quinta-feira, 30 de junho de 2011

A entropia da AAAS

Um leitor enviou-me uma nota para o facto do alarmista Público propagar o comunicado ínfame da AAAS. E anda por aí disseminado, porque interessa criar entropia, quando a principal reunião dos cépticos está a decorrer. É reconfortante ver nos comentários, que há cada vez mais portugueses informados sobre a verdadeira extensão desta fraude da suposta ciência climática.

O artigo do Público começa com as supostas perseguições que se estão a fazer aos cientistas. Talvez se refiram à proposta dos cépticos serem tatuados. Ou da proposta dos cépticos serem gaseados, tal como se fazia nos campos de concentração Nazis. Estas ameaças foram públicas, e não privadas, que a existirem devem ser evidentemente também investigadas e julgadas.

O que a AAAS e o Público confundem, são as ameaças que referi anteriormente, com os pedidos de FOIA, que são acções claramente enquadradas em termos jurídicos. O que acontece é que esses supostos cientistas passam o seu tempo, pago genericamente pelos contribuintes, a distorcer a ciência! E depois tentam defender o Mann, o mais ilustre manipulador da ciência climática, que referi na passada terça-feira, e que nesse artigo mantém a perpetuação da sua ciência invertida...

É claro que o Mann é apenas parte do puzzle. E que está a atingir figuras mais acima, como o Hansen. Mas este é apenas o início! Onde isto vai parar é mais acima, quando retirarem o Nobel ao Gore e ao IPCC... O problema deste clero é que o povinho está a acordar, e que reuniões como as do ICCC (podem ver em directo neste momento) começam a ter uma visibilidade que os incomoda...

From Woodcraft to 'Leave No Trace'

O Ecotretas é um caminhante ávido, sempre pronto a conhecer novos locais, especialmente deste país. Gosta muito da bússola, mas não descura o GPS. Adora ver episódios do Sobrevivência (Man Vs Wild em inglês), apresentado por Gear Grylls. Todavia, não conhecia "From Woodcraft to ‘Leave No Trace’", que me foi recomendado por um leitor...

O artigo descreve a evolução da relação do Homem com o Ambiente, no que se convenciou chamar os momentos de lazer. Desde o Woodcraft até ao "Leave No Trace", passando pela época de utilização dos gadgets, dá uma leitura muito interessante, sobretudo para quem procura perceber a forma como no passado o movimento ambientalista se associou, mas também perseguiu, aqueles que procuram o contacto com a Natureza. O artigo já tem uns anitos, e por isso não aborda algumas das polémicas mais recentes, nomeadamente em relação ao geocaching. Todavia, não percam o artigo, e não percam sobretudo o contacto com a Natureza, sendo que até existem foruns em português para trocar ideias sobre estas técnicas...

terça-feira, 28 de junho de 2011

Nível do mar no passado

Há uns dias saiu mais um artigo "hockey-stick", de Mann & companhia. Obviamente, os alarmistas andam alarmados com o facto de que a taxa de subida do nível dos mares está a baixar, e por isso socorrem-se de todos os truques sujos para esconder esse facto. Este artigo, aqui disponível na íntegra, diz-nos que nunca o mar subiu tão depressa nos últimos dois milénios, tendo começado a subir em 1865!?

Mas se recuarmos mais tempo, este alarmismo esfuma-se. Já me tinha referido a isso aqui e ali. Mas volto a este tema com dois dos artigos mais citados em termos da evolução histórica do nível do mar. Em Waelbroeck et al. (2002), donde retiramos a imagem ao lado, verificamos que a subida nos últimos milénios foi muito significativa. Ainda mais interessante é verificar que o nível dos mares foi mais elevado que no presente, nomeadamente há cerca de 120000 anos. Porque haveria Aquecimento Global, numa altura em que os Neanderthais e os Homo sapiens andavam provavelmente entretidos à pedrada?


Noutro artigo muito citado, Siddall et al. (2003), analisam em grande detalhe a evolução desde esse máximo há 120000 anos, visível na imagem ao lado. Aí verifica-se claramente que o mar estava então vários metros acima de onde está hoje. Igualmente interessante é a constatação de que o mar chegou a subir cerca de 2 cm por ano, desde a última glaciação, o que é uma taxa mais de 6 vezes superior à que temos hoje, e que é de cerca de 3 mm por ano...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Duplo desperdício solar

Fecha este mês mais um concurso para centrais fotovoltaicas. Como os leitores habituais do blog já sabem, o Estado arrecada dinheiro com a venda das licenças, e os consumidores que paguem durante as próximas dezenas de anos... Já na próxima quarta-feira, a DGGE coloca os últimos 16 lotes de 2MW cada, que se prevê resultem num encaixe adicional de 16 milhões de euros.

Mas, neste caso, o que me chateia ainda mais, é verificar que a distribuição das licenças nem sequer funciona numa lógica de optimização dos recursos. Para comparação, alguém se lembraria de construir uma barragem num dos rios cronicamente secos do Alentejo, para produzir energia eléctrica??? Para armazenar água, sim, mas para produzir energia? Tal passa-se todavia com a energia solar...

Na primeira imagem abaixo (clicar para maior detalhe), podemos observar o número de horas de sol, retirada daqui, para Portugal continental. Para os mais interessados no detalhe, podem ver aqui a distribuição da insolação, para cada um dos meses de 2010. Outros mapas existem, como os disponíveis no Instituto do Ambiente, e que nos dão a quantidade total de radiação global em Kcal/cm2. Mas, se olharem para a segunda imagem abaixo, retirada daqui, vemos que a distribuição da potência instalada não tem a ver com um melhor aproveitamento da energia solar... Ainda se poderia invocar que a proximidade do consumo justifica uma maior potência em distritos mais densamente povoados, mas os valores ridiculamente baixos de potência permitiriam uma distribuição muito mais óptima. Mas os "engenheiros" que fazem estas distribuições estão preocupados com outras coisas...

sábado, 25 de junho de 2011

CO2 tumbling down

Once upon a time, carbon trading was supposed to be the salvation for Earth's climate problems. But as time went on, people started realizing that something was wrong. As usual, financial markets anticipated the move. Late last year, US carbon trading crashed. Two weeks later, it closed.

In Europe, the price of CO2 emissions even flourished earlier this year. The European Union pushed for stronger policies towards renewables. And Fukushima pressed German's chancellor Angela Merkel to abandon nuclear, with some imagining that renewables would fill in the gap.

Last week, Greece started auctioning their EUAs (European Union Allowances). They need the money, and probably other countries will follow, including Portugal. But they were not that lucky! Of the 1 million permits, only 6000 EUA were sold. The reason: nobody is buying...

In the meantime, Poland has blocked an EU deal on CO2 emissions. They are the largest producer of hard coal in the EU, and the share of coal in electricity generation (92% in 2004) is the highest among the EU Member States. They are also pushing for shale gas. The result for them: the biggest GDP growth in 2009 and the third in 2010, amongst the 27 European member states.

