domingo, 16 de maio de 2010

Inconveniência eólica II

Os leitores mais atentos já terão observado como o pessoal do Ambio anda atarantado com as últimas descobertas do Ecotretas, sobre a inconveniência eólica. Eles querem morder, mas só ladram. E é por causa dos eixo dos XXs, pelas diferenças de 15%, pela suposta esperteza saloia e má-fé, misturando os habituais ataques ad-hominem pelo meio (psiquiatras, fantasmas, maluquinha de arroios, etc.). Até podiam pegar por coisas mais concretas, mas não foram pelo caminho da ciência.

Vem isto a propósito de um contributo enviado por um leitor interessado. Ele apontou-me para o documento "Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico". Se os assíduos provocadores do Ambio não gostaram da minha linguagem, o que acharão eles do seguinte (in pag 23/24 do documento, com realces da minha responsabilidade):

A produção eólica varia igualmente ao longo do dia, tendendo a ser maior durante a noite do que durante o dia. Na figura 1.2.5 apresenta-se a produção horária média observada em 2005, 2006 e 2007 nas segundas semanas dos meses de Janeiro e Junho.

Como se pode verificar, nota-se que a produção eólica tende a ser maior durante a noite, quando os consumos são menores, tendendo a reduzir-se durante o dia, quando os consumos são maiores.

Esta excentricidade da produção diária, ligada à variabilidade de dia para dia coloca evidentes problemas à gestão da rede de transporte, uma vez que implica a existência de equipamentos geradores de reserva capazes de, rapidamente, poderem entrar ou sair de serviço de forma a complementarem a produção eólica. Tal rapidez dificilmente poderá ser igualada pelos equipamentos térmicos actualmente utilizados, os quais têm tempos de arranque e paragem longos e reduzida flexibilidade de variação da produção.