A notícia de hoje do Público é eloquente sobre como se gere o Ambiente em Portugal. Na sequência da construção da ponte Vasco da Gama, o estuário do Tejo foi alvo de medidas de protecção ambiental acrescidas, sobretudo em função das reservas das autoridades comunitárias. Dois ou três anos antes da vergonha da aprovação do Freeport, veio-se agora a saber, o Instituto de Conservação da Natureza (ICN) negou à Câmara Municipal de Alcochete (CMA) a intenção de instalar um cemitério no mesmo local.
A justificação para tal decisão foi a da "pressão humana" que tal equipamento iria gerar numa zona ambientalmente sensível. Tal é o depoimento de Vítor Carvalheira, responsável pelo sector de gestão urbanística da Câmara de Alcochete, que acrescentou que para o ICN tal cemitério "contrariava o espírito" da Zona de Protecção Especial (ZPE) do Estuário do Tejo e "provocaria o aumento da densidade humana". O resto é história, com 75 mil metros quadrados de outlet, e promessas de meio milhão de pessoas, logo no primeiro ano de actividade, a não serem concerteza tão "densos"... E também não interessou que "o Freeport estava a cem metros da zona mais sensível da ZPE, lamas e sapais", segundo garante o antigo director da Reserva Natural do Estuário do Tejo (RNET), António Antunes Dias. Ou muito me engano, ou para a semana, com o término do segredo de justiça do caso Freeport, mais coisas se vão ficar a saber!
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Onde não dá um cemitério, dá um Freeport
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