quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Sinusóide invertida das temperaturas

Pinto de Sá tem hoje um post, sobre as mortes pelo frio, que havíamos aqui abordado, com uma imagem que me chamou a atenção, e que está reproduzida aqui à esquerda. O original do gráfico foi publicado neste documento do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge. O gráfico evidencia o número de mortes, em valor absoluto, por cada uma das semanas, desde a semana 40 de 2010.

O gráfico é espectacular porque evidencia como se morre em Portugal muito mais quando está frio do que quando está calor! O gráfico é uma sinusóide semelhante à das temperaturas, ainda que invertida! Por isso, da próxima vez que alguém tentar assustar com as mortes derivadas do Aquecimento Global, lembrem-se que há muitas mais mortes quando esse Aquecimento Global não acontece!

Actualização I: Segundo uma análise há dois anos, no blog Falar do Tempo, na Europa Portugal é o país onde há maior aumento de mortalidade no Inverno. No mesmo blog, há uma referência para 20 estudos deste fenómeno, altamente recomendáveis.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A falácia continuada do peak-oil

O peak-oil é uma das teorias preferidas dos ecologistas. Em 1974, Marion Hubbert, o "pai" da teoria, previu que em 1995 seria atingido o pico da produção máxima de petróleo. Não aconteceu. Desde então para cá, o ano do pico-oil foi-se adiando. Mas um dia acontecerá, certamente!

O problema é que esses profetas da desgraça esquecem-se que o Homem e a Humanidade não estão quietos. Segundo este documento da Citi Investment Research & Analysis, para o qual o leitor Horst Stricker me apontou, o conceito do peak-oil está outra vez a ser enterrado e adiado. Tudo porque os Estados Unidos, e as suas reservas de shale-oil, estão a torná-lo no país com maior crescimento na produção de petróleo. E esse crescimento só não é maior porque Obama, e as melancias, estão a tentar evitá-lo! Mas como o gráfico abaixo evidencia, o crescimento na produção de gás e petróleo é imparável, nos últimos anos, nos Estados Unidos:


O documento evidencia como a Europa está, também neste campo, a perder o comboio. Já aconteceu com o gás xisto, e isso explica porque também o preço de petróleo Brent está a descolar do WTI. Como é visível abaixo, quem está a beneficiar são os Americanos, e quem está na crise somos nós europeus:

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Morrer de frio em Portugal

Há uma notícia envergonhada a circular nos Media Portugueses. Imaginem só: é o Ministro da Saúde que disse aos jornalistas que se está a morrer de frio em Portugal! Não foram os jornalistas que descobriram a notícia; tão pouco a procuraram. Foi-lhes entregue de mão beijada por Paulo Macedo:

São dados revelados pelo Instituto Ricardo Jorge, que faz a monotorização apertada destes casos de mortalidade. Há um aumento em termos homólogos e o instituto está a descer mais a fundo na monotorização para sabermos as causas, se é do frio anormal ou de outro tipo de situações
(...)
o importante é que a situação foi detetada, está a ser acompanhada e vai ser alvo de uma análise, para que se descubram os motivos que originaram um pico anormal de mortalidade nas últimas semanas

Nada que não tenha sido anunciado... Segundo esta outra notícia do Jornal i, isto ocorre pela terceira semana consecutiva, sendo que entre 13 e 19 de Fevereiro registaram-se mais de 3000 mortes. Os hospitais estão entupidos com as doenças consequências do frio, como é o caso das gripes, pneumonias e complicações cardíacas. Segunda o relato do jornal i, a OMS diz que a falta de aquecimento das casas é um dos factores de risco, e aponta ainda dados segundo os quais em Portugal 44% das famílias com idosos não tem dinheiro para manter as habitações aquecidas adequadamente.

Porque é que isto tudo acontece? Os alarmistas dizem que o Aquecimento Global vai provocar mais mortes, mas porque é que elas acontecem com o frio do Inverno deveria ser uma pergunta a que eles deveriam responder! Segunda a Grande Investigação do DN, isto deve ser o tal problema do Ambiente que mata 45 portugueses por dia. Mas 45 x 7 dá apenas 315 mortes... Quanto aos Portugueses não aquecerem as casas, já sabemos todos quem são os culpados. Mas há aqueles que gostariam que houvesse mais gente a passar frio!

Esta notícia não é todavia uma novidade. Este tema da morte pelo frio é recorrente todos os anos no blog, como podem ver pelos seguintes exemplos (1) (2) (3) (4). Por isso, não me admirava que quando Paulo Macedo receber os verdadeiros motivos, que os mesmos sejam imediatamente enfiados na gaveta das Verdades Inconvenientes!

Actualização I: As funerárias confirmam o aumento anormal de mortos.
Actualização II: Um comunicado do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge refere que "a evidência científica, nacional e internacional, confirma que os períodos de frio extremo, assim como as epidemias de gripe, estão associadas a excessos de mortalidade"

domingo, 26 de fevereiro de 2012

A bebedeira dos perus portugueses

Na mesma edição de ontem do Expresso, em que surgem os equívocos de Joanaz de Melo, há outro artigo verdadeiramente lamentável. É de Luísa Schmidt, uma socióloga do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e que tem tudo para passar a ser outra presença permanente do blog... No artigo do Joanaz levamos com a Terra Plana; no artigo da Luísa, levamos como o peru do Natal:

O debate sobre energia em Portugal lembra o peru do Natal nos tempos em que eram comprados vivos e embriagados para aceitarem docemente a degola. Hoje, no debate energético, a 'aguardente do peru' é o espetáculo da chicana. E, claro, quanto menor o conhecimento, maior o nível de manipulação.

É mais um artigo que começa bem! Mas, já terá ocorrido à Luísa que são os ecologistas os que têm menor conhecimento, e os que nos andam a manipular? Veja-se como a manipulação começa imediatamente a seguir:

A própria fatura da eletricidade já é um exemplo de péssima informação. Percebe-se mal o que se paga e menos ainda as razões do que se paga.

Na conta da eletricidade, entre outras coisas, temos que pagar: o serviço de carga que nos chega a casa (transporte e distribuição); a segurança de haver sempre alternativa de abastecimento (é como ter um exército em estado de prontidão); e ainda a preparação do futuro para que um dia mais tarde possamos ter eletricidade mais saudável, mais constante e, se possível, mais barata.

Então, a Luísa quer deixar de pagar o transporte da electricidade do topo dos montes, das ventoinhas eólicas, até onde o consumo se efectua? É que os sociólogos não fazem certamente a menor ideia por onde passa a electricidade verde. E nem é preciso fazer um boneco para perceber-se que a energia que é gerada no topo dos montes remotos, a horas inconvenientes, tem que ser transportada para as barragens reversíveis, onde grande parte da energia se perde... E essas barragens ficam igualmente fora de mão (Venda Nova II, Aguieira e Alqueva), pelo que transportá-la depois para as indústrias e grandes cidades é mais uma carga de trabalhos. Mas já sabemos que a Matemática e a Física não são o forte de qualquer sociólogo! Mas a Luísa parece não prezar a energia que consome lá em casa, mas a ideia de um exército em estado de prontidão agrada-me! É que é efectivamente um desperdício ter investido em eólicas, para depois se ter que manter toda a outra infra-estrutura a funcionar, de forma ineficiente e permanente, porque realmente o vento vai e vem quando lhe apetece! Mas o mais grave no raciocínio da Luísa é realmente admitir que a energia eólica possa ser no futuro mais barata; é uma fé ainda mais estupidificante que a fé da nossa Ministra da Agricultura! Mas eu quero energia mais barata, JÁ!, não daqui a 15 ou 20 anos...

