Na costa portuguesa, a partir do século XI as salinas proliferam, atingindo o auge no século XII (Almeida, 1979), o que corresponde ao período anterior ao do suposto agravamento das condições climatéricas (a seguir a 1300 dá-se um arrefecimento abrupto, ao qual corresponde um período de fome na Europa; os séculos XIV-XV terão sido de muita humidade, com propagação de inúmeras doenças, Lamb, 1995). De facto, sobre os depósitos lagunares anteriormente referidos, sobrepõem-se outros que indicam a existência de ambientes de praia, o que implicaria uma pequena subida do nível do mar. As salinas de xisto, da zona entre os rios Neiva e Cávado, assentam num leito de areia grossa à mistura com seixos miúdos (S. Bartolomeu-Belinho), estando cobertas por uma duna de razoáveis proporções (Almeida, 1979). A base destas salinas (Foz do Neiva, Belinho e S. Bartolomeu do Mar) está a uma cota de cerca de 3.0m em relação ao nível médio das águas do mar, o que poderia implicar uma posição deste acima do actual, apesar daquele autor admitir a condução da água do mar através de um canal de 50m de comprimento, embora não o tenha encontrado. |
terça-feira, 26 de julho de 2011
Nível do mar desde a Idade Média
Como os leitores habituais bem sabem, sou um grande adepto da História. Nest post referencio um artigo de Helena Maria Granja, intitulado Reconstituição Paleoambiental da Zona Costeira, a Norte da Laguna de Aveiro, desde a Idade Média até à Actualidade. Como o título sugere, são referenciados aspectos importantes da costa da zona norte de Portugal, incluindo os avanços e recuos da costa, ao longo dos últimos séculos. Escrito há pouco menos de 10 anos, o artigo ainda não enferma da pseudo-ciência do Aquecimento Global. Leiam para perceber como há indícios de que o nível do mar estava mais elevado há umas centenas de anos:
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