Veja-se o aumento exponencial dos "Custos de Interesse Económico Geral", cada vez maior. Veja-se também a interrupção em 2009, que para os mais distraídos significa apenas a realização de eleições, e a necessidade de canalizar o dinheiro para outros fins... Mas que custos são estes? A consulta deste documento da ERSE, nas páginas 206 e 207, relativo às tarifas para 2010, revela para onde vai este dinheiro:
- Diferencial de custos com a aquisição de energia eléctrica a produtores em regime especial (PRE) mediante fontes de energia renovável e não renovável (cogeração), imputados à parcela II da tarifa de Uso Global do Sistema.
- Rendas de concessão pela distribuição em baixa tensão.
- Custos com o Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de energia eléctrica.
- Custos com os Planos de Promoção do Desempenho Ambiental.
- Custos com os terrenos afectos ao domínio público hídrico (amortização e remuneração).
- Custos com as sociedades OMIP, S.A. e OMI Clear, S.A.
- Custos com a Autoridade da Concorrência (AdC).
- Custos com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
- Custos com a convergência tarifária na Região Autónoma dos Açores.
- Custos com a convergência tarifária na Região Autónoma da Madeira.
- Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC).
- Amortização e juros do défice tarifário, relativo aos custos com a convergência tarifária na Região Autónoma dos Açores em 2006 e 2007 não repercutidos nas tarifas.
- Amortização e juros do défice tarifário, relativo aos custos com a convergência tarifária na Região Autónoma da Madeira em 2006 e 2007 não repercutidos nas tarifas.
- Amortização e juros do défice tarifário das tarifas de Venda a Clientes Finais em Baixa Tensão, relativo a 2006.
- Amortização e juros do défice tarifário das tarifas de Venda a Clientes Finais em Baixa Tensão Normal, relativo a 2007.
- Custos inerentes à actividade de gestão dos CAE remanescentes, pelo Agente Comercial, não recuperados no mercado.
- Tarifa Social.
- Custos com a Gestão das Faixas de Combustível no âmbito do Sistema Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios (limpeza de corredores de linhas aéreas).
A segunda imagem acima dá-nos o detalhe da distribuição dos cerca de dois mil milhões de euros para este ano de 2010. Note-se como mais de 40% vai direitinho para o sobrecusto da PRE, que aqui no blog temos vindo repetidamente a assinalar. Mas a isto voltaremos novamente...