Vem tudo isto a propósito da algazarra à volta dos chamados 'subsídios às energias renováveis'. Como se eles fossem uma simples benesse e não uma necessidade indispensável e inevitável.

A questão está de tal modo assanhada que convém ponderar alguns dados adquiridos. 1. Haja o que houver, pelo menos para o próximo meio século, teremos sempre de recorrer a um mix de fontes de energia. 2. Haja o que houver, convém que esse mix tenha cada vez menos fontes de energia vulneráveis, perigosas, poluentes e caríssimas. Conseguir isto prepara-se com muita antecedência e implica decidir gastar agora para obter mais tarde bons resultados. É como pagar os estudos aos filhos.

A verborreia sociológica dá nisto: ela própria consegue definir e enterrar a energia eólica! A energia eólica é vulnerável! A energia eólica é perigosa! A energia eólica polui, de diversas maneiras! E são evidentemente caríssimas!!! A analogia com a educação é perfeita, e revela o estado sociológico do nosso ensino: os nossos estudantes são efectivamente uma geração perdida...

Portugal gasta milhões a comprar combustíveis fósseis. Dependemos deles em 76% e, pelo que se vê, não poderemos pagar contas destas a muito curto prazo. Por isso, o país iniciou em 2000 uma grande mudança e apostou nas energias renováveis. Numa década criou-se um cluster reconhecido internacionalmente como modelar e que, só em 2011, nos poupou 824 milhões de euros em combustíveis fósseis e emissões.

Este problema da Balança Comercial abordei-o recentemente. As contas que aí refiro, se forem lidas pela Luísa, causar-lhe-ão certamente um curto-circuito cerebral... Quanto aos 824 milhões, não faço a menor ideia como foram erradamente calculados, mas são já uma inflação dos 721 milhões que a APREN já mencionava no início do ano. Como é sabido, estes alarmistas começam por um valor, e vão inflacionando, inflacionando, até se tornarem números verdadeiramente estúpidos!

Ora, agora que se construiu o navio, que ele foi lançado ao mar e iniciou a viagem, eis que chegam os 'tubarões' a pretender afundá-lo. Alegam que o contribuinte anda a ser roubado na conta da luz ao ser obrigado a pagar um subsídio às renováveis. Como se não soubessem muitíssimo bem que também o carvão, o petróleo, o gás ou o nuclear precisaram dele, porque o subsídio é uma incubadora de futuro para qualquer mudança de paradigma energético. Se os custos das faturas domésticas subiram recentemente de forma vertiginosa, não foi por causa dos 4,5% de apoio às renováveis, mas sobretudo porque o IVA passou de 6% para 23% e porque o preço dos combustíveis para as termoelétricas disparou.

Chama-se a isto um debate? Seremos todos perus do Natal?

Agora que o navio foi lançado ao mar, quero ver o que vai acontecer aos ratos a bordo. Será que vão saltar? Ou será que se vão afundar com o navio? Mas tubarões não afundam navios. O Titanic afundou-se por excesso de confiança do comandante e assistentes; o Costa Concordia por razões semelhantes... O navio da Luísa está a afundar-se pelas mesmas razões, e Luísa pressente-o. E o problema da Luísa, e dos ecologistas, é que os Portugueses estão a acordar da ressaca da bebedeira que nos enfiaram pelas goelas abaixo!

Afinal o debate é capaz de ser sobre outras coisas bem diferentes da bolsa dos consumidores. Mas, seja o que for, não pode ser decidido pelos capitães dos grandes interesses. A diferença entre as democracias que funcionam e as que só fingem passa por decisões como estas: a tão liberal Inglaterra pôs em discussão pública quatro cenários de mix energético para serem debatidos durante um ano. Por cá, o Governo, dando boleia a um suspeito ânimo antirrenováveis, aprovou medidas e leis para cortar as pernas ao sector, curto-circuitando a sua dinâmica e arredando o assunto da consideração pública.

A questão da energia e dos seus preços é sem dúvida complexa e exigente, tanto mais que os preços irão aumentar com a liberalização do mercado. Mas agir assim não é esclarecer; é apenas embriagar o peru...

Ora aí está! Inglaterra é um bom exemplo, mas quando é que se pôs em discussão pública a nossa aposta nas renováveis? Quando é que as contas nos foram bem explicadas, nomeadamente durante quanto tempo é que iríamos pagar da electricidade mais cara da Europa? Mas ainda bem que se cortou em Portugal as pernas a este sector que enterrou este País. Enfim, agora o peru, todos nós, a acordar da ressaca da aguardente verde, talvez ainda sobrevivamos sem nos cortarem a cabeça. Quanto mais depressa acabarmos com as tarifas feed-in, mais rapidamente voltaremos a fazer glugluglu...

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Os equívocos de Joanaz de Melo

João Joanaz de Melo é uma referência habitual no blog. Pelas mais más razões. Asneiras atrás de asneiras são a garantia de que tem aqui um lugar de destaque! Hoje, foi no Expresso, que o Joãozinho deu lugar à sua verborreia habitual. O problema começa logo pelo título "Um equívoco impingido à sociedade portuguesa pela EDP - O mito do hidroelétrico". Ele devia saber que as barragens do PNBEPH, às quais se refere no seu texto, não são um exclusivo da EDP, sendo igualmente de destacar a Iberdrola, e em menor grau a Endesa... O Joãozinho começa com:

Parece óbvio que a energia hídrica é renovável e deve ser explorada ao limite. Óbvio, mas falso - como a crença ancestral de que a Terra é plana. O mito do potencial hidroeléctrico foi impingido à sociedade portuguesa pela propaganda da EDP, com a cumplicidade do Governo. Infelizmente, vale tudo nos negócios e na política. Preocupante é que fazedores de opinião supostamente bem informados e não alinhados façam eco deste mito, como vimos em artigos recentes de António Costa Silva ou Nicolau Santos. A causa desta crença vulgarizada parece residir em quatro equívocos.

É a estratégia habitual do argumento estúpido: a Terra não é plana, mas o que eu digo é verdadeiro! E vai prová-lo, porque há quatro equívocos? Aposto que daqui a uma semana, tal é o seu hábito, vai haver mais equívocos!

O primeiro equívoco é a diferença entre potência e energia. Numa central eléctrica, a electricidade gerada (GWh/ano) é igual à potência (GW) vezes o tempo de operação (h/ano). As nove grandes barragens propostas, com uma potência de 2,5 GW e uma produtibilidade de 1700 GWh/ano, seriam usadas apenas 680 h/ano (8% do tempo). Isto representa um acréscimo de 48% da potência hidroeléctrica instalada (parece muito), mas apenas 19% da produção hídrica, 3% da procura de electricidade e uns míseros 0,5% da energia primária do país.

O primeiro equívoco do Joãozinho é que ele deveria estar-se a referir neste parágrafo às eólicas. Aquelas coisas que têm muita potência, mas só rodam de vez em quando, e quando o fazem é maioritariamente à noite e de madrugada. Ao menos, as barragens podem ser postas a rodar quando precisamos da energia... E quanto às míseras percentagens, ele não nos diz qual a mísera percentagem que produzem as milhares de ventoinhas plantadas no topo dos montes. Sim Joãozinho, porque estás a falar de energia primária!

