFUTUROLIVE - Efeitos das alterações climáticas na cultura, produção e economia do olival199172
PTDC/AAC-CLI/105164/2008Maria Julia Fonseca SeixasHybCO2 - Abordagens híbridas para avaliar o impacto económico, ambiental e tecnológico de cenários de redução de carbono de longo prazo - o caso de estudo Português185588
PTDC/AAC-CLI/105296/2008Paulo José Relvas AlmeidaVariabilidade de Longo Período do Sistema de Alfloramento da Corrente das Canárias (LongUp)81454
PTDC/CTE-GIX/105370/2008Francisco Manuel Falcão FatelaWesTLog - Evolução recente dos estuários da costa oeste portuguesa: estudo do registo geológico dos sapais em alta resolução.150000

sábado, 10 de julho de 2010

Contas, como deve ser, do ministro

Ouvi ontem o ministro António Mendonça na rádio e gostei. Mas fiquei logo a pensar como iria um país reagir a contas como deve ser. As palavras do ministro foram cruas e cruéis (realces da minha responsabilidade):

Depois de começar a sua intervenção na Comissão Parlamentar das Obras Públicas a dizer que, tendo em conta o custo de passageiro/ano da Linha do Tua (que atinge os 29 mil euros) "quase mais vale dar um carro a cada um" dos utentes, António Mendonça considerou que "é preciso encontrar sistemas de transportes adaptados às necessidades de cada época, numa base objectiva, que deve ter uma referência económica, ambiental e energética".

Já no passado observamos aqui (1)(2)(3)(4) a barraca que é a linha do Tua. O problema dos ambientalistas não é a linha do Tua, onde aliás a grande maioria deles nunca pôs, nem porá, os pés. O que eles pretendem evitar é a construção da barragem. Aliás, as contas do Mendonça deviam ser feitas para outras barracas nacionais, sabendo por exemplo quanto custou cada utente do Parque Arqueológico do Vale do Côa, nomeadamente em função da energia não produzida?

É por isso que os Media praticamente não deram cobertura a esta notícia. É inconveniente. É difícil interpretar contas tão simples! Mas, se alguém colocar uns mexilhões lá no rio, podem apostar que vão noticiar com grandes parangonas...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Lavagem de cadáveres

Na Bélgica há planos para começar a "lavar" os cadáveres. Em vez de cremarem, que eu suspeito dever causar muitos gases de efeito de estufa, há agora planos para dissolver os cadáveres numa solução caústica, e enfiá-los nos esgotos: próxima paragem, na ETAR. Podem ter dificuldades em acreditar, mas a notícia está aqui.

Quando se pensava que não era possível ser-se mais aldrabado, alguém calculou que uma cremação criava 260 Kg de dióxido de carbono! Agora, num processo conhecido como "resomation", os corpos são tratados com hidróxido de potássio a uma pressão elevada e uma temperatura de 180ºC. Como os ossos resistem a este processo, são depois esmagados entre duas a três horas!!! Há uma empresa comercial por detrás do processo, e aposto que as altas temperaturas são produzidas a partir de energias alternativas, e ainda deve haver a compensação do pouco carbono emitido...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

50ºC na SIC


E isto não pára! Agora foi outro leitor que me enviou um link para uma reportagem da SIC, também sobre a Amareleja. Confesso que não sei quem começou esta confusão, mas nenhum dos meios de Comunicação Social envolvidos (SIC, TVI e jornal i) sai bem na fotografia. A reportagem da SIC começa com o relato dos 50ºC, depois o mais conhecido termómetro da Amareleja marca 46ºC, e o locutor diz que a temperatura se aproxima do recorde lá da terra. Que em rodapé é referenciado correctamente como 47.4ºC, sendo uma delícia aos 1:52 assistir ao relato do jornalista a referenciar 47.3ºC. É de confundir qualquer tele-espectador!

