segunda-feira, 16 de abril de 2012

Envergonhar as empresas de energia

O Jornal i do passado Sábado tinha uma capa interessantíssima, a remeter para um artigo de Bruno Faria Lopes. Nele se refere que o Governo tem armas alternativas à renegociação dos contratos de energia, e que passam por envergonhar publicamente as empresas que não cedam... Tudo isto parece ter sido uma ideia da Troika!

Gostei muito do artigo! E ocorrem-se-me logo múltiplas formas de envergonhar estas empresas, que não incluem apenas a EDP, como recentemente evidenciamos com o exemplo da Endesa. Aliás, a maior parte dos Portugueses indignados fariam muito melhor em manifestar-se em frente das sedes destas empresas, que em muitos outros locais deste País.

No entanto, o Ecotretas não vai sugerir manifestações. Essas não teriam muito impacto em empresas que não estão habituadas a ouvir os Portugueses. As sugestões têm que ser mais substanciais. Para começar, é preciso tocar-lhes onde lhes dói mais: no dinheiro que nos roubam.

Assim, a primeira sugestão é simples: como a redução do consumo pode não levar a lado nenhum, a forma mais fácil de lhes ir buscar dinheiro é na potência do contador, e que referimos aqui há vários anos. Por exemplo, diminuir de 6.9 kVA para 4.6 kVA, significa uma poupança neste momento de mais de 3 euros mensais! Eu consegui fazer ainda mais, mas este é apenas um salto. Apenas há que ter em atenção que não se pode ter vários equipamentos devoradores de energia ligados em simultâneo. Nos primeiros tempos poderão surgir alguns disparos do disjuntor, mas rapidamente se adaptará... A adaptação não é muito distinta daquela que é necessária fazer quando se adopta o bi-horário.

Se todos os consumidores domésticos portugueses (cerca de seis milhões) conseguissem fazer uma mudança desta dimensão, que é gratuita, haveria um rombo nas contas da EDP de cerca de 18 milhões de euros mensais, ou seja de 216 milhões de euros anuais. Seria um enorme cartão amarelo! Bora lá mostrá-lo!