O segundo equívoco é a diferença entre potencial teórico e recurso utilizável. Só são relevantes os recursos economicamente exploráveis. Ora, o custo do kWh das novas barragens será altíssimo: duas vezes mais caro do que o atual custo médio de produção; cinco vezes mais do que se reforçar a potência em barragens existentes; 12 vezes mais do que o uso eficiente da energia. O potencial de poupança rentável é pelo menos dez vezes superior à capacidade das novas barragens. Por outras palavras, o Programa Nacional de Barragens é uma fraude - um favorecimento das grandes empresas da eletricidade, da construção e da banca, à custa dos consumidores/contribuintes e do tecido económico.

Aqui já o Joãozinho está verdadeiramente enterrado. Como se sabe, as novas barragens são precisas por causa do excesso de eólicas. O custo das eólicas é o que nós sabemos. Ora se a este custo somarmos os custos altíssimos que o Joãozinho refere, vejam como fica o custo final das eólicas: uma barbaridade! Se o PNBEPH é uma fraude, é porque a energia eólica é uma TRIPLA FRAUDE em Portugal!

O terceiro equívoco é a bombagem. Até certo ponto, é um método interessante de armazenar energia (de origem eólica). Acontece que bastariam 1,5 a 2 GW de bombagem. Ora, entre a potência operacional e as obras de reequipamento em curso já temos 2,5GW - de onde, para este efeito, não precisamos de nenhuma barragem nova.

O que é um método interessante para justificar as eólicas do Joãozinho, é na verdade um desperdício gigantesco! É um aspecto muito conhecido. E as contas que o Joãozinho faz era tendo em conta valores anteriores de potência eólica; o problema é que estas reproduziram-se muito para além do que já estava previsto, e já começam até a crescer em alto-mar...

O quarto equívoco é a 'energia renovável'. A água será renovável, mas o território afetado pelas barragens e albufeiras não é: perda de valores sócioculturais, degradação da qualidade da água e do potencial turístico, destruição dos solos, das paisagens e dos ecossistemas. Exemplos trágicos incluem a iminente destruição do vale e linha do Tua, com a provável perda da classificação do Douro Vinhateiro como património mundial.

E então Joãozinho? O que é o território do topo dos montes? O que dizer da destruição que aí foi levada a cabo, quer em termos ambientais, quer paisagísticos? Quanto à linha do Tua, já sabemos como funciona, e para que serve...

Em resumo, a Terra é redonda e o potencial hidroelétrico de Portugal é um mito: novas grandes barragens produziriam uma quantidade insignificante de eletricidade, caríssima e com impactes inaceitáveis.

Enfim, em resumo, o Joãozinho tem uma cabeça oca! Só para terem uma ideia da parvoíce dos equívocos dele, substituam no texto as barragens pelas eólicas, e vejam como os equívocos são tal e qual!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Os Pontos Negros do Ambiente em Portugal

O Diário de Notícias, durante os últimos dias, divulgou o que eles entendem como uma "Grande Investigação" do Ambiente em Portugal. Quando soube desta iniciativa, há mais de uma semana, ainda pensei que fosse um conjunto de verdadeiras revelações, como o foram no passado investigações aqui referenciadas, como O estado do Crime, A Máfia Lusitana ou uma ou outra reportagem do Biosfera.

Mas não devia ter esperado tanto de um jornal alarmista como o Diário de Notícias. No primeiro dia a coisa começou logo mal, quando foram enumerados os 10 pontos negros do Ambiente em Portugal. Os iluminados do costume produziram a seguinte lista aberrante:
  1. Pedreiras: Serra D'Aire e Candeeiros
  2. Pedreiras: Serra da Arrábida
  3. Desordenamento do território: Costa de Caparica
  4. Desordenamento do território: Funchal
  5. Desordenamento do território: Armação de Pêra
  6. Barragem: Foz Tua
  7. Barragem: Alqueva
  8. Minas abandonadas: Canal Caveira
  9. Erosão da costa: Esmoriz (Costa de Aveiro/Ovar)
  10. Incêndios: Serra da Estrela

É isto o que de pior se faz pelo Ambiente em Portugal? De tal forma fiquei descansado com tanta superficialidade, que praticamente não voltei a olhar para as extensas reportagens do DN, ao longo dos últimos dias. Mas os incansáveis leitores foram-me enviando vários exemplos dos dislates destas grandíssimas reportagens.

Um dos mais sugestivos que recebi foi o de que as Más condições ambientais matam 45 portugueses por dia. Infelizmente, não tenho acesso ao documento completo, para perceber a base desta argumentação, mas são 16425 pessoas por ano, o que não é brincadeira! É claro que uma percentagem dessas mortes, pequenina, deriva dos acidentes eólicos, mas estes não devem ter sido incluídos! Pelo que tive que ir procurar dados no Pordata, para perceber do que se morre realmente em Portugal (valores 2010):
  • Doenças do aparelho circulatório: 33693
  • Tumores malignos: 24917
  • Diabetes: 4744
  • Acidentes, lesões, envenenamentos e suicídios: 4488
  • Doenças do aparelho respiratório: 11776
  • Doenças do aparelho digestivo: 4627
  • Doenças infecciosas e parasitárias excluindo SIDA e tuberculose: 1816
  • Tuberculose: 205
  • SIDA: 638
  • Suicídio: 1098

A análise de dados mais precisos da DGS (eg. página 52 do documento) evidencia que as contas devem estar realmente muito engatadas, para se poder sustentar o título acima...

Mas é claro que estas grandes investigações deram com aquilo que os mais alarmistas dos alarmistas nacionais queriam que o DN descobrisse. Assim, descobriram a barragem do Tua, e as contas fraudulentas dos ambientalistas. Descobriram agora que o mar está a avançar para os lados de Aveiro, coisa que está a acontecer há pelo menos 150 anos...

Os grandes jornalistas do DN descobriram ainda que a Serra da Estrela tem ardido! Admira-me que não tenham descoberto que nos outros lados arde tanto, ou mais... E descobriram que o maior lago artificial da Europa fora dos roteiros turísticos é um extraordinário problema do Ambiente??? E os títulos estapafúrdios continuam, com pérolas como Nasce uma cidade de Coimbra todos os anos e A Caveira que envenena o ecossistema.

Com grandes investigações como estas, não admira que o Diário de Notícias caminhe para o abismo! Na verdade, segundo dados do jornal I, o DN vendia menos 5465 jornais por dia o ano passado, o que se compreende, quando se fazem investigações da treta, como esta...

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Reincidência de Jorge Vasconcelos

O antigo presidente da ERSE, Jorge Vasconcelos, deu uma entrevista ao Público na passada segunda-feira, onde defende que o preço da electricidade vai subir 20% a 30% até 2030. Uma reincidência, dado que é mais do mesmo daquilo pelo qual ficou conhecido. Agora, é todavia mais um vidente daqueles que atira números, sem perceber realmente o que poderá acontecer! Na verdade, a manter-se a política vergonhosa no sector, tenho a certeza que o valor será bem superior!

O problema é que o futuro não vai ser o que vai na cabeça deste ex-alto responsável, na Comissão Europeia, ou na imaginação dos alarmistas verdes. O Jorge invoca múltiplas razões, mas elas vão sair quase todas furadas. Uma delas, a da utopia dos custos das emissões de CO2 está a implodir. Depois, há a tenebrosa e contínua associação ao preço de petróleo. Nos Estados Unidos, onde a aposta no gás shale é uma realidade, ao contrário da opção estúpida da Europa, os preços de electricidade têm sofrido cortes, que já chegam aos 50% na produção!