Farmácia Portugal

Aparentemente, a Farmácia Portugal é a farmácia dos célebres 50ºC da Amareleja. Quando tudo fazia crer que não era possível fazer pior que a reportagem da TVI, apareceu o jornal i, para mim claramente o pior jornal do momento! E a reportagem que eles fizeram, e que pode ser consultada aqui (provavelmente será apagada), merece ser citada para a posteridade (realces da minha responsabilidade), pois pior acho que não é possível:

A vila está deserta ao meio-dia. O termómetro da farmácia Portugal regista pelo segundo dia consecutivo a marca 50
(...)
O i foi visitar a vila famosa pelos recordes de temperatura - o último, confirmado pelo Instituto de Meteorologia, foi em 2003, com 47,3 oC. Ontem, pelo segundo dia consecutivo, o já emblemático mostrador da Farmácia Portugal, no centro da vila, atingiu os 50 oC por volta do meio-dia.

Chega-se pela Estrada Regional 385. O termómetro do carro aponta 42 oC, sempre a subir desde Évora. A vila está completamente deserta e à partida não dá para perceber se por falta de gente ou por reclusão. O professor Revez deixa interromper a aula. "Não digo que não marcasse os 50 oC, mas não é verdade de certeza absoluta", atira Maria Angelina Carreteiro, 50 anos. É que se tivesse sido, e isto é de gente que sabe, não se aguentava sair de casa, e elas estão ali.

"Foi sempre assim, os antigos ainda sofriam mais do que nós. Eu ainda andei no calor no campo, de xaile, lenço e manguitos. Agora é que estranhamos o calor", acrescenta Joaquina Piriquita, 51. No lar do centro social da Amareleja, paredes-meias com a casa do povo, o fresco vem das portadas fechadas. Marcolino Correia, 83 anos, aceita falar. Passa os dias entre cassetes de música, auscultadores à séria e desenhos de mulheres que começam sempre com uma lembrança da sua. Saiu da Amareleja aos 20 e voltou em 2000. "O calor a gente já não sente, mas antes o que havia era mais chuva. Carregávamos os fardos de palha debaixo de chuva e trovoada; agora chove pouco ou nada."

dava-LHES o preto É difícil encontrar gente nova, apesar de serem cerca de dois mil habitantes. A vila tem escola básica, mas depois segue-se para Moura. E de qualquer forma é o início das férias. "Quem pode vai para o estrangeiro. Quem fica pega pelas 6 horas, agora anda-se na apanha do melão e da melancia para os lados do Alqueva", explica Joaquina Piriquita. Já a mais velha toda a gente sabe quem é: Chica Ramos. O genro Marcelino Botelho, 75 anos, é o anfitrião da casa. Durante anos foi o único barbeiro na vila, agora há um cabeleireiro moderno em frente à Farmácia Portugal. O negócio vai estando parado, sobretudo na hora de maior calor, e muitos vêm pelo pente zero, que demora a crescer, ri. "Lembro-me de um domingo há 15 anos, acho que foram 48,7 graus, estava na pesca e os peixes nem se mexiam dentro de água", conta numa sala adaptada a barbearia, com uma cadeira das antigas ao centro. "Lembro-me de haver dias de muito calor e muito frio, até de cair neve aí nos anos 40, e isso nunca mais aconteceu. E quando era Verão, era Verão", remata. "Até havia aí um ditado quando se queria castigar alguém: 'O que te desejo é seis meses iguais aos de Agosto'."

Chica Ramos, 98 anos feitos em Junho e que na realidade se chama Francisca Guinapo Arranjado - na vila ninguém se conhece pelo nome próprio, explicam-nos - domina outras expressões. "Com o calor dava o preto a muita gente", explica. "Já eu nunca perdi o algarismo" - nunca desmaiou. E fala da doença de Parkinson quase como se não fosse sua, com uma idade invejável. "O calor? Eu já não tenho idade para aguentar nada", brinca. Mas tem, só que o calor não a deixa sair de casa para se distrair com a "conversinha do passado." Dantes ia para a rua; agora não acha posição em casa, apesar de um dos segredos ser manter tudo fechado como a encontramos, às escuras no sofá da sala. "Íamos mal vestidas, deitávamo-nos no chão, ao pé da porta da rua, comíamos gaspachozinhos."

