Desse valor, a parte da potência garantida já foi completamente desmontada: em vez dos 3400 milhões previstos pelos ambientalistas, o custo actual é 0. ZERO! Erro pequeno. É claro que, como aliás afirmo no artigo do link anterior, se o Governo entender mudar isso no futuro, atribuindo-lhes a garantia de potência (que recorde-se não está garantida, passe o pleonasmo), essas contas poderão ser alteradas.
Mas o resto dos milhares de milhões continuava a ser uma incógnita... Aliás, em nenhum documento publicamente disponível, as organizações ambientalistas explicavam como chegaram aos números, que crescem à vontade do freguês. Compreende-se: cada vez que chutam um número, topa-se o seu analfabetismo! Mas numa troca de emails com alguns dos compadres do Daniel Conde, a propósito da barragem do Tua, topei que este peão havia dado com a língua nos dentes, ou melhor no Facebook. Desta página, de 13 de Outubro, retiram-se as seguintes contas, explicadinhas de forma simples:
Ora bem, segundo percebi das contas - que aqui se publicam a pedido de algumas pessoas - a dezena e meia de milhares de milhões de euros de encargos com o PNB vêm de duas componentes: 1 - A remuneração da electricidade produzida, a € 110 p...or cada MW (preço médio de venda à rede), e esperando-se uma produtividade de 1676 GW/h por ano, dá 184 milhões de euros por ano; 2 - A remuneração da potência (perceberam a marosca da potência instalada na peça?), é paga a 20 mil euros por MW por ano, estando prevista uma potência instalada de 2453 MW, o que dá uma soma anual de 49 milhões de euros; 3 - Tudo somado dá uma autêntica renda do Estado (o Estado somos nós, entenda-se) de 233 milhões de euros por ano, o que ao cabo dos horizontes de concessão de 65 anos destas barragens, dá a soma de mais de 15 mil milhões de euros, que TODOS, repito, TODOS teremos de pagar. Mas nada temam: o lucro esperado das concessionárias é de cerca de 8 mil milhões de euros. Tipo a Ponte Vasco da Gama, que se "pagaria por ela própria" enquanto PPP, mas que já arrecadou uns generosos milhões do Estado. Mas isso são outras coisas... |
Fiquei banzado! Então eles consideraram um custo da barragem o preço da energia que ela vai produzir? Ainda por cima referenciado a um custo próximo do pago pelo consumidor??? E tudo isto é uma renda do Estado, porque o Estado somos nós??? É claro que todos vamos pagar o custo da energia. Mas se não for o MWh da futura barragem do Foz-Tua, será o MWh da central nuclear de Almaraz, ou então das magníficas “ventoinhas” por tudo quanto é monte e linha de horizonte deste País!
Neste jogo de xadrez, as declarações do peão serão provavelmente sacrificadas. Mas isso não ilibirá a Geota e companhia de explicarem verdeiramente as suas contas, o que nunca fizeram! Como esta discussão foi a que me expulsou do Facebook, preservam-se as afirmações do peão, na imagem acima, antes que sejam destruídas pela Religião Verde...