quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A borboleta e a energia eólica

Não sou daqueles que concordam muito com o efeito borboleta, segundo o qual o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo. Mas admitindo que é verdade, então penso que o impacto de todas essas ventoinhas a rodar no topo dos montes deveria ter um impacto muito maior! O impacto da energia eólica no clima já tinha aliás motivado um post anterior.

Entretanto saiu mais um estudo na "Atmospheric Chemistry and Physics" que evidencia a questão. Em "Weather response to a large wind turbine array", Barrie et al., simularam o impacto de um gigantesco parque eólico, tendente a ocupar 23% da área dos Estados Unidos. Esta é claramente uma área sobre-dimensionada, com o estudo a deixar claramente subentendido que essa área não será atingida rapidamente.

O estudo revela, nessas circunstâncias, um impacto significativo ao nível das anomalias atmosféricas, especialmente do Atlântico Norte, como facilmente se observa nas conclusões do estudo:

The study presented here depicts a strong downstream impact caused by a large surface roughness perturbation in a GCM. We have assumed that the active control of turbine orientation could produce a time-dependent change in surface roughness. Atmospheric anomalies initially develop at the wind farm site due to a slowing of the obstructed wind. The anomalies propagate downstream as a variety of baroclinic and barotropic modes, and grow quickly when they reach the North Atlantic.

Sabendo-se das grandes dimensões dos parques eólicos de Portugal e Espanha, poder-se-á facilmente perguntar como isto nos afecta? Como ninguém parece ter querido abordar esta questão, o Ecotretas vai procurar descobrir...