Pôr cestas com comida a refrescar dentro dos poços é outra das coisas de antigamente: agora o pior é quem não tem ar condicionado e se contenta com a ventoinha. A tarde vai correndo. O termómetro do carro mantém os 42 oC já bateram as seis da tarde. Domingos Silva, 84 anos, também a não parecerem, passa apressado à frente da Farmácia Portugal. "São quase dois quilómetros que faço de casa até ao centro e com este calor não há ninguém a quem dizer bom dia ou boa tarde", puxa conversa. Mas é falta de gente? "Não, está tudo em casa à espera que a sombra tape as ruas. Tinha de ver nas festas de Agosto, nem se consegue andar aqui", garante. Diz que dali a duas horas vão estar uns 50 a jogar malha ao pé da torre do relógio, o momento de convívio de todos os dias. "50 oC? Eu nem olho para o termómetro. Estive em Lourenço Marques, com 50 oC as galinhas morriam nas capoeiras. Para a agricultura é menos mau, as searas só se vão com gelo. E nós estamos aclimatizados."

Nós não. "Que calor", dizemos. "Aqui diz-se 'que calma'", responde.

Climate-gate

Os alarmistas andam todos contentes! Saiu um relatório que branqueia as actividades criminosas e de fraude científica da CRU (Climatic Research Unit), da Universidade de East Anglia, e que se designa por Climate-gate. Pessoalmente tinha a certeza que seria um branqueamento, dado o clima político que se vive no Reino Unido. Nunca eles iriam admitir a verdade de que andam a cometer fraude científica! Mas, por mim, é bom ver Phil Jones voltar ao activo; é sinal de que teremos muitas mais tretas para relatar!

Voltando ao relatório do burocrata Muir Russell, é difícil esquecermos a figura de Sir Humphrey, da série inglesa Yes Minister. A forma enviezada como o relatório foi constituído está a ser completamente desmanchada. Até o suspeito alarmista Guardian desanca na equipa de Jones et al. Roger Pielke descreve aqui como Russell não faz ideia de como funciona o IPCC. Ou como Steve McIntyre refere aqui, a culpa é dos computadores e do email, mas não dos cientistas. E isto são apenas as reacções preliminares... Mas, se alguém se referir à manutenção da qualidade da ciência, invocando este relatório, o próprio Russell balda-se com um esclarecedor (realce da minha responabilidade):

It is important to note that we offer no opinion on the validity of their scientific work. Such an outcome could only come through the normal processes of scientific debate and not from the examination of e-mails or from a series of interviews about conduct.

Aviões solares


A notícia está por todo o lado. Um avião movido exclusivamente a energia solar levantou ontem voo para o primeiro voo nocturno de um avião movido exclusivamente a energia solar. E entretanto já aterrou hoje em segurança, na Suiça. Embora um triunfo da ciência, o seu significado é relativo.

Um painel solar produz cerca de 100 watts por metro quadrado. Mas um avião comercial, como por exemplo o Boeing 747, utiliza tipicamente 140MW de energia num voo normal. Para isso necessitaria de paineis solares num espaço de 1Km x 1.4Km! E isto em termos óptimos, com o Sol a brilhar. Em dias de chuva ou mau tempo, teria que ficar em terra, ou então ter ainda mais paineis solares... E à velocidade a que voa o Solar Impulse, os Açores voltariam a ser determinantes nos voos transatlânticos...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Encontro Ciência 2010

Terminou hoje o Ciência 2010 - Encontro com a Ciência em Portugal no Centro de Congressos de Lisboa. Marcou-me pela positiva, embora talvez os dias de calor tenham motivado de forma diferente a assistência. Algumas das intervenções a que assisti foram particularmente acutilantes, embora na vertente climática claramente marcadas pelas provocações gratuitas...

Uma das intervenções que mais marcou o encontro foi a do Prof. Delgado Domingos, que muitos leitores do blog já conhecem. Teve a virtude de desencadear o interesse dos Media, tendo saído no Correio da Manhã uma notícia interessante, sobretudo pela forma como o Ministro da Ciência e Tecnologia, Mariano Gago, foi obrigado a responder às perguntas do CM, envolvendo a forma como o Instituto de Meteorologia trata os dados meteorológicos (realces da minha responsabilidade):

Correio da Manhã – Como analisa as acusações do Instituto Superior Técnico, que reclama o acesso à informação recolhida pelo modelo de previsão usado pelo Instituto de Meteorologia, acusando-o de não fornecer dados mesmo quando solicitado?

