sábado, 7 de janeiro de 2012

Windfloat: mais detalhes da fraude

Já me referi, há mais de dois meses, à fraude que constitui o Windfloat. Desde então fui reunindo informação escondida através da Internet, e que revela mais sobre esta fraude/esquema. Se o projecto é assim tão interessante, seria de esperar que existisse interesse em mostrá-lo. Mas é exactamente o contrário: tudo parece ser feito para o esconder do público, para que não se descubram as Verdades Inconvenientes sobre ele.

Um dos documentos mais interessantes disponíveis na Internet é este artigo do Journal of Renewable and Sustainable Energy, de Roddier et al. Sendo um paper submetido em Janeiro de 2010, o primeiro aspecto interessante a registar é que não tem qualquer referência à EDP, e apenas uma vez se refere a Portugal. Isto apesar da assinatura de um Memorandum of Agreement quase um ano antes, com a EDP! Em vez disso, referenciam repetidamente os estudos ao largo dos Estados Unidos! Noutro documento uns meses antes, a referência a Portugal e EDP é marginal e restrita ao último parágrafo. Da equipa da EDP alocada ao projecto, nem se ouve falar...

Uma das conclusões mais importantes do estudo de Roddier et al., referenciada em pormenor na página 14 e nas Conclusões, é o facto que a distância entre o local de construção da estrutura Windfloat, e o local do parque eólico offshore, ter que ser a menor possível. Compreende-se, dado que a velocidade de reboque é muito lenta, e porque para um parque minimamente importante teriam que ser efectuadas várias dezenas de rebocamentos, naturalmente uma por cada estrutura. Por isso é fácil de perceber que não terá qualquer impacto na designada Economia do Mar de Portugal, e apenas serviria para esturricar dinheiro nosso.

O projecto também não é assim tão pioneiro quanto a EDP, e os papagaios dos Media nacionais, o querem fazer parecer. Há mais de 60 parques eólicos offshore neste momento, dos quais apenas 7 tem um gerador. Destes, apenas um tem potência inferior! Desses que têm apenas um, há um que tem um gerador de 4.5MW e outro com 5MW de potência, portanto muito melhores que a tecnologia Windfloat. Do total dos parques, apenas cerca de 10% tem carácter de demonstração, como o Windfloat, o que demonstra como não somos também pioneiros neste domínio! Uma visualização no Google Maps revela que a quase totalidade dos parques eólicos offshore se situa no norte da Europa, e no extremo Oriente, entre o Japão e a China. Para mais referências sobre as diferentes tipos de estruturas, esta é uma boa introdução.

Começam também a surgir algumas reportagens sobre a construção da Windfloat. No primeiro vídeo abaixo podemos ver uma sequência de imagens relativa à construção, enquanto no segundo vídeo se pode observar mais alguma informação complementar:


O que vai acontecer daqui para a frente também é essencialmente desconhecido. Neste documento, percebe-se que vai decorrer um período de 12 meses de monitorização, testes e optimização do protótipo. Depois desse período está prevista uma fase pré-comercial, com uma turbina de pelo menos 5MW. A fase comercial está prevista para um total de 150 MW. Continuaremos, pois, a acompanhar este elefante branco...