A análise efectuada à gestão do Alqueva tem registado reacções muito interessantes. Quase todos acham que a notícia não pode ser verdadeira, e muitos acham porque acham. A abordagem desta questão noutros sítios é muito reduzida, mas devo destacar vários contributos válidos no A ciência não é neutra. Abaixo rebato alguns dos principais argumentos que os críticos tem utilizado:
- A bombagem reversível é boa
É claro que esta afirmação é verdadeira. Mas só é minimamente verdade, quando a energia que foi bombeada para cima é turbinada de regresso à cota inferior. Se não fôr o caso, como o está a ser no Alqueva, o esforço, energia e dinheiro para a bombar foi em vão! - Não era possível prever que a barragem ia encher
Como se pode ver no gráfico acima, retirado do SNIRH, a subida do nível do Alqueva começou poucos dias antes do Natal. No início do ano, a barragem tinha atingido a cota 150, e era evidente que iria até aos 152, dadas as condições atmosféricas previstas. É a partir do início do ano que se gastaram cerca de 10 GWh de bombagem desnecessária! - Se havia energia a mais, é sempre preferível bombar
Esta também parece que é verdadeira, excepto que estamos a pagar essa energia a quem a produz. No caso português, aos produtores eólicos. E é aqui que o problema reside: eles podem produzir o que lhes apetecer, ou que o vento permitir, que são sempre pagos (e bem) por isso! E quem paga? Os consumidores/contribuintes, que são os que ficam a arder no meio deste filme...
Resumindo, apenas nestes primeiros dias do ano, perdeu-se no Alqueva, mais coisa menos coisa, a energia gerada pelo MARL num ano. Esta é a comparação para aqueles que acham que é pouca coisa...