Mariano Gago – Não é possível fazer avaliação científica sem ter acesso a todos os dados existentes. Isto é um grande obstáculo a sermos cada vez melhores e o acesso a essa informação tem de ser resolvido muito proximamente. Este congresso [Encontro com a Ciência e Tecnologia em Portugal, que termina amanhã] veio demonstrar essa urgência.

De que forma será possível fazer-se essa partilha?

A utilização desses dados para efeitos científicos é muito importante. Tem de ser criada uma plataforma de avaliação para permitir que os diferentes dados recolhidos estejam disponíveis.

Existem outras áreas onde melhorar essa colaboração?

Na avaliação dos dados recolhidos pelos vários modelos sobre fenómenos extremos. A cooperação terá de ser internacional, até para se ter mais fenómenos para analisar.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Termómetros da farmácia


Não é por qualquer razão que chamam a esta época, nos Media, de silly-season. É também por isso que estou atulhado em emails de leitores habituais, que me têm enviado muitas sugestões de tretas, muitas delas muito interessantes. A todos agradeço! Mas como o tempo é escasso, não se pode dar muito cobertura a jornalistas, que muitas vezes mais não fazem do que copy-paste, com uns Google Translates à mistura...

É por isso que a notícia acima, da TVI, merece mais destaque. O jornalista deu-se ao trabalho de ir à Amareleja, fazer uma reportagem sobre o calor. Podia ter ido a Coruche ou a Alcácer do Sal, onde ontem se alcançaram 43ºC. Mas não, foi à capital do calor, na Amareleja, que ontem se ficou pelos 42ºC, mas onde já se atingiram 47.4ºC, em 2003. Mas o jornalista não se deixou intimidar: focou o termómetro da farmácia, que marcava uns incríveis 50.0ºC! Um novo recorde da estupidez jornalística!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Os nossos cientistas


O programa Pessoal e Transmissível, da TSF, é um dos meus programas radiofónicos preferidos. No passado dia 30 de Junho, Carlos Vaz Marques [CVM] entrevistou Rui Luís Reis [RLR], responsável pelo Instituto Europeu de Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, uma equipa portuguesa que lidera a investigação em biomateriais a nível europeu.

Carlos Vaz Marques, apresentador do programa, começou com um provocador:

Qual é a ameaça mais perigosa, Prof. Rui Luis Reis, a que a ciência está submetida actualmente?

A resposta de Rui Luis Reis é a imaginada pelos leitores habituais do blog (todos os realces são da minha responsabilidade):

[RLR]:Eu diria que são duas coisas. Uma tem a ver com a influência, muitas vezes a má influência dos políticos, e outra tem a ver com o reconhecimento do mérito e de que forma isso influencia a atribuição do financiamento.

A entrevista começara bem. Não tardou muito, aos 3:10, a continuar numa dimensão conhecida:

[RLR](...) há obviamente um ambiente hostil em muitas coisas, mas há também hoje em dia uma percepção e uma abertura para a ciência. Nunca se viu tantos cientistas nos Media, tantas entrevistas, tantos jornais a começar a ter as suas pequeninas páginas de Ciência...

[CVM]: Portanto esse ambiente está a mudar?

[RLR]: Está. O problema é que muita dessa gente e dessas áreas que são mediatizadas, muitas vezes não é a correcta e é isso que querem dizer muitas vezes os nossos bons cientistas que trabalham no estrangeiro: é que o nosso sistema não se auto-filtra em termos de mérito e portanto há um conjunto, que eu chamo de vedetas, que aparecem sempre. Muitas vezes não estão a fazer grande coisa mas sistematicamente para a comunicação social muitas vezes, e depois obviamente via comunicação social para as pessoas, essas é que são as pessoas, essas é que são os nossos cientistas.

[CVM]: E isso é assim porquê?