Depois, o Jorge parece estar feliz porque "a partir de 2020 há produtores eólicos que deixarão de ter essa garantia e passar a vender no mercado com custos de produção muito baixos, tendencialmente zero". Mas, porque é que isso não acontece, JÁ? Porque temos que engordar o porco durante estes anos todos?

O que o Jorge não percebe, ou não quer perceber, tal como todos aqueles que ainda estão a tentar defender este sistema, é que a liberalização deve significar uma coisa simples. Eu poder comprar o que quero, e não comprar aquilo que não quero. É simples:
  • Eu não quero pagar energia fotovoltaica cara, como a da Amareleja. Não quero que essa tarifa apareça na minha factura.
  • Eu não me importo de consumir energia nuclear espanhola, porque o custo de produção é baixo. Pagaria um pouco pelo seu transporte até minha casa...
  • Eu não quero energia eólica em minha casa; prefiro comprar energia à central de Sines ou às térmicas a gás

Segunda esta regras, Jorge, o mercado da electricidade funcionaria muito bem. Os produtores adaptar-se-iam, e seriam abandonados os projectos megalómanos! Os Verdes, esses verdadeiramente poucos, poderiam pagar as tarifas principescas das eólicas e do Solar. Se assim fosse, ficaria outro problema rapidamente resolvido, pois os adeptos das energias caras diminuiríam muito rapidamente!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O criminoso Peter Gleick

Peter Gleick é um cientista alarmista, que já testemunhou várias vezes no Congresso Americano. Agora, e depois de uma investigação cerrada por parte dos cépticos, admitiu que foi ele quem se fez passar por terceira pessoa, roubando documentos a uma instituição privada (Heartland Institute), e passando-os aos lobos verdes, que sedentos de sangue, não hesitaram em espalhar essa informação, a mais substancial da qual é reconhecidamente falsa.

É isto que os supostos cientistas do clima e das alterações climáticas andam a fazer. A manipular informação. A roubar a informação da Resistência. A criar documentos falsos. Porque eles próprios sabem que têm que começar a cometer outros crimes, para esconder os crimes que andaram a cometer nos últimos anos!!! E que ainda nos tentavam dar lições de moral?

Por cá, os papagaios do costume embandeiraram em arco! Agora, esta notícia provavelmente só terá uma referência nas primeiras páginas do Correio da Manhã, aquelas dedicadas aos crimes do dia-a-dia. Mas não tenham dúvidas: este caso vai ter provavelmente ainda mais impacto que o Climategate! Vai mostrar a verdadeira natureza desta Ciência da treta, e dos seus pregadores. Sigam para já o thread no Watts Up With That, e esperem outras novidades brevemente...

Actualização: Este criminoso era ainda é presidente da Task Force em Ética Científica, da AGU (União de Geofísica dos Estados Unidos)
Actualização II: O criminoso já andou por território nacional, a vender o peixe na Fundação Gulbenkian...
Actualização III: O crime de Peter Gleick é de Wire fraud, punível com pena de prisão até 20 anos...
Actualização IV: Também já não vai aquecer o lugar na NCSE...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Palhaçada de Esclarecimento

Há cerca de um mês havíamos referido a estranheza acerca de um espectáculo concebido por David Marçal, Aquecimento Esclarecido. Agora, um leitor apontou-nos na direcção de dois vídeos que resumem o espectáculo. Os meus receios iniciais saíram muito reforçados, tal é a quantidade de disparate dito. Para se perceber o que vai na mente destes cientistas, tentem ver até ao final os dois vídeos. Eu só vi mesmo para me certificar de que é uma palhaçada completa, de início ao fim!

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Poluição solar com chumbo

Um leitor chamou-nos a atenção para um artigo de Perry Gottesfeld e Christopher Cherry, da Universidade de Tennessee, que apareceu na edição de Setembro passada da revista Energy Policy. Eles evidenciam aquilo que já repetidamente aqui referimos: que a energia solar não é tão verde quanto isso!

Nesse artigo, eles referenciam que a energia solar que depende da existência de baterias, tem o potencial de libertar mais de 2.4 milhões de toneladas de poluição de chumbo, na China e Índia. Segundo o artigo, em 2022 a poluição de chumbo pode ser equivalente a um terço da actual produção de chumbo!

O estudo refere ainda que nos países referidos, China e Índia, a quantidade de chumbo que resulta em poluição é absolutamente assustadora, com 34% na China e 22% na Índia! Tal deriva das actividades de mineração, manufactura e reciclagem, entre outras, como é visível na imagem acima. Não admira pois que estejam a ser fechadas muitas dessas instalações...

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A falácia da Balança Comercial

É um tema recorrente, e o Diário Económico voltou com ele à carga recentemente. Foi igualmente utilizado na peixeirada pelo Carlos Pimenta. É a ideia de que as energias renováveis contribuem para diminuir o défice da balança comercial, por se evitar a importação de combustíveis. O artigo do DE é tão tendencioso que termina com um "só assim será possível continuar a diminuir a dependência e a factura energéticas do País."

Nada de mais errado! Para o exemplificar, peguemos num dos melhores exemplos da demagogia verde: a central da Amareleja. Os verdes adoram-na, esquecendo-se que, por exemplo, para a construção desta central foi autorizado o abate de 414 azinheiras adultas e 319 jovens. A central da Amareleja tem uma potência instalada de 45.78MW, correspondente a 2520 painéis. Era suposto produzir 93 GWh por ano, mas em 2010, a central produziu apenas 88 GWh, dos quais 61 corresponderam à Acciona, e os restantes à Mitsubishi. Tudo isto porque a Mitsubishi tem uma participação de 34.4%.

Quanto é o valor pago pela energia da Amareleja continua a ser um segredo bem guardado! O valor dado neste documento da Assembleia Municipal de Moura continua a ser o valor mais fidedigno que encontrei até hoje, de 0.317€ por kWh.

O confronto com outros valores denota que o valor é provavelmente mais elevado. Segundo este documento da ERSE, em 2010 produziram-se 166.5 GWh de origem fotovoltaica. Tal revela que a central da Amareleja foi responsável por quase 53% desse total. Segundo o mesmo documento da ERSE, o preço de referência do mercado regulado foi em 2010 de 39.20 €/MWh, enquanto o preço médio da energia fotovoltaica foi de 329.80 €/MWh.

Considerando apenas o caso da Amareleja, e uma produção de 88 GWh em 2010, as contas são fáceis de fazer: se não existisse central fotovoltaica, teríamos que comprar 88 GWh a 39.20 €/MWh, o que dá um custo de 3.450 milhões de euros. Note-se que este é o custo da energia, e não dos combustíveis importados... Enquanto isso, para produzir os mesmos 88 GWh, e considerando o custo de 317 €/MWh, pagou-se aos donos da central da Amareleja cerca de 27.896 milhões de euros! Mas, se se utilizar o valor médio da ERSE, então o valor sobe para 29.022 milhões de euros. Este último valor está muito mais próximo dos 29.975 milhões de euros inscritos nas contas anuais da Acciona, relativamente à sua participada "Amper Central Solar Moura, S.A.".