Finally, Yvo de Boer has confirmed what everyone knows: the Kyoto Protocol is dead!

The result: This week, Bluenext's EUA phase 2 2008-2012, went tumbling down. It closed at 12.21 €, down from 15.41 € a week before, a 20% drop in a week! And after all, carbon markets are not actually helping to combat global warming and climate change, and are open to the kind of speculation and fraud that led to the global financial crisis of 2008...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Vias de facto...

Miguel Madeira é um blogger que escreve no Vias de Facto. Por razões que nunca percebi muito bem, resolveu avançar com uma sugestão de aposta climática (realces da minha responsabilidade):

Que desafio proponho? Uma espécia de aposta: se em Maio de 2011 (dados que devem estar disponíveis em Junho) a temperatura média anunciada no site da NASA foi maior que 64 (isto é, a temperatura deste ano), ganho eu; se for menor que 49 (a média de 1998 a 2010), ganham os meus oponentes (seja lá quem forem, já que esta aposta é dirigida "a incertos"); se for entre 49 e 64 (acima da média, mas abaixo da deste ano), teremos um empate.

E prosseguiu com:

E qual o objecto da aposta? Simplesmente o (ou os) derrotado publicar um post a dizer que perdeu a aposta, a recapitualar os termos da aposta e a linkar para os vencedores. Se assim o entender, o vencedor poderá também publicar um post a dizer que ganhou (em caso de empate, ninguém terá que publicar post nenhum, mas também poderão publicar um post a dizer que houve empate).

Descobri esta palhaçada via O Insurgente, e fui tentar impingir-lhes algum juízo:

Isto de apostas só pode ser uma estupidez! A ciência não se faz de apostas! Embora haja uns tipos parvos, que até perdem!

A verdade é que o Planeta tem estado a aquecer nos últimos dois séculos. Não por causa do CO2, mas pelo facto de ter ocorrido uma Pequena Idade do Gelo. Assim como o nível do mar tem estado a subir: afinal, há 18000 anos atrás ele estava 120 metros abaixo donde está hoje! E, recentemente veio-se a descobrir que o fenómeno da Ilha de Calor Urbano é muito superior ao da subida das temperaturas médias, o que confirma a principal falácia da subida das temperaturas associadas ao CO2.

Finalmente, eu até alinhava nisto da aposta. Mas eu já sou o padroeiro dos meteorologistas, título que me foi proposto por uma personagem importante do Ambiente em Portugal, título esse que depois me foi negado... Portanto, convosco não vale a pena!

Por isso, deixem-se de apostas e investiguem melhor a polémica. Talvez fiquem mais iluminados!

Perante a ausência de apostadores, Miguel lá resolveu fazer meia aposta comigo:

Caro Ecotretas, vou aceitar o seu comentário como uma meia aposta.

Isto, se a temperatura for maior que 64, claro que não terá que fazer nada (afinal, você disse que não queria apostar).

Mas se for menor que 49, eu faço o tal post a dizer que você ganhou.

O valor para o mês de Maio foi de 42, o segundo valor mais baixo desde Setembro de 2008...

Esperei. Esperei... Como ainda não detectei nada no Vias de Facto, tomei a iniciativa de fazer este post. Até porque não tenho o email do Miguel... Para ver se ele se lembra de cumprir com o prometido...

Actualização: O Miguel fez o tal post. Fica-lhe bem!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

kWh a 2600 euros

Um leitor interessado enviou-me um conjunto das ideias mais estúpidas associadas aos Ecologistas. Uma das mais estúpidas foi uma campanha realizada o ano passado pelo Crowne Plaza Hotel de Copenhaga, e que segundo a BBC, oferecia uma refeição a quem pedalasse numa de duas bicicletas do Hotel, ligadas a um gerador! A ideia era manter os hóspedes em forma, reduzindo simultaneamente a pegada de carbono do hotel!?

Para que tivessem direito a um cupão de 26 euros, os hóspedes teriam que pedalar durante uns estimados 15 minutos, produzindo pelo menos 10 Wh (watt-hora)! Este é claramente o valor mais elevado que vi pagar pelo kWh até hoje, e que atinge os 2600 euros por kWh. Para terem uma ideia de comparação, hoje em Portugal paga-se 0.1326 euros (+ IVA) por kWh na tarifa simples, o que significa que o Hotel paga pela energia produzida pelos seus hóspedes aproximadamente 18000 vezes mais do que o seu valor para o consumidor português!!!

Enfim, a estúpida campanha parece que correu de 19 de Abril do ano passado, durante um ano, ainda segundo a notícia da BBC. Ainda tentei ver se algum hóspede tinha relatado a experiência no tripadvisor, mas não tive pachorra para andar a expandir os muitos comentários... Mas segundo este site, já houve pelo menos 300 hóspedes a suarem as estopinhas para conseguirem a merecida refeição... Incluindo Stella Kamb, que podemos ver no vídeo abaixo:



Actualização: Pinto de Sá, em A ciência não é neutra, refere um exemplo mais interessante de produção de energia renovável em bicicletas, em Maricopa, arredores de Phoenix, EUA.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Consumo de energia nos Estados Unidos

Na sequência do post do passado Sábado, sobre o consumo das set-top boxes nos Estados Unidos, fiquei com curiosidade em saber qual seria a sua percentagem relativamente ao consumo total de energia nos Estados Unidos.

Embora não disponível num detalhe que esperava, a informação que encontrei no site da EIA é muito interessante. Porque estabelece uma comparação entre 1978 e 2005, para vários tipos de consumos domésticos, conforme se pode ver na imagem. E aí se confirma que o consumo de energia por electrodomésticos praticamente duplicou nesses 27 anos, passando de 17% para 31%. Tal aconteceu apesar dos standards cada vez mais rigorosos aplicáveis aos electrodomésticos...

Mas o estudo tem outras conclusões também interessantes. O consumo total de energia diminuiu nesse período! E a maior diminuição vem do aquecimento das casas, que diminuiu de 66% para 41%. Como se sabe que existiu um aquecimento desde a fria década de 1970, está mais que visto que o Aquecimento teve algumas vantagen para aqueles lados, mesmo que o consumo com ar condicionado tenha subido, de 3% para 8%. É claro que o estudo não enumera este aspecto básico, mas curiosamente fala do facto de terem existido movimentos de populações para zonas mais quentes... Algo que tentarei investigar no futuro, e que mais uma vez remete para as vantagens do Aquecimento Global!!!

Nesses 27 anos, o estudo conclui que a penetração das máquinas de lavar passou de 74% para 82%, e as máquinas de lavar loiça passaram de 35% para 59%. Em 2009, 43% dos Americanos tinham sistemas de gravação digital de video, 76% tinham pelo menos um computador, e 35% tinham mesmo múltiplos computadores. Uma família média tinha, igualmente em 2009, 2.5 televisões, com 45% a terem uma televisão de pelo menos 37 polegadas. Finalmente, 79% das casas tinham um leitor DVD, e quase 40% tinham pelo menos quatro carregadores de equipamentos (eg. carregador de telemóveis).