[RLR]: Isso é assim como em muitas áreas; começaram a haver umas pessoas que são relativamente conhecidas. Essas pessoas muitas vezes estão mais ligadas ao poder, têm acesso a um conjunto de coisas, começam a aparecer, e depois é uma questão de quais são os números que eu tenho no meu telemóvel, não é? E telefono sistematicamente aquela pessoa para falar muitas vezes sobre coisas que não percebe (...)

Nem era preciso dizer tanto...

Ondas de volta

A energia das ondas já foi uma das referências da propaganda política deste desGoverno. Surge igualmente, e de forma frequente, associada à catequese ambiental. A energia das ondas está agora de volta, com a concessão do projecto ao largo de São Pedro de Muel. A concessão foi efectuada à REN há dois anos atrás, e agora alvo da Resolução do Conselho de Ministros nº 49/2010. A resolução começa bem, com publicidade política:

O ritmo de crescimento das energias renováveis permitiu já uma poupança de 500 milhões de euros em combustíveis fósseis, o que demonstra que a aposta nas energias renováveis tem contribuído não apenas para reduzir a dependência energética externa de Portugal, como também para reduzir o saldo importador energético.

A ambição também é cega. Há tanta energia no mar, que tem que ser aproveitada!

Neste contexto, o Programa do XVIII Governo Constitucional prevê a dinamização de um cluster industrial ligado às actividades do mar, viabilizando uma zona piloto para a instalação de dispositivos em fase pré -comercial, contribuindo para o desenvolvimento do aproveitamento da energia das ondas do mar, cujo potencial se estima em 5 GW de potência.

E se alguma coisa correr mal, como é? Fácil:

Cláusula 21.ª
Compensação financeira
1 — A Concessionária tem direito a compensação financeira em caso de aumento significativo de custos ou perda significativa de receitas causados por qualquer uma das seguintes situações:

Cláusula 29.ª
Resolução pela Concessionária
(...)
4 — A Concessionária pode ainda resolver o Contrato de Concessão, a partir do 5.º ano da entrada em funcionamento da Zona Piloto, quando, não obstante os mecanismos previstos na cláusula 17.ª, a Concessão verificar um prejuízo líquido acumulado superior a € 6 000 000, desde o início da Concessão,
(...)
6 — Caso o Concedente opte pela aceitação da resolução do Contrato de Concessão, a Concessionária tem direito a ser indemnizada, pelo valor dos prejuízos líquidos acumulados, tal como definido no n.º 4 da presente cláusula, com exclusão das multas contratuais, acrescido do montante correspondente ao valor do investimento previsto no n.º 2 da cláusula 17.ª por si realizado e não amortizado, até ao limite máximo de € 6 000 000, mas não será indemnizada por lucros cessantes, aplicando -se o disposto no n.º 2 da cláusula 28.ª do presente contrato.

Mas, e quem é que paga? Os mesmos do costume:

7 — Nos termos a aprovar pelo membro do Governo responsável pela área da energia, após parecer da ERSE, a indemnização prevista no número anterior deverá ser incluída nos custos de uso geral do sistema eléctrico nacional, a repercutir por todos os consumidores de energia eléctrica, de forma a ser recuperado integralmente num prazo máximo de cinco anos após o ano em causa.

domingo, 4 de julho de 2010

Previsões da treta

No blog de Luboš Motl, descobri o documento ao lado. De 1969, de um senador democrata (Daniel Patrick Moynihan), para o Governo de Nixon, alerta-se para o problema do dióxido de carbono. Então, como agora, o que estava a dar era ser alarmista. Mas como já passou tempo suficiente, já podemos ver como se comportaram as previsões:

Aumento
Previsto
Aumento
real
Erro
percentual
CO281 ppm45 ppm80%
Temperatura3.9 °C0.3 °C1200%
Subida Mar305 cm10 cm2950%

Como se pode perceber, as previsões sairam completamente furadas. Algo que voltará a acontecer em 2020, 2050, 2100, e por aí fora...

sábado, 3 de julho de 2010

Os cientistas e as crianças

Alunos do sétimo ano de uma escola americana foram expostos a uma experiência, pouco científica aliás, de avaliação da sua percepção sobre o que eram cientistas. A experiência decorreu há 10 anos, e visava perceber como as crianças percepcionavam os cientistas, antes e depois de os conhecerem. Obviamente, a exposição a três cientistas, naturalmente pre-escolhidos, influenciou os resultados, como facilmente se conclui ao ler várias análises na Internet.