Resumindo, para evitarmos pagar menos de 3.45 milhões de euros a estrangeiros, entregamos 29.022 milhões de euros a estrangeiros, neste caso à Acciona e Mitsubishi. Noutros projectos é a mesma coisa, e se não é a empresas estrangeiras, é para o serviço da dívida. E este ano a história é semelhante, embora o custo do preço de referência do mercado regulado tenha subido de 39.20 €/MWh para 51.84 €/MWh. Como é que isto beneficia a nossa balança comercial, ultrapassa-me...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Peixeirada no Prós e Contras

A Fátima Campos Ferreira, no Prós e Contras de ontem, debateu com vários participantes, o tema do "Insustentável Custo da Energia". O vídeo do programa está disponível nestes links, primeira parte, e segunda parte. Também já está disponível no youtube, com a primeira de dez sequências abaixo.

O programa foi uma verdadeira peixeirada. O pior de todos foi o habitual Carlos Pimenta, que chegou a gritar e exaltar-se na parte final do programa (a partir do minuto 56:05 do segundo vídeo). Quem assim faz perde toda a credibilidade! Também exibiu os gráficos do costume, já aqui no blog completamente descredibilizados. Tal é o exemplo do custo dos MWh da energia eólica, nos 74 €/MWh (minuto 21:11 do primeiro vídeo), que desmontamos aqui, e que actualizamos aqui.

Particularmente mal esteve também Patrick Monteiro de Barros! Nem sequer iniciou a defesa da sua dama, o nuclear, com medo da mesa oposta... Ele, como todos os restantes, já perceberam que o nuclear seria igualmente um erro enorme em Portugal! No meio, por diversas vezes, a Fátima Campos Ferreira ainda tentou puxar umas palmas da audiência, para as renováveis... Mas ninguém bateu palmas!!! Mas quem deve ter ficado com as orelhas a arder foi o António Mexia, sucessivamente referido, mas convenientemente ausente...

Resumindo, o que ninguém explicou mesmo é como se baixa a factura! E como se pode ver pela reacção do público, ao minuto 36:36 do segundo vídeo, o que o Zé e a Maria queriam era baixar a tarifa da electricidade! Mas era tão fácil explicar essa parte... Considerando que há cerca de 6 milhões de consumidores de energia doméstica, devia-se:

  • Acabar com as tarifas feed-in das eólicas e solar. Representaram cerca de 556 milhões de euros em 2011. Dá uma poupança média de 7.72 euros por mês.
  • Acabar com as tarifas feed-in para a Microgeração, a forma mais anti-social de geração de electricidade. Custa cerca de 16 milhões de euros por ano (pag. 33 deste documento da ERSE), o que dá 0.22 euros por mês de poupança média.
  • Acabar com as tarifas feed-in para a Cogeração não renovável. É uma poupança de mais 290 milhões de euros (pag. 33 deste documento da ERSE), o que daria a cada consumidor uma poupança mensal de 4.03 euros.

Estas três simples medidas dão um total de poupança mensal de 11.97 €, em média para cada consumidor. E como se pode ver aos 40:20 do segundo vídeo, os Portugueses estão perfeitamente de acordo que estes "direitos adquiridos" têm igualmente que acabar! Na factura exemplo dada no Prós e Contras, no valor de 84.76 €, tal representaria uma poupança de mais de 14%. Era assim tão difícil explicar isto???



Nota: A ERSE resolveu apagar o documento que referencio neste artigo... O que terão eles a esconder??? Podem ver que ele até ainda é referenciado nesta pesquisa do Google, sendo ainda visível um previsualização desse PDF, podendo-se igualmente confirmar a sua referência noutros sites da Internet... Se alguém precisar, tenho cópia.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Melgueiro e as condições meteorológicas excepcionais

Nos quatro posts passados sobre David Melgueiro, abordamos primeiro o relato da suposta viagem, depois as tentativas anteriores, bem como a cartografia da época. Finalmente, neste post abordamos outros factores que podem indiciar que a Passagem era susceptível de ser concluída com êxito. A sequência completa desta investigação de David Melgueiro está disponível aqui, estando a versão em inglês disponível aqui, tendo sido igualmente publicada no Watts Up With That.

Do último post destacamos novamente Damião Peres, que referiu na sua "História dos descobrimentos portugueses" de 1959, a "eventualidade de terem existido condições meteorológicas excepcionais". Foi esta frase que me lançou nesta cruzada!

Sabia bem que não havia registos de temperaturas fiáveis à época. Mas sabia que haviam sido calculadas temperaturas para esse século pela dendrocronologia. De todos os trabalhos até hoje, há um que é dos mais referenciados na comunidade científica: "Annual climate variability in the Holocene" de Keith R Briffa, publicado em 2000 na Quaternary Science Reviews, e disponível aqui em PDF. Da análise visual que se pode fazer das médias de temperaturas que Briffa publicou na Figura 1 do seu paper, visível no gráfico abaixo, podemos ver que há efectivamente por volta de 1660 uma subida de temperaturas:


Sabia que Steve McIntyre já havia analisado estes estudos, e neste artigo encontrei informação importante para contextualizar o estudo de Briffa, bem como os dados originais deste. A importância deste trabalho é que a média de Briffa é chamada de "Northern Chronology Average", porque é obtida a partir de séries a latitudes elevadas. Tais temperaturas representam pois uma boa estimativa das temperaturas experimentadas ao longo da História, na zona por onde se faz a passagem do Nordeste. Daqui facilmente cheguei ao gráfico seguinte, utilizando os dados médios compilados por Briffa:


Aí se verifica que o ano do início da viagem de David Melgueiro, mas sobretudo os anos imediatamente anteriores, foram anos com temperaturas, no norte do hemisfério norte, claramente superiores à média. Aliás, foram as temperaturas mais elevadas em cerca de dois séculos! Tais temperaturas poderão ser uma prova de que terão existido as "condições meteorológicas excepcionais" de que Damião Peres falava.

Para uma melhor contextualização dos registos da Passagem do Nordeste, na imagem anterior anotei as datas mais relevantes da Passagem do Nordeste. Particularmente relevante são os anos frios experimentados por Barentsz, mas que mesmo assim ainda conseguiu contornar a parte norte da ilha de Novaya Zemlya, não muito longe do Cabo Chelyuskin, a parte mais a norte da Ásia. Note-se que as temperaturas experimentadas por Melgueiro terão sido melhores que as do próprio Nordenskiöld, que também teve a seu favor, nos seus dois anos de viagem, temperaturas acima da média...

Esta evidência não prova todavia que a viagem de David Melgueiro se tenha realizado. Apenas a torna mais provável, segundo as próprias palavras de Damião Peres. Os dados concretos praticamente não existem, e um manto de secretismo parece ter envolto esta história. Buache queixava-se mesmo que registos holandeses da suposta viagem não estavam disponíveis. Quem sabe, as provas definitivas estão aí algures...

Nota: Este post foi integrado numa página onde se relata toda a investigação efectuada sobre David Melgueiro: ecotretas.blogspot.com/p/david-melgueiro.html

Dados que indiciam possibilidade de viagem de Melgueiro

Este é o quarto episódio na saga da análise da possibilidade da Passagem do Nordeste ter sido efectivamente realizada por David Melgueiro. Depois de termos introduzido a viagem, verificado os antecedentes, e a cartografia disponível, e antes de passarmos ao post final, analisaremos neste outras evidências que permitem equacionar a possibilidade da realização da viagem.

