terça-feira, 18 de maio de 2010

Os pardais do Barão de S. João

No fim de semana foi inaugurado o Parque Eólico do Barão de S. João. Como de costume, a intoxicação foi extensa. No artigo do Público linkado atrás, a quantidade de asneiras é impressionante, destacando as três seguintes:
  • "Os estudos apontam para um cenário de produção de 153 gigawatts por hora": Obviamente, o jornalista não percebe muito de medidas!
  • "Para uma cidade que em 2008 tinha pouco mais de 28 mil habitantes, (...), o parque ontem inaugurado é quase uma promessa de uma população inteiramente abastecida com energia renovável.": Como será nos dias sem vento?
  • "contando a partir de agora com aquele que é o maior parque eólico do país, segundo descreveu o ministro da Economia, Vieira da Silva, durante a inauguração.": Com 25 aero-geradores, fica longe de todos os que já reclamaram no passado o mesmo título.

Mas há coisas ainda piores! Parece que há tecnologias como GPS e radars envolvidas, para proteger as aves migratórias. Parece que elas estão preparadas para travar "as gigantescas pás sempre que se aproxima uma águia, cegonha, abutre ou um simples pardal". Talvez lá para o Verão passe por lá e largue um pombo, para ver se funciona mesmo... Para "Miguel Repas, da empresa STRIX, responsável pelo desenvolvimento desta nova tecnologia para parques eólicos, calcula que os aerogeradores deverão parar cerca de 150 horas por ano".

Também a história deste parque é sinistra. Henrique Pereira dos Santos conta-a de uma forma desconcertante, e de quem lidou directamente com os vários interessados. Parte da história relatada pelo HPS está devidamente relatada nas páginas 53 e seguintes, desta edição do Diário da República.

Dá para perceber como o caldo está todo entornado! Ainda mais interessante é perceber que são espanhóis os interessados, que o cluster eólico nacional nada beneficia dele, que as tarifas continuam a não ser referenciadas, e que quem sai mais prejudicado são os consumidores/contribuintes, em vez dos pardais.