Mas o que me preocupa não são os desenhos dos cientistas, antes e depois. O que me preocupa é o que os alunos escreveram, antes e depois. A endocrinação destas crianças está conseguida, e para quase todas elas, o caminho da ciência deixa de ser o do conhecimento, mas sim o da facilidade. Agora, qualquer um pode ser um cientista, mesmo que não perceba nada daquilo... Atente-se nas suas próprias palavras, com destaques da minha responsabilidade:

AlunoAntesDepois
AmandaA scientist is in the Guiness Book of World Records. I see a scientist winning on "Who Wants to Be a Millionaire?"....anyone can be a scientist. I saw people walking around in sweatshirts and jeans. Who knows? Maybe I can be a scientist.
AmyI think of a scientist as very dedicated to his work. He is kind of crazy, talking always quickly. He constantly is getting new ideas. He is always asking questions and can be annoying. He listens to others' ideas and questions them.I know scientists are just normal people with a not so normal job.... Scientists lead a normal life outside of being a scientist. They are interested in dancing, pottery, jogging and even racquetball. Being a scientist is just another job which can be much more exciting.
AndreaYou can see them as a mad scientist with hair standing straight up and a mean wicked laugh.... I see them with rubber gloves and safety goggles on. I see them in a chemistry lab surrounded by beakers, graduated cylinders and tables filled with experimental materials.Scientists love their jobs. They wake up in the morning and are excited to come to work.... When you are a scientist, you come to work ready to explore and learn new things. Things that may change the world someday. Maybe not today, maybe not tomorrow.
AndyA scientist is a person that learns more by experimenting.... A scientist is someone that makes the world a better place. Anyone can be a scientist if he wants to be.A scientist is a person who tries to make the world a better place. A scientist is a person who tries to learn more about the universe and about life, not to make money and to be famous.
AngelaScientists have a strong impact on our world and my life.... There are so many different kinds of scientists and they have many different personalities. But they all have one thing in common, a love for science and discovery.... Scientist Judy is wearing her white lab coat. She is a very simple person ... simple clothes, simple house, simple personality. I think everyone has little bit of science "love" in them. They wonder about processes in their life and processes in their body. A scientist is a male or female that enjoys learning about the Earth and its contents.
AshleeA scientist to me is many things. First she is someone who other people can count on to be right. She can't be afraid to try something new or different. Scientists are always changing and reusing their experiments.I have learned that a scientist is much more then someone who is crazy about science, they are just like a normal person who has kids and life. They got normal grades in school but they mostly did better in math and science.
AshleyTo me, a scientist is bald and has hair coming out of the sides of his head.... Scientists live in their own world and the rest of society puts them there."You can not judge a book by the cover!" Scientists come in all shapes and forms. Women, men, chemists, biologists, and physicists are all in the field of science.
BethThe scientist has big square-shaped glasses and a big geeky nose with brown hair and blue eyes. I see a scientist working in a lab with a white lab coat... holding a beaker filled with solutions only he knows. Scientists are very interesting people who can figure out things we don't even know exist.My picture of a scientist is completely different than what it used to be! The scientist I saw doesn¹t wear a lab coat.... The scientists used good vocabulary and spoke like they knew what they were talking about.
BetsyI see him with glasses. A scientist would be very interesting. He would be quiet and just hear everything before he talked. A scientist would look at every side of a problem or view.Scientists must love their work because they work an awful long time on one project. Scientists have to find out equations and work on their chalkboards and computers. Scientists try to find out problems like putting together a puzzle.
ClaireMy scientist is a very good man. He is very smart and went to school for many years. He is somewhat of a workaholic.... He never got into sports as a child; he was always trying to get his straight A grades even higher.I realized that scientists aren't very different from everyone else.... They are very smart. As children, they had very good grades. Mostly A's.... Their strong subjects were math and science.
Dan D.My scientist also mixes chemicals together. He also teaches at Yale University. He teaches students how to take apart DNA.I think a scientist is a person who studies objects for information. I also see them as people who can explain things very well.... Many of the scientists played sports, still play some sports or still watch and go to games.
Dan S.I picture a scientist as a genius. I think they can usually calculate almost anything. I think of weird experiments and bottles of chemicals. Also I think of big explosions and atoms and molecules.Scientists are normal people just like us all. They do the same things and act just like us. Most of them speak foreign languages. Scientists aren't always stuck in their offices. They have lives outside of the labs too. Some like to do outdoor activities; others like to read or do things inside.
DavidI always see a scientist holding a bottle with a bubbly substance and it is usually a weird color, like green or red.The scientists are really nice and funny people. I first thought of the scientist as a nerdy person or someone walking around with a laptop. Now after I visited Fermilab I know what a real scientist is like. They are just like you and me.
EricDr. Nero, a character I made up ... spends most of his time dedicated to his work. Dr. Nero will work to find a cure for AIDS and cancer. He wants to help people to the full extent of science.The stereotype gives the impression of a geek with glasses or someone who is bald. Actually, they are just people who ask and answer questions.
GillianneThey help people learn more about their land. Scientists study hard to change our world to make things easier in life. Each year more and more things are being invented by our scientists.A scientist is not always about testing chemicals; some scientists do other things like study missing energy.... If you have a idea for a project that you want to work on, your boss doesn't stop you; he will tell you to go for it. Scientists do not only work hard; they also have fun with their job.