Edmund Burke, um autor irlandês, no seu Annual Register de 1760, descreve outros pormenores que evidenciam como uma passagem do Nordeste, e a viagem de Melgueiro, era possível:

This testimony is confirmed by several collateral proofs of a north passage to India; the captain aud crew of a vessel called the Epervier, who having suffered shipwreck in 1653, near the islands of Japan, were thirteen years prisoners at Corea, affirm that many of the whales, which they saw in the sea between Corea and Japan, had hooks and harpoons in them belonging to the French and Dutch, who generally fish for these animals at Spitzbergen, the northern extremity of Europe.

Burke vai mesmo mais longe, avançando com relatos da época:

Capt. Wood also reports, in 3 paper published before he performed his voyage, that two Dutch vessels had proceeded as high as lat. 89, which is within one degree of the pole, and there found the sea free and open, though of an unfathomable depth, as appears by four of their journals, which, though separately kept, concurred in this fact, Wood adds, that a Dutchman of great veracity had assured him, that he had even passed under the pole, and found the weather as warm as at Amsterdam. Nor will this appear strange, when it is considered that there being no ice in this part, for the reasons already assigned, the Sun must necessarily give a considerable warmth to the air, by remaining so long above the horizon: so that, upon the whole, the reality of a passage through the North Sea to India seems to be a fact supported by every kind of proof that the subject will admit, except the living testimony of mariners who have made the voyage.

Este último texto é igualmente relatado por Johann Reinhold Forster, no seu livro History of the voyages and discoveries made in the North, nas páginas 426-427.

Sobre o Inverno de 1660-1661, há ainda um relato muito interessante do diário de Samuel Pepys, onde ele relata um Inverno particularmente quente, embora relativo ao Reino Unido, e que poderá ter contribuído para reunir as condições para a viagem de Melgueiro:

It is strange what weather we have had all this winter; no cold at all; but the ways are dusty, and the flies fly up and down, and the rose-bushes are full of leaves, such a time of the year as was never known in this world before here.

Todo este enquadramento permitiu a alguns historiadores equacionar a possibilidade de que esta viagem de David Melgueiro tenha sido efectivamente possível. Talvez a mais reconhecida dessas opiniões seja a de Damião Peres, que na sua "História dos descobrimentos portugueses" de 1943, nos descreve (com realces da minha responsabilidade):

Viagem de David Melgueiro sob bandeira holandesa
Em 1701, o oficial da marinha francesa La Madelène, que se achava em Portugal ao serviço da diplomacia do seu país, como agente secreto, comunicou ao Conde de Pontchatrain sensacionais notícias relativas a uma viagem do Japão para Portugal, realizada, através do Oceano Ártico cerca de quarenta anos antes, por um navio holandês cujo comando era exercido pelo capitão português David Melgueiro. A dita embarcação, que se chamava O Pai Eterno, saíra do Japão em 14 de Março de 1660, correra a costa da Ásia para o norte, atingira cerca de 84° de latitude setentrional, e daí fora até às vizinhanças da Spitzberg, donde, passando entre esta ilha e a Gronelândia e por oeste da Escócia e da Irlanda, viera demandar a foz do rio Douro. No Porto veio a morrer, por 1673, o dito capitão português, como testemunhava um marinheiro do Havre, que aí então ainda o vira.
A carta de La Madelène onde tais informações se encontravam, datada de 14 de Janeiro de 1701, foi publicada em 1853 pelo geógrafo Filipe Bouache numa memória intitulada Considérations geographiques et physiques sur les nouvelles découvertes au Nord de la grande mer appellée vulgairement la Mer du Sud avec des cartes qui y sont relatives, cuja substância se repetiu no ano seguinte num artigo das Memoires de Mathematique et de Physique tirées des registres de l'Académie Royale des Sciences.
Publicando a referida epístola, Buache mostrou-se convicto de que Melgueiro descobrira de facto uma nova via de comunicação entre os oceanos Pacífico e Atlântico - a chamada passagem de nordeste - percorrendo o Ártico de leste a oeste, após ter ali penetrado pelo estreito que separa a Ásia da América, estreito que ele, Buache, vira representado num mapa português, existente em Paris, desenhado em 1649 pelo cartógrafo Teixeira.
A opinião de Buache não logrou geral aceitação, combatendo-a sobretudo o geógrafo Nordenskiold, alegando: a) ser inverosímil a facilidade com que a viagem fora feita; b) não atingir a latitude de 84 graus boreais a costa asiática, que a epístola de La Madelène dizia percorrida até aí.
Sem dificuldade alguma desfez Jaime Batalha Reis - ao divulgar em Portugal, há meio século, os estudos de Buache - os argumentos de Nordenskiold, afirmando: a) que nada se sabe a respeito das facilidades ou dificuldades encontradas durante a viagem, pois quanto a isso é totalmente omissa a breve notícia redigida por La Madelène; b) que nela não se afirma ter sido costeada a Asia até 84º Lat. N., mas sim o navio correra ao norte até 84 graus, tendo primeiro acompanhado a costa.
Recentemente, mostrou-se também pouco inclinado a aceitar como realmente seguido por Melgueiro o dito itinerário um historiador português - o Visconde de Lagoa. Para este autor são suspeitas as condições em que a notícia da viagem de Melgueiro se tornou conhecida: fixada, tardiamente, por «um tal M. La Madelène, oficial de marinha francês em serviço de espionagem diplomática em Portugal, notícia, por seu turno, inspirada na outiva de um marinheiro do Havre que residiu no Porto e foi íntimo confidente de Melgueiro, a cujos derradeiros momentos assistiu», não tendo havido, por parte dos holandeses, qualquer esforço de propaganda dum tal efeito, que os honraria tanto como aos portugueses, mas antes, como até já La Madelène supunha, um deliberado propósito de ocultar o relato coevo, decerto redigido. Quanto à citação do mapa de João Teixeira, feita por Buache, crê o Visconde de Lagoa haver nela um equívoco, devendo tratar-se não dum mapa do dito cartógrafo português, mas sim duma das cartas do atlas anónimo atribuído a Baptista Agnese, de que existe um exemplar na Sociedade de Geografia de Lisboa, e na qual «se vê, de facto, o traçado da viagem em questão».
Observaremos, quanto a esta última afirmação, que no referido mapa atribuído a Baptista Agnese está de facto marcada uma viagem em regiões nórdicas, entre o Extremo-Oriente e um porto setentrional da costa ocidental da Península Ibérica, o qual bem pode ser o Porto. Simplesmente, tal percurso de nenhum modo corresponde à descrição da viagem que se atribui a Melgueiro, realizada pelo norte de Ásia e da Europa, ao passo que aquele liga o Pacífico ao Atlântico pelo norte da América setentrional, parecendo corresponder à discutida viagem de Maldonado (1588), em que se diz ter tomado parte o piloto português João Martins. De resto, o que Buache afirmou não foi que um percurso como o de Melgueiro se encontrava traçado num mapa português de 1649, mas sim que neste se via marcado o estreito existente entre a Ásia e a América do Norte; ora esta modesta afirmação nada tem de extraordinário, pois esse estreito, com a denominação de Aniam, se encontra efectivamente em muitas cartas anteriores à data em que se diz feita a viagem de Melgueiro. E até, quanto a nós, o facto de já se conhecer tal estreito, dá verosimilhança à iniciativa atribuída a Melgueiro, que por ele se meteria à busca duma passagem para a Europa, muito mais curta do que a habitual através do Pacífico, do Índico e do Atlântico.
No entanto, tem de reconhecer-se que não constitui prova documental suficiente para uma afirmação absoluta o documento de La Madelène, publicado por Buache, e que a extrema dificuldade duma extensa viagem pelas águas do Ártico, semeadas de gelos, põe de sobreaviso contra optimismos de aceitação. Contudo, nem esta extrema dificuldade significa impossibilidade — não só porque pode crer-se na eventualidade de terem existido condições meteorológicas excepcionais, como sobretudo porque as águas do Ártico correm para oeste pelo norte da Ásia e da Europa, — nem quanto ao documento invocado e à sua autoria se divisa qual o móbil determinante duma fraude. E assim, sem poder afirmar-se peremptoriamente que o descobrimento da passagem do nordeste foi feito em 1660 pelo capitão português David Melgueiro, nada impede de crer que tão sensacional feito foi efectivamente realizado.

