sábado, 6 de fevereiro de 2010

Leituras da treta

O jornal i é um dos piores jornais que tenho visto nos últimos tempos. Refiro-o aqui porque um leitor atento mandou-me mais uma referência para uma entrevista, sem pés nem cabeça, do referido jornal a Klaus Hasselmann, que tem recebido uns prémios por umas ideias loucas. Vejamos primeiro em que consistem:

É simples. Funciona do mesmo modo que um polícia quando consegue encontrar uma impressão digital concreta num conjunto de impressões. A meados da década de 1990, concluímos que a probabilidade de explicar o aquecimento observado ao longo dos últimos 30 anos através da variabilidade natural do clima era inferior a 5%.

Ena! Se assim é, como é esta teoria tão obscura? Porque é impenetrável, como podem confirmar com o extracto a seguir:

A chave são os dados relativos à superfície terrestre - e não tanto as temperaturas oceânicas - porque são os registos mais antigos que temos. Mas também são importantes os dados sobre as distribuições da temperatura vertical e outros indicadores, como a extensão do gelo no Árctico, o nível do mar, a frequência das tempestades, etc. Contudo, nestes dados adicionais é mais difícil determinar a variabilidade natural dos níveis e demonstrar, com índices elevados de confiança estatística, que as mudanças observadas são de facto induzidas pelo homem.

Mas a qualidade do cientista percebe-se pela referência seguinte. Também a Igraja Católica esperava que os Copérnicos e Galileus desaparecessem, mas isso não aconteceu...

Na comunidade científica, ninguém tem dúvidas sérias sobre a origem humana das alterações climáticas. De facto, ninguém tinha dúvidas mesmo antes de os sinais serem estatisticamente detectáveis, porque os fundamentos físicos subjacentes são convincentes. A maioria dos cépticos age impelida por interesses corporativos e deve ter a mesma consideração que as pretensões iniciais da indústria do tabaco, quando afirmava que os perigos de fumar não são reais. [O primeiro-ministro britânico] Gordon Brown acertou ao comparar os cépticos climáticos com aqueles que ainda crêem que a Terra é plana. Como se pode convencer estes incrédulos? Não se pode, mas acabarão por desaparecer gradualmente.

Não vão desaparecer, não! E o problema é que somos cada vez mais...