JamesWhen I think of a scientist I think of brainy and very weird people. I think of lots of bottles with chemicals in them. I think of explosions with chemicals. I think of tiny little disks with data information on them. I think of little gadgets that are used for things that I do not know what they are.A scientist is a normal person. They have a life. Scientists are just like you. Scientists wear normal clothes and not big lab coats. Scientists have hobbies like baseball and volleyball and basketball. A scientist's job looks like a lot of fun.
JeffreyMy scientist would look very smart and intelligent. My scientist would have a pair of glasses and a lab coat. My scientist would also be bald. He would have on blue jeans, a white pair of shoes, and white socks.Scientists are normal everyday people.... Instead of wearing lab coats, they wear whatever they want and are hardly seen wearing ties at the Fermilab building. The scientists all have computers to work on and all have chalkboards to work out equations.
JesseTo me a scientist is a man who works hard in his lab examining liquid and chemicals. He has a long white coat open. He is fixing his glasses so he can see better. He has pockets full of pens and pencils.Some people think that (scientists) are just some genius nerds in white coats, but they are actually people who are trying to live up to their dreams and learn more. No two scientists are exactly alike. So, if you want to be a scientist, be like these wonderful people and live up to your dreams.
JoeWhen I think of a scientist I think of a person who is smart. They also have a little bit of funny joyful in there too. Scientists are very important to us today.The scientists work hard on their jobs for long hours. Scientists are at a standpoint of trying to find something for many generations ahead that will improve life for people.
KatieI describe my scientist as being medium height with short brown hair and blue or brown eyes. He'd have a sky-blue, button-down shirt. He would also wear black pants or jeans. He would also have numerous white lab coats.Actually, scientists are normal people that lead normal lives. Their jobs sound very interesting because they can do whatever they want and they still get paid for it. They can dress in casual clothes and decorate their offices however they want.
KevinThe way I see a scientist is with brown hair, a beard, dorky glasses, a white lab coat, pens in his shirt, a blue polo shirt, khaki-colored pants, and a white-colored lab coat.A scientist to me is a normal person because he probably likes the same things that a normal person would like ... things such as: basketball, the Virgin Islands, science, math, rock climbing, hiking, sports, classical music, and many more things
KiermanI think a scientist is very involved with the Internet. I also think that a scientist is on a very even keel. He is very much organized. He really likes to do the job he does.A scientist is a person who had very good grades in school. A scientist is a person who can adapt to different languages. A scientist is a person who can relax. A scientist is a person who really likes his job. A scientist, truly, is a normal, happy, nice person.
KyleMy scientist always wears a white coat to protect himself. He's a hard worker and is devoted to his work.... He enjoys his work. He really doesn't take it as work; he calls it his hobby because he would not want to be doing anything else.... most of the scientists were in jeans and striped shirts. I even saw a person with a Bulls shirt on.... (Scientists are) interesting, smart people who dedicated their lives to what they like with many other lively endeavors, like kids or marriage.
MarisaA scientist is hard working, studious, detail-oriented, observant, intelligent, exacting, and patient. Most people think of a scientist as a person who is nerdy, studious, scholarly, and a person who is devoted to her job and doesn't have much of a personality or isn't very interesting. This is a stereotype and today just proves that scientists have lives, interests, hobbies, families and friends. I find that scientists are very, very interesting.
MattA scientist is willing to learn and is not afraid to be wrong.With most jobs you might say, "When is it ever going to be five thirty?" But the scientists I talked to say, "Is it five thirty, already?"
MichaelTo me a scientist is a friendly person. He has a good sense of humor. He is a caring person. He is serious in his studies and experiments.A scientist ... loves the subject of science and can relate to the subject in everything he/she does. After today I learned that a scientist is more than a person doing experiments; he is a person with a life.
NickI think a scientist would be very kind and smart (and) would be very devoted and concentrated on his/her work.Scientists are great people; they solve many problems, which in turn helps us.
PatI think a scientist is a very intelligent and mathematical person (and) very energetic because they have to stay interested in their work. A scientist looks like a person who is in their 30's to 50's, has glasses, and is somewhat balding.The scientists were smart but not like geeks.... The scientists were good with kids; they would talk to us so that we could understand them not in scientific terms.... The scientists were like me when I was little. The scientists played sports, hung out with their friends and also did not get straight A's in every subject.
RachelA scientist helps people solve problems, like finding new medicines and new chemicals and such. It is a person who is fascinated by ways of science and who has the patience to redo and redo things to get an answer. I admire people like that because they help me realize that you always have to do your best to get an answer.To me scientist are people who like to have fun but are interested in what they can do to make the world better. Scientists ask themselves and other scientists questions like why? and how? something happened.
RyanI think a scientist is smart and logical. I think scientists are wanting to discover new things. They want to investigate and to make a theory. They want to see if their theory is correct.Scientists are very different from what most people (think). The scientists (at Fermilab) are friendly and hard working, One of the projects that they are doing is an experiment with a proton accelerator.
SandraShe lives in New York and stays in a big apartment home. She is married and has two children.... Every year she goes on a business trip around the world to get updated on what's happening in science today.A scientist can have a family of their own and go on vacations a lot.... A scientist also can hang out with their friends and have fun.... Scientists can also like other things aside from science, like pottery, poetry, and basketball.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Investigação em quantidade