Este pormenor das correntes do Árctico é hoje confirmada em vários sites. A análise das correntes favorece naturalmente uma Passagem de Nordeste de este para oeste, sobretudo dadas as características dos navios da época.

Igualmente curioso é o facto do mapa de Spitsbergen de Blaeu, de 1662 (imagem retirada daqui e visível abaixo), ser o primeiro que mapeia a costa norte de Spitsbergen. Note-se que as referências à viagem de Melgueiro referem que ele terá passado entre Spitsbergen e a Gronelândia, pelo que teria tido que fazer a viagem pela costa norte de Spitsbergen. Ainda assim, mesmo que não tenha qualquer relação com Melgueiro, evidencia como era conhecido que aquelas águas ficavam livres do gelo polar durante o Verão.



Nota: Este post foi integrado numa página onde se relata toda a investigação efectuada sobre David Melgueiro: ecotretas.blogspot.com/p/david-melgueiro.html

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Carro aquecido de forma renovável

O frio que tem grassado por essa Europa fora não tem sido um problema para Pascal Prokop. Ele tem na sua carrinha Volvo 240, de 1990, um aquecimento que consome recursos renováveis, neste caso lenha. Como podem ver abaixo, este é um aquecimento sustentável, que obteve a respectiva licença de circulação, embora emita um pouco de fumo a mais que o carro normal, como podem ver nas imagens abaixo:


Sinceramente, não sei o que motivou este Prokop. Mas uma coisa é certa: não é um equipamento de ar condicionado, e terá certamente pouca utilização num contexto de Aquecimento Global. Fiquem com mais um vídeo, e vejam como ele está melhor preparado para a próxima Idade do Gelo:

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Previsões vergonhosas do Instituto de Meteorologia

O Instituto de Meteorologia lançou ontem, com grande fanfarronice, e papagueado pelos do costume, os cenários climáticos para o continente no século XXI. A motivação é simples (realces da minha responsabilidade):

Por forma a contribuir cientificamente para a sustentação destas medidas de adaptação, o Instituto de Meteorologia, I.P. desenvolveu, em parceria com o Instituto Dom Luiz da Universidade de Lisboa e integrado no consórcio Europeu ECEARTH, a realização de cenários globais para o clima de Portugal continental, cujos resultados serão igualmente integrados no próximo relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC).

Quando cheguei à parte dos gráficos, entrei praticamente em choque com as imagens das anomalias de precipitação e temperatura até 2100:


O primeiro problema começa quando o Instituto de Meteorologia avança referindo um estudo supostamente recente, mas em que depois se verifica que os cenários futuros afinal começam em 2006! Será que o Instituto de Meteorologia não tem dados mais recentes? Mas se se ampliarem os gráficos, como se observa abaixo, rapidamente se percebe que a curva preta, que segundo o IM corresponde ao "período de 1850-2005", afinal termina em 2000!

Sobre o gráfico da anomalia de precipitação, o primeiro acima, nem é preciso verificar o que quer que seja. O Instituto de Meteorologia utilizou dois cenários, o cenário RCP4.5 (menos gravoso) e RCP8.5 (mais gravoso). Mas reparem que, em grande parte das próximas décadas, quando um vai para cima, o outro vai para baixo! O leitor é capaz de se imaginar a fazer uns rabiscos no gráfico, e a fazer uma previsão igualmente válida? Ou então imaginar como seria o gráfico se o Aquecimento Global/Alterações Climáticas pudessem ser resolvidas com um estalar de dedos? Será que ficaria uma recta horizontal, como aquela que aparece nos monitores cardíacos quando um paciente morre?

Quanto às temperaturas, a escandaleira é ainda maior! Comecemos pela imagem à esquerda abaixo (clicar nas imagens para observar em maior detalhe ainda), retirada da página 5 do Boletim Climatológico do Ano 2010, e que representa a variabilidade da temperatura média anual em Portugal Continental. Agora, vejam na imagem da direita a ampliação da imagem acima. Vejam primeiro como conseguiram acelerar a subida! Mas a aldrabice é fácil de desmontar se verificarmos que as médias de 2006 e 2011 (este ano foi precisamente de 16.00ºC) foram praticamente idênticas aos valores de 1948 (que também registou exactamente 16.00ºC!) e 1949. Vejam onde ficam estes dois anos recentes no gráfico abaixo:


Agora se repararem que os outros anos da década passada foram bastante inferiores aos de 2006 e 2011, a desmontagem das previsões está completa! É preciso ter muita lata, e ser muito incompetente, para publicitar estes gráficos da treta!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O desatino Alemão

Os Alemães andam desatinados! É nisto que dá o gelo do Aquecimento Global. Em Portugal, isso tem sido notório nos últimos dias, com as críticas de Angela Merkel à Madeira, mas que nem são as mais graves, porque até se pode concordar com a argumentação. Hoje soube-se que o presidente do Parlamento Europeu, o também alemão Martin Schulz, critica as relações de Portugal com Angola, pelo facto de eles estarem a investir em Portugal.

O problema dos Alemães é que começam a perceber que nós, ao contrário da Grécia, temos outras alternativas. Sempre fomos, ao longo da História, um povo mais preparado para a globalização, de que praticamente todos os povos da Europa. Um bom exemplo do problema dos Alemães é que a E.ON, que queria comprar a nossa EDP, não tinha o dinheiro dos Chineses, e pior, por causa da decisão louca da Merkel, de encerrar as centrais nucleares, está a despedir 11000 pessoas por via dessa decisão. Decisão que afecta directa e indirectamente muitas empresas alemãs, e que tem um custo brutal, conforme cálculos da própria Siemens.

O problema dos Alemães é que, na verdade, ninguém gosta deles, nem sequer os vizinhos. Neste momento, as poucas razões para se gostar dos Alemães são alguns dos seus produtos, como é o exemplo dos carros. Que estão a ser comprados em grande quantidade pelos Chineses, que assim estão a manter a economia alemã. Mas Schulz não vê certamente problema aí...

Mas o grande problema dos Alemães são eles próprios. Agora que eles estão a descobrir que andaram a ser enganados pelos Verdes e alarmistas ecologistas, que têm uma forte implantação naquele país, e ainda pelos políticos submissos à Religião Verde, é que vai ser lindo!

P Gosselin tem referenciado no seu blog exemplos extraordinários de como os Media estão a reagir. O golpe de misericórdia foi a feliz coincidência do lançamento do livro "Die kalte Sonne: Warum die Klimakatastrophe nicht stattfindet", de Fritz Vahrenholt e Sebastian Lüning, com a vaga de gelo que assola especialmente a Europa central.

