O problema está quando Costa Silva se mete por aquilo que não domina. As duas alarmistas jornalistas do Público destacam para título do artigo a seguinte frase do presidente da Partex Oil and Gas: "É um erro trágico se o país agora destruir o cluster das energias renováveis". O erro trágico de António Costa Silva é que parece não saber fazer as contas: diz que as renováveis representam apenas 15% dos CMECs, mas esse é um valor retirado das mentiras do estudo da APREN. Mas todos sabemos que a miríade de custos de suporte das eólicas, que incluem pelo menos a garantia de potência e o custo das novas barragens, se ficam a dever ao excesso que temos de eólicas! Até o Mexia reconhece que o valor é pelo menos de 21%, pelo que sabemos que é muito maior, quando se somam todas as parcelas que lhe são imputáveis.
O António fala ainda de muitas meias verdades, e pelo que diz percebe-se que as referências a questões como as dos enormes subsídios dos combustíveis em determinados países, carros eléctricos, cimeiras do Clima, subidas dos mares, etc., são de uma pessoa que apenas debita soundbytes... Neste último aspecto revela-se a incultura científica deste personagem. Interessa perguntar-lhe quando pensa ele que o que ele diz vai acontecer (realces da minha responsabilidade)?
A maioria dos cientistas é clara quanto ao que se está a passar com o clima. Não podemos esquecer que 1/3 da população mundial vive entre o nível do mar e os nove metros do degelo da Gronelândia e da Antártida são suficientes para fazer subir o mar em seis metros. E depois na altura, fazemos o quê? Arranjamos uma jangada para salvar as coisas? |
Quando os estudos dos cientistas que ele refere afirmam que a subida dos mares será no máximo de 59 cm este século, e quando se sabe que a subida está a desacelerar, e que os cientistas andam entretidos a esconder esse facto, percebe-se logo quanto valem as afirmações deste António...
Entretanto, verdadeiramente mais interessante foi a entrevista de Henrique Gomes ao Jornal de Negócios. Não está integralmente online, mas o resumo disponível não deixa margens para dúvidas:
Henrique Gomes quer cortar ganhos dos produtores eléctricos. Negociar "é uma via". Mas Estado pode tomar "uma decisão unilateral e soberana". O secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, faz um balanço "muito positivo" dos primeiros seis meses em funções. Em entrevista ao Negócios, indica que a privatização da EDP não impedirá o Governo de tomar medidas para cortar "margens excessivas" no sector. |
No resto do artigo, Henrique Gomes, faz a previsão do terramoto energético que aí vem. A energia ao serviço da economia e famílias, não pode ser como actualmente, em que a energia está por exemplo a prejudicar a indústria exportadora.... Mesmo contra a imposição dos produtores, parece que o Estado vai impor o interesse público, mesmo que sejam precisas decisões unilaterais e soberanas. E ele promete abalo até ao final do mês!