Tal como cá, bancos estrangeiros procuram fazer de tudo para passar uma imagem verde. Na Holanda, o Rabobank comprou, em 2008, 175000 toneladas de offsets de carbono, no sentido de tornar o banco neutro em termos de carbono. Foi mesmo considerado um dos três melhores bancos na área da sustentabilidade.
Mas há uns meses, Bouwe Taverne, responsável pelo desenvolvimento da sustentabilidade dentro do banco, recebeu uma notícia que não queria ouvir: o esquema de compensação era uma fraude miserável!
Do outro lado do planeta, Yashwant Malche, tal como seu pai e antepassados, os Adivasi, têm amanhado as suas terras isoladas da civilização. Mas em 2007, uns estrangeiros apareceram a oferecer $4000 pelas suas terras, para construir um parque eólico. Malche declinou a oferta, mas os estrangeiros garantiram que o parque eólico seria construído à mesma... E o parque de Dhule, com 550 aero-geradores, promovido pela Suzlon, foi mesmo avante. Pelo meio vieram os confrontos, com vários feridos e múltiplas detenções.
Numa questão de dias, antes de erguerem as torres, 25000 árvores foram cortadas. Enquanto as mulheres da zona são perseguidas por arrancarem alguns galhos às árvores, à Suzlon deram ainda autorização para cortarem 11000 mais árvores!
Homens como Malche já não conseguem subsistir da terra, e agora têm que imigrar para outras zonas da Índia durante parte do ano. Bouwe Taverne, e o Rabobank, em vez de promoverem a sustentabilidade, estão a promover a miserabilidade destas pessoas. Estão tristes com o resultado, mas não é isso que dá de comer a estas pessoas. E já agora, onde estão os ecologistas??? Valham-nos pessoas como Doug Struck, o jornalista que investigou a fraude, e que recebeu um justo prémio por isso.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Dom Quixote de la India
Etiquetas:
energia eólica,
energias alternativas