terça-feira, 28 de setembro de 2010

O relatório inconveniente da OCDE

Via as escolhas do Beijokense, chegamos ao relatório da OCDE sobre Portugal, que alguma tinta tem feito correr. Uma leitura superficial dá-nos uma clara ideia da choça em que vivemos. Mas foi a componente da energia que chamou a atenção do Beijokense, reproduzindo-se aqui também o parágrafo relevante (realces meus):

Portugal's large energy balance deficit is due inter alia to structural features such as above-average energy dependence and energy intensity [...] To tackle these problems, as well as to reduce CO2 emissions, the government has been actively promoting stronger reliance on renewable energy sources and higher energy efficiency. The ambitious targets for 2020 set in the recent National Energy Strategy, which include a 20% reduction in final energy consumption and a fall in energy dependence to 74%, are expected to reduce net energy imports by around 2000 million euros relative to 2010. Estimating the overall impact on the current account is nonetheless more complex: the fall in energy imports and the development of energy-related industrial clusters with export potential need to be weighed against more expensive electricity from renewable sources (at least at current oil prices) and the opportunity cost of resources channelled into renewable energy.

A OCDE destapa ligeiramente a vergonha que é este modelo das renováveis. Vamos poupar 2000 milhões até 2020, mas só este ano a brincadeira vai-nos custar a mais 700 milhões de euros. Como a brincadeira vai ser maior nos próximos anos, nem sequer é preciso ter uma Nova Oportunidade, para perceber que isto vai dar para o torto. Ou como diz o Sócrates, poupamos 100 milhões por ano, esquecendo-se de dizer que vamos pagar 700 milhões para conseguir essa poupança!!!

Muito mais interessante é a vertente dos custos da energia e os custos de oportunidade mencionados. Tenho a certeza que a revelação destes dados cairá como uma bomba! Mas, para já, ainda estão nos segredos dos deuses...