quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Políticos não fazem bem ao ambiente

De vez em quando tropeço em artigos absolutamente estupidificantes! Como este, que saiu no Jornal de Notícias, intitulado "Políticos não fazem bem ao ambiente". A desconhecida cronista Paula Ferreira divaga sobre o insucesso de Cancún, não parecendo perceber o que por lá se passou. Depois passa ao ataque (realces da minha responsabilidade):

Não há tempo para mais hesitações. Nós, portugueses, estamos aí para o provar. Há poucos dias, milhares das pessoas da região centro ficaram praticamente sem nada, e ouvimos o insuspeito Filipe Duarte Santos explicar, de novo, aquilo que se sabe: fenómenos como o tornado que varreu Tomar e Ferreira do Zêzere serão cada vez mais frequentes.

Sim, todos os leitores do blog sabem que o físico Filipe Duarte Santos é insuspeito. E sabem que os tornados não são propriamente uma novidade. Mas estes tretas sabem muito bem que sempre foi assim; a diferença é que agora há televisão para relatar a coisa!

Mas a Paulinha reforça:

Como frequentes serão as inundações e os Verões tórridos. Afinal, de que estamos à espera para fazer alguma coisa antes que seja tarde? Os cidadãos parecem cada vez mais conscientes na defesa de formas de vida compatíveis com a natureza. Mas que adianta o gesto se os políticos ignoram essa realidade?

E a frequência do frio, que se sente por estes dias, por quase todo o Planeta? A tretas Paula tem razão: os políticos têm ignorado a realidade, e por isso é que os militares ingleses tiveram que sair dos quartéis (e vão continuar a sair) e por isso também que cá em Portugal bastou a queda de uns poucos centímetros de neve, para tudo parar. Só para citar dois pequenos exemplos.

E conclui com:

Mesmo quando não as ignoram - alguma da política energética do Governo de Sócrates é um bom exemplo disso - , há sempre alguém, tocado pelo populismo, pretende acabar com ela. Basta estar atento a uma certa corrente de opinião que questiona os subsídios às renováveis. O argumento é este: os portugueses que não beneficiam desses subsídios têm de os pagar. E será que não subsidiamos todos o petróleo? São os mesmos, afinal, que advogam, com poucos escrúpulos, que a crise é culpa dos beneficiários do rendimento social de inserção.

Tocado pelo populismo? Rebater esta religião é tudo menos popular! Mas as coisas estão a mudar, e devaraginho as pessoas começam a iluminar-se. Chegará também o dia para a Paulinha... E que argumento é aquele? Confesso que fiquei confuso, até porque o argumento insinua que quem não paga a energia é que beneficia? E do petróleo? Deve ser mais uma das que continua às escuras...