Mas quem é este Jorge Moreira da Silva, um completo desconhecido do público? Sempre foi basicamente um burocrata associado ao que de pior podemos imaginar da fraude do Aquecimento Global e Alterações Climáticas. Veja-se o que ele dizia em 2002, enquanto relator, negociador e autor da Directiva que estabeleceu o novo Sistema Europeu de Comércio de Emissões (todos os realces da minha responsabilidade):
conditions are created that Climatic Change and the Kyoto Protocol are no longer only theoretical items but will constitute in future an important pillar in economic and environmental politics. The Carbon Economy is born. Those who are able to produce with less greenhouse gas emission will be the winners. |
É claro que ele se enganou redondamente! Quem está a ganhar são aqueles que mais CO2 emitem, com a China naturalmente à frente, e a Europa justamente no final dessa lista, e com Portugal na última posição! Quase tudo o que ele defende é de meter repulsa. Veja-se outro caso bastante evidente, do que Jorge Moreira da Silva dizia em 2003:
Jorge Moreira da Silva, who is steering a bill through the parliament which will cap industrial emissions of carbon dioxide (CO2), said Europe would have to pay to cut the emissions seen as a contributor to global warming but the EU could show the world it can be done without bankrupting the economy. "In the short term we will pay. Our products will have the environmental costs included in the price," the centre-right politician from Portugal told Reuters in an interview at the Brussels-based assembly. (...) Moreira da Silva said if the scheme can be made cost-effective and credible, it could eventually help convince the United States to come back to the international climate change table. "If we can prove that this scheme will remove emissions at lower cost, if we prove it works in Europe and it works in the rest of the world when we link it to other (emissions trading) schemes, I guess the U.S. administration might find a reason to ratify Kyoto," he said. Moreira da Silva believes that, as the climate change problem becomes more evident, eventually all countries will have to reduce CO2 emissions and those that learn how to do so earlier, like the EU, will be at a competitive advantage. "It might not be now, not in five or 10 years, but some day we will all be obliged to (cut emissions)," he said. |
Todas estas afirmações foram desmentidas pelos factos. Não só os Estados Unidos não aceitaram Kyoto, como outros saltaram fora. Obviamente, a única coisa que se provou com o esquema das emissões europeu, foram as incontáveis fraudes que proliferaram no mercado de carbono. E que finalmente o está a afundar à Titanic... E obviamente no problema das alterações climáticas, o que é cada vez mais comum é os ratos saltarem fora do barco.
É provavelmente o que aconteceu a Jorge Moreira da Silva. Saltou fora do cargo de director-geral das Nações Unidas da área de Economia das Alterações Climáticas, no Grupo de Energia e Ambiente, para aturar agora, entre outros, os caciques locais, preparando nomeadamente as próximas eleições autárquicas. Sempre são novos ares, mais perigosos que os do CO2. E como nas eleições os eleitores começam a gostar de desancar naqueles que lhes trouxeram taxas de carbono, talvez o Jorge Moreira da Silva comece a piar mais fino...
Actualização: Um leitor mandou-me vários apontadores recentes que confirmam a análise do salta-fora. A China saltou fora da encomenda de umas dezenas de aviões Airubus europeus. A Q-Cells, outrora o maior fabricante de paineis solares fotovoltaicos, saltou fora do mercado, declarando insolvência. E para comemorar o meu post, o mercado de carbono deu um trambolhão de 14%!