É por isso que é cada vez mais importante reportar os fenómenos extremos do passado. Como o foram as cheias de Novembro de 1967. Como o recorda J. Alveirinho Dias, da Universidade do Algarve, nesta página:
Na noite de 25 para 26 de Novembro de 1967 registou-se, na região de Lisboa, precipitação intensa e concentrada, tendo atingido, na estação de São Julião do Tojal, no concelho de Loures, 111mm em apenas 5 horas (entre as 19h e as 24 h do dia 25). As estações da região de Lisboa registaram, nesta data, cerca de um quinto do total da precipitação anual. Tal precipitação excepcional, cujo período de retorno está estimado em de 500 anos, provocaram a ocorrência de uma cheia repentina com duração inferior a 12 horas. |
As consequências foram dramáticas, como se pode aferir pela imagem acima, mas sobretudo por esta descrição:
A situação na região de Lisboa tornou-se completamente caótica. As cheias destrutivas causaram a morte de 462 pessoas e desalojaram ou afectaram cerca de 1100, submergindo centenas de casas e infra-estruturas num rio de lamas e pedras. Todavia, permanecem muitas dúvidas sobre a dimensão deste evento, designadamente no que se refere ao número de vítimas mortais, pois que o regime político da altura nunca permitiu apurar as verdadeiras consequências desta catástrofe. Algumas estimativas apontam para prejuízos da ordem dos 3 milhões de dólares a preços da época. |
Outra boa fonte de informação está no meteopt.com. Impressionante mesmo é o relato do Comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Odivelas, Fernando de Oliveira Aleixo, que refere alguns esforços heróicos dos bombeiros e que contribuíram para salvar muitas pessoas.
Da próxima vez que ouvirem falar de uma cheia fenomenal em Portugal, comparem-na com esta.