Mais que qualidade, hoje em dia o que está a dar é investigação em quantidade. O sistema está feito para privilegiar aqueles que mais produzem, e os esquemas utilizados para conseguir publicar no sistema de peer-review são bastante bem conhecidos no meio científico... Já aqui referimos vários aspectos que corrompem a ciência; agora saiu uma análise de cinco reputadas personalidades, de áreas distintas, a chamar a atenção para a avalanche de investigação de má qualidade. Anotes-se apenas alguns extractos do artigo, com destaques da minha responsabilidade:

While brilliant and progressive research continues apace here and there, the amount of redundant, inconsequential, and outright poor research has swelled in recent decades, filling countless pages in journals and monographs. Consider this tally from Science two decades ago: Only 45 percent of the articles published in the 4,500 top scientific journals were cited within the first five years after publication. In recent years, the figure seems to have dropped further. In a 2009 article in Online Information Review, Péter Jacsó found that 40.6 percent of the articles published in the top science and social-science journals (the figures do not include the humanities) were cited in the period 2002 to 2006.

Experts asked to evaluate manuscripts, results, and promotion files give them less-careful scrutiny or pass the burden along to other, less-competent peers. We all know busy professors who ask Ph.D. students to do their reviewing for them.

We need to get rid of administrators who reward faculty members on printed pages and downloads alone, deans and provosts "who can't read but can count," as the saying goes. Most of all, we need to understand that there is such a thing as overpublication, and that pushing thousands of researchers to issue mediocre, forgettable arguments and findings is a terrible misuse of human, as well as fiscal, capital.