A importância do livro está no facto de que Fritz Vahrenholt é um alarmista revoltado. Vejam esta entrevista que deu à Der Spiegel, numa tradução para português do colega blogger Maurício Porto. Vahrenholt é um especialista em energias renováveis, e um dos pais da Religião Verde moderna da Alemanha. Mas parece que é um dos que sabe fazer contas, e há dois anos, ao rever um relatório do IPCC na área das energias renováveis, descobriu numerosos erros. Ele perguntou a si próprio se o mesmo se verificaria no domínio do Clima? O que ele descobriu deixou-o indignado, ao ponto de ter concluído:

I couldn’t take it any more. I had to write this book.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Ecotretas - o livro

Aquando do anúncio da vitória para o Blog do Ano, categoria Natureza, havia prometido um agradecimento peculiar aos leitores. E aí ele está, a compilação de todos os posts do Ecotretas, num formato de livro digital, em PDF.

São quase 750 páginas, nesta edição, onde compilei todos os posts do blog, desde o seu início até ao final de 2011. São 1410 posts feitos ao longo dos anos, e que agora reúno num formato fácil de leitura em computador, iPad ou em qualquer outro equipamento que suporte um PDF tão grande! O PDF não tem uma formatação profissional, mas ainda assim tem uma capa e um Índice extenso. Os links e as imagens estão funcionais, pelo que basta clicar neles para iniciar a navegação! Gostaria de ter feito um Índice remissivo por categoria, mas confesso que não sei como o fazer em LibreOffice (ou noutro Office qualquer).

O documento/livro está disponível aqui. Tem quase 60MB, pelo que pela taxa Canavilhas, assunto hoje discutido na Assembleia da República, custa a módica quantia de 0.0012 € em taxas... Não é muito, mas não posso dizer que é de borla... Hei-de todavia verificar se posso reaver esses créditos da SPA, como autor que sou.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O que se passa na Quercus?

Alertado por um leitor, constatei que há alguma coisa estranha a passar-se na Quercus! Nas últimas eleições, Susana Fonseca, a anterior Presidente, passou a Vice-Presidente. E assim tem sido referenciada ao longo de 2011. Mas olhando para a lista dos Órgãos Sociais, não aparece lá! E procurando bem, Francisco Ferreira, também anunciado como Vice-Presidente, nomeadamente na conferência de Durban, também não faz parte das listas dos Órgãos Sociais?

Ocorre-me que é um problema de actualização do site da Quercus. Mas a bota não bate com a perdigota. O Presidente está correcto, mas os Vice-Presidentes que passam para a imprensa não são os que estão no site? Algo de muito estranho se passa na mais importante organização ecologista deste País...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Vem aí o frio (outra vez)

Há uma semana e meia tinha alertado para o frio que aí vinha. Agora que a segunda vaga vai chegar nas próximas 48 horas, nada como recordar algumas das melhores fotos deste Inverno na Europa. A minha favorita retirei-a daqui e é a primeira imagem abaixo. Vejam como um carro suporta este arrefecimento. O Expresso também elaborou uma infografia muito interessante, donde retirei a segunda imagem abaixo, da Suiça:


Maurício Porto fez uma lista interessante do que os italianos estão a passar. 160 000 pessoas estão sem electricidade! O meu local preferido em Itália é certamente Veneza, e dá que pensar ver os canais a congelar (imagens do Daily Mail):


Ainda do Daily Mail, vemos magníficas imagens de Lyon e Londres (Hyde Park):



Esta foi uma semana que fez umas centenas de mortes, muitas ainda concerteza por contar... Eu, pessoalmente, já estou com saudades do Aquecimento Global... Mas, outros celebram aquele que é um dos melhores Invernos, para o ski, das últimas décadas!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Living on thin ice

Living on thin ice was Al Gore's motto for his ongoing trip to Antarctica. This guy, who happens to have a Nobel prize, and believes that the temperature of the Earth is “several million degrees” at “2 kilometers or so down”, might have thought that it had surfaced somewhere, and that Antarctica was one of the last places where he could find a leak. So he's down under trying to find that missing heat...

Some days ago I started a list of who has joined Gore's party. It can be found at the bottom of this post, with the appropriate links. If you know anyone who is on the cruise and not included in the list, please let me know. It has paid off, as it is now simple to track what is happening to the Gore mission. The first symptom is that the Climate Reality posts are not even talking about the voyage, so inconvenient it is... It is talking about the heat in America, where he could have experienced higher temperatures in Winter, than the Summer in Antarctica. But you know Mother Nature: everywhere Al Gore goes, the Gore effect kicks in! Even the NOAA scientists onboard agree, with days "mostly spent in thick driving snow" while observing "humpback whales (...) victims of an apparent krill overdose".

So following the links from Gore's friends do reveal some wonderful icy pictures. Check them out below, to find out how Gore, and friends, are trying to find the missing heat! View more original pictures, following the links below the pictures:


www.forseti.is/Myndasafn/2012/2012_01_30_sudur2/

yfrog.com/h276fgnsj

instagr.am/p/nVaWy/


https://twitter.com/#!/SvenLEX/status/165521757187485696/photo/1

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Votar de forma céptica

Em Janeiro pedi aos leitores a votação no Blogs do Ano 2011, que acabei por ganhar na categoria Natureza. Agora, outra votação muito importante surge a nível internacional, e na qual surgem sites bem conhecidos dos leitores do Ecotretas.

O blog do Anthony Watts, Watts Up With That?, surge como concorrente em duas categorias, melhor ciência/tecnologia e prémio carreira. O Climate Audit, de Steve McIntyre, concorre para melhor blog canadiano. Nas antípodas, a decisão é particularmente difícil, entre a JoNova e o Australian Climate Madness. Finalmente, para melhor blog europeu, temos o Tallbloke’s Talkshop, recentemente incomodado pela polícia Inglesa, por causa do Climategate.

A votação é um pouco diferente da que experimentamos em Portugal, e tem felizmente mais mecanismos de verificação. A votação decorre neste link: 2012.bloggi.es Para verem como votar, recomendo o artigo de explicação no WUWT. Não vamos deixar de contribuir com o nosso voto!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O Manifesto e o Monstro

Depois de um primeiro Manifesto em 2010, e de uma re-edição em 2011, um conjunto de mais de 50 signatários produziram este ano um Manifesto por uma nova política energética em Portugal III.

A apresentação pública decorre hoje em Lisboa, mas havia sido antecipada por várias notícias nos Media, mas sobretudo pelo Prof. Pinto de Sá, no seu blog. O diagnóstico está bem feito, e refere-se a muitos aspectos que tenho abordado neste blog. Nesse aspecto, as referências ao gás de xisto e à biomassa são dois óptimos exemplos de recursos que não estamos a aproveitar. O Manifesto só peca por insistir no nuclear, que não é uma solução para Portugal, e que o Ministro Álvaro, na minha opinião bem, já descartou.

Mas a verdadeira mais-valia do Manifesto está na identificação do Monstro. O monstro eléctrico que come todos os subsídios, directos e indirectos. E que nos chupa até ao tutano! Mas que está bem identificado... Até a Troika exigiu inicialmente que fosse atacado até ao final de 2011. E que o Governo prometeu domar até ao final deste passado mês de Janeiro. Depois, foi adiado para 2 de Fevereiro. Vamos a ver se o Monstro se continua a mostrar mais forte...

Actualização: O Plano Estratégico da Energia foi adiado mais 15 dias...