Cá por Portugal, somos obviamente mais pobrezinhos. Mas, mesmo assim, é nestes domínios que cada vez mais se consome energia; pois é aqui que maior esforço se deve fazer para que os consumos em stand-by sejam cada vez menores. Para bem das nossas carteiras, e não do Mexia...

terça-feira, 21 de junho de 2011

A armadilha de pesca de Silvalde

Se há uma coisa que os alarmistas presentes, que são sobretudo jovens, não gostam, é da disciplina de História. Porque a História nos revela realmente o que aconteceu no passado, dando-nos pistas valiosas para o presente, e a previsão do futuro. Acresce que, a maioria dos alarmistas só gosta de teclar, e não meter as mãos na massa, como o fizeram os responsáveis pela descoberta da armadilha de pesca da época romana, descoberta na praia de Silvalde, em Espinho, em 1989.

O melhor relato da descoberta que conheço online é esta digitalização da revista o Arqueólogo Português, e cuja leitura integral recomendo. Da sua leitura, uma das partes que mais me sensibilizou foi o relato do avanço do mar, em Espinho e Ovar:

Com efeito, as primeiras notícias consistentes sobre o recuo do litoral desta região remontam a meados do século XIX, de que são exemplo as invasões do mar verificadas em Ovar, em 1857, e Espinho, em 1869, regiões de baixas planuras litorais, particularmente afectadas por este fenómeno. Como refere, em 1909, Ferreira Diniz, «datam de 1869 os primeiros desastres em Espinho, que se repetiram depois, em 1874, onze anos depois em 1885, e quase consecutivamente, com pequenos intervalos de repouso até hoje».

Bem, que eu saiba as emissões de CO2 eram quase nada naqueles tempos, comparados com hoje... Será que havia influência antropogénica na altura? Parece que sim:

Sant'Anna Dionísio descreve bem a evolução do litoral na zona de Espinho: «... foi a partir de 1855, pouco depois do início das obras de Leixões, que o mar principiou a destruir a vila-praia. Durante 27 anos consecutivos o mar avançou cerca de 300 metros. Em 1912 havia desfeito algumas centenas de casas. De 1912 a 1916 a praia manteve-se e melhorou sensivelmente, concentrando o depósito arenoso.
(...)
A melhoria assinalada por este A., entre 1912 e 1916, é consequência, seguramente, da construção, iniciada em 1911, dos três primeiros esporões em Espinho (os primeiros construídos na costa oeste portuguesa), os quais melhoraram de forma efectiva, embora temporária, a situação em frente à vila (...)

Enfim, deixo acima uma imagem que documenta a planta do centro de Espinho nos finais do século XIX / inícios de século XX, e em que se encontram assinaladas as diversas fases do avanço do mar, nesses tempos idos. Em que ainda não havia Aquecimento Global antropogénico, mas uma subida maior dos níveis do mar?!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Luto por uma torre eólica

Da Alemanha Verde, chega-nos mais um exemplo em como a tecnologia dos aero-geradores ainda dá muito para o torto. P Gosselin, no seu NoTricksZone, alerta-nos para a queda dum aero-gerador na vila de Kirtorf, no centro da Alemanha. A torre eólica partiu a 25 metros de altura, numa das suas juntas, e foi projectada a cerca de 50 metros, para cima de um caminho rural, e atingindo ainda um transformador.

O aerogerador tinha 11 anos, e o acidente verificou-se num dia em que a rajada máxima atingiu apenas 57Km/h. As percas estimadas superam um milhão de euros. A polícia já selou a área, impossibilitando o acesso, certamente para proteger a privacidade e o luto dos ambientalistas, mas fotografias mais detalhadas do acidente podem ser vistas aqui. O acidente deu-se de manhã, mas felizmente, não fez vítimas. Ao contrário doutros acidentes por esse Mundo fora, e mesmo em Portugal.

domingo, 19 de junho de 2011

Cervantizando

Em "A Causa foi Modificada" saiu esta semana um post em resposta a este post do Jugular, e a cujo autor, Tiago Julião Neves, já havíamos respondido aqui. O post em A Causa foi Modificada tem o título interessante de "Cervantizar o país", e dele extraio duas partes, com realces da minha responsabilidade:

A espaços, a ciência económica é como a ciência geofísica da previsão sísmica: compreende e conhece que as merdas vão acontecer, só não sabe dizer quando. Acresce que, neste caso, também não se sabe exactamente como. Daí que nos questionemos: porquê tentar adivinhar? O engenheiro José Sócrates e defensores como o Tiago Julião Neves, misteriosamente, afirmam não só que sabem quando vai acontecer (proximamente, muito proximamente), como como vai acontecer. E vai daí, hipotecam uma parte dos recursos deste abastado país numa raspadinha de contornos ecológicos erotizada com tecnologia de ponta e inovação.

Porque ao se comprar e subsidiar, por exemplo, uma torre eólica ou um painel solar com as tecnologias ineficientes de hoje, o que se está efectivamente a fazer é a impôr a um país pobre uma tecnologia mais cara do que as alternativas disponíveis, tecnologia essa que será ultrapassada no futuro próximo por outras que, então sim, transformarão o vento e o sol em energias rentáveis, tudo isto ao preço de ficarmos a pagar durante anos e anos em dominó os juros de termos pedido financiamento para uma tecnologia que entretanto ficou obsoleta. É bonito, não é? Mas, pergunto de outra maneira: porque não esperar?

Por esta altura o Tiago Julião Neves insiste no que me parece ser um argumento desmedidamente falacioso, para não dizer pior: a de que esta política tem a seu lado vantagens como "a geração de emprego, criação de riqueza, redução de importações, fomento de exportações, redução de emissões, apoio à inovação e desenvolvimento tecnológico". Mas esta merda faz algum sentido, caralhos ma'fodam? Não se poderá diagnosticar estas mesmas vantagens sempre que se injecta artificialmente (quero dizer: suprindo o seu deficit em relação ao respectivo mercado natural) dinheiro na criação de uma industria, qualquer que ela seja, desde a produção de patinhos de plástico amarelos até à produção de dildos de plástico vermelhos?

sábado, 18 de junho de 2011

Set-top boxes comilonas

Um recente estudo sobre os consumos das set-top boxes, revela como os ambientalistas estão a acordar para alguns dos verdadeiros problemas que nos afectam. O estudo foi efectuado pela NRDC, uma NGO americana da área do ambiente, que agora acordou para este problema, em vez de estarem apenas entretidos com as lâmpadas, por exemplo! Algo que aqui no Ecotretas já tinhamos abordado para a realidade nacional, e que contas muito simples determinam um consumo anual estimado em cerca de 300 GWh...

Uma das principais conclusões do estudo, e que já havíamos referido, é o facto de que o consumo das boxes ser o mesmo, quer estejam ligadas, quer desligadas. Isso faz com que apenas 1/3 do consumo se verifica quando está em utilização, com 2/3 do consumo a ocorrer quando a box não está a ser utilizada. Segundo as contas da NCDR, uma família terá um consumo anual de 446kWh, muito concordante o que compara com o valor de 37x24x30x12=319.68kWh que avançara há quase um ano atrás! Para terem uma ideia, o consumo avançado pela NRDC supera o consumo dos novos frigoríficos mais eficientes...

A análise avaliou um conjunto de modelos de set-top boxes, e verificou que efectivamente quase todas continuam a consumir a mesma quantidade de energia, quando ligadas, ou desligadas, como a imagem acima refere. Felizmente, algumas já implementam estratégias inteligentes, como a set-top box da Sky, que consome 23 watts em modo ligado, e 13 watts em modo semi-adormecido, passando para um consumo inferior a 1 watt depois das 23 horas. Durante o final da noite e madrugada, a box acorda todas as meias horas para verificar se há alguma tarefa a executar (gravação de um programa), voltando depois a "adormecer"... Tudo para bem das carteiras dos seus possuidores, e do Ambiente! Enquanto isto não acontece nas set-top boxes portuguesas, desliguem-nas das tomadas!

Actualização: O presente post foi editado para corrigir contas do consumo anual por mim estimado, e que estavam incorrectas.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Assistência para carros eléctricos

Já há algum tempo imaginava como seria a assistência aos novos veículos eléctricos. Nos carros normais sabemos que quando falta o combustível, basta transportar uns quantos litros até ao veículo parado, para este poder (quase sempre) resumir viagem. Na verdade, este é um acontecimento raro, dada as autonomias de centenas de quilómetros, que chegam mesmo a superar o milhar de quilómetros, mas há sempre um ou outro distraído. Nos carros eléctricos a conversa é outra, pois com uma autonomia que em condições normais não superará muito os 100 quilómetros, as probabilidades de se ficar apeado são significativas...

A Nissan resolveu o problema com um camião especial de assistência, conforme se pode ver na imagem. O serviço é completo, com homens vestidos a rigor, mas pelas imagens parece-me uma grande perca de tempo, pois têm que esperar que as baterias carreguem. O camião só pesa 5 toneladas, arrastando um gerador eléctrico de 29 kW, alimentado a diesel! Fornecem uma carga durante 20 minutos, permitindo que o carro eléctrico ande mais 25 milhas...

O serviço, que para já é gratuito numa cidade do Japão, deverá ter que ser extendido. Cá para Portugal é capaz de haver alternativas mais baratinhas, como esta proposta da Eaton, que se resume a um gerador em cima de uma carrinha, ainda por cima com mau aspecto. Talvez nós portugueses possamos aproveitar para produzir uns carregadores mais jeitosos, para depois exportar uns quantos?

Mas, nem tudo são más notícias para os amantes dos carros eléctricos. Só quase tudo! Afinal, os veículos eléctricos não são tão verdes quanto isso... O estudo inglês refere que um carro elétcrico terá que percorrer 130000 Km, antes de começar a poupar CO2. E como um carro eléctrico anda às mijinhas, não mais de 100 Km de cada vez, está-se mesmo a ver que a maioria deles nunca chegará a poupar o que quer que seja! Pior, na Suécia, aparentemente o país com maior vendas de carros verdes per-capita, as emissões de gases de efeito de estufa na área dos transportes, aumentou!? Nos Estados Unidos, a maior parte das notícias goza com a GM, e o seu carro eléctrico. Enquanto outras constatam mesmo as fraudes neste domínio. E as sondagens mostram a completa indiferença pelos ditos cujos...

Finalmente, a cereja no topo do bolo: os dados de um Nissan Leaf, incluindo a posição presente, velocidade, direcção e destino, são enviados para qualquer feed RSS, no âmbito do programa Nissan CARWINGS. Algo que vai dar muito que falar nos próximos dias...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Os eco-terroristas

Um leitor assíduo enviou-me uma referência para uma luta de galos, que se tem travado na lista ambio. De um lado, o mais conhecido eco-terrorista português, e do outro o nosso conhecido Henrique Pereira dos Santos (HPS). O currículo do primeiro, Gualter Barbas Baptista, é bastante resumido, sendo bolseiro de doutoramento da Universidade Nova de Lisboa, mas mais conhecido por liderar o acto criminoso de destruição de um campo de milho em 2007. Para terem uma ideia deste tretas, vejam como foi "tratado" pelo Mário Crespo, no vídeo abaixo.

Agora, Gualter Baptista, sente-se inspirado para defender as acções de Barbara Van Dyck, também investigadora universitária, que teve o mesmo papel de Gualter, na destruição de um campo de batatas... HPS deixou-lhe uma mensagem de resposta (todos os realces da minha responsabilidade):

Percebo a tua solidariedade Gualter: a senhora fez exactamente o mesmo que tu na fantochada de Silves, adoptando a mais indigna das posições. Participa mas finge que não, é porta-voz mas não toca nas plantas. É uma sonsice e é indigno.

Meu caro, acho muito bem que uma Universidade despeça todos os investigadores que se entretêem a destruir a investigação das universidades ao lado com base em convicções pessoais e noções completamente distorcidas de intervenção cívica legítima (e digo legítima, não digo legal) e de respeito por terceiros.

O tretas Gualter ainda tentou fugir com o rabo à serinha. Mas HPS voltou a espetá-la:

Gualter, percebes muito bem que indigno é participar e fingir que participar através da voz não é participar. Tu, como a cientista em causa, participaste na acção, o resto é conversa ínvia a fazer dos outros parvos.

"Quanto à ciência e à universidade, ela é mesmo um espaço privilegiado para o confronto de opiniões e posições."

A destruição de experiências científicas de outros investigadores não é nenhum confronto de opiniões, é uma acto ilegítimo de coação de terceiros.

"E ainda assim, demitir alguém de uma universidade porque defende uma posição - ou acção - que rompe com a posição dominante na ciência ou na sociedade, é, no mínimo, um acto típico de inquisição"

A senhora não foi demitida porque defendeu uma posição, a senhora foi demitida, e bem, porque destruiu ilegitimamente o trabalho científico de terceiros, o que a universidade, e qualquer pessoa de bom senso, considera uma acção inaceitável num investigador.

O tretas continuou a estrebuchar, mas HPS deu a estocada final:

Meu caro, imaginemos que eu acho que o Amilcar diz (ou faz) algumas coisas contra o bem comum e que dou aulas noutra universidade que não a sua. Assumo que parar a sua intervenção é um dever cívico. Espero-o numa esquina com uns amigos, e enquanto aos meus amigos lhe vão aos fagotes, eu vou relatando e explicando para as televisões as razões pelas quais está a levar uma sova monumental, argumentando que a sua actuação na Universidade é contra o interesse público e que é um dever defender a sociedade dos efeitos perniciosos da sua actuação.

A minha Universidade fala comigo escandalizada e eu repito a argumentação, dizendo que não lhe peço desculpa nenhuma e que acho muito bem que as pessoas como o senhor tenham regularmente os dentes metidos para dentro porque estão metidas com o capital e as grandes corporações, usando o conhecimento universitário para os defender contra o bem público. A minha Universidade expulsa-me.

O caro Amilcar Duarte faz uma petição protestando contra o facto da Universidade me estar a expulsar com base na minha intervenção cívica (que no caso foi ir-lhe aos fagotes mas que poderia ter sido a destruição dos campos onde o Amilcar, legalmente e pensando estar num país livre, fazia a sua experimentação).

Está bem abelha.

E andamos nós a gastar o dinheiro dos nossos impostos para manter estes investigadores anormais!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Um impulso solar

Depois de ter andado Sábado e ontem às voltas, o Solar Impulse chegou, enfim, a Paris. Este é o objecto voador movido a energia solar, que já mencionamos no passado. O problema é que as embrulhadas de Sábado para chegar a Paris, ou não foram noticiadas, ou então foram dissimuladas... A verdade, a de que o objecto voador andou às voltas, parece ser a contada pelos responsáveis do projecto, que assumem que o regresso a Bruxelas foi motivado pelas condições meteorológicas. Estava chuva e o vento soprava contra! Teve que voar baixo, por causa da cobertura de nuvens, e as baterias foram-se... O que não se percebe é porque descolaram eles às 18:36, quando o Sol estava a por-se! E, entretanto, nestes dias todos, as nuvens não permitiram que ele carregasse na totalidade as baterias, ficando-se pelos 60%, pelo que o tiveram que ligar à corrente... Não vá aparecer mais vento e chuva!

Enfim, os bastidores de um stunt publicitário, que nunca poderá ir longe, por causa das limitações físicas, que aqui oportunamente enunciei. Conforme podem ver no vídeo abaixo, relativo à descolagem de Bruxelas, até um ciclista consegue acompanhar o objecto voador, que atinge pouco mais de 40 km/h. Nada que admire, até porque cada um dos 4 motores do Solar Impulse tem uma potência de 7.5 kW, o que comparado como os cerca de 90000 kW necessários para pôr um Boeing 747 no ar, é absolutamente insignificante! Isto é especialmente importante para aqueles que pensam que um dia pode haver aviões comerciais movidos a energia solar; para esses, certamente especialistas das Novas Oportunidades, voltem a analisar as fórmulas da Física... Para os restantes, não passará de um gozo no Salão Internacional da Aeronáutica e do Espaço de Le Bourget!

Here comes the sun

O título do post é de uma música dos Beatles, e foi a contracapa da tese de doutoramento de Daniela Onça, que referimos há uns dias atrás. O título afigura-se como o apropriado para a notícia, ontem divulgada, de que o Sol parece estar a enfraquecer, e que levou a que muitos dos leitores habituais me inundassem hoje de manhã a caixa de correio... A todos Obrigado pela atenção!

Para quem segue o Watts Up With That, já estavamos avisados. Há pelo menos três anos que já se sabia disto, mas a intoxicação da Religião Verde, e da suposta unanimidade, dá nisto... O Ecotretas, como de costume, também tem acompanhado regularmente o assunto, e há mais de 3 anos, já alertava para o problema... Posteriormente, fomos repetindo a referência, mais que uma vez... Agora, os Media, já estão a falar de Arrefecimento! Dos 80 para o 8 em tão pouco tempo?

Enfim, ainda haveremos de ouvir cientistas de renome a dizer que conseguiram prever isto tudo. E que isto são Alterações Climáticas, blá, blá, blá... Entretanto, volta Aquecimento Global, que estás perdoado!

terça-feira, 14 de junho de 2011

A neve do Aquecimento Global

A neve é uma chatice para os defensores do Aquecimento Global! Aqui há uns anos, os cientistas diziam que a neve ia desaparecer de Snowdon, uma das montanhas mais elevadas do Reino Unido. Agora, cai lá em meados de Junho? Mais abaixo, na Namíbia, onde apesar de tudo está a terminar o Outono, a neve foi igualmente uma surpresa! Nos Estados Unidos, a camada de neve acumulada nas partes mais altas da Califórnia ameaça não derreter... Até no Hawaii voltou a nevar em Junho. Nada de extraordinário, excepto no facto de que já não acontecia há umas dezenas de anos...

Entretanto, a campanha de esqui já começou no hemisfério sul há umas semanas, enquanto no hemisfério norte dura, e dura, e dura! Na Gronelândia, as populações passam fome porque os navios de abastecimento não chegam lá... E mais acima, onde se diz que o gelo está a desaparecer, os aventureiros que se metem com a Mãe Natureza, mal sobrevivem para contar a história!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Regra de Três Simples à la IPCC

No Correio da Manhã, do passado Sábado, o tretas-mor do clima português, e próximo "review editor" do Quinto Relatório do IPCC, Filipe Duarte Santos, sai-se com esta mini-entrevista (realce da minha responsabilidade):

DISCURSO DIRECTO
"EM 10 ANOS COSTA RECUA 4 MILÍMETROS", Filipe Duarte Santos, Especialista em erosão costeira
Correio da Manhã - Qual é a taxa de recuo da costa?
Filipe Duarte Santos - Em 10 anos a costa portuguesa terá recuado cerca de quatro milímetros, o equivalente a 40 centímetros em 100 anos.
- Como se consegue inverter este fenómeno?
- É muito difícil porque há cada vez menos sedimentos a serem transportados até às praias.
- Que zonas inspiram mais cuidados?
- A zona entre a Foz do Douro e o cabo Carvoeiro é das mais vulneráveis do País, tal como o Algarve.

Espero que o leitor tenha pelo menos a quarta classe (penso que é aí que se apreende a regra de três simples) e saiba fazer melhor contas que este físico da treta... Ou então, que entenda melhor o português e/ou o sistema métrico que este jornalista. Qualquer que seja o caso, é esta a ciência da treta que aborda os temas do clima, e que grassa pelos nossos Media!

domingo, 12 de junho de 2011

Desinvestigação nacional

Na sequência de uma notícia, um pouco idiota, que andou por aí, perguntei por correio electrónico ao Professor Jorge Pacheco, Director do Departamento de Matemática e Aplicações da Universidade do Minho:

Diga-me lá se a sua teoria não explica o sucesso dos cépticos, no contexto da Religião do Aquecimento Global, baseado justamente no terceiro modelo que testaram?

Como não obtive resposta, nem penso que ela chegue, fui entretanto investigar a investigação deste investigador nacional... Chamou-me logo a atenção a sua publicação mais recente, "Minimizing CO2 Emissions in a Computing World", da autoria também de Carlos Reis. Como é costume, descobrir os artigos científicos não é propriamente fácil... Das deambulações pela net, acabei por o descobrir aqui, referenciado como um "Best Paper Award" na "IEEE 5th International Conf. on Software Engineering Advances 2010".

A publicação abre com factos como os da mudança de datacenters do Google e Microsoft para próximo de barragens hidroeléctricas, insinuando que tal se deveria ao não envolvimento de emissões de CO2, assim minimizando o impacto da sua actividade no suposto Aquecimento Global. Reis e Pacheco desconhecem, todavia, que a verdadeira razão para a localização próxima de centrais hidroeléctricas é a garantia de uma energia barata, como se pode ver logo no início deste artigo, que eles próprios citam! A citação deles é relativa ao CO2, mas no artigo nem vê-lo. O que interessa é que a energia é tão barata, que chega a ser 8 vezes mais barata que em Silicon Valley...

Depois, os autores supostamente dão algumas medidas de eficiência de energia, como a de não arrefecer os equipamentos. Mas que grande novidade! O Google já o faz há muitos anos... Locais como a Islândia andaram também a tentar vender a ideia, a que acrescia igualmente um preço muito baixo da energia local, quase toda hidroeléctrica e geotérmica. Mas muitos outros locais há onde há frio e energia barata. No Canadá há vários, sendo este apenas um exemplo. Como podem ver, a energia é muito baratinha... Até em Portugal, a Portugal Telecom descobriu as vantagens de construir um data-center num local fresquinho, em vez de na ilha de calor que é Lisboa, como oportunamente referi aqui.

Mas os autores vão mais longe na desinvestigação, ao sugerirem que projectos como o SETI@Home podem ser bons para o ambiente, porque utilizam a capacidade desperdiçada de cumputadores pessoais que não estão a fazer nada... Contas rápidas desmascaram imediatamente a ideia. Pior, a realização desses cálculos nos datacenters mais eficientes, referidos acima, fariam os mesmos cálculos, por muito menos dinheiro, emitindo inclusivamente menos CO2 no processo, porque viria das tais barragens. Mas porque o fazem? Simples, porque são os nabos lá em casa, e nas empresas, que pagam o acréscimo na conta de energia! E o custo do hardware e da sua manutenção... E aposto que no meio dos prevaricadores, devem ainda estar instituições públicas, processando inutilidades à custa dos nossos impostos...

sábado, 11 de junho de 2011

Gasland

Tive oportunidade de ver há mais de uma semana o post de Phelim McAleer sobre o documentário Gasland. Anthony Watts antecipou-se com este post, e como sei que muitos leitores seguem o Watts Up With That, optei por não repetir. Entretanto, como a censura Verde está a tentar apagar os rastos, vale a pena referenciá-lo aqui, para expor estes tretas...

O filme que está em causa foi censurado no Youtube, e posteriormente no Vimeo. Como podem ver no vídeo que está disponível neste site, o que eles estão a tentar evitar é o ridículo a que foi exposto Josh Fox, realizador do documentário Gasland. Resumidamente, Josh Fox ocultou o facto de que existem vários locais nos Estados Unidos, onde há várias décadas, se constatam concentrações elevadas de metano nas águas subterrâneas. Existem mesmo documentos oficiais explicando como lidar com o problema. Noutros locais podemos ver imagens igualmente interessantes de metano a arder. Mas Josh fez o filme insinuando que as concentrações de gás na água se deviam ao fracking, técnica utilizada na obtenção do gás shale... Estes tretas serão capazes de tudo para minar a revolução do gás que aí vem, como este exemplo recente da própria IEA. Por isso, o que Josh, e os ambientalistas radicais precisam é de serem frackados, como a senhora do vídeo abaixo:

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Os problemas da agricultura urbana

Dois leitores mais exaltados perguntaram-me na última semana se tinha algum problema contra a agricultura biológica... Tudo isto por causa da divulgação em primeira mão, da associação entre a agricultura biológica e o surto de Escherichia coli que grassa pela Alemanha. Respondi-lhes que sim, sempre que isso colocasse em perigo a saúde pública! E parece confirmar-se em definitivo que a contaminação advém mesmo da agricultura biológica, como as últimas notícias o provam... Para mim, continua a ser surpreendente como ainda se tenta manter o elefante por debaixo do tapete, mas tal é compreensível, numa Alemanha, em que o poder está ajoelhado aos pastores desta Religião Verde...

Um perigo que há muito está na minha lista de posts pendentes, está nos problemas da agricultura urbana, mais conhecidas por hortas urbanas. Seja em Lisboa, Coimbra ou Porto, são sempre apresentadas como casos evidentes de sustentabilidade. Delas, as hortas do IC19 são porventura as mais conhecidas, recomendando uma visita ao blog O Rouxinol de Pomares, donde retirei a imagem acima e onde há várias fotoreportagens, de há uns anos atrás, e mais recentes. Mas é preciso ir um pouquinho mais a norte para compreender melhor o problema...

Rute Pinto, concluiu na Universidade do Minho, em 2007, um mestrado que teve por título "Hortas urbanas : espaços para o desenvolvimento sustentável de Braga". A tese é muito interessante porque enaltece as hortas urbanas. O problema é que lá no meio do resumo, pode ler-se:

Como forma de avaliar as condições ambientais foram realizadas análises químicas de amostras de alfaces e de solos em algumas hortas. Assim, os resultados analíticos das amostras de alfaces e de solos mostraram que existem níveis preocupantes de contaminação e poluição pelos metais pesados Cádmio, Chumbo e Zinco, em hortas dentro do perímetro urbano de cidade. Portanto, a principal conclusão do presente trabalho é a escassa viabilidade ambiental, sobretudo como espaços de alimentação, para o uso das hortas urbanas enquanto importantes espaços de agricultura urbana no perímetro urbano de cidade de Braga.

A leitura do resto da tese, especialmente do ponto 5.4, levanta os cabelos a qualquer mortal. Vejam por exemplo este trecho:

Contudo, para além de contaminação ambiental existe também poluição urbana pois nas 5 hortas localizadas dentro do perímetro urbano de cidade as concentrações limite, sobretudo de Chumbo e de Cádmio, são intensamente ultrapassadas, podendo vir a traduzir-se em graves problemas para a saúde publica pois a alface é um vegetal muito consumido e com frequência na dieta alimentar das pessoas.

A leitura da tese fornece muitas pistas úteis para a abordagem da problemática da poluição em ambiente urbano. Um problema que nos afecta de forma muito séria, mas do que os ambientalistas gostam pouco de falar. Da próxima vez que um deles vos tentar vender a ideia das hortas urbanas, ou sempre que ouvirem alguém falar do paladar dos seus produtos urbanos, lembrem-se do tempero de cádmio ou chumbo...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Seca na Austrália?

A Austrália é um dos países do Mundo onde há mais doentes afectados pelo vírus do Aquecimento Global. Temos falado de casos muito tristes, entre os quais os de Liam Sheahan e os de Peter Spencer. Histórias ainda mais tristes incluem os da familia Thompsons.

Tudo porque um quantos pastores da Religião Verde espalharam, há uns anos atrás, uma série de visões aterradoras do futuro. Entre esses, Tim Flannery foi talvez o mais alarmista, prevendo que a Austrália se transformaria num imenso deserto, praticamente sem água. Pois bem, há mais um dado a confirmar quanto este tretas estava errado. Lá, como cá, em vez de seca, há chuva a mais, conforme se pode verificar pela imagem acima. O que não o impede de continuar a espalhar as suas mentiras por aí!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Defending a skeptic PhD

The idea that there is an almost unanimity of support of AGW (Anthropogenic Global Warming) in the scientific community, was one of the early responses to skepticism in this field. About a year ago, Anderegg et al., even published a paper with such claims as "97–98% of the climate researchers most actively publishing in the field support the tenets of ACC outlined by the Intergovernmental Panel on Climate Change". Several lists do exist 1, 2, 3, of many highly regarded scientists who are, for some or more reasons, skeptic of several of the AGW arguments. Most of the lists are poorly compiled though, and can impact the people involved.

Most of the skeptics that do appear in these lists are usually established scientists, who are renown for their work. But if you're struggling for a career, depend on grants, or are yet studying, being a skeptic is not the easy way to move forward...

But this is what Daniela de Souza Onça has done. She has defended her PhD thesis earlier this year, at the University of São Paulo, in Brazil. The abstract for the thesis reads:

This research aims to gather scientific proofs and evidences against anthropogenic global warming hypothesis and to elucidate its meaning in the present. We argue that climate is in a permanent transformation, not resuming itself to a product of atmospheric carbon dioxide concentration variations and that worries about climatic changes are not new but, despite this, our ignorance on the functioning of the climate system is still challenging. We conclude that anthropogenic global warming hypothesis is not consensual and exerts nowadays the function of late capitalism legitimating ideology, perpetuating social exclusion transvestiting itself as a commitment to future generations.

The thesis is in Portuguese, but seems a very complete document. I have not read it fully, as it is a very long document. But a lot of interesting stuff is there, including some new stuff I had not found elsewhere. What I do know is that Daniela revealed a lot of courage to go forward with such a PhD. Don't know if it was first of a kind, but I sure hope more students will follow her steps! If you want to contact her, you can easily find her email in page 7 of the thesis's PDF.

Daniela de Souza Onça é que sabe!

Via Valterlucio COMENTA, tomei conhecimento da que é, porventura, a primeira tese de doutoramento a desancar na teoria do Aquecimento Global! A autora, Daniela de Souza Onça, merece desde logo os parabéns do Ecotretas, não só pela sua audácia, mas sobretudo pelo conteúdo científico da sua tese, que foi defendida no início deste ano de 2011.

Mas o mais importante é mesmo a sua tese! Para todos nós de língua portuguesa, do Brasil a Timor, somos uns privilegiados podermos dispor de um documento de mais de 500 páginas a enquadrar toda esta ideologia. Não deixem de dar uma vista de olhos, porque estão lá imensas pérolas, algumas das quais iremos colocando aqui nos próximos tempos... Entretanto, fiquem com o texto que ela escolheu para a contracapa, a muita apropriada letra da música Here Comes the Sun, dos Beatles:

Here comes the sun
Here comes the sun and I say
It's all right

Little darling, it's been a long cold lonely winter
Little darling, it feels like years since it's been here
Here comes the sun, here comes the sun and I say
It's all right

Little darling, the smiles returning to the faces
Little darling, it seems like years since it's been here
Here comes the sun, here comes the sun and I say
It's all right

Sun, sun, sun, here it comes...

Little darling, I feel that ice is slowly melting
Little darling, it seems like years since it's been clear
Here comes the sun, here comes the sun, and I say
It's all right
Here comes the sun, here comes the sun

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Verdades Inconvenientes do Envisat

Os dados do nível do mar são calculados de muitas formas. No Ecotretas tenho seguido essencialmente os dados dos marégrafos, dados pela Universidade do Hawaii, e dos dados por satélite, da Universidade do Colorado. Agora, via Real Science, descobri que há outro satélite que também mede o nível do mar, e que traz ainda mais Verdades Inconvenientes.

O satélite é europeu e designa-se Envisat. No site da AVISO é possível observar os gráficos do Envisat, bem como dos outros satélites já nossos conhecidos, como é o caso do Jason. A imagem ao lado, que revela que nunca o nível do mar esteve tão baixo nos últimos sete anos, retira apenas das configurações por defeito o ajuste isostático, esse truque sujo utilizado pelos padres do Aquecimento Global. Para os mais interessados nos detalhes entre o Envisat e o Jason, não deixem de ver este documento sobre a calibração cruzada dos dois satélites. Compreende-se por isso, cada vez mais, a necessidade de esconder este declínio, pois sendo a subida dos mares o receio que mais é utilizado para assustar as pessoas, um declínio acentuado dos níveis dos mares acabaria, para sempre, com esta religião...

domingo, 5 de junho de 2011

Rosas de uma companhia verde

Quando esta semana vi a notícia da oferta de flores ao sindicato da TAP, lembrei-me logo do post que fiz sobre o CEO da Ryanair. Como nunca voei em Ryanair, porque infelizmente só voa a partir do Porto e de Faro, fui investigar um bocadinho mais esta companhia. O que descobri foi um conjunto de Verdades Inconvenientes!

Primeiro, um enquadramento, que eu desconhecia. A TAP tinha em 2009 56 aviões e 13397 funcionários. No mesmo ano, a Ryanair tinha 6369 funcionários, para 181 aviões. Com menos de metade de funcionários, a Ryanair tem mais do triplo de aviões! De que se queixarão os sindicatos da TAP? De contribuirem para o enterro do País?

Depois, descobri uma companhia que é verde, o que seria de esperar numa companhia irlandesa. São várias as técnicas que utiliza para minimizar o consumo de combustíveis, fazendo-nos recordar que também o hypermiling tem os seus adeptos nos céus. Todos os seus aviões são extremamente recentes, e dos mais eficientes da Boeing. Todos já têm winglets, mas outras técnicas permitiram uma redução superior a 55% no consumo de combustíveis e emissões, no período entre 1998 e 2007.

Medidas mais extravagantes até podiam ter vindo dos ambientalistas, mas não! Ideias como viajar de pé, uma ideia original dos Chineses que referi aqui, cobrar mais a clientes mais pesados, ou pela ida à casa de banho, são tipicamente verdes. Mas, aqui a lógica é mais empresarial, e não propriamente a pensar nas malditas emissões... Talvez os Verdes possam considerar esta a sua companhia!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Como se enterra um país

Um leitor informou-me que o Ecotretas tinha sido referenciado num post do Jugular. Tudo por causa de um post, e de uma troca de argumentos no Jugular, que não caiu bem ao Tiago Julião Neves. Vai daí, convocou o pseudo-conhecimento científico da pandilha que nos vai enterrando (Ver último parágrafo do post), e lá foram papagueando o habitual! Tudo isto merece ser, mais uma vez, desmascarado:

  • Sobre o gás shale
    Tiago foge à pergunta gracejando que "o shale gas que está ali a brotar do sofá da sala". Efectivamente, o gás é potencialmente mesmo muito, e daí a sua tentativa de esconder o elefante por debaixo do tapete!

  • Sobre a necessidade das novas barragens
    Tiago aborda a "valia intrínseca relacionada com a produção própria e com a gestão das bacias hidrográficas onde estão inseridas". Eu até sou a favor das barragens, mas estas novas barragens aparecem apenas para armazenar a energia eólica em excesso, que ocorre em maior quantidade durante a madrugada... Acresce que o saldo energético das barragens será praticamente nulo, ou mesmo negativo, pois Pinto de Sá assume uma eficiência da bombagem superior à observada na prática. Tiago termina a justificação com o facto das barragens estarem concluídas entre o final de 2015 e 2018, relacionando isso também com a perca das tarifas feed-in a partir de 2020. O que Tiago não entende, ou não quer assumir, é que até lá, as eólicas continuam a mamar as valentes tarifas feed-in, e que as barragens surgem justamente a pensar no período pós 2020... E aí serão barragens de suporte às eólicas. Sem eólicas, não precisaríamos delas para nada!

  • Sobre a Garantia de Potência
    Tiago dá uma aula de História sobre CAE, CMEC, etc. Mas o que ele esconde é que há muitos momentos em que as eólicas não estão lá, e é preciso continuar a fornecer energia... Ou seja, pagamos um preço absurdo pelo preço da energia eólica, temos que construir barragens para armazenar e desperdiçar essa energia caríssima, e ainda temos que pagar às térmicas para não produzirem nesses momentos. É o 3 em 1 da nossa desgraça!!!

  • Sobre as eólicas à noite
    Já acima nos referimos a um e outro post que fizemos sobre a inconveniência das eólicas produzirem essencialmente de madrugada... A valores médios de períodos significtivos, Tiago contrapõe o passado dia 19 de Janeiro. Tiago devia saber que a análise de um único dia é burrice... E ainda aborda a diferença entre noite e madrugada! Francamente Tiago! Fala finalmente de uma diferença de apenas 5%, mas como economista, Tiago deveria saber que mais 5 pontos percentuais relativamente a 25%, representam uma percentagem superior de 20%...

  • Sobre o custo zero das exportações
    Tiago refugia-se em valores médios e valores anuais, para esconder a coisa. Mas os números concretos, observados todos os períodos do ano de 2010, dizem coisas bem diferentes! Dos períodos horários em que a energia exportada se verificou a custo zero, contam-se 257 períodos, correspondentes a cerca de 3% do ano. Importações a custo zero verificaram-se em 75 períodos. Números mais impressionantes podem-se verificar nas quantidades de energia: em exportações a custo zero, exportamos cerca de 174 GWh, enquanto as importações a custo zero somaram 27 GWh. Se ainda quisermos olhar para as trocas a tarifas mais baixas, inferiores a 10€/MWh, vemos que exportamos 277 GWh, enquanto importamos quase 92 GWh. Também aqui se nota um aumento da nossa desgraça, embora o rácio entra as exportações e importações diminua...

  • Sobre a exportação a preços ridiculamente baixos
    Na verdade, parte da resposta está no ponto anterior. E também há que atender à hidrologia, como é referido. O problema neste caso é que a gestão dos recursos energéticos nacionais ainda complicou mais a coisa. Em vez de turbinar, andou-se a bombar. Para depois descarregar, como oportunamente expus, repetidamente!
    Depois, Tiago continua invocando uma série de banalidades, conhecidas, para fugir verdadeiramente à seringa. Para que Tiago perceba bem o que está em causa, nomeadamente com a energia eólica, vejamos os três gráficos abaixo. Cada um dos pontos representa um período de uma hora do ano, estando os gráficos ordenados por ordem crescente de preço, visível em termos da sua evolução no primeiro gráfico. No segundo gráfico vemos a evolução da produção de energia eólica para os mesmos períodos, enquanto no terceiro gráfico temos a correspondente produção através de gás natural, nos mesmos períodos horários. Em ambos os casos, o eixo dos yy são valores de produção de energia, em MWh.
    Resulta muito fácil perceber que há uma correlação visível entre o gás natural e o preço, mas o que se observa para a produção eólica é exactamente o inverso! Ou seja, há muita maior probabilidade de estarmos a produzir energia eólica quando o preço é baixo, e quando o preço é elevado, o vento sopra bastante menos! Causa ou consequência, Tiago?


  • Sobre as vantagens competitivas de ter um preço de energia barato
    Tiago é daqueles que pensa que a energia até está barata... Especialmente para as empresas! Tiago deve saber que o gato escondido tem o rabo de fora. Como Pinto de Sá claramente evidenciou neste post, relativamente à questão do IVA. Mesmo não considerando o IVA, a nossa posição não é famosa. E provavelmente andamos a engrupir a Europa, como é costume...

Já depois de ter escrito a sua prosa, ficamos a saber nos comentários que Tiago tenta a abordagem do nuclear. Esquece-se, ou não quer saber, que o Ecotretas não é favorável ao nuclear em Portugal. Mas ainda mais surpreendente é o Tiago assumir que a resposta é "de alguém que percebe mais de energia do que eu e arrisco a dizer bastante mais do que você", e novamente nos comentários referir que "o mérito deste post é 90% de um amigo que se deu ao trabalho de desmontar as teorias mirabolantes do ecotretas.". Só por isto, está tudo dito!!! Tiago e o amigo fazem parte desta pandilha que têm vindo a enterrar o País!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Radiações e Cancro

A pretensa novidade começou a circular por aí, ontem. Numa conferência realizada em Lyon, em França, um grupo de cientistas sob os auspícios da Agência Internacional para a Investivação sobre o Cancro , determinou que os nossos amigos telemóveis são agentes possivelmente cancerígenos para os humanos.

Para quem tem seguido este tema há alguns anos, nada disto é novo. Bem como as sucessivas tentativas de esconder o problema. As pressões são tão grandes que até as Verdades Inconvenientes desaparecem da Internet, praticamente sem deixar rasto... Mas para este problema, há quase sempre o Arquivo da Internet.

A melhor referência, que já conheço há quase uma década, já só pode ser consultada nesta cópia aqui. Esta compilação é absolutamente assombrosa, sendo muito difícil encaixar toda a informação aí referida. E para aqueles que acham que isto é pouco, há ainda do mesmo autor, um documento sobre as influências na saúde dos campos electro-magnéticos e das linhas de transporte de energia. Guardem uma cópia, esqueçam o que Fukushima pode fazer pela vossa saúde, e protejam-se...