Segundo os detalhes da notícia, os habitantes investem 1000 euros, mas cedem a posição contratual a uma empresa parceira. Os primeiros ficam com uma poupança de até 75% da factura energética, mas tal como nos saldos, cheira-me que o "até" é uma aldrabice. Quem financiava a coisa até agora era a empresa parceira, que investia entre 24.000 e 30.000 euros! Se existem 500 pessoas interessadas em aderir, é porque a negociata interessa... E quem paga no final são os restantes, eu e o leitor, também! A coisa fica claríssima quando se lê a transcrição da Acta da Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Óbidos, de 24 de Fevereiro passado (pag. 4):
O vereador Humberto Marques disse que se o Município de Óbidos tivesse seguido a estratégia sugerida pelo vereador José Machado, estava a dar às famílias, em média, apenas 400 euros anuais. Todavia o que o Município fez foi que, com o mesmo custo, num período de 15 anos, desse 30000 euros. |
O problema é que agora o financiamento terá que vir da Banca! Imaginem lá porque é que o Governo decidiu assim? Embora as notícias não o refiram, na base do problema parecem estar as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 118-A/2010. Que permite mais produção, mas que dá uma golpada importante no preço por MWh. Uma no cravo